segunda-feira, outubro 08, 2007

Ida à Mina da Guimarota - últimos dados

NOTA: Actividade ADIADA por motivos de segurança.

O texto seguinte fica para o histórico da actividade, que ainda não tem nova data.



Conforme previsto, iremos à Antiga Mina da Guimarota na manhã de 13.10.2007 (sábado). Recebemos até agora cerca de 25 inscrições para a actividade (só levaremos um máximo de 32 pessoas à mina...) e, mais tarde, teremos mais novidades sobre esta actividade.


1. Participantes (lista provisória)

Universidade de Coimbra - Departamento de Ciências da Terra:
  • Doutor Pedro Callapez
  • Doutor Jorge Dinis
  • Doutor António Saraiva
  • Doutor Fernando Figueiredo
  • Doutora Lídia Gil
  • Mestre Soares Pinto

Instituto Politécnico de Leiria - ESTG:
  • Mestre Doutoranda Anabela Veiga

Museu da Lourinhã/Universidade Nova de Lisboa:
  • Doutor Octávio Mateus
  • Lic. Rui Castanhinha
  • Lic. Ricardo Araújo
  • Lic. Alessandra Boos
  • Lic. Ana Sarzedas

INETI:
  • Mestre José Brandão

Núcleo de Espeleologia de Leiria:
  • Pedro Ferreira
  • José Artur Pinto

Organização - Escolas Correia Mateus/Rodrigues Lobo e Blogues GeoLeiria/Geopedrados:
  • Fernando Martins
  • M.ª Adelaide Martins
  • M.ª Céu Machado

Outros Professores, Espeleólogos e Estudantes de Geociências:
  • Sofia Reboleira
  • Bruno Pereira
  • Pedro Alves
  • Diogo Gaspar
  • Raquel Barros
  • Elsa Baptista
  • Hugo Mendes
  • Sérgio Medeiros
  • Ana Rola
  • Ricardo Pimentel
  • Ana Monteiro
  • Mestre Anabela Graça
  • Fátima Cardoso
  • Joana Tavares
  • Tatiana Esmeraldo
  • Norberta Soares
  • Renato Cruz
  • Maria Joana

Convidados locais a confirmar:
  • Presidente da Câmara de Leiria, Dr.ª Isabel Damasceno
  • Vereador Dr. Vítor Lourenço
  • Vereador Eng.º Fernando Carvalho
  • Presidente da Junta de Leiria Laura Esperança
  • Comandante interino dos Bombeiros Municipais de Leiria

2. Horário

09.00 - Encontro na casa do Fernando Martins - Professores de Coimbra e Lisboa
10.00 - Encontro do Parque de estacionamento do LIDL da Guimarota - participantes de Leiria
10.15 - Ida à Mina - observação e actividades
13.00 - Almoço


3. Material a trazer
  • Roupa e botas de campo
  • Material de campo de geólogo (opcional)
  • Materiais de apoio à actividade (livros sobre a Mina da Guimarota, etc.)


Aceitam-se sugestões e ideias ou propostas de alteração da actividade. As pessoas que se inscreveram e cujo nome não esteja na lista devem contactar-me.

As inscrições encerram dia 09.10.2007 às 23.59 horas.

NOTA: Actividade adiada - ver post de 10.10.2007.

Apresentação multimédia sobre Telescópios

Aqui fica a sugestão...


Apresentação em PowerPoint sobre Telescópios - AQUI.

sábado, outubro 06, 2007

As aventuras de um paleontólogo no Gobi

Octávio Mateus
Diário do deserto entre areia e esqueletos de dinossauros

Octávio Mateus partiu a 20 de Agosto numa expedição. Durante 34 dias, no deserto de Gobi, o paleontólogo teve o seu quinhão de felicidade e escreveu um diário do qual agora publicamos excertos.

Octávio Mateus partiu a 20 de Agosto numa expedição. Durante 34 dias, no deserto de Gobi, o paleontólogo teve o seu quinhão de felicidade e escreveu um diário do qual agora publicamos excertos

Octávio Mateus partiu a 20 de Agosto numa expedição. Durante 34 dias, no deserto de Gobi, o paleontólogo teve o seu quinhão de felicidade e escreveu um diário do qual agora publicamos excertos.

FASE I DA EXPEDIÇÃO:

Em Shine Us Khuduk, Deserto de Gobi (Sudeste da Mongólia).

Era o 3.º dia de escavação, a 23 de Agosto de 2007, e os grãos de areia bombardeavam-nos a 90 km/h como microprojécteis, acertando na pele exposta como se de pequenas agulhas se tratasse. Enfrentávamos uma forte tempestade de areia que tornava mais difícil a concretização do nosso principal objectivo: escavar dinossauros encontrados pela nossa expedição paleontológica.

Apesar da tempestade de areia, que durou todo o dia, a escavação dos dinossauros continuou, uma vez que tínhamos de aproveitar todos os momentos de uma expedição científica de apenas 34 dias na Mongólia. (...)

A nossa expedição chama-se “Korea--Mongolia International Dinosaur Project” (...) e tinha dois principais objectivos: conhecer mais dados sobre o período Cretácico (144 a 65 milhões de anos) e descobrir novos esqueletos de dinossauros. Fomos bem sucedidos!

Cada dia era uma aventura surpreendente, sempre com novas descobertas ou peripécias imprevistas. À noite, reunidos na tenda maior, de tipo militar, mostrávamos e catalogávamos as descobertas do dia, identificávamos os ossos mais intrigantes ou discutíamos questões científicas que se iam levantando e que nos assolavam.

Pessoalmente, eu tinha dois grandes objectivos: aprender mais sobre os dinossauros da Mongólia e descobrir novos esqueletos, nomeadamente de dinossauros saurópodes e de terizinossauros. Os primeiros são os clássicos gigantes de pescoço comprido, que podiam atingir 30 toneladas de peso e aos quais tenho dedicado parte da minha carreira. Os saurópodes são pouco conhecidos na Mongólia, logo, qualquer nova descoberta tinha o potencial de vir a ser importante. Quanto aos outros, os terizinossauros, tenho uma curiosidade natural sobre eles, pois são um dos tipos de dinossauros mais estranhos que jamais existiram. Embora dentro do grupo dos dinossauros carnívoros bípedes (os terópodes), tal como o Tyrannosaurus rex ou o Allosaurus, estes raros terizinossauros são invulgarmente enigmáticos e bizarros.

Numa abordagem completamente não científica, alguém poderia descrevê-los como um cruzamento entre um T. Rex, um urso e um peru com enormes garras nas patas dianteiras. Quando o primeiro terizinossauro foi descoberto os ossos eram tão estranhos que os paleontólogos julgaram tratar-se de uma tartaruga gigante. (...)

A verdade é que sabemos muito pouco sobre estes estranhos animais. Conhece-se a morfologia de alguns ossos, a idade geológica em que viveram, mas desconhece-se o habitat, alimentação, comportamento, reprodução e muito mais. Por isso, qualquer novo achado poderá, potencialmente, trazer alguma luz sobre os terizinossauros.

Quando o paleontólogo coreano, e principal organizador da expedição, Yuong-Nam Lee trouxe um fémur (um osso da coxa), descoberto naquele dia, ninguém conseguiu compreender de que dinossauro se tratava. A morfologia era diferente de tudo aquilo a que estávamos habituados, o que me levou a pensar que poderia ser de um tão desejado terizinossauro. Assim era. E parece ter pormenores inteiramente novos, pelo que pode ser de uma nova espécie desconhecida até à data ou de uma espécie já descrita cujo fémur não conhecíamos. Esta abordagem verificou-se eficaz: cada vez que encontrávamos um osso de dinossauro terópode diferente daquilo a que estávamos habituados, verificávamos tratar-se, em alguns dos casos, de terizinossauros. Eu descobri partes do crânio, vértebras e ossos dos membros. O sedimentólogo canadiano David Eberth descobriu uma jazida com parte de um esqueleto. Recolhemos alguns dos ossos, incluindo partes da enorme garra, mas outros ficaram no terreno porque não tivemos tempo para escavar tudo. Voltaremos para o ano. Entretanto, temos achados suficientes para contribuirmos para o conhecimento destes animais e para fazermos bons estudos científicos. Eu estava contente: novos ossos e partes de esqueletos de terizinossauros, saurópodes e de muitos outros dinossauros. A Mongólia é um ‘El Dorado’ da Paleontologia.

FASE II DA EXPEDIÇÃO:

De Shine Us Khuduk até Khermeen Tsav (Oeste de Gobi)

Ao mudarmos de local de acampamento, do Leste de Gobi para o Oeste, aventurámo-nos novamente pelo deserto, onde peripécias e imprevistos podem ocorrer a qualquer momento. A nossa caravana, de seis viaturas, fez uma travessia lenta, de seis dias, pois sofriam constantes avarias e tinham frequentemente pneus furados. Dois lentos e antigos camiões soviéticos traziam todo o equipamento e víveres necessários às duras condições no deserto(...). As raras estradas existentes no deserto são, na verdade, caminhos e trilhos de terra, mas o seu uso contínuo dá-lhes o epíteto de “estrada nacional”, com direito a numeração e a figurar na maioria dos mapas da Mongólia, até mesmo na escada de 1:2.000.000. (...)

Khermeen Tsav, o segundo local de acampamento e escavações, é o local mais remoto onde eu já alguma vez estive. (...) Magníficos canyons de cor avermelhada estendem-se a perder de vista e todos aqueles afloramentos de rocha são um convite à descoberta de dinossauros. A 54 quilómetros de distância encontrava-se o primeiro ser humano, que habitava numa ‘ger’, uma tenda circular tradicional, e a primeira povoação era uma pequena cidade que estava a cerca de 150 km. A comunicação com o mundo exterior fazia-se através de emissores-satélite. (...)”

PORTUGUÊS DA SEMANA

Octávio Mateus, paleontólogo, doutorado pela Universidade Nova de Lisboa, filho dos co-fundadores do Museu da Lourinhã, foi o Português da Semana na Domingo, na edição de 19 de Agosto, em vésperas de partir para esta expedição

ROY CHAPMAN ANDREWS

Entre 1922 e 1930, Roy Chapman Andrews – inspirador da personagem de Indiana Jones – levou a cabo missões de investigação no deserto de Gobi, na Mongólia. Em 2007, durante 34 dias, o português Octávio Mateus integrou uma missão internacional – pelo contingente norte-americano, de 15 pessoas – em que participaram ainda japoneses, sul-coreanos e mongóis

OSSOS DE MATEUS

“Eu descobri uma bone-bed, termo usado pelos paleontólogos para designar uma camada repleta de ossos com pelo menos 8 indivíduos de anquilossauros, um dinossauro herbívoro couraçado, e de onde recolhemos três crânios completos. A grande quantidade de ossos fez-nos deixar muitos deles no terreno. (...): identificámos dezenas de pegadas e recolhemos ovos, cascas de ovo e vários ninhos, entre os quais um ninho de dinossauro carnívoro Oviraptor, com ossos de embrião (...). Encontrámos e recolhemos, ainda, ossos de Tarbosaurus (o “primo asiático” do Tyrannosaurus rex), anquilossauros, protoceratops, ornitomimossauros (incluindo um bebé), e muitos outros achados (...).”

in Correio da Manhã - ver notícia

Roteiro da Ciência - PR nos Açores

Início hoje em Angra do Heroísmo
Roteiro da Ciência: Presidente da República inicia hoje visita a quatro ilhas açorianas
06.10.2007 - 10h10 Lusa

O Presidente da República inicia hoje uma deslocação a quatro ilhas dos Açores, onde vai manter encontros com as entidades locais e regionais e promover mais uma jornada do Roteiro da Ciência, dedicada às Ciências do Mar.

Depois de aterrar hoje na Base Aérea das Lajes, ilha Terceira, Cavaco Silva tem um almoço com os 19 presidentes das câmaras municipais dos Açores, no salão nobre da autarquia de Angra do Heroísmo.

O Chefe de Estado desloca-se, depois, ao monumento em memória de D. Pedro IV, que permite uma vista sobre Angra do Heroísmo, e passeia a pé pela cidade, cujo centro histórico é classificado como Património Mundial.

O resto do primeiro dos cinco dias da visita à Região Autónoma é preenchido com um audiência ao presidente do Governo Regional, Carlos César, e com um jantar oferecido pelo Representante da República nos Açores.

Cavaco Silva estará até quarta-feira no arquipélago, com deslocações, também, às ilhas do Pico, Faial e a São Miguel.

O domingo será dedicado ao Pico e ao Faial, com visitas à paisagem da cultura da vinha classificada como Património Mundial desde 2004, e ao vulcão dos Capelinhos, numa altura em que se comemora os 50 anos da erupção.

Depois de sobrevoar o vulcão num helicóptero da Força Aérea, o Presidente da República participa numa sessão solene comemorativa dos 50 anos da erupção que mudou a ilha do Faial e que obrigou cerca de metade da população a emigrar.

Aníbal Cavaco Silva dedica parte de segunda-feira a uma jornada do Roteiro da Ciência, desta vez dedicada às Ciências do Mar, que servirá para conhecer as actividades do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, localizado na ilha do Faial.

Para este dia está, ainda, prevista uma sessão solene na Assembleia Legislativa dos Açores, na cidade da Horta, com intervenções de representantes das diversas bancadas e do Chefe de Estado.

Na terça-feira, já em São Miguel, Cavaco Silva participa num encontro com empresários, almoça com agricultores e recebe a Chave de Ouro da Cidade de Ponta Delgada.

No último dia da deslocação, 10 de Outubro, o Presidente da República visita o Centro de Vulcanologia da Universidade dos Açores, uma unidade de investigação que monitoriza a actividade sísmica e vulcânica nas ilhas.

in Público - ver notícia (sublinhados - negrito e itálico - da nossa responsabilidade...).

quinta-feira, outubro 04, 2007

Parque espeleológico na Terceira (Açores)

"A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo anunciou que pretende, em cooperação com o governo e privados, construir quatro parques temáticos no concelho.
(...)

José Pedro Cardoso adiantou ainda que os projectos e as localizações serão apresentados publicamente no início do próximo ano.
Para o autarca não é importante quem teve a ideia ou apresentou os parques, o fundamental é que o concelho de Angra do Heroísmo passe a ter os quatro parques e outra capacidade de resposta em termos de animação. “Trata-se de potencializar os nossos recursos. Alguns naturais” – explica.
(...)

O parque, que abrangerá áreas relacionadas com "os endemismos da ilha e com a evolução da agricultura, desde o tempo dos primeiros povoadores até aos nossos dias", para além de outros focos de interesse da vida comunitária, já foi anunciado pelo o secretário regional da Economia, Duarte Ponte. Na ocasião, o governante informou que a infra-estrutura de animação turística seria num terreno de 30 mil metros quadrados.
A localização do parque espeleológico não deverá fugir ao centro da ilha e a autarquia deverá contar com a colaboração “Os Montanheiros”, contudo, José Pedro Cardoso não confirma a informação.
(...)"

Fonte: Blog Profundezas - (Fonte: A União.com)

Espeleo-Mergulho nos Olhos de Água do Alviela

ALVIELA SUB 125 - BATIDO O RECORDE DE PROFUNDIDADE DE MERGULHO EM GRUTA EM PORTUGAL

ESPELEO-MERGULHO NOS OLHOS DE ÁGUA


Dando continuidade às explorações de anos anteriores e a trabalhos pontuais já efectuados este ano, decorreu entre os dias 25 de Agosto e 1 de Setembro uma campanha de Espeleo-mergulho na nascente do Alviela.

Pretendeu-se melhorar a topografia existente (mapa da gruta) e continuar a exploração nas galerias mais profundas. A par deste objectivos pretendia-se ultrapassar a profundidade de -125 metros atingida na ultima grande exploração (a profundidade de uma gruta é medida tendo como ponto de cota zero a entrada da mesma).
Esta expedição foi organizada pela Secção de Mergulho da Sociedade Portuguesa de Espeleologia (SPE) e teve o apoio logístico da Delegação de Minde da SPE. Também o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e a EPAL apoiaram esta iniciativa.

Contou-se com a presença dos mergulhadores estrangeiros, convidados pela SPE, Jérome Meynié e Francis Lavaud de França e de Martin Burgi de Espanha.

A coordenação técnica por parte da SPE coube aos mergulhadores Piotr Gajek e Filipe Worsdell e a coordenação científica a José António Crispim. A actividade contou ainda com sócios mergulhadores da SPE João Moteiro Henriques (de Minde), Pedro Martins e Ricardo Constantino.

Como já referido, a Delegação de Minde da SPE prestou apoio logístico através dos sócios João Gonçalves Henriques e Luís Miguel Lopes.

Durante os mergulhos foram efectuadas recolhas para identificação biospeleológica destinadas ao trabalho de mestrado de Sofia Reboleira (Universidade de Aveiro) e colheitas de água para análise no âmbito do projecto WATERMIND (POCI/CTE-GEX/59086/2004 - Universidade de Lisboa).

Durante a exploração foi descoberta e explorada uma nova galeria à profundidade de -46 metros.

No dia 30 de Agosto foi efectuado uma tentativa bem sucedida, por Jérome Meynié, de continuar a exploração da galeria principal, tendo inclusivamente batido o recorde de profundidade de mergulho em gruta em Portugal, que se situava em -125, também no Alviela, e que passou para -130 metros.

Está prevista que a exploração dos Olhos de Água do Alviela continue no início do próximo mês de Outubro.

Mais informação desta campanha podem ser consultadas na página de internet da SPE na internet: www.spe.pt.

Fonte espeleo_pt

Gruta do Carvão (S. Miguel) "aumenta" de tamanho

Entre os dias 13 e 16 de Setembro último, uma equipa de espeleólogos integrando os "Amigos dos Açores" e "Os Montanheiros" esteve a explorar as cavidades vulcânicas da ilha de São Miguel, no âmbito das actividades programadas para 2007 de ambas as associações e, igualmente, no âmbito do plano de actividades do GESPEA – Grupo para o Estudo do Património Espeleológico dos Açores, apoiado pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar.

A campanha "Espeleo-Arcanjo 2007" incluiu a determinação de coordenadas GPS das aberturas de diferentes grutas e algares vulcânicos existentes na Ilha de São Miguel, a recolha de dados geológicos e biológicos e a visita a locais onde é reportada a existência de cavidades, ainda não explorados.

De entre os resultados obtidos destaca-se a cartografia, pela primeira vez, de uma secção da Gruta do Carvão (troço do Paim) localizada para Norte da 2ª Circular a Ponta Delgada, aonde se acede por passagem difícil, estreita e após rastejo. Deste modo, foi possível cartografar cerca de 130 novos metros da gruta, prolongando-a para Norte da Rua da Saúde, nos Arrifes e "aumentando" o comprimento do túnel principal do troço do Paim da Gruta do Carvão para uma extensão total de cerca de 690 metros.

Durante esta campanha, os membros dos "Amigos dos Açores", de "Os Montanheiros" e do GESPEA, visitaram igualmente os Arrifes, de modo a vistoriarem locais usualmente referidos (nomeadamente em documentos históricos e testemunhos oculares) como dando passagem a cavidades vulcânicas naturais existentes no subsolo.

Neste contexto, os "Amigos dos Açores" apelam a todas as pessoas e entidades, em especial na freguesia dos Arrifes, que possuam informações, documentos, fotos ou outros dados concretos sobre a existência da gruta, ou de aberturas, nos seus terrenos ou zonas vizinhas, para que contactem a Associação através de telefone, fax ou correio electrónico, na medida em que tais informações são muito importantes para o mapeamento da cavidade e um melhor conhecimento do traçado deste Monumento Natural Regional na malha urbana da cidade de Ponta Delgada e freguesias limítrofes.


in AZORESdigital - ler notícia (fonte espeleo_pt)

Cabo Mondego Monumento Natural...!

O Cabo Mondego já é Monumento Natural. A decisão do Governo publicada em Diário da República, entrega a gestão ao Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

Finalmente. Uma vitória de peso para a Figueira da Foz. O Governo reconheceu - e publicou em Diário da República - a classificação de Monumento Natural ao Cabo Mondego entregando a sua gestão o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade. A este instituto público caberá, agora, a responsabilidade de acompanhar e fiscalizar a proibição ou condicionamento de um conjunto de actividades definidas pelo decreto que hoje entra em vigor. Uma tarefa para a qual irá contar com autarquias e entidades ligadas ao ambiente.

É de referir que para esta decisão do Governo, foram ponderados os resultados do inquérito público, que decorreu de 8 de Setembro a 20 de Outubro de 2006, e ouvida a Câmara Municipal da Figueira da Foz.

A classificação, que reconhece o valor daquele espaço, pretende, também, garantir a sua conservação, a manutenção da sua integridade, a investigação científica sobre os fenómenos geohistóricos e a sua divulgação numa perspectiva de educação ambiental.

De acordo com o documento publicado em Diário da República, a classificação e a delimitação da área do Monumento Natural, "não prejudicam a validade nem a vigência das licenças existentes à data da sua entrada em vigor ou que se venham a renovar depois desta data e que abranjam os seus limites, sem prejuízo dos titulares das mesmas se encontrarem vinculados ao regime definido no decreto regulamentar".

Contemplando que "será excluída a criação de qualquer zona de defesa do Monumento Natural em relação à área de escavação circundante à sua delimitação", o mesmo documento garante que dentro dos seus limites "é interdita a exploração dos recursos geológicos e outros; a abertura de novas vias de acesso; a alteração da morfologia do terreno e do coberto vegetal, nomeadamente através de escavações, aterros e depósitos de resíduos sólidos de qualquer tipo; a alteração do contorno da linha de costa e dos afloramentos submersos; o lançamento de efluentes, industriais ou domésticos, não devidamente tratados; a introdução de espécies alóctones; a instalação de infra-estruturas de electricidade e telefónicas, de telecomunicações, de transporte de gás natural ou de outros combustíveis, de abastecimento de água, de saneamento básico e de aproveitamento de energias renováveis; a captação e o desvio de águas que concorra para um abaixamento do seu nível normal; a deposição de materiais, entulhos ou resíduos e o vazamento de lixos; a prática de actividades desportivas motorizadas; a prática de campismo e caravanismo.

É de sublinhar que as actividades referidas "podem ser excepcionalmente realizadas desde que as intervenções se destinem a investigação científica e a recuperação ambiental e sejam efectuados pelo ICNB, ou por entidades por ele reconhecidas e autorizadas".

Condicionada está também a demolição, reconstrução, ampliação e remodelação de edifícios ou outras construções existentes; a edificação de novas construções ou de estruturas de quaisquer tipos; o alargamento ou qualquer outra alteração das vias de acesso existentes; a colheita de amostras, incluindo fósseis; o corte e a colheita de exemplares de espécies vegetais espontâneas.

in As Beiras - ler notícia (fonte espeleo_pt)

Canal História - Cidades debaixo de terra

Cidades debaixo de terra: Nápoles, sob o Vesúvio

Quinta-feira 4 de Outubro - 16.00 horas
Sexta-feira 5 de Outubro - 00.00 e 08.00 horas

A maioria das cidades do mundo, os arranha-céus erguem-se sobre as nossas cabeças, os taxistas buzinam e os vendedores de rua oferecem os seus produtos. No entanto, sob a superfície encontra-se uma cidade sobre outra cidade, cada uma com uma história fascinante. Nesta série analisam-se estas partes sobrepostas de uma cidade, que frequentemente se encontram a centenas de metros de profundidade. Além disso, serão analisadas as antigas cisternas, as húmidas e frias masmorras, os arrepiantes túmulos, os esconderijos clandestinos; e, inclusive, os naufrágios que aconteceram há centenas de anos atrás e que permaneceram ocultos. O que se encontra sob os diferentes estratos subterrâneos das cidades mais povoadas do mundo? Como construíram e constroem os engenheiros uma camada sobre a outra até criar as ruas das cidades como existem nos dias de hoje? Nesta série são reveladas as maravilhas tecnológicas que permitiram a construção de uma cidade sobre outra, literalmente.

in Canal História - ler texto (Fonte espeleo_pt)

Sputnik - 50 anos...!

Sputnik - 50th Anniversary

Nuno Crato

Sputnik, o satélite politicamente incorrecto

Faz amanhã (HOJE) 50 anos que «arrancou» a conquista do espaço

2007-10-03
Por Nuno Crato *

Sputnik 1 foi o primeiro satélite a ser posto em órbita

Tinha eu cinco anos quando ouvi um nome novo e curioso: «Sputnik». Não me lembro desse momento, porque de pouco ou nada me lembro dessa altura, mas sei que anos depois a palavra mágica continuava a ser ouvida. E as conversas eram estranhas. O meu pai explicara-me que se tratava de um satélite artificial da Terra. O primeiro. E que tinha sido lançado pela União Soviética, uma país distante e misterioso que se identificava com «a Rússia», aquele lugar de que se falava a propósito de uma estação de rádio que era proibido escutar, dos pastorinhos de Fátima e de muitas outras coisas. Sabia-se, por exemplo, que Salazar não gostava da Rússia e, por isso, ao falar do Sputnik falava-se mais baixo e olhava-se à volta. Para mim, que era muito miúdo, era tudo um jogo misterioso.


Falava-se também de um professor universitário português que tinha dito que o Sputnik não existia, que era uma arma de propaganda comunista, pois era cientificamente impossível haver um satélite artificial da Terra. De repente, deixou de se falar desse professor universitário, pois os Estados Unidos tinham também colocado um satélite no espaço.

Anos mais tarde, muitos anos mais tarde, tentei reconstituir o que se passara. Ao que parece, o professor universitário não era um, mas sim dois: um em Lisboa e outro no Porto. Este último foi durante muitos anos alvo de chacota por parte dos seus alunos. O primeiro penso que também. Nunca consegui, no entanto, esclarecer completamente o que se passara. As lendas abundam, mas nomes concretos, declarações, registos, documentos, tudo isso falta.

E gostaria de esclarecer o que se passara pois creio que o episódio foi revelador e sintomático. Face aos progressos científicos de outros países respondia-se com desdém. E o desdém não era só dirigido «à Rússia». Era dirigido também aos Estados Unidos da América, país pelo qual Salazar nunca morreu de amores. Só alguns anos mais tarde percebi por que os progressos científicos dos norte-americanos eram também desdenhados.

Foi preciso passarem 12 anos. Lembro-me de ter visto na televisão imagens confusas de algo muito mais arrojado do que um satélite. Estava na praia do Baleal e a televisão existia no nosso país há poucos anos. Pouca gente a tinha. O aparelho onde vi as imagens estava num café cheio de gente. Tão cheio que era difícil aproximar-mo-nos do écran. Lembro-me que os meus pais estavam em Lisboa nesse dia. Como não tinham televisão, foram à Baixa, onde havia aparelhos a funcionar nas vitrines das lojas. Foi daí que viram as mesmas imagens que eu estava a ver. Imagens trémulas, pois tinham viajado 384 milhares de quilómetros. Era 20 de Julho de 1969. As imagens mostravam Neil Armstrong a pisar o solo da Lua.

Lembro-me de amigos dos meus pais acharem toda essa curiosidade e todo esse entusiasmo despropositados. Afinal, quem tinha aparecido na televisão eram americanos. Só teriam ido à Lua por dinheiro e despeito. Os russos tinham estado sempre à frente na corrida ao espaço, diziam, e os norte-americanos apenas tinham conseguido sucessos na fase final...

Nunca percebi muito bem como era possível que pessoas inteligentes pudessem rejeitar avanços científicos e tecnológicos. Como era possível haver professores universitários que escondessem a cabeça na areia dizendo que o Sputnik não existia?! E como era possível não se estar emocionado com a chegada do homem à Lua?! É de facto estranho, mas revela uma atitude que persiste. Ainda há poucos anos se ouviram intelectuais portugueses a protestar com a exploração de Marte.

Vou prosseguir a minha história. Passados outros tantos anos, fui estudar para os Estados Unidos, país que na altura não me fascinava especialmente, mas de onde regressei, quase 15 anos depois, completamente seduzido. Aí percebi o que se tinha passado depois do Sputnik. Ao contrário de esquecer a sua existência, os norte-americanos reagiram sacudindo a fundo a sociedade.

Em todo o lado se pensara em mudança. Começando no ensino. Reviram-se os programas, criaram-se escolas de elite, estreitaram-se as relações entre o ensino superior e o pré-universitário, estimularam-se programas de investigação. Preparou-se uma nova geração para a ciência. O Sputnik de 1957 criou ondas de choque que se propagaram até ao sucesso do programa Apolo de 1969.

No meio disto há um pequeno facto histórico pouco notado. O Sputnik russo foi lançado em Outubro de 1957. O primeiro satélite norte-americano foi colocado no espaço em Janeiro de 1958. Três meses mais tarde. Apenas três meses. Isso explica por que razão os críticos portugueses do Sputnik se calaram. E leva a pensar nas origens da «onda de choque» que se propagou pelos Estados Unidos. O «efeito Sputnik» foi consciente. Havia a vontade de mudar, e o satélite russo não foi mais que o pretexto.

Apesar de mudanças brutais e de progressos imensos desde o Portugal salazarista de 1957, vivemos hoje uma situação que tem alguns paralelos com a dessa época. Continuam a existir responsáveis políticos que pouco se preocupam com o nosso atraso científico. E continuam a existir académicos que o negam ou subestimam.

É certo que existem hoje muitos jovens cientistas que se destacam no panorama internacional e que orgulham o país. É certo que começam a aparecer nomes portugueses citados na imprensa internacional. É certo que se podem hoje ler nomes de universidades e institutos de investigação nacionais em artigos na Science, na Nature ou noutras revistas internacionais onde a nossa presença era, ainda há pouco, praticamente inexistente. O facto orgulha-nos, mas, tal como o Sputnik, pode levar-nos a duas atitudes opostas. E a realidade é que a ciência portuguesa continua numa situação de atraso relativo entristecedora. Tudo o que dissemos sobre os nossos progressos podem muitos países semelhantes ao nosso, em dimensão, desenvolvimento, cultura e produto económico, dizê-lo com cem vezes mais propriedade. Há ainda muito a fazer. Muitíssimo. Aprendemos alguma coisa com o Sputnik?


*Professor de Matemática e Estatística no Instituto Superior de Economia e Gestão, Lisboa, actual Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática.

Este texto foi extraído e ligeiramente adaptado (pelo próprio autor) de «Ciência em Portugal: os próximos 30 anos» publicado na colectânea 25 de Abril: Os Desafios para Portugal nos Próximos 30 Anos, Presidência do Conselho de Ministros, Comissão das Comemoração dos 30 Anos do 25 de Abril, Lisboa 2004


in Ciência Hoje - ver notícia

quarta-feira, outubro 03, 2007

Semana Mundial do Espaço 2007

Amanhã, dia 4 de Outubro, às 15h30, foguetões de água elevam-se no ar em diferentes pontos do País comemorando os cinquenta anos do lançamento do primeiro satélite artificial: o Sputnik. A Rede de Centros Ciência Viva, algumas escolas e associações assinalam assim o início da Semana Mundial do Espaço 2007.

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Doutor José Mariano Gago, participará nesta iniciativa no Centro Ciência Viva da Amadora, onde decorrerá uma Oficina sobre Educação e Exploração Espacial.

Aproveite o Domingo, dia 7, para passear pelo Terreiro do Paço, em Lisboa, e para lançar foguetões de água, construir aeromodelos e dar largas ao seu sentido de orientação numa actividade de demonstração do GPS. Uma equipa do Pavilhão do Conhecimento promete guiá-lo nesta aventura.

No dia 10, às 15 horas, também no Pavilhão do Conhecimento, descubra como um pequeno embrulho dourado suspenso num balão permite o envio de equipamentos científicos para a alta atmosfera, com a particularidade de os devolver para análise dos resultados após a viagem. O Straplex (Stratospheric Platform Experiment) foi inicialmente desenvolvido pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA).

Partindo de uma ideia de estudantes daquela universidade, o Straplex transporta actualmente experiências científicas propostas por jovens de toda a Europa. Os seus "inventores", agora investigadores a trabalhar em colaboração com a ESA, vão estar à conversa com o público e com estudantes portugueses que participaram em Space Camps, na Turquia e nos Estados Unidos.

De 4 a 10 de Outubro decorrerão pelo País dezenas de actividades de divulgação das ciências e tecnologias espaciais.

Programa completo da Semana Mundial do Espaço 2007 em:
http://www.cienciaviva.pt/rede/space/space2007/programa.asp

Oiça o clip Sputnik - Os sons que mudaram o mundo



Mais informações:
www.cienciaviva.pt

Simpósio em Geologia Económica - Moçambique

Simpósio em Geologia Económica


Promovido por Patrícia Falé e Costa
e
Luís Plácido Martins

Departamento de Geologia Económica
INETI – Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Portugal




Em associação com:
CLME’2008

5º Congresso Luso-Moçambicano de Engenharia

Maputo, Moçambique
2-4 Setembro 2008



Aceitam-se Artigos nas seguintes áreas ou outras afins: Prospecção de recursos minerais; indústria extractiva e ambiente; aplicação de sistemas de informação geográfica e detecção remota aos recursos geológicos; métodos geofísicos e recursos minerais; geoquímica de processos superficiais, património geológico-mineiro; gestão ambiental de riscos e desastres resultantes da actividade extractiva; os recursos minerais como factor do desenvolvimento sustentável; recursos minerais e ordenamento do território; cooperação no âmbito da CPLP e da UE-ACP.


Resumos alargados dos Artigos, numa extensão de duas páginas A4, devem ser submetidos em ficheiro electrónico no formato indicado no site do Congresso - um exemplo de Resumo Alargado está disponível para “download” no endereço seguinte:

http://paginas.fe.up.pt/clme/2008/Modelo_Resumos.doc


A data limite para a recepção dos Resumos é 18 de Janeiro 2008, e aqueles que forem aceites serão publicados num “Livro de Resumos” para distribuição a todos os participantes durante Congresso. Os textos completos dos Artigos serão compilados em CD-ROM.


Para informações adicionais, por favor consulte o site do CLME’2008 ou entre em contacto com o promotor do Simpósio ou com a Comissão Organizadora do CLME’2008.

Concurso - Comemorações de um Ano Muito Espacial!


A Europlanet-European Planetology Netowork, que podem visitar através do seu site, que é http://www.europlanet-eu.org/, está a preparar uma série de actividades para celebrar os 50 anos da Exploração Espacial e os 10 anos do lançamento da missão Cassini-Huygens.

A actividade principal consiste num concurso com três categorias:
  • Para Crianças dos 6 aos 12 anos
  • Para Astrónomos Amadores
  • Para Artistas
O vencedor nacional será posteriormente o representante de Portugal na final europeia. O prazo para inscrição no concurso é 31 de Outubro de 2007 e o regulamento encontra-se disponível em:


Em Portugal o ponto de contacto para esta iniciativa é o Doutor António Pedrosa, do Centro Multimeios de Espinho, instituição ligada à Astronomia e cujo site é: http://www.multimeios.pt.

Mais informações consultar:



ADENDA: fez ontem 100 anos que  nasceu a fadista Hermínia Silva. Recordemos a data com um fado seu:

segunda-feira, outubro 01, 2007

O colega de Benavente

Maria Filomena Mónica, cronista do Público, há muito tempo que debate em público questões comezinhas da nossa vida social, como por exemplo a da Educação.

É licenciada em Filosofia; doutorada em Sociologia por Oxford e tem escrito livros, diversos sobre fenómenos sociológicos e sobre a Educação em Portugal. Desde 1978, com Educação e Sociedade no Portugal de Salazar, até Os Filhos de Rousseau, dez anos depois, tem um percurso de escrítica do sistema de ensino que os governantes nos impingem, desde há trinta anos a esta parte.

Não é a única pessoa, com notoriedade pública, a escrever contra a corrente deste sistema de ensino e há outros exemplos como o de Nuno Crato.

Em 28 de Fevereiro de 1997, escreveu um artigo na revista Vida do extinto Independente, com o título A Catástrofe, referido aos programas e exames do 12º ano de então que lhe pareciam “o lugar ideal para se detectar o pensamento do legislador”. “ A ingestão de doses exageradas de Baudrillard, Bourdieu e Baudelot levou os pedagogos do Ministério a perder a cabeça. Diferentemente de Marx, um pensador que sabia escrever, os demagogos de esquerda refugiam-se num limbo retórico, em que nada tem significado”.

No número anterior da mesma revista, em 14 de Fevereiro, passava a limpo a ideia de comparar os exames de Português e História, de 1960 e 1996. Foi nesse ano que pela primeira vez, desde a Reforma de 1986, havia exames para os que tinham passado os estudos secundários, sem eles. Foi uma catástrofe.

Estava então no Governo “uma equipa que fez da Educação a sua paixão. Este arrebatamento do PS ainda não levou a nada. Mas o principal responsável pelo deplorável estado das escolas é o PSD, que domina os destinos do sector nos últimos 17 anos ( desde 1980). Este partido, supostamente de direita, importou todas as modas pedagógicas de esquerda. Em matéria de Educação a direita não pensa e a Esquerda diz disparates."

O cenário é desolador. Rodeado de pedagogos, os sucessivos ministros, quase todos engenheiros, planearam a educação dos nossos filhos como se de betão armado se tratasse. Governos de sinal oposto limitaram-se a aplicar a receita cozinhada nas escolas de Ciências da Educação. As opções políticas desapareceram de cena.”

Estes dois artigos de Filomena Mónica, publicados no suplemento Vida do extinto Independente, de Fevereiro de 1997, valem a pena ser lidos, porque o panorama actual do ensino, não melhorou substancialmente, no que se refere à filosofia do sistema.

Hoje, no Público, o artigo é dedicado a um desses pedagogos de formação, provavelmente símbolo deste ensino e sistema educativo que vamos tendo nestas últimas décadas e provavelmente o responsável maior pelo descalabro a que vamos assistindo, nos diversos campos de relevo político-social.

Valter Lemos é o nome. Secretário de Estado, a função. Biólogo, especializado em Ciências de Educação, o estatuto.

Filomena Mónica, escreve que nunca se viu o indivíduo em debates parlamentares, ou sequer a expor e demonstrar publicamente que tem uma ideia sobre a Educação. E no entanto, detém competências enormes sobre o ensino básico e secundário.

Intrigada com o personagem FM foi investigar e descobriu que tem 51 anos, é de Penamacor, formado em Biologia e com um mestrado em Ciências da Educação passado pela Boston University. No regresso desse mestrado, foi professor do ensino secundário, de onde passou a formador de professores, a consultor de “projectos e missões do Ministério da Educação” e entre 1985 e 1990, a professor adjunto da Escola Superior do Instituto Politécnico de Castelo Branco.

Desde meados dos noventa que o recheio curricular disparou: hoje é professor-coordenador, depois de ter sido presidente do conselho científico da sua escola, o que na ausência de qualificação académica superior, leva FM alvitrar que só o destino político ou administrativo o justifica.

Desde 2005, assenta no Governo, numa Secretaria de Estado, depois de ter sido deputado, entre 2002 e esse ano, como independente, nas listas do PS. Parece que a independência o impedia de exercer o cargo, porque nunca lá pôs os pés, preferindo a presidência de um Politécnico e à presidência de uma Assembleia Municipal.

Perante este percurso afinal de contas vulgar e comum a tantos outros que assentam na política, FM, pretende ir mais além para entender o que pensará esta personagem, não só da Educação mas do mundo que o rodeia. E tem um ponto de referência: um livro de 1986, já com seis edições e manual presumido de muitos cursos de Ciências de Educação. O título é um programa: O Critério do Sucesso: Técnicas de Avaliação e Aprendizagem.

Em seguida, FM lança-se em meia dúzia de parágrafos, à análise perfunctória, mas seguramente deprimente, do conteúdo do manual, para concluir o seguinte:

O que sobressai deste arrazoado é a convicção de que os professores deveriam ser meros autómatos destinados a aplicar regras. Com responsáveis destes à frente do Ministério da Educação, não admira que, em Portugal a taxa de insucesso escolar seja a mais elevada da Europa. Valter Lemos, reúne o pior de três mundos: o universo dos pedagogos que, provindo das chamadas ciências exactas, não têm uma ideia do que sejam as humanidades; e o mundo totalitário criado pelas Ciências da Educação e a nomenklatura tecnocrática que rodeia o primeiro-ministro.”

Texto de José, no Blog Da Loja (um Blog anexo à Grande Loja de Queijo Liminano)

Maria Filomena Mónica sobre Valter Lemos

Com um respeitoso ósculo público à Amélia Pais que me enviou o naco de prosa de Maria Filomena Mónica que surgiu hoje no Público acerca da eminência parda do ME, de seu nome Valter Lemos. As minhas reservas sobre obras passadas de MFM estão neste momento suspensas. O texto integral porque sim.

Não, sr. secretário de Estado

Maria Filomena Mónica

Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, tem aparecido na televisão e até no Parlamento, o mesmo não sucedendo ao seu secretário de Estado, Valter Lemos. É pena, porque este senhor detém competências que lhe conferem um enorme poder sobre o ensino básico e secundário. Intrigada com a personagem, decidi proceder a uma investigação. Eis os resultados a que cheguei.

Natural de Penamacor, Valter Lemos tem 51 anos, é casado e possui uma licenciatura em Biologia: até aqui nada a apontar. Os problemas surgem com o curriculum vitae subsequente. Suponho que ao abrigo do acordo que levou vários portugueses a especializarem-se em Ciências da Educação nos EUA, obteve o grau de mestre em Educação pela Boston University. A instituição não tem o prestígio da vizinha Harvard, mas adiante. O facto é ter Valter Lemos regressado com um diploma na “ciência” que, por esse mundo fora, tem liquidado as escolas. Foi professor do ensino secundário até se aperceber não ser a sala de aula o seu habitat natural, pelo que passou a formador de formadores, consultor de “projectos e missões do Ministério da Educação” e, entre 1985 e 1990, a professor adjunto da Escola Superior do Instituto Politécnico de Castelo Branco.

Em meados da década de 1990, a sua carreira disparou: hoje, ostenta o pomposo título de professor-coordenador, o que, não sendo doutorado, faz pensar que a elevação académica foi política ou administrativamente motivada; depois de eleito presidente do conselho científico da escola onde leccionava, em 1996 seria nomeado seu presidente, cargo que exerceu até 2005, data em que entrou para o Governo. Estava eu sossegadamente a ler o Despacho Ministerial n.º 11 529/2005, no Diário da República, quando notei uma curiosidade. Ao delegar poderes em Valter Lemos, o texto legal trata-o por “doutor”, título que só pode ser atribuído a quem concluiu um doutoramento, coisa que não aparece mencionada no seu curriculum. Estranhei, como estranhei que a presidência de um politécnico pudesse ser ocupada por um não doutorado, mas não reputo estes factos importantes. Aquando da polémica sobre o título de engenheiro atribuído a José Sócrates, defendi que os títulos académicos nada diziam sobre a competência política: o que importa é saber se mentiram ou não.

Deixemos isto de lado, a fim de analisar a carreira política do sr. secretário de Estado. Em 2002 e 2005, foi eleito deputado à Assembleia da República, como independente, nas listas do Partido Socialista. Nunca lá pôs os pés, uma vez que a função de direcção de um politécnico é incompatível com a de representante da nação. A sua vida política limita-se, por conseguinte, à presidência de uma assembleia municipal (a de Castelo Branco) e à passagem, ao que parece tumultuosa, pela Câmara de Penamacor, onde terá sofrido o vexame de quase ter perdido o mandato de vereador por excesso de faltas injustificadas, o que só não aconteceu por o assunto ter sido resolvido pela promulgação de uma nova lei.

Em resumo, Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação, nunca fez um discurso digno de nota.

Chegada aqui, deparei-me com uma problema: como saber o que pensa do mundo este senhor? Depois de buscas por caves e esconsos, descobri um livro seu, O Critério do Sucesso: Técnicas de Avaliação da Aprendizagem. Publicado em 1986, teve seis edições, o que pressupõe ter sido o mesmo aconselhado como leitura em vários cursos de Ciências da Educação. Logo na primeira página, notei que S. Ex.cia era um lírico. Eis a epígrafe escolhida: “Quem mais conhece melhor ama.” Afirmava seguidamente que, após a sua experiência como formador de professores, descobrira que estes não davam a devida importância ao rigor na “medição” da aprendizagem. Daí que tivesse decidido determinar a forma correcta como o docente deveria julgar os estudantes. Qualquer regra de bom senso é abandonada, a fim de dar lugar a normas pseudocientíficas, expressas num quadrado encimado por termos como “skill cognitivos”.

Navegando na maré pedagógica que tem avassalado as escolas, apresenta depois várias “grelhas de análise”. Entre outras coisas, o docente teria de analisar se o aluno “interrompe o professor”, se “não cumpre as tarefas em grupo” e se “ajuda os colegas”.

Apenas para dar um gostinho da sua linguagem, eis o que diz no subcapítulo “Diferencialidade”: “Após a aplicação do teste e da sua correcção deverá, sempre que possível, ser realizado um trabalho que designamos por análise de itens e que consiste em determinar o índice de discriminação, [sic para a vírgula] e o grau de dificuldade, bem como a análise dos erros e omissões dos alunos. Trata-se portanto, [sic de novo] de determinar as características de diferencialidade do teste.” Na página seguinte, dá-nos a fórmula para o cálculo do tal “índice de dificuldade e o de discriminação de cada item”. É ela a seguinte: Df= (M+P)/N em que Df significa grau de dificuldade, N o número total de alunos de ambos os grupos, M o número de alunos do grupo melhor que responderam erradamente e P o número de alunos do grupo pior que responderam erradamente.

O mais interessante vem no final, quando o actual secretário de Estado lamenta a existência de professores que criticam os programas como sendo grandes demais ou desadequados ao nível etário dos alunos. Na sua opinião, “tais afirmações escondem muitas vezes, [sic mais uma vez] verdades aparentemente óbvias e outras vezes “desculpas de mau pagador”, sendo difícil apoiá-las ou contradizê-las por não existir avaliação de programas em Portugal”. Para ele, a experiência dos milhares de professores que, por esse país fora, têm de aplicar, com esforço sobre-humano, os programas que o ministério inventa não tem importância.

Não contente com a desvalorização do trabalho dos docentes, S. Ex.cia decide bater-lhes: “Em certas escolas, após o fim das actividades lectivas, ouvem-se, por vezes, os professores dizer que lhes foi marcado serviço de estatística. Isto é dito com ar de quem tem, contra a sua vontade, de ir desempenhar mais uma tarefa burocrática que nada lhe diz. Ora, tal trabalho, [sic de novo] não deve ser de modo nenhum somente um trabalho de estatística, mas sim um verdadeiro trabalho de investigação, usando a avaliação institucional e programática do ano findo.” O sábio pedagógico-burocrático dixit.

O que sobressai deste arrazoado é a convicção de que os professores deveriam ser meros autómatos destinados a aplicar regras. Com responsáveis destes à frente do Ministério da Educação, não admira que, em Portugal, a taxa de insucesso escolar seja a mais elevada da Europa. Valter Lemos reúne o pior de três mundos: o universo dos pedagogos que, provindo das chamadas “ciências exactas”, não têm uma ideia do que sejam as humanidades, o mundo totalitário criado pelas Ciências da Educação e a nomenklatura tecnocrática que rodeia o primeiro-ministro.

lesmas.jpg

Posted by Paulo Guinote under Bílis Pura, Citações, Coisas Boas, Leituras, Protagonistas

Do Blog A Educação do meu Umbigo (sublinhados no texto de Paulo Guinote sobre original do Público de 30.09.2007)

Astronomy Now - Edição de Outubro de 2007

Do Blog AstroLeiria, com os nossos parabéns ao colega e amigo João Cruz, docente da Escola Superior de Educação de Leiria - Instituto Politécnico de Leiria (ESEL/IPL), publicamos o seguinte post:


Cara(o)s amiga(o)s:

Na edição de Outubro de 2007 da prestigiada revista de astronomia inglesa Astronomy Now, fui presenteado com a publicação da minha nebulosa planetária M27, tirada da minha varanda para o espaço, em Leiria, com uma DSLR.
É com muito prazer e alguma "vaidade" que aqui deixo este registo e uma cópia da foto, já publicada neste blog.



João Cruz, Leiria

VulcanoEspeleologia

No âmbito das Comemorações por este Blog dos 50 anos da última erupção subaérea em território português (Vulcão dos Capelinhos) vamos publicar um post do Blog GeoLeiria, de 27.09.2007, escrito pela espeleo-bióloga Sofia Reboleira e com fotografias da mesma:


No dia em que se comemora o 50ª aniversário do aparecimento do Vulcão dos Capelinhos, localizado no extremo poente da ilha do Faial, nos Açores.

Vulcão dos Capelinhos

Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Falemos dessa ciência espeleológica através da qual, se percorrem os caminhos do Fogo...

Vulcão dos Capelinhos

Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

A VulcanoEspeleologia é a ciência que estuda as cavidades naturais formadas em rochas vulcânicas.

Cueva de don Justo

Cueva de Don Justo, El Hierro

AS CAVIDADES VULCÂNICAS:

São todas as cavidades de origem natural desenvolvidas em materiais produzidos por actividade vulcânica, tenham a sua origem em sólidos (piroclastos) ou líquidos (em lavas).

Cueva del Hielo

Cueva del Hielo - Parque Nacional das Cañadas del Teide -Tenerife



1.Singenéticas
Cavidades vulcânicas formadas durante o período da consolidação dos materiais vulcânicos. A cavidade é da mesma idade da rocha onde se insere.

1.1. Reogenéticas - Originadas por deslocamentos da lava líquida entre massas de lava já consolidadas.

1.1.1. Subterrâneas - são as mais comuns e compreendem os tubos de lava e algares vulcânicos de contracção de lavas.

Cueva de Los Roques

Cueva de los Roques - Parque Nacional das Cañadas del Teide -Tenerife


1.1.2. Subaéreas - Cavidades reogenéticas que carecem de abóbada, apenas mantêm as paredes laterais do tubo vulcânico.

1.2. Pneumatogenéticas - Produzidas pela emanação, concentração e escape de gases.

1.2.1. Explosivas - Formadas por explosões violentas de gases para o exterior. Apresentam desenvolvimento vertical e bordes salientes para o terreno envolvente em forma de lábios.

1.3. Fractogenéticas - Formam-se quando uma escoada lávica fluída mas consolidada, se encontra com uma pendente no terreno. A parte interior fluída adapta-se ao terreno e a parte sólida superior parte e distende-se. Normalmente, sao cavidades de pequenas dimensões, com fundo em cunha.


2. Epigenéticas
Grutas vulcânicas que se formaram posteriormente à consolidação da rocha onde se encontram. A sua origem deve-se a erosao química ou mecânica, e normalmente estao associadas a locais com diferentes horizontes litológicos, cavidades de contacto. Como o caso de diques esvaziados.

OS TUBOS DE LAVA
A formação de uma cavidade vulcânica é um processo complexo em que devem confluir vários condicionantes. O mais importante é a existência da matéria comum a todas elas: Uma corrente de lava com um certo grau de viscosidade, geralmente escoadas lávicas fluídas do tipo "pahoehoe".



El Lagial

Lavas pahoehoe del Lajial - El Hierro

Quando um caudal de rochas fundidas com estas características avança por um relevo associado a uma pedente moderada, as suas margens arrefecem mais rapidamente que o interior e a sua velocidade diminui até parar completamente. Começam assim a consolidar-se as paredes laterais da futura cavidade, enquanto o seu interior continua fluindo. Quando o fluxo de lava se mantém o tempo suficiente, as paredes acabam por soldar-se na parte mais alta, formando a abóbada. A elevada temperatura interior mantém a lava fluída, permitindo o progressivo esvaziamento do canal à medida que o caudal diminui. Quando acaba a emisao de lava o fluxo interior acaba por desaparecer, completando assim a formação do tubo.

Cueva de Felipe Reventón

Cueva de Felipe Reventón - Tenerife

Génese de um tubo vulcânico
Génese de um Tubo vulcânico


OS ALGARES VULCÂNICOS

Podem-se dividir em quatro grandes grupos, tendo em conta a sua génese:

1. Teoria da ascensão e descida de magmas:
Formam-se depois de se esvaziar a chaminé por onde fluia a lava. No fim da erupção a lava arrefecida retrai-se, originando estruturas em forma de campânula. A sua evolução segue no sentido da colmatação com desabamentos do exterior.

2. Teoria da fusão de tubos sobrepostos:
É necessária a existência de dois tubos vulcânicos sobrepostos que se conectam um com o outro por erosão ou refusão.

Sima de Las Palomas

Sima de Las Palomas - El Hierro


3. Teoria do escape de gases:
Supõe que a pressão existente no interior de uma escoada magmática é tão intensa que pode originar roturas da crosta.

4. Teoria da contracção da lava:
Caracteriza-se por uma perda de volume por arrefecimento, que origina fendas por vezes de grandiosas dimensões.

As concreções espeleovulcânicas
Podem ter a sua formação durante o processo de formação e arrefecimento da cavidade (concreções primárias) ou em processos posteriores de deposição de diferentes materiais (concreções secundárias).
Estafilitos Cono de Picón
Estafilitos ou estalacites de Lava

Estalagmite de refusion

Estalagmite de refusão - El Hierro

Texto & Fotos: Sofia Reboleira

A Europa precisa de mais Cientistas

Do Pavilhão do Conhecimento recebemos o seguinte convite público:


"Caro(a) professor(a),

O PAVILHÃO DO CONHECIMENTO - Ciência Viva vai realizar no dia 29 de Outubro um encontro em Espaço Aberto, com o objectivo de responder à questão “Que acções se podem concretizar para atrair jovens - particularmente raparigas – para estudos e carreiras cientificas e tecnológicas?”

Se este é um assunto que lhe interessa, teremos todo o gosto em recebê-lo neste encontro, juntamente com mais três ou quatro alunos que possam contribuir activamente para a discussão.

Informamos que existe possibilidade de financiamento das deslocações para participantes que residam fora da zona de Lisboa.

Aguardamos o seu contacto, esperando poder contar com a sua presença.

Com os melhores cumprimentos,

Luís Barbeiro
Departamento de Educação e Comunicação"


(Clicar na imagem para ampliar)

Cinema a 230 metros de profundidade - II

Mina de Sal de Loulé vira cinema "underground"
20-09-2007 14:00:00

Nervos de aço e alguma dose de aventura são requisitos indispensáveis a quem quiser assistir ao ciclo de cinema "Clausura", que começa a 29 de Setembro no interior da mina de sal de Loulé, 230 metros abaixo do chão.

Organizado pela Casa de Cultura de Loulé e pelo Cineclube de Faro, em colaboração com o grupo CUF, que gere a mina, o ciclo terá filmes a condizer com o seu título, mas também com o ambiente em que serão exibidos.

No primeiro dia, será exibido o filme "Cabine Telefónica", de Joel Schumacher (2003), a que se seguirá "Sala de Pânico", de Fincher (2002), a 06 de Outubro, "Underground", de Kusturika (1995), a 13 de Outubro e "Noite dos Mortos-Vivos", George Romero (1968), a 20 do mesmo mês.

As sessões, que terão lugar sempre às 15:00, terão um máximo de 40 espectadores por sessão, que descerão à mina em grupos de seis a oito pessoas.

De acordo com Paulo Caetano, director de comunicação do grupo CUF, Paulo Caetano, estão garantidas todas as condições de segurança aos espectadores, que terão de usar capacete antes e durante a exibição, "por se tratar de uma zona industrial".

"Dado o local em que as exibições ocorrerão e a própria temática do ciclo, pedimos às pessoas mais susceptíveis ou que sofram de problemas cardíacos ou de claustrofobia que se abstenham de assistir", disse aquele responsável à Agência Lusa.

Situada às portas da cidade, a mina de sal de Loulé, concessionada ao grupo CUF, tem 30 quilómetros de galerias e produz sal industrial destinado a rações e ao degelo das estradas.

"Trata-se do maior espaço visitável em Portugal com condições de segurança", garantiu o director de comunicação do grupo CUF, sublinhando que, além da utilização industrial, o grupo está empenhado em dinamizar o espaço do ponto de vista turístico.

Acentuou que iniciativas como esta configuram "balões de ensaio" para "voos mais altos", não sendo de excluir a hipótese de, no futuro, ali criar um parque temático.

Além do ciclo de cinema, a levar a efeito numa sala onde serão instaladas cadeiras e holofotes, está prevista também uma batida fotográfica no interior das galerias, que ocorrerá a 03 de Novembro.

in Observatório do Algarve - ver notícia

5º Congresso Nacional de Espeleologia



"APRESENTAÇÃO

Passados que estão vinte anos da fundação da Federação Portuguesa de Espeleologia e do Espeleo-Clube de Lisboa (Estremadura e Ribatejo), os desafios que se colocam à comunidade espeleológica não são, por ventura, muito diferentes dos identificados à data da sua criação. Antes sim, inflacionados. O “Portugal Espeleológico” caminhou, tal como se previa, no sentido do que ocorreu no Centro da Europa no decurso do “pós-guerra”. O desenvolvimento do país rural, ao qual a humanização das regiões cársicas não é estranha, acarretou maiores pressões ambientais. A exploração e uso estratégico dos recursos naturais deu origem ao aparecimento de novos utilizadores do património e assim novos nichos de mercado foram criados.Na história da Espeleologia Portuguesa nunca, como neste período, a comunidade espeleológica dispôs de tantos meios para o aprofundamento do conhecimento. Mas, será que a produção de informação acompanhou, na mesma proporção, a facilidade do acesso à tecnologia?…

Por seu turno outras questões se colocam!
Que participação e envolvimento deve ter, de forma activa, a comunidade espeleológica no estabelecimento de estratégias e desenvolvimento de políticas adequadas no domínio do ordenamento e da gestão do território?
Seremos, ou deveremos assumir-nos como parceiros institucionais?
Como devem os espeleólogos assumir e exercer a sua cidadania?
Que fazer com o conceito de uso sustentável do meio cavernícola?
Qual deve ser o perfil dos utilizadores e que alterações nos modelos de formação devem ser implementadas?
Que lugar deve de ter quem produz informação e quem dela beneficia – explorar, estudar ou simplesmente visitar?
Que valor atribuir à informação produzida?
Que relações estabelecer com a comunidade Internacional?
Qual o contributo que podemos dar para a valorização do património espeleológico Global?...
As grutas são parte integrante da geodiversidade, são igualmente suporte da biodiversidade e a água é um recurso estruturante! Muitos dos maiores reservatórios de água doce subterrânea, à escala planetária, são aquíferos cársicos.

Os espeleólogos são observadores, exploradores e investigadores privilegiados na sua quantificação e qualificação, cabendo-lhes igualmente o dever de se assumirem como um dos seus principais veículos de valorização.

Assim sendo, desde já o convidamos a participar no 5º Congresso Nacional de Espeleologia que se realizará em Alcanena de 6 a 9 de Dezembro de 2007.


A Comissão Organizadora"

Site oficial: 5º Congresso Nacional de Espeleologia

Fonte
- Sofia Reboleira (Blog GeoLeiria)