"Mensagem" clonada
Lançamento de uma edição fac-similada marca 75 anos da "Mensagem" de Fernando Pessoa
Há exactamente 75 anos, no dia 1 de Dezembro de 1934, a editora Parceria António Maria Pereira, de Lisboa, publicava o volume de poemas "Mensagem". O autor, Fernando Pessoa, tinha então 46 anos - morreria quase exactamente um ano depois, a 30 de Novembro de 1935 - e, em formato de livro, descontado um folheto, depois repudiado, no qual defendia uma ditadura militar para Portugal, editara apenas alguns opúsculos de poesia inglesa.
Para comemorar o 75º aniversário da "Mensagem", a Guimarães lança hoje um fac-símile do dactiloscrito que Pessoa entregou nas oficinas tipográficas da Editorial Império, onde o livro foi impresso. Luís Vilaça, da Guimarães, chama-lhe "edição clonada" para acentuar que o objectivo da editora foi criar um objecto virtualmente indistinguível do original hoje conservado na Biblioteca Nacional. Desde a encadernação em tecido que Pessoa mandou fazer do dactiloscrito até à qualidade do papel, tudo foi minuciosamente reproduzido. Tal como no original, a palavra Mensagem aparece redigida a lápis, na folha de rosto, sob o título Portugal (que Pessoa só abandonou no último momento), escrito à máquina e riscado por cima.
Destituída de qualquer aparato crítico, para não prejudicar a sensação de se ter na mão o próprio caderno de Pessoa, esta edição "clonada" inclui apenas, em letra minúscula, a menção de que se trata de um fac-símile. E se não reproduz exactamente o objecto que Pessoa levou à gráfica, é apenas porque o próprio dactiloscrito inclui, actualmente, algumas indicações manuscritas por terceiros após a morte do poeta. Numa folha de guarda, pode, por exemplo, ler-se: "Comprado a Antonio Fumaça em 1.10.65. Pertencia ao espólio do Sr. Armando de Figueiredo, da Editorial Império."
A edição, com uma tiragem de 2500 exemplares, e que só estará à venda nas lojas da Guimarães e nas Fnac, será hoje lançada na Biblioteca Nacional, pelas 17h30, numa sessão que incluirá uma palestra de Eduardo Lourenço, uma leitura de poemas da "Mensagem" pelo actor Luís Lucas e um debate com Lourenço, Manuel Alegre e Vasco Graça Moura, que irão discutir, sob a moderação de Carlos Vaz Marques, o tema Pessoa e o Sonho do Supra-Camões.
(...)
Há exactamente 75 anos, no dia 1 de Dezembro de 1934, a editora Parceria António Maria Pereira, de Lisboa, publicava o volume de poemas "Mensagem". O autor, Fernando Pessoa, tinha então 46 anos - morreria quase exactamente um ano depois, a 30 de Novembro de 1935 - e, em formato de livro, descontado um folheto, depois repudiado, no qual defendia uma ditadura militar para Portugal, editara apenas alguns opúsculos de poesia inglesa.
Para comemorar o 75º aniversário da "Mensagem", a Guimarães lança hoje um fac-símile do dactiloscrito que Pessoa entregou nas oficinas tipográficas da Editorial Império, onde o livro foi impresso. Luís Vilaça, da Guimarães, chama-lhe "edição clonada" para acentuar que o objectivo da editora foi criar um objecto virtualmente indistinguível do original hoje conservado na Biblioteca Nacional. Desde a encadernação em tecido que Pessoa mandou fazer do dactiloscrito até à qualidade do papel, tudo foi minuciosamente reproduzido. Tal como no original, a palavra Mensagem aparece redigida a lápis, na folha de rosto, sob o título Portugal (que Pessoa só abandonou no último momento), escrito à máquina e riscado por cima.
Destituída de qualquer aparato crítico, para não prejudicar a sensação de se ter na mão o próprio caderno de Pessoa, esta edição "clonada" inclui apenas, em letra minúscula, a menção de que se trata de um fac-símile. E se não reproduz exactamente o objecto que Pessoa levou à gráfica, é apenas porque o próprio dactiloscrito inclui, actualmente, algumas indicações manuscritas por terceiros após a morte do poeta. Numa folha de guarda, pode, por exemplo, ler-se: "Comprado a Antonio Fumaça em 1.10.65. Pertencia ao espólio do Sr. Armando de Figueiredo, da Editorial Império."
A edição, com uma tiragem de 2500 exemplares, e que só estará à venda nas lojas da Guimarães e nas Fnac, será hoje lançada na Biblioteca Nacional, pelas 17h30, numa sessão que incluirá uma palestra de Eduardo Lourenço, uma leitura de poemas da "Mensagem" pelo actor Luís Lucas e um debate com Lourenço, Manuel Alegre e Vasco Graça Moura, que irão discutir, sob a moderação de Carlos Vaz Marques, o tema Pessoa e o Sonho do Supra-Camões.
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