segunda-feira, janeiro 29, 2007

Palestra em Évora - II



VARIABILIDADE E ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Prof. Luiz Carlos Molion

Instituto de Ciências Atmosféricas, Universidade Federal de Alagoas


Hora: 18:00

Data: 1 de Fevereiro de 2007

Local: Anfiteatro 1 – Colégio Luís Verney

Promove: CGE / UE


Resumo
Nas últimas duas décadas, a locução “desenvolvimento sustentável” tem sido empregada corriqueiramente e, por vezes, sem rigor. Sustentabilidade pode ser questionável em virtude do crescimento populacional e da vulnerabilidade da Sociedade Humana à variabilidade climática. Paralelamente, ênfase exagerada tem sido dada à hipótese de alterações climáticas recentes serem resultantes do aquecimento global, decorrente da intensificação do efeito-estufa por actividades humanas, como queima de combustíveis fósseis e aumento da produção agropecuária. A complexidade do clima global e as dificuldades em prognosticá-lo foram discutidas por meio de uma breve revisão de seus agentes controladores ou “forçantes climáticas”. Relativamente ao sistema terra-atmosfera-oceano, as forçantes podem ser de natureza externa - como a produção de energia pelo Sol, erupções vulcânicas e forças gravitacionais - ou interna - como o efeito-estufa, albedo planetário e o transporte de calor por correntes marinhas. Como exemplo, dados observados e de Reanálises do NCEP/NCAR foram utilizados para estudar a variabilidade do clima de Portugal no período 1948-2006, e antever suas tendências futuras, associadas à oscilação quase-bidecadal da temperatura superficial do Pacífico (ODP). Resultados indicaram, por exemplo, que a pressão atmosférica, entre Novembro-Março, aumentou (diminuiu) na fase quente (fria) da ODP e que os totais pluviais foram maiores (menores) no centro-oeste (noroeste) durante sua fase quente. A média mensal da temperatura do ar (Tar) no inverno aumentou durante sua fase quente. No período 1999-2006, a amplitude de Tar excedeu 2,0°C no ciclo anual, com valores maiores (menores) no verão (inverno) relativos à media de 1948-1998. Isso pode estar ocorrendo devido a alterações do transporte de calor sensível pela Corrente do Golfo para o Árctico a partir de 1995. Estudos dessa natureza contribuem para aprofundar o conhecimento da variabilidade e prognósticos climáticos de longo alcance, que surgem como ferramentas de valor inestimável e estratégico para que o desenvolvimento sustentável e o bem-estar social possam ser alcançados eventualmente.

Sem comentários: