Do Blog De Rerum Natura publicamos o seguinte post, do Doutor Carlos Fiolhais (o cientista português que tem o artigo científico mais citado em todo o mundo, segundo o Público):
Já está nos cinemas de todo o planeta (em breve também nos cinemas portugueses) uma nova versão do clássico de Júlio Verne de 1864 "Viagem ao Centro da Terra". Desta vez a novidade é o facto de ser um filme de acção com actores reais que pode ser visto em 3D (em Portugal há vários cinemas equipados para projecção 3D digital). O 3D já não é novo no grande ecrã, mas a tecnologia tanto da projecção de imagens como dos óculos melhorou a tal ponto que Hollywood promete para breve mais filmes do mesmo género.
O guião do filme de Eric Brevig, apesar de tomar as suas liberdades, é largamente inspirado no livro de Verne. No original era um cientista alemão que, com o seu sobrinho, entrava no interior da Terra na Islândia. Agora trata-se de um geólogo americano (Brendan Fraser), a história passa-se nos tempos de hoje - que faz o mesmo com o seu sobrinho (Josh Hutcherson). Em vez de um guia islandês, agora há uma guia islandesa (Anita Briem, uma jovem actriz da mesma nacionalidade) que, no fim, e como era fácil prever, se apaixona pelo cientista.
Boa parte da trama de Verne está lá, incluindo o grande oceano subterrâneo, o "mundo perdido" à la Conan Doyle com dinossauros e tudo, a jangada apanhada por uma tempestade e até a saída pela boca de um vulcão italiano. Vê-se já deste resumo que há muito mais ficção do que ciência (há grandes erros, como o trecho completamente delirante das pedras magnéticas que flutuam!), mas, de vez em quando, lá vêm uns apontamentos interessantes de geologia.
O filme é de acção, muita acção, o que lhe traz e vai trazer muito público juvenil. Parece que existe um parque de diversões no interior da Terra. A cena louca dos comboios mineiros faz lembrar o Indiana Jones. Os efeitos 3D aumentam a emoção por exemplo quando trazem para perto do espectador as mandíbulas do Tiranossaurus Rex ou a boca de uma feroz planta carnívora. Para os adultos, é um filme para levar os sobrinhos ou os filhos (a sala de cinema não é o interior da Terra mas também faz escuro), para além claro de mostrar a "novidade" do 3D. Mas é apenas um filme de férias e não se lhe peça mais do que isso...
O guião do filme de Eric Brevig, apesar de tomar as suas liberdades, é largamente inspirado no livro de Verne. No original era um cientista alemão que, com o seu sobrinho, entrava no interior da Terra na Islândia. Agora trata-se de um geólogo americano (Brendan Fraser), a história passa-se nos tempos de hoje - que faz o mesmo com o seu sobrinho (Josh Hutcherson). Em vez de um guia islandês, agora há uma guia islandesa (Anita Briem, uma jovem actriz da mesma nacionalidade) que, no fim, e como era fácil prever, se apaixona pelo cientista.
Boa parte da trama de Verne está lá, incluindo o grande oceano subterrâneo, o "mundo perdido" à la Conan Doyle com dinossauros e tudo, a jangada apanhada por uma tempestade e até a saída pela boca de um vulcão italiano. Vê-se já deste resumo que há muito mais ficção do que ciência (há grandes erros, como o trecho completamente delirante das pedras magnéticas que flutuam!), mas, de vez em quando, lá vêm uns apontamentos interessantes de geologia.
O filme é de acção, muita acção, o que lhe traz e vai trazer muito público juvenil. Parece que existe um parque de diversões no interior da Terra. A cena louca dos comboios mineiros faz lembrar o Indiana Jones. Os efeitos 3D aumentam a emoção por exemplo quando trazem para perto do espectador as mandíbulas do Tiranossaurus Rex ou a boca de uma feroz planta carnívora. Para os adultos, é um filme para levar os sobrinhos ou os filhos (a sala de cinema não é o interior da Terra mas também faz escuro), para além claro de mostrar a "novidade" do 3D. Mas é apenas um filme de férias e não se lhe peça mais do que isso...
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