segunda-feira, novembro 19, 2007

Observação Astronómica - ADIADA


A actividade de hoje (Observação Astronómica, no âmbito da Semana da Ciência e Tecnologia) foi anulada, pelo mau tempo (chuva, chuva e mais chuva...).

Uma outra observação será feita noutra data em substituição desta - então obrigadinho, ó S. Pedro...

domingo, novembro 18, 2007

XIII Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis de Coimbra

Esta irá decorrer de 30 Novembro a 2 de Dezembro de 2007, no Museu Mineralógico e Geológico, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, sito no Largo Marquês de Pombal em Coimbra.

Horário: 10.00 às 20.00 horas (todos os dias).

Ficamos à espera da confirmação do aqui exposto e do respectivo cartaz por parte dos responsáveis do DCT/FCTUC...


Fonte: Blog mineraissilvio.

XXI Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis de Lisboa


A Feira Internacional de Minerais Gemas e Fósseis de Lisboa cumpre este ano, de 6 a 9 de Dezembro, a sua vigésima primeira edição.

Este ano o tema central da feira são os carbonatos, minerais de grande importância em numerosos processos geológicos e que, com frequência, produzem exemplares mineralógicos de grande beleza, como alguns que são exibidos na edição deste ano da feira.

Este certame, que também integra as componentes cultural, científica e pedagógica, reúne aficionados e comerciantes de minerais, gemas e fósseis, oriundos de diversos países da Europa, bem como um vasto público que tem aqui oportunidade de comprar, vender ou trocar exemplares do seu interesse. No âmbito desta feira, terão lugar, como vem sendo hábito, um conjunto de actividades complementares de carácter pedagógico e de divulgação científica destinadas a jovens e adultos.


XXI FEIRA INTERNACIONAL DE MINERAIS, GEMAS E FÓSSEIS

6 a 9 Dezembro de 2007

Horário:
6 de Dezembro - das 15.00 às 20.00 horas

8 de Dezembro - das 10.00 às 20.00 horas

9 de Dezembro - das 10.00 às 18.00 horas

Local:

Rua da Escola Politécnica, 60 1250-102 Lisboa

Contactos:
Telefone: 21 392 18 36;

Fax: 21 390 58 50;


Imperdível!!!!


Via Blog GeoLeiria - post de Sofia Reboleia

sábado, novembro 17, 2007

Aulas de CN para Presidente

Cavaco Silva recebe aula de Ciências Naturais
16-11-2007 19:09:00


O Presidente da República recebeu uma verdadeira aula sobre Ciências Naturais dada por dezenas de alunos no Centro de Ciência Viva, em Faro, uma iniciativa inserida no Roteiro para a Ciência.

Depois de escutar atentamente as explicações de David Silva, 10 anos, aluno da Escola Básica 2/3 de Santo António, sobre a evolução do globo terrestre, esta sexta-feira, Aníbal Cavaco Silva confessou ficar sempre surpreendido com as ciências naturais.

"São os mistérios da natureza e como eu sou de ciências sociais fico sempre surpreendido", disse o Presidente da República (PR), confessando que entrou pela primeira vez num Centro de Ciência Viva, e o eleito foi o do Algarve.

Cavaco Silva visitou durante cerca de meia hora a recente exposição dedicada ao 'Mar', uma área em que o Presidente tem pedido acções governamentais urgentes para valorizar os recursos marítimos.

Pesca acessória, prados marinhos, triângulo das Bermudas, tornados, globos terrestres com 200 milhões de anos foram alguns dos "aperitivos" que o Presidente da República viu no CCVA, numa visita incluída no último dia do Roteiro para a Ciência, dedicada às Ciências e Tecnologias do Mar.

O Presidente da República voltou hoje à estrada - numa espécie de Presidência Aberta - para mais um roteiro, de Sines a Faro, dedicado à ciência, em que o objectivo é mostrar "bons exemplos" de investigação marinha e de projectos entre universidades e empresas.

Depois de ter estado de manhã em Sines, onde defendeu o pacto para a justiça, assinado entre o Governo e o PSD, e aconselhou os partidos a "sentarem-se à mesa" para resolver eventuais divergências levantadas por Luís Filipe Menezes, Cavaco Silva termina esta tarde no Algarve, na terra Natal, o roteiro para a ciência.

Em Olhão, o Presidente visita o Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (IPIMAR), para conhecer projectos de biologia pesqueira e uma estação piloto de piscicultura, no Parque Natural da Ria Formosa.

O Presidente deslocou-se ainda à Universidade do Algarve, em Faro, com os seus 28 centros de investigação, para ficar a saber mais sobre projectos de investigação em curso, incluindo um de robótica para desenvolver bóias podem servir para estudar a propagação das ondas.


Fonte: Observatório do Algarve - ver notícia

Mar algarvio monitorizado

Ao ler, como faço regularmente, o Blog terra que gira, deparei-me com um post que remetia para a seguinte notícia:

Mar algarvio monitorizado
31-10-2007 16:19:00
No mês em que se assinalam 252 anos sobre o terramoto que devastou Lisboa e o Algarve fica completa a primeira rede de sismómetros colocada no fundo do mar algarvio para estudar a actividade sísmica da região.

Durante um ano, 24 sismómetros colocados entre o Golfo de Cadiz e o Banco de Gorringe vão medir a actividade sísmica da área onde se pensa que tiveram origem os terramotos de 1755 e 1969, este menos devastador, mas que também gerou um tsunami.

Segundo disse à Lusa Maria Ana Baptista, responsável pelo projecto e especialista em tsunamis, o objectivo não é detectar a ocorrência de sismos, mas medir fenómenos de pequena intensidade para obter dados referentes àquela área.

Esta é a primeira experiência do género a acontecer no Algarve, mas já aconteceu noutras zonas do país, nomeadamente em Peniche, nos Açores e na costa alentejana.

A rede de sismómetros, que fica completa em Novembro, começou a ser instalada em Setembro na zona compreendida entre o local onde está a estação "Geostar" e o Banco de Gorringe (complexo de montes submarinos).

Aquela estação piloto - localizada a cerca de 150 quilómetros da ponta de Sagres, perto do Golfo de Cadiz - é a primeira vocacionada para o alerta precoce de tsunamis e permite detectar a ocorrência de grandes sismos.

O terramoto de 01 de Novembro de 1755, sobre o qual passam quinta-feira 252 anos, arrasou dois terços da cidade de Lisboa, mas teve também efeitos muito devastadores na região algarvia, tendo deixado submersas povoações inteiras.

Por ser menos habitada que Lisboa, a região acabou por não registar tantas vítimas, mas o terramoto abalou severamente o Barlavento (parte ocidental do Algarve), sobretudo a cidade de Lagos, embora tenha também causado fortes estragos em Faro.

Segundo a investigadora do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), a onda gigante que sucedeu ao terramoto destruiu todas as construções que se erguiam nas ilhas barreira da Ria Formosa, entre Loulé e Tavira.

"Se a onda gigante galgou a Ilha de Faro, cuja altura actual é de dez metros, o seu tamanho teria de ter sido superior", observa a especialista, que explica que a massa de água que a formava deveria ter cerca de 100 quilómetros de dimensão.

"Normalmente a massa de água forma-se ao longo do comprimento da falha que origina o tsunami", explica Maria Ana Baptista, que sublinha que estas ondas "são muito diferentes" das causadas pelo vento.

O tsunami que se seguiu ao terramoto de 1755 deixou muitas vilas algarvias submersas, algumas delas acabaram por ser reconstruídas por detrás da linha de costa, mais longe do mar do que na sua localização original.

"A vila de Armação de Pêra e Quarteira ficaram totalmente devastadas e tiveram de ser reconstruídas", exemplifica, explicando tratar-se de zonas extremamente vulneráveis, por estarem muito expostas.

No caso da capital algarvia, a vulnerabilidade a um possível tsunami é menor, por estar protegida pela Ilha de Faro, o mesmo acontecendo com as povoações que têm ilhas à sua frente, como Olhão ou Tavira.

A instalação da rede de sismómetros é financiada pela União Europeia e está integrada num projecto mais abrangente, o NEAREST, que se dedica à investigação sobre potenciais fontes de tsunamis localizadas perto da costa.

Fonte: Observatório do Algarve - ver notícia

sexta-feira, novembro 16, 2007

IV aniversário do Núcleo de Montanheiros da ilha do Pico

Nos próximos dias 16 e 17 de Novembro, o Núcleo de Montanheiros da Ilha do Pico comemora o seu quarto aniversário.

Os sócios poderão acompanhar a comemoração através do seguinte programa:

16 de Novembro

Centro Multimédia de São Roque
Professor Doutor João Pedro Barreiros (Universidade dos Açores)

20.30 horas - Palestra "Espécies marinhas de interesse comercial nos Açores“

21.00 horas – Apresentação do livro “Animais marinhos dos Açores. Perigosos e Venenosos”


17 de Novembro

Porto da Madalena

09.30 horas – Passeio Pedestre no Porto da Madalena – Porto do Calhau (observação da orla costeira, com cerca de 5 km, integrado nas campanhas do projecto Coastwatch).

Gruta das Torres

14.30 horas – Visita à Gruta das Torres (troço a montante, não aberto ao público).

17.00 horas – Beberete comemorativo


Notícia: Os Montanheiros (via Blog Profundezas)

Judgment Day: the Day After

Na sequência do nosso post A fé que não tem coragem de se mostrar, publicamos outro post, do Blog De Rerum Natura, de autoria da Doutora Palmira F. da Silva:



No dia 19 de Outubro de 2004, o conselho de área escolar do distrito de Dover (Pensilvânia, EUA) votou favoravelmente por 6-3 a inclusão do «desenho inteligente», DI, no currículo das escolas da zona. A decisão unilateral do conselho escolar de Dover mereceu protestos veementes dos professores de ciência locais, que, como seria expectável, consideram que o DI não é ciência.


Em 26 de Setembro de 2005 iniciou-se na pequena cidade de Harrisburg, Pensilvânia, o julgamento que ficou conhecido como o julgamento de Kitzmiller, de Tammy Kitzmiller (um dos 11 pais que apresentaram a queixa) et al contra o conselho de área escolar de Dover. Os queixosos, que incluíam ainda as associações laicas American Civil Liberties Union e Americans United for the Separation of Church and State, assentaram o processo no facto de o DI ser religião e ensinar religião como se fosse ciência nas escolas públicas é uma clara violação da Constituição americana.


Em meados de Dezembro do mesmo ano, foi conhecida a decisão do juíz John Jones, um juíz nomeado por Bush e como tal dificilmente acusável de ser um militante (esquerdista) ateu, em relação ao caso. Numa decisão crucial, especialmente se considerarmos o sistema judicial americano em que decisões anteriores sobre um dado tema são utilizadas na determinação de sentenças posteriores, o juiz federal decidiu que o ensino do desenho (pouco) inteligente é inconstitucional já que viola a separação da Igreja e do Estado preconizada na Constituição americana.

Que o DI não passa de religião é explicado pelo juíz na sua opinião de 139 páginas (pdf disponível), muito bem fundamentada e que não deixa margem de manobra ou apelo aos DIistas, «Nós concluímos que não é [ciência] e para além disso que o DI não se consegue separar dos seus antecedentes criacionistas e como tal religiosos».

Podemos ler ainda a opinião do juíz sobre os membros do Conselho de educação que segundo ele disfarçaram os seus verdadeiros motivos (religiosos) para introduzir o DI nos curricula de ciências do distrito de Dover, decisão classificada de «inanidade de tirar a respiração»: «Nós concluímos que os motivos seculares utilizados pelo Conselho não são mais que um pretexto para o verdadeiro objectivo do Conselho, que era a promoção da religião nas salas de aulas públicas».

O juiz, evidenciando que de facto ouviu os muitos cientistas que testemunharam no julgamento e percebeu os motivos religiosos de, por exemplo, Michael Behe - que admitiu que a plausibilidade do DI depende de se acreditar em deus -, declarou que:

«Na realidade a teoria da evolução de Darwin é imperfeita. No entanto, o facto de que uma teoria científica não consegue ainda explicar todos os pontos não deveria ser usado como pretexto para impingir nas salas de aulas de ciências uma hipótese alternativa não falseável e baseada em religião ou para denegrir propostas científicas bem estabelecidas».

Está disponível em português na Crítica, Revista de Filosofia e Ensino, um artigo que conta alguns pormenores da história, escrito por um cientista da Universidade de Chicago, Jerry Coyne, «A fé que não tem coragem de se mostrar», cuja leitura recomendo.

A PBS NOVA realizou um documentário, Judgment Day que foi para o ar ontem, sobre o acontecido. PZ Myers, que analisa a reacção ao documentário dos fundamentalistas do Discovery Institute, indica que essencialmente o documentário deixa claro que o DI não é ciência, é religião pura e dura. Ken Miller, um biólogo (católico) da Universidade Brown, resume na página da PBS a sua apreciação : «[O DI] basicamente pretende trazer o sobrenatural para a ciência. E isso acabaria destruindo quer a ciência quer a religião».

Durante o julgamento, foi ouvido John Haught, professor de teologia na Universidade de Georgetown, chamado a depôr para esclarecer as diferenças filosóficas entre ciência e religião, já que a tarefa (impossível) do advogado de defesa do Conselho Escolar, Richard Thompson, consistiu em (tentar) argumentar que o DI é ciência e não religião.

O testemunho foi completamente contraproducente para o efeito até porque algumas perguntas de Thompson foram autênticos tiros no pé, nomeadamente quando alvitrou que Deus poderia ter feito o genoma dos homens e «macacos» parecer semelhante e, como tal, o conceito de que estamos relacionados por um ancestral comum é «mera conjectura»! Ou seja, a pergunta de Thompson estabeleceu claramente a diferença entre realidade factual e ficção mitológica, entre uma teoria genuinamente científica (fundamentada em factos) e uma explicação religiosa (essa sim mera conjectura sem qualquer suporte experimental).

Se a vida evoluiu segundo uma padrão hierárquico em que novas espécies derivam de espécies já existentes preservando variabilidade genética, então deveremos encontrar os mesmos padrões a nível genético em espécies próximas nesta hierarquia. Se o homem e o chimpazé partilham um ancestral comum devem apresentar genomas semelhantes, como apresentam de facto. Se recuarmos na cadeia ancestral (usando as árvores filogenéticas propostas por dados anatómicos, genéticos e fósseis) devemos encontrar genomas cada vez mais diferentes à medida que recuamos na árvore da evolução, uma vez que os genomas tiveram mais tempo para divergir e acumular diferenças.

E é exactamente o que encontramos. A teoria da evolução é consistente com todos os dados disponíveis e é portanto falsificável. O ancestral comum para o homem e o chimpanzé caíria por terra se a análise genética das espécies não o corroborasse. O DI teria exactamente a mesma resposta se, por acaso, os genomas do homem e do chimpanzé fossem radicalmente diferentes: os desígnios insondáveis do deus«designer»! Desígnios que são «corroborados» por quaisquer dados e os seus opostos já que são insondáveis (aka não falsificáveis)... isto é, assentes em lucubrações/conjecturas teológicas e não em ciência, aliás são a antítese da ciência!

Ken Miller, um comunicador fabuloso, explica neste vídeo em detalhe o tiro no pé do advogado do Discovery Institute. Os interessados podem assistir no YouTube a uma palestra (de cerca de duas horas) de Ken Miller sobre o DI na Case Western University.

Observação Astronómica em Leiria - 19.11.2007



No próximo dia 19 de Novembro de 2007 inicia-se a 10ª edição da Semana da Ciência e da Técnica, que integra o Dia Nacional da Cultura Cientifica (24 de Novembro, data do nascimento do professor Rómulo de Carvalho e do seu alter-ego António Gedeão). Como não podia deixar de ser, este Blog associa-se ao evento, promovendo duas actividades (a que referimos no título deste post e outra que mais tarde divulgaremos...).

Assim estão desde já convidados para a observação astronómica, a realizar em 19.11.2007 (2ª-feira) na Escola Correia Mateus em Leiria, entre as 21.00 e as 24.00 horas. Não é preciso inscreverem-se, basta trazerem roupa quente (gorro, cachecol, luvas e roupa interior...) e, se quiserem ou puderem, comida/bebida para partilhar (e aquecer a alma, como diz um amigo meu...) e meios de observação astronómica (mapas, binóculos, telescópios, etc).

Agradece-se a divulgação deste evento...


Link para o CARTAZ - AQUI.

quinta-feira, novembro 15, 2007

A fé que não tem coragem de se mostrar

Da revista on-line Crítica, dedicada à divulgação, ensino e investigação filosófica e dirigida pelo filósofo Desidério Murcho, publicamos o início de um artigo sobre criacionismo e ID:

O processo contra o "desígnio inteligente"
Jerry Coyne
Universidade de Chicago

Exactamente oitenta anos após o processo de Dayton, Tennessee, que ficou conhecido como o John Scopes "monkey trial", a história está prestes a repetir-se. Numa sala de audiências em Harrisburg, Pennsylvania, desde fins de Setembro cientistas e criacionistas travam uma luta para saber se e como os estudantes do liceu, em Dover, irão aprender a respeito da evolução biológica. Poder-se-ia presumir que estas batalhas tinham acabado mas isso seria subestimar o furor (e a ingenuidade) dos criacionistas escarnecidos.

O julgamento Scopes dos dias de hoje — Kitzmiller e outros contra Distrito Escolar da Zona de Dover e outros — começou de forma inócua. Na primavera de 2004, a comissão de revisão do manual escolar do distrito recomendou que um novo manual escolar comercial substituísse o obsoleto manual de biologia. Na reunião do conselho de instrução, em Junho, o presidente da comissão curricular, William Buckingham, queixou-se de que o livro proposto para revisão estava "estreitamente ligado ao Darwinismo". Depois de desafiar a audiência para que recuasse nas suas origens até ao macaco sugeriu que um manual mais apropriado deveria incluir a teoria bíblica da criação. Quando foi questionado sobre se isso poderia ofender aqueles que professassem outras crenças, Buckingham retorquiu: "Este país não foi fundado sobre as crenças muçulmanas ou sobre a evolução. Este país foi fundado a partir da Cristandade e os nossos estudantes devem ser ensinados como tal". Uma semana mais tarde, defendendo o seu ponto de vista, Buckingham alegadamente argumentou: "Há dois mil anos alguém morreu numa cruz. Será que ninguém pode defendê-lo?". E acrescentou: "Em lado algum a Constituição exige a separação entre a igreja e o estado".

Depois de um verão de discussões acaloradas mas inconclusivas, em 18 de Outubro de 2004 o conselho de instrução de Dover aprovou, por seis votos a favor e três contra, uma resolução que diz: "Os estudantes serão postos ao corrente dos problemas/lacunas existentes na teoria de Darwin bem como de outras teorias da evolução incluindo, mas não só, o desígnio inteligente. Nota: A Origem da Vida não é ensinada". Decorrido um mês, o distrito escolar de Dover emitiu uma nota de imprensa divulgando a forma como a alternativa do "desígnio inteligente" devia ser exposta. Antes de começar a ensinar a evolução, os professores de biologia teriam de ler aos seus alunos do nono ano uma declaração que incluísse as seguintes palavras:

Os Padrões Académicos da Pennsylvania exigem que os estudantes aprendam a Teoria da Evolução de Darwin e que, em tempo oportuno, se submetam a um teste estandardizado do qual a evolução faz parte.
Porque a Teoria de Darwin é uma teoria, continua a ser testada à medida que são descobertas novas evidências. A Teoria não é um facto. Na Teoria existem lacunas para as quais não há provas… O desígnio inteligente é uma explicação sobre a origem da vida que difere da perspectiva de Darwin. A obra de consulta, Of Pandas and People, é útil para que os estudantes vejam se gostariam de explorar esta perspectiva num esforço para alcançar uma compreensão do que implica, de facto, o desígnio inteligente. Tal como acontece com qualquer teoria, os estudantes são encorajados a manter o espírito aberto.

Embora previsíveis, os resultados foram dramáticos. Dois membros do conselho de instrução demitiram-se. Os oito professores de ciências do Liceu de Dover enviaram uma carta ao inspector escolar salientando que "o desígnio inteligente não é ciência. Não é biologia. Não é uma teoria científica aceite". Os professores de biologia pediram para serem dispensados de ler a declaração, alegando que fazê-lo significaria "deturpar, com conhecimento e intencionalmente, as matérias ou o curriculum", uma violação das normas do seu código profissional. E assim, em Janeiro deste ano, todas as turmas de biologia do nono ano foram visitadas pelo próprio inspector auxiliar, que leu o aviso obrigatório enquanto os professores e alguns alunos abandonaram a sala.

Para ler o resto texto (que é fantástico) clicar AQUI.

Peixes e tugas

O Blog Ciência ao Natural continua ímpar - os textos do Luís Azevedo Rodrigues fazem-nos cada vez mais recordar o saudoso Stephen Jay Gould. Vejam só a delícia (também baco-gastronómica) deste post:



(Publicado no jornal O Primeiro de Janeiro a 15/11/2007)

Pela segunda vez num curto espaço de tempo, a nomenclatura zoológica ocupa este espaço, depois de “Chernes e ornitorrincos”.

Explico: num hilariante artigo de Ferreira Fernandes no DN, soube da troca de galhardetes, entre o colunista Tony Parsons, do Daily Mirror e o embaixador português em Londres. Por motivos que aqui não repetirei, o cronista britânico dirigiu-se ao representante luso nos seguintes termos: "Feche a sua estúpida boca de comedor de sardinhas." Não terá tomado muito chá este Tony Parsons.



O provérbio português afirma que “A mulher e a sardinha nem a maior nem a mais pequenina”, apoiando que o ponto médio da distribuição de tamanhos da sardinha será a melhor em termos gastronómicos. Quanto às mulheres talvez não seja tão verdade como isso. Ao jornalista inglês faltou um pouco de meio-termo, pois ansiava que o embaixador tivesse afastado a brasa da sua sardinha e, já agora se possível, sem a comer…

Peixe não puxa carroça, mas neste caso o cronista do Daily Mirror sem dúvida que a puxou …

Estes mimos zoo-gastronómicos acordaram outras memórias da relação cultural dos portugueses com os peixes.



Em visita familiar ao Brasil, e para além de habitual repertório de anedotas sobre lusitanos, foi avisado de que os nossos conterrâneos eram frequentemente chamados de “papa-bacalhau” devido à nossa paixão por aquele peixe.

Há cinco anos atrás, encontrava-me a trabalhar no American Museum of Natural History, quando outra referência ao fiel-amigo e os portugueses, foi-me introduzida por uma zoóloga canadiana. Durante a nossa apresentação, fui brindado com “Ah, vocês comem muito bacalhau, não comem? É que os stocks estão quase a desaparecer por vossa causa!” Depois do aperto-de-bacalhau literal, tentei argumentar que o bacalhau era muito mais do que um mero alimento em Portugal, que o papel deste peixe na vida dos portugueses não se limitava apenas a satisfazer a gula de uma qualquer refeição. Como castigo desta argumentação, pouco tempo depois andava eu, desesperado de desejo, pelos supermercados mexicanos de Brooklyn à procura de uma mísera posta de bacalhau…



Continuando em ambiente
ictiológico, sempre que num congresso ou numa revista científica um grande especialista opina, é habitual que os colegas portugueses o designem por truta. Não imagino a origem de tal designação nem o porquê de sermos um povo que apesar de venerar dois peixes de mar – o bacalhau e a sardinha – utilizarmos um peixe de rio como sinónimo de perito.

Paradoxalmente ao que se diz no ambiente académico, aprendi que “A truta e a mentira, quanto maior melhor”. Resta-me apenas continuar a aprender com os trutas da minha área…já agora, de todas as áreas.



Apesar de se poder cair na brejeirice, a alusão piscícola que mais me agrada, é a proferida pela comunidade masculina sempre que se avista uma representante do sexo feminino de bela morfologia: “Mas que faneca!”.

Concluindo só me resta concordar com o dito “O peixe deve nadar três vezes: em água, em molho e em vinho.”

Imagens:
EGEAC
Pieter Bruegel - "Les gros poissons mangent les petits" (1557)
Prato de bacalhau com grão
Cate Blanchett, actriz de "Little Fish"
Gustave Klimt - "The Blood of Fish" (1898)

Ultima Patagonia 2008

Do Blog GeoLeiria publicamos, de Sofia Reboleira, o seguinte post:


De Janeiro a Fevereiro de 2008 irá ter lugar na Ilha "Madre de Dios", na Patagónia Chilena a expedição espeleológica "Ultima Patagonia 2008".

O arquipélago da Madre de Dios oferece um excepcional terreno para a investigação científica, em virtude da sua paisagem virgem e da sua posição geográfica, situada na confluência de influências polares e marítimas.

Este meio hostil, frio e hiper-húmido permitiu a evolução de um deslumbrante modelado cársico, sem comparação na face da Terra.

Ao longo das expedições de 2000 e 2006, foram recolhidas informações científicas sobre este arquipélago, que serão utilizadas para compreender e preservar este extraordinário património. A informação, relativa às duas expedições prévias encontra-se compilada no relatório do ano passado (Relatório 2006).

O projecto científico "Ultima Patagonia 2008" conjuga organizações públicas e privadas que irão trabalhar num quadro de cooperação com a equipa Franco-Chilena.

Podem consultar o site oficial da expedição em: Centre de Terre

Chuva de estrelas deste fim-de-semana

ENXAME DE METEOROS DAS LEÓNIDAS

Neste momento a Terra cruza a órbita do Cometa Tempel-Tuttle e são os restos deste cometa os responsáveis pelo enxame de estrelas que decorre anualmente entre 14 e 20 deste mês, o enxame das Leónidas.

As noites de 17, 18 e 19, são as datas de máxima intensidade desta chuva. O número de estrelas cadentes observado por hora não é muito elevado, mas há boas esperanças que, pelo facto de o cometa ter passado pelo Sol há pouco tempo, haja este ano um aumento significativo de meteoros.

Os apaixonados por este tipo de fenómenos, e os curiosos em geral, poderão nas próximas noites perder algumas horas de sono para apreciar este belo espectáculo.

Os cálculos mostram que em Portugal a observação do pico das Leónidas, será na madrugada do próximo dia 18 de Novembro de 2007, domingo, pelas 02.46 horas muito antes da alvorada. Só nos resta esperar boas condições meteorológicas

O nome deste enxame resulta de os traços das suas estrelas cadentes nos parecerem sair dum ponto da constelação do Leão (o radiante). Como esta constelação só começa a nascer lá para a meia-noite, as observações deverão iniciar-se na 2ª metade da noite.

Conselhos: ir para um local escuro, fora das luzes dos centros populacionais, com um horizonte desimpedido; esperar que os olhos se habituem à obscuridade (cerca de 15 minutos); ir agasalhado e, para maior comodidade, levar uma cadeira (do tipo de cadeira de bordo ou de praia) para poder olhar bem para o alto.

Se o céu se apresentar límpido terá uma maravilhosa visão do céu... Ver-se-á Saturno (mesmo na constelação do Leão) e as maravilhosas estrelas e constelações de Inverno já aparecerão em todo o seu esplendor: Aldebarã e as Pleiades do Touro, a linda Capela muito alta, a brilhante Sirius, Procyon, os Gémeos Castor e Polux, e baixa, a estrela Arcturus.

Não oferecendo perigo para a Terra, estes meteoros poderão eventualmente danificar os inúmeros satélites, científicos e de comunicações, que orbitam a Terra.

Para obter mais informação sobre os "Enxames de Meteoróides" consulte no nosso site a página Almanaques/Outros elementos

Para ver uma imagem que representa o céu às 03h na madrugada do dia 18 de Novembro, consulte:

http://www.oal.ul.pt/index.php?link=destaque&id=88

Palestra no Observatório Astronómico de Lisboa

PALESTRA PÚBLICA - 23 de Novembro

A Investigação em Astronomia e Astrofísica no OAL

O Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) retomou as suas Palestras públicas mensais, que como habitualmente têm lugar no Edifício Central, pelas 21h30 da última sexta-feira de cada mês.

A próxima sessão fugirá a esta regra e decorrerá no dia 23 de Novembro tendo como título:

A Investigação em Astronomia e Astrofísica no OAL

Prof. João Lin Yun e Doutor José Afonso (CAAUL)

Palestra sobre a Investigação em Astronomia e Astrofísica realizada no Observatório Astronómico de Lisboa. Esta sessão será apresentada pelo Prof. Doutor Paulo Crawford, coordenador do Centro, e terá a participação do Prof. Doutor João Lin Yun que falará da investigação sobre "A Origem das Estrelas e Planetas" e do Doutor José Afonso, que falará da pesquisa no âmbito das "Galáxias e Evolução do Universo".

A palestra terá videodifusão ao vivo na internet no endereço:
http://live.fccn.pt/oal/

A entrada na Tapada da Ajuda faz-se pelo portão da Calçada da Tapada, em frente ao Instituto Superior de Agronomia.

No final de cada palestra, e caso o estado do tempo o permita, fazem-se observações dos corpos celestes com telescópio. Convida-se o público a trazer os seus binóculos ou mesmo pequenos telescópios caso queiram realizar as suas próprias observações ou ser ajudados com o seu funcionamento.

Ante-estreia do Filme Científico em Estremoz

CONVITE

19 de Novembro de 2007

Teatro Bernardim Ribeiro, Estremoz, às 17.30 horas

com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior José Mariano Gago

De 19 a 25 de Novembro comemora-se em todo o país a SEMANA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA.

Neste âmbito, o Centro Ciência Viva de Estremoz gostaria de contar com a sua presença para a ante-estreia do Filme Científico Jangada de Pedra; uma visita ao passado mais remoto, integrado no projecto o Centro Ciência Viva de Estremoz & a Cidade - Estremoz Cidade de Ciência.

Sismo no Chile

Ocorreu, ontem, dia 14.11.2007, pelas 15.40 horas (UTC) no Chile um sismo com magnitude 7,7 que foi sentido em (quase) toda a América do Sul. O Instituto de Meteorologia, citando erradamente o NEIC, dá-lhe magnitude de 6,6... Esta Instituição refere efectivamente o valor por nós citado - 7,7 de magnitude.

Estão referidos nas últimas actualizações das notícias apenas dois mortos e um aumento do preço de mercado do cobre (na zona há minas deste metal e a quantidade de Cu é tanta que o sismo fez tremer Wall Street).

quarta-feira, novembro 14, 2007

Sucesso e Insucesso: Escola, Economia e Sociedade


CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
SUCESSO E INSUCESSO: ESCOLA, ECONOMIA E SOCIEDADE

19 e 20 de Novembro, das 9h30 às 18h00, Auditórios 2 e 3


Especialistas nacionais e estrangeiros analisarão alguns dos principais factores envolvidos no sucesso ou insucesso dos processos de aprendizagem, na perspectiva da formação de «capital humano» e de «capital social» em Portugal. No primeiro painel, será abordada a contribuição das neuro-ciências; no segundo, serão discutidos os factores de sucesso e insucesso escolar individual e colectivo; no terceiro, será analisado o processo de formação do «capital humano»; no último painel, serão por fim discutidos os problemas da produção de «capital social».

A conferência de abertura será proferida por Alexandre Castro Caldas e a de encerramento por John Field.


A Conferência será transmitida em directo desde o site da Gulbenkian.

Para mais informações e o programa detalhado, consulte: www.gulbenkian.pt



Post originalmente publicado no Blog GeoLeiria, por Sofia Reboleira.

III Congresso Internacional da Montanha




III Congresso Internacional da Montanha
Desporto e Turismo de Aventura
23 a 25 de Novembro, 2007 - Estoril, Portugal




O cim2007 vai decorrer de 23 a 25 de Novembro de 2007 no auditório da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Conta com a participação de conferencistas nacionais e internacionais, bem como outros especialistas e entidades ligados ao ambiente, turismo activo e desportos de aventura.

Tem como principal objectivo promover o debate sobre a montanha e a animação desportiva. A pertinência dos seus temas advém da crescente importância do turismo natureza e da difusão actual do desporto de aventura.

Programa Provisório (Out.2007) já disponível.

Site do congresso: http://www.cim-estoril.com/


Post originalmente publicado no Blog GeoLeiria, por Sofia Reboleira.

terça-feira, novembro 13, 2007

Site: Index to Creationist Claims


Sugestão de leitura para quem tem de discutir Evolução com criacionistas:

http://talkorigins.org/indexcc/list.html

Está lá tudo...

GEOMORFOLOGIA 2008 - IV Congresso Nacional de Geomorfologia


A Associação Portuguesa de Geomorfólogos (APGeom) organiza o IV Congresso Nacional de Geomorfologia (GEOMORFOLOGIA 2008), que irá decorrer em Braga, entre 16 e 18 de Outubro de 2008.

Depois do sucesso dos anteriores congressos, realizados em Lisboa (2002), Coimbra (2004) e Funchal (2006), convidam-se os interessados nas várias áreas de trabalho da Geomorfologia e áreas de fronteira, a estar presentes no mais importante evento da Geomorfologia portuguesa. A 1ª Circular do Congresso e outras informações podem ser encontradas na renovada página web da APGeom (http://www.apgeom.pt).


1ª CIRCULAR:
http://www.apgeom.pt/siteApgeom/apgeom/geom2008_files/GEOM2008_C1.pdf


Via mailing-list da GEOPOR.

segunda-feira, novembro 12, 2007

Um cometa estranho?

Do Blog Nos Cromos do Cosnos (visitar com cuidado, não recomendável a menores de 18 anos...) publicamos o seguinte post:

Foto Ivan Eder

O cometa 17P/Holmes tem tido um comportamento estranho. Não exactamente como o do pai da noiva depois de uns copos mas mesmo assim estranho. Em Novembro de 1892 e em Janeiro de 1893, Holmes sofreu uma erupção no seu brilho. Em 1984, o astrónomo Fred Whipple, avançou com uma ideia. Terá o cometa um satélite?

Analisando as observações dessas duas erupções, Whipple concluiu que os fenómenos são consistentes com um encontro, de raspão, entre um pequeno satélite e o núcleo do cometa em Novembro de 1892 e de um outro em Janeiro de 1893. Depois da primeira erupção o brilho diminuiu ligeiramente entre 7 e 30 de Novembro mas o mesmo processo foi muito mais rápido depois de segunda erupção, por isso, o astrónomo sugeriu que o encontro de raspão espalhou detritos de grande dimensão na vizinhança do núcleo, mantendo a actividade durante semanas.

Esta ideia, datada de 1984, pode aplicar-se aos acontecimentos observados agora. De tempos a tempos um fragmento pode atingir o núcleo do cometa causando uma nova erupção no brilho. É possível que seja assim: há asteróides que têm satélites porque não os cometas também? Além disso, fragmentos evoluindo em torno do núcleo irregular do cometa teriam órbitas muitos instáveis e de tempos a tempos muito naturalmente colidiriam com ele ou voariam para o Espaço. Mas tudo isto é uma especulação apenas, pois ninguém sabe ainda o que se passa com o cometa 17 P/Holmes.