quinta-feira, outubro 18, 2007

O Regresso do Professor(a) Como Missionário(a)

Do Blog A Educação do Meu Umbigo publicamos, com a devida vénia, o seguinte post do colega Paulo Guinote:

Não sei se já terão reparado como a política deste Governo em prol da natalidade está pensada de forma a não incluir os docentes nos incentivos à procriação.

Efectivamente, os docentes que ousarem procriar a quiserem beneficiar dos direitos paternais a que têm legalmente direito, verão quaisquer possibilidades de avaliação e progressão na carreira irremediavelmente comprometidas.

Uma professora que fique grávida, por exemplo, duas vezes num espaço de tempo que apanhe quatro anos lectivos e desfrute da natural licença de maternidade para cada uma das situações, verá a sua avaliação suspensa, o que para todos efeitos corresponde a um congelamento.

Um professor que seja pai e pretenda gozar os dias de licença correspondentes, caso não queira ver a sua avaliação prejudicada pelas faltas correspondentes, terá de repor todas as aulas que não der, mesmo que deixe todas as actividades planificadas com planos para as respectivas substituições.

Ou seja, sendo a licença destinada a atribuir um direito especial à paternidade, de acordo com o ME deve ser um “privilégio” a remover, pois o docente deve, na prática, dar exactamente as mesmas aulas. O que, na prática, significa que não gozará qualquer licença.

Estas situações, bem concretas e não caricaturais, estão em cima da mesa para aprovação pelo ME, exactamente quando o PM se arvora em campeão das políticas de natalidade. Há uns tempos, com a infelicidade que se lhe reconhece quando fala sem guião, a Ministra da Educação justificava penalizações semelhantes nos concursos para professor-titular, com a justificação que esse(a)s docentes já não estariam em idade de ter filhos. Não sei se agora considera que isso se aplica a toda uma classe, independentemente da idade.

Se lhes recomenda mais o celibato ou a castidade, como forma privilegiada de manifestação da excelência para progressão na carreira. Ou se considerará que esses factores devem ser pesados por quem pensar seguir a via da docência, como afirmou para o caso do desemprego. Não é exagero nenhum afirmar que nem Salazar avançou tanto nesta via tristonha e reveladora de uma mentalidade tacanha e autista em relação aos direitos das professoras.

Mas estas são situações que não atentam apenas sobre direitos adquiridos dos professores, atentam contra direitos adquiridos nas sociedades ocidentais democráticas que gostam de se apresentar como modelos para o resto do mundo.

E não são situações que, de modo algum, sejam significativas para o combate ao insucesso ou abandono escolar. Ou que, sequer, tenham relevo em matéria de combate ao défice orçamental.

São apenas sinais de uma profunda arrogância e desrespeito pelos indivíduos, enquanto cidadãos plenos. São quase apenas manifestações de despeito e desforço para com uma classe profissional.

E são obviamente situações de constitucionalidade mais do que duvidosa. Será por isso que agora acham que devem mudar a Constituição?

Posted by Paulo Guinote under Abusos de Poder, Avaliação, Carreira, Educação, Vergonhas

120 anos da AAC

Do Blog De Rerum Natura publicamos o seguinte post, de autoria do Professor Doutor Carlos Fiolhais:


Dentro de dias, a Associação Académica de Coimbra vai festejar o seu 120º aniversário. Deixo aqui um meu texto sobre a componente cultural dessa associação que será publicado com outros, numa obra que assinala a efeméride:

A Associação Académica de Coimbra (AAC) nasceu, há 120 anos, como uma fonte de cultura. De então para cá as formas culturais que dela emanam não tem parado de aumentar e de se diversificar. O C no final de AAC bem podia ser de Cultura!

Com efeito, a origem da AAC está intimamente ligada a uma antiga manifestação cultural – o teatro – relacionam-se com o sítio onde é hoje a Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. Foi em 1887 que foram escritos os primeiros Estatutos da que é uma das mais antigas associações de estudantes do mundo. Mas tinha sido cinquenta anos antes, em 1837, que um grupo de estudantes, professores e antigos estudantes fundou, na sequência da apresentação de uma peça de Almeida Garrett, a Academia Dramática no edifício do Colégio de São Paulo. Essa Academia Dramática veio a dar origem a duas das mais fortes e duradoiras instituições culturais do país, que aí tiveram as suas sedes. Por um lado surgiu o Instituto de Coimbra, formado por professores, ao qual os estudantes chamavam “Clube dos Lentes” e que foi formalizado em 1852 (curiosamente o espólio bibliográfico e documental dessa instituição que evanesceu depois da Revolução de 1974 deu há pouco entrada na Biblioteca Geral). E, por outro lado, em 1866 os estudantes fundaram, com base num clube académico anterior, o Clube Académico e Dramático, que viria a dar origem à actual Associação. Depois de ter andado por outros sítios, a Associação Académica voltou ao sítio onde é hoje a Biblioteca Geral e onde outrora funcionou o Teatro Académico (um dos fundadores foi o pai de Eça de Queirós). Em 1913, o Senado Universitário concedeu à AAC – que já então incluía o Orfeon (cuja primeira apresentação foi em 1880 quando se comemoravam os trezentos anos da morte de Camões) e a Tuna Académica (fundada em 1888, sob o nome de Academia Musical de Coimbra) - o rés-do-chão do Colégio de São Paulo, onde também estava instalado o “Clube dos Lentes”. A relação entre as duas instituições não foram as melhores, como aliás se compreende: o academismo e a “gravitas” do Instituto contrastavam com a juventude e a irreverência que sempre foram uma marca da Associação Académica. É bem conhecido que o Largo da Porta Férrea, diante da Porta Férrea e também da porta da actual Biblioteca, tem sido desde esses tempos palco de manifestações estudantis.

A cultura da Associação Académica foi, portanto, no início uma forte componente de música. Tanto Orfeon como a Tuna têm largas tradições e albergaram grandes nomes da cultura portuguesa: bastará dizer que ao Orfeon pertenceram Artur Paredes, José Afonso, Viana da Mota, Vitorino Nemésio, Vitorino de Almeida, etc. O Coro Misto da Universidade de Coimbra foi fundado em 1955 e o Grupo de Etnografia e Folclore da Universidade de Coimbra (GEFAC) foi fundado em 1966.

Mas o teatro foi revigorado com a fundação em 1938 do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (o famoso TEUC, ligado ao nome de Paulo Quintela e cujas actividades incluíram as Bienais de Teatro Universitário – BUC) em 1956 do Centro de Iniciação ao Teatro da Universidade de Coimbra (CITAC), fundado por um movimento de dissidência (está agora a comemorar os cinquenta anos e é curioso referir a ligação a ele de Rui Vilar, actual Presidente da Fundação Gulbenkian).

A AAC foi também sede de actividades de artes plásticas – O Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (um organismo autónomo tal como todos os outros antes indicados, um sinal de que a AAC sabe garantir a liberdade cultural no seu seio) foi fundado em 1958; de actividades cinéfilas – o Centro de Estudos Cinematográficas foi fundado em 1958; de fotografia – o Centro de Estudos de Fotografia, que esteve ligado aos famosos Encontros de Fotografia de Coimbra - foi fundado em 1964; mediáticas - a Rádio Universidade de Coimbra foi fundada em 1986 e a Secção de Jornalismo (refiram-se a revista “Via Latina”, que remonta a 1888, com a colaboração de António Nobre, e o actual jornal “Cabra”); de fado, cuja secção foi criada em 1980 e que tem dado origem a diversas formações; e de coleccionismo – a secção de Filatelia data de 1965.

E a cultura científica não foi esquecida: o grupo Ecológico data de 1976, o Centro de Informática de 1989 e a Secção de Astronomia, Astrofísica e Astronáutica de 1989. Pela indicação destas datas é bem visível a forte expansão das actividades culturais durantes os últimos vinte anos, o que não se fez nunca à custa da diminuição das actividades com maior tradição.

Pessoalmente estive envolvido como estudante nas actividades de uma secção desportiva da AAC – o xadrez – mas acompanhei as actividades das secções culturais. A Revolução de Abril de 1974, que vivi como estudante, foi uma data marcante para a AAC e para todos. Também estive então em vários plenários nos Jardins da AAC. Foram numerosos os espectáculos ligados de uma formas ou de outra à AAC a que assisti, como estudante ou professor, no Teatro Académico de Gil Vicente (vivo no meu espírito ficou particularmente um espectáculo de Carlos Paredes e a projecção de filmes de Charlie Chaplin logo após a sua morte). Lembro com saudade os Encontros de Fotografia de Coimbra, quando percorria à chuva vários locais da cidade, e a Bienal Universitária de Teatro, quando vi um espectáculo memorável nas Escadas Monumentais. É uma pena que esses grandes eventos tenham sido interrompidos... A minha experiência é, de resto, uma experiência partilhada com muitas outras pessoas que viveram ou vivem em Coimbra ou que vieram a Coimbra por causa da cultura. A AAC tem sido uma fonte permanente de cultura e, por isso, não é de admirar que tenha reagido em 2003, quando Coimbra foi designada “Capital Nacional da Cultura”, entre outras razões porque as actividades culturais da AAC não foram acolhidas e realçadas do modo que mereciam. Hoje tenho orgulho em colaborar com a “Cabra”, com a Rádio Universidade de Coimbra e a sua sucedânea TV-AAC, onde já estive em várias ocasiões, e a Secção de Astronomia, Astrofísica e Astronauta, com cujos membros já andei a ver estrelas. O meu modesto apoio traduz um reconhecimento e uma homenagem por uma obra ímpar de cultura.

Mas, como na AAC os estudantes são quem tem a palavra, dou a palavra aos estudantes. Nos 116 anos da AAC o então Presidente Miguel Duarte declarou a inaugurar uma mostra cultural: “Viver a Associação Académica de Coimbra é viver sem limites os seus anos carregados de sentimentos, de esperança, de criação, de participação, de entusiasmo, de experiências de cada um de nós e ao mesmo tempo de todos nós.(...) Viver a Associação Académica de Coimbra é descobrir todos os dias o poder que reside nas nossas ideias traduzidas na intensa produção artística e cultural das nossas secções.” Hoje, quando a AAC vai fazer 120 anos, essa mensagem continua tão verdadeira como oportuna.

quarta-feira, outubro 17, 2007

e-Learning - 4º curso Moodle

Via GEOPOR:



Estão abertas inscrições (até 31 de Outubro) para o 4º Curso de Formação à Distância, interactivo, com tutoria online, que permite obter competências na utilização do Moodle em e-learning, portfolio e criação de comunidades virtuais:

http://www.metododirecto.net/moodle/course/view.php?id=14

Se o e-Learning (aprendizagem por meio de redes electrónicas) é uma temática do seu interesse e pretende desenvolver competências em actividades de blended-learning (ensino misto), portfolio ou na dinamização de comunidades interactivas, inscreva-se neste curso e viva uma experiência enriquecedora de aprendizagem partilhada e de valorização pessoal:

http://www.metododirecto.net/moodle/mod/questionnaire/view.php?id=147

terça-feira, outubro 16, 2007

Conferências do GeoFCUL


CONFERÊNCIAS do GeoFCUL
17 de Outubro às 16.15 horas
Faculdade de Ciências - Universidade de Lisboa



A Geologia que fazemos lá longe: Fósseis na Venezuela

por

Carlos Marques da Silva (GeoFCUL)

Sala 6.2.56 do Edifício C6

Adriano Correia de Oliveira - IV

Adriano Correia de Oliveira - III

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Adriano Correia de Oliveira - II

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Adriano - 25 anos de saudade



Faz hoje 25 anos que o cantor Adriano Correia de Oliveira partiu. Uma hemorragia no esófago, fulminante, levou-o quando estava nos braços de sua mãe, ainda um jovem e com tanto para dar. Um dos melhores cantores de Coimbra e da canção de intervenção, uma voz única que deixa muitas saudades...

Adeus Adriano...!


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quinta-feira, outubro 11, 2007

Localização da Antiga Mina da Guimarota

Embora tendo adiado a visita à Mina da Guimarota, aqui fica um mapa do GoogleMaps para saberem onde fica (balão verde com triângulo). Sugere-se que experimentem:
  • as opções Map (mapa), Sat (Satellite - fotografia área) e Hyb (Hybride - fotografia área com alguns aspectos marcados);
  • a Escala (entre o + e -);
  • a mudança da área visível (usar as setas ou o rato do PC - que aparece com aspecto de mão dentro do mapa - para mudar de localização visível).


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quarta-feira, outubro 10, 2007

Adiamento da ida à Mina da Guimarota




Foi com profunda tristeza que decidimos adiar a ida à Antiga Mina da Guimarota, pelo que vamos explicar o que fizemos previamente e o correu mal nos momentos finais que antecederam a visita.



Desde que comecei a interessar-me por Geologia de Portugal e Paleontologia que a Mina da Guimarota me fascinou (ainda durante o curso...). Quando decidi viver em Leiria procurei encontrar, nas minhas andanças, a zona da Guimarota e, dentro dela, acabei por encontrar a Rua das Minas. Passeei muitos vezes por aquela zona até que um dia optei por ir até ao final da Rua (numa parte da mesma em que esta é privativa de um conjunto de casas de uma única família) procurar a Mina e, apesar de ter estado a dois metros da mesma, não a descobri....

Mas à segunda tentativa encontrei o dono do terreno e estive à sua entrada, tendo este falado longamente comigo (e com a colega Céu Machado) sobre a Mina, os seus riscos e os seu fósseis. Já nessa vez pedi autorização para trazer ali, um dia, alguns Doutores de Geologia, que me foi concedida pelo dono do terreno e reafirmado posteriormente.


Depois, já neste ano, eu e a Céu Machado, num dia em que não tínhamos aulas, fomos até à Mina (com um aluno de Geologia de 12º Ano) e, como esta tinha sido ventilada pela máquina do dono do terreno, pudemos descer até ao estrato com carvão (onde se localizavam as duas primeiras galerias laterais, quase totalmente entulhadas) que está actualmente um pouco acima do nível de água na mina. Para tal descemos cerca de 50 metros, havendo escadas (degraus) em bom estado, com a galeria coberta a cimento (bem conservada) e iluminação eléctrica - um luxo... Deu para fotografar, recolher amostras e ainda para negociar com o dono do terreno a ida à Mina em Setembro/Outubro de 2007.

Depois disso começámos a contactar diversas instituições para nos apoiarem na visita (NEL - Núcleo Espeleológico de Leiria, na segurança e eventual detecção de morcegos, Bombeiros Municipais de Leiria, na questão da segurança, e ainda a Câmara Municipal de Leiria e a Junta de Freguesia de Leiria, no apoio a Almoço dos Doutores presentes e recordações para todos os participantes). Todas estas instituições nos apoiaram sem reservas, o que é de louvar.

Aproximando-se a data da actividade, fui numa primeira pré-visita mostrar a um elemento do NEL (o arqueólogo da CML Pedro Ferreira, que serviu de elemento de ligação com a Câmara) a localização da Mina e o seu interior. Nesta primeira ida (em 04.10.2007) verificámos que o interior da Mina estava sem oxigénio (íamos ficando lá...). Depois, em 08.10.2007, voltei à Mina e tive a confirmação do dono de que podíamos ir à Mina em 13.10.2007, tendo sido informado de que o ventilador da mina estava avariado. Nessa altura optámos por levar um carro dos Bombeiros até à Mina, com equipamento de respiração autónoma e alguns medidores de gases (não detectaram monóxido de carbono mas que confiram que o ar na mina era irrespirável a partir de uma certa profundidade).

Depois, em nova conversa, o dono do terreno reafirmou que podíamos ir à Mina no próximo sábado 10 de Outubro, mas, infelizmente, que não queria carros no terreno e que não queria ninguém na Mina antes de sábado. Assim, na impossibilidade de analisar correctamente os gases presentes na Mina (e que o antigo Comandante dos Bombeiros Municipais de Leiria, Eng.º Cunha Lopes, nos garantiu incluirem gases sulfurosos, com ácido sulfúrico, o que nos suscita algumas dúvidas...), na impossibilidade de ventilar longamente a mina (viemos a saber mais tarde que o ventilador da mina ainda funciona mas o dono do terreno não nos autorizou a sua utilização...) e na impossibilidade de ter um veículo de socorro dos Bombeiros no local, optámos por adiar a actividade.

Vamos agora brevemente reunir com a Câmara Municipal de Leiria para que esta tente fazer um protocolo com o dono do terreno onde a Mina está e tentar ainda que o INETI (ou ex-INETI...) comunique por escrito à Câmara Municipal de Leiria a importância da Antiga Mina da Guimarota e da necessidade de se fazer uma visita à mesma com especialistas para desemperrarmos esta actividade.

Às pessoas que demonstraram interesse na actividade e se inscreveram nela resta-nos agradecer o interesse demonstrado e pedir desculpas por termos de adiar a actividade, restando-nos a esperança de que tudo isto ajude na futura classificação da Mina da Guimarota como Monumento Natural (ou Geomonumento ou Sítio Classificado, que a nós tanto nos faz a tipologia da classificação...) e a realização de mais estudos sobre a sua conservação e preservação.


Geo-Emprego

Do Doutor José Brilha, professor da Universidade do Minho que recordamos da sua passagem pela Universidade de Coimbra, via GEOPOR, publicamos o seguinte texto:

Caros subscritores

Para os recém-licenciados em Geologia (e afins) talvez seja interessante ter conhecimento que o Brasil constitui, actualmente, uma forte hipótese para conseguir trabalho na área, conforme se pode comprovar no texto que se segue.
Será que o nosso Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior está a par desta recente tendência? E os Reitores das Universidades?
Será inteligente estar a regular as vagas nas universidades apenas tendo em conta o quociente lucro/prejuízo a curto prazo?

Cumprimentos.

José Brilha
Dep. de Ciências da Terra da Univ. do Minho


Matéria do Jornal "Estado de Minas"

Falta de geólogo no mercado garante vagas aos recém-formados

Aquecimento do setor de mineração, petróleo e gás e metalurgia faz com que empresas disputem profissionais jovens. Salário inicial pode chegar a cerca de R$ 4 mil

Marta Vieira - Estado de Minas
Cristina Horta/EM


Carlos Barcelos, que acaba de se formar pela Ufop, foi contratado pela Companhia Vale do Rio Doce, onde pretende fazer carreira

Engenheiros de minas e geólogos recém-formados estão sendo disputados pelas empresas de mineração, de petróleo e gás e metalurgia. Não há desemprego nestes setores – pelo contrário, o que existe é uma farta oferta de trabalho e salários valorizados que, em alguns casos, chegam R$ 4 mil iniciais. Os sinais de aquecimento da economia já chegaram às salas de aulas dos cursos da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e da UFMG, classificados entre as escolas de maior prestígio no ramo. Os alunos têm recebido mais de uma proposta de emprego antes mesmo da formatura, reflexo dos programas de expansão da indústria da mineração e do petróleo em todo o país e no exterior.

Os 24 engenheiros de minas que se formaram há cerca de dois meses na UFMG já estão trabalhando tanto em empresas de mineração quanto em escritórios de projetos de engenharia, informa Armando Corrêa de Araújo, vice-chefe do Departamento de Engenharia de Minas. Outros 22 alunos que se formaram em julho e dezembro do ano passado já saíram da universidade empregados. A procura não se limita ao trabalho no Brasil. Multinacionais também têm buscado na escola profissionais para trabalhar nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Chile e Portugal.

"A forte procura por esses profissionais transformou-se numa tendência mundial nos últimos dois anos e tem levado grandes empresas a buscá-los na própria universidade, como fazem a Vale do Rio Doce, Votorantim Metais, AngloGold Ashanti e MMX (do empresário Eike Batista)", afirma Armando Araújo. O crescimento rápido da indústria mineral, principalmente, esbarra na escassez de profissionais qualificados, o que está trazendo, agora, novas oportunidades também para aposentados e trabalhadores na faixa dos 50 anos.

Na Ufop, 95 alunos formados desde 2005 nas engenharias de minas e geológica saíram da faculdade cobiçados por mais de uma empresa, segundo Marcone Janilson Freitas Souza, pró-reitor de Graduação. "Os próprios coordenadores dos cursos e chefes de departamento são procurados pelas empresas com vagas abertas nessas áreas", afirma. A escola de engenharia de minas e geológica da Ufop é a mais antiga do país, aberta em 1876.

Os salários oferecidos estão entre os mais valorizados para os profissionais da engenharia, de acordo com Hegel Botinha, diretor- comercial do Grupo Selpe, especializado em contratação e consultoria na área de recursos humanos, de Belo Horizonte. A remuneração de ingresso de um engenheiro de minas chega a R$ 4 mil e os que comprovam experiência de pelo menos três anos na função, podem receber de R$ 5 mil a R$ 6 mil.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Ida à Mina da Guimarota - últimos dados

NOTA: Actividade ADIADA por motivos de segurança.

O texto seguinte fica para o histórico da actividade, que ainda não tem nova data.



Conforme previsto, iremos à Antiga Mina da Guimarota na manhã de 13.10.2007 (sábado). Recebemos até agora cerca de 25 inscrições para a actividade (só levaremos um máximo de 32 pessoas à mina...) e, mais tarde, teremos mais novidades sobre esta actividade.


1. Participantes (lista provisória)

Universidade de Coimbra - Departamento de Ciências da Terra:
  • Doutor Pedro Callapez
  • Doutor Jorge Dinis
  • Doutor António Saraiva
  • Doutor Fernando Figueiredo
  • Doutora Lídia Gil
  • Mestre Soares Pinto

Instituto Politécnico de Leiria - ESTG:
  • Mestre Doutoranda Anabela Veiga

Museu da Lourinhã/Universidade Nova de Lisboa:
  • Doutor Octávio Mateus
  • Lic. Rui Castanhinha
  • Lic. Ricardo Araújo
  • Lic. Alessandra Boos
  • Lic. Ana Sarzedas

INETI:
  • Mestre José Brandão

Núcleo de Espeleologia de Leiria:
  • Pedro Ferreira
  • José Artur Pinto

Organização - Escolas Correia Mateus/Rodrigues Lobo e Blogues GeoLeiria/Geopedrados:
  • Fernando Martins
  • M.ª Adelaide Martins
  • M.ª Céu Machado

Outros Professores, Espeleólogos e Estudantes de Geociências:
  • Sofia Reboleira
  • Bruno Pereira
  • Pedro Alves
  • Diogo Gaspar
  • Raquel Barros
  • Elsa Baptista
  • Hugo Mendes
  • Sérgio Medeiros
  • Ana Rola
  • Ricardo Pimentel
  • Ana Monteiro
  • Mestre Anabela Graça
  • Fátima Cardoso
  • Joana Tavares
  • Tatiana Esmeraldo
  • Norberta Soares
  • Renato Cruz
  • Maria Joana

Convidados locais a confirmar:
  • Presidente da Câmara de Leiria, Dr.ª Isabel Damasceno
  • Vereador Dr. Vítor Lourenço
  • Vereador Eng.º Fernando Carvalho
  • Presidente da Junta de Leiria Laura Esperança
  • Comandante interino dos Bombeiros Municipais de Leiria

2. Horário

09.00 - Encontro na casa do Fernando Martins - Professores de Coimbra e Lisboa
10.00 - Encontro do Parque de estacionamento do LIDL da Guimarota - participantes de Leiria
10.15 - Ida à Mina - observação e actividades
13.00 - Almoço


3. Material a trazer
  • Roupa e botas de campo
  • Material de campo de geólogo (opcional)
  • Materiais de apoio à actividade (livros sobre a Mina da Guimarota, etc.)


Aceitam-se sugestões e ideias ou propostas de alteração da actividade. As pessoas que se inscreveram e cujo nome não esteja na lista devem contactar-me.

As inscrições encerram dia 09.10.2007 às 23.59 horas.

NOTA: Actividade adiada - ver post de 10.10.2007.

Apresentação multimédia sobre Telescópios

Aqui fica a sugestão...


Apresentação em PowerPoint sobre Telescópios - AQUI.

sábado, outubro 06, 2007

As aventuras de um paleontólogo no Gobi

Octávio Mateus
Diário do deserto entre areia e esqueletos de dinossauros

Octávio Mateus partiu a 20 de Agosto numa expedição. Durante 34 dias, no deserto de Gobi, o paleontólogo teve o seu quinhão de felicidade e escreveu um diário do qual agora publicamos excertos.

Octávio Mateus partiu a 20 de Agosto numa expedição. Durante 34 dias, no deserto de Gobi, o paleontólogo teve o seu quinhão de felicidade e escreveu um diário do qual agora publicamos excertos

Octávio Mateus partiu a 20 de Agosto numa expedição. Durante 34 dias, no deserto de Gobi, o paleontólogo teve o seu quinhão de felicidade e escreveu um diário do qual agora publicamos excertos.

FASE I DA EXPEDIÇÃO:

Em Shine Us Khuduk, Deserto de Gobi (Sudeste da Mongólia).

Era o 3.º dia de escavação, a 23 de Agosto de 2007, e os grãos de areia bombardeavam-nos a 90 km/h como microprojécteis, acertando na pele exposta como se de pequenas agulhas se tratasse. Enfrentávamos uma forte tempestade de areia que tornava mais difícil a concretização do nosso principal objectivo: escavar dinossauros encontrados pela nossa expedição paleontológica.

Apesar da tempestade de areia, que durou todo o dia, a escavação dos dinossauros continuou, uma vez que tínhamos de aproveitar todos os momentos de uma expedição científica de apenas 34 dias na Mongólia. (...)

A nossa expedição chama-se “Korea--Mongolia International Dinosaur Project” (...) e tinha dois principais objectivos: conhecer mais dados sobre o período Cretácico (144 a 65 milhões de anos) e descobrir novos esqueletos de dinossauros. Fomos bem sucedidos!

Cada dia era uma aventura surpreendente, sempre com novas descobertas ou peripécias imprevistas. À noite, reunidos na tenda maior, de tipo militar, mostrávamos e catalogávamos as descobertas do dia, identificávamos os ossos mais intrigantes ou discutíamos questões científicas que se iam levantando e que nos assolavam.

Pessoalmente, eu tinha dois grandes objectivos: aprender mais sobre os dinossauros da Mongólia e descobrir novos esqueletos, nomeadamente de dinossauros saurópodes e de terizinossauros. Os primeiros são os clássicos gigantes de pescoço comprido, que podiam atingir 30 toneladas de peso e aos quais tenho dedicado parte da minha carreira. Os saurópodes são pouco conhecidos na Mongólia, logo, qualquer nova descoberta tinha o potencial de vir a ser importante. Quanto aos outros, os terizinossauros, tenho uma curiosidade natural sobre eles, pois são um dos tipos de dinossauros mais estranhos que jamais existiram. Embora dentro do grupo dos dinossauros carnívoros bípedes (os terópodes), tal como o Tyrannosaurus rex ou o Allosaurus, estes raros terizinossauros são invulgarmente enigmáticos e bizarros.

Numa abordagem completamente não científica, alguém poderia descrevê-los como um cruzamento entre um T. Rex, um urso e um peru com enormes garras nas patas dianteiras. Quando o primeiro terizinossauro foi descoberto os ossos eram tão estranhos que os paleontólogos julgaram tratar-se de uma tartaruga gigante. (...)

A verdade é que sabemos muito pouco sobre estes estranhos animais. Conhece-se a morfologia de alguns ossos, a idade geológica em que viveram, mas desconhece-se o habitat, alimentação, comportamento, reprodução e muito mais. Por isso, qualquer novo achado poderá, potencialmente, trazer alguma luz sobre os terizinossauros.

Quando o paleontólogo coreano, e principal organizador da expedição, Yuong-Nam Lee trouxe um fémur (um osso da coxa), descoberto naquele dia, ninguém conseguiu compreender de que dinossauro se tratava. A morfologia era diferente de tudo aquilo a que estávamos habituados, o que me levou a pensar que poderia ser de um tão desejado terizinossauro. Assim era. E parece ter pormenores inteiramente novos, pelo que pode ser de uma nova espécie desconhecida até à data ou de uma espécie já descrita cujo fémur não conhecíamos. Esta abordagem verificou-se eficaz: cada vez que encontrávamos um osso de dinossauro terópode diferente daquilo a que estávamos habituados, verificávamos tratar-se, em alguns dos casos, de terizinossauros. Eu descobri partes do crânio, vértebras e ossos dos membros. O sedimentólogo canadiano David Eberth descobriu uma jazida com parte de um esqueleto. Recolhemos alguns dos ossos, incluindo partes da enorme garra, mas outros ficaram no terreno porque não tivemos tempo para escavar tudo. Voltaremos para o ano. Entretanto, temos achados suficientes para contribuirmos para o conhecimento destes animais e para fazermos bons estudos científicos. Eu estava contente: novos ossos e partes de esqueletos de terizinossauros, saurópodes e de muitos outros dinossauros. A Mongólia é um ‘El Dorado’ da Paleontologia.

FASE II DA EXPEDIÇÃO:

De Shine Us Khuduk até Khermeen Tsav (Oeste de Gobi)

Ao mudarmos de local de acampamento, do Leste de Gobi para o Oeste, aventurámo-nos novamente pelo deserto, onde peripécias e imprevistos podem ocorrer a qualquer momento. A nossa caravana, de seis viaturas, fez uma travessia lenta, de seis dias, pois sofriam constantes avarias e tinham frequentemente pneus furados. Dois lentos e antigos camiões soviéticos traziam todo o equipamento e víveres necessários às duras condições no deserto(...). As raras estradas existentes no deserto são, na verdade, caminhos e trilhos de terra, mas o seu uso contínuo dá-lhes o epíteto de “estrada nacional”, com direito a numeração e a figurar na maioria dos mapas da Mongólia, até mesmo na escada de 1:2.000.000. (...)

Khermeen Tsav, o segundo local de acampamento e escavações, é o local mais remoto onde eu já alguma vez estive. (...) Magníficos canyons de cor avermelhada estendem-se a perder de vista e todos aqueles afloramentos de rocha são um convite à descoberta de dinossauros. A 54 quilómetros de distância encontrava-se o primeiro ser humano, que habitava numa ‘ger’, uma tenda circular tradicional, e a primeira povoação era uma pequena cidade que estava a cerca de 150 km. A comunicação com o mundo exterior fazia-se através de emissores-satélite. (...)”

PORTUGUÊS DA SEMANA

Octávio Mateus, paleontólogo, doutorado pela Universidade Nova de Lisboa, filho dos co-fundadores do Museu da Lourinhã, foi o Português da Semana na Domingo, na edição de 19 de Agosto, em vésperas de partir para esta expedição

ROY CHAPMAN ANDREWS

Entre 1922 e 1930, Roy Chapman Andrews – inspirador da personagem de Indiana Jones – levou a cabo missões de investigação no deserto de Gobi, na Mongólia. Em 2007, durante 34 dias, o português Octávio Mateus integrou uma missão internacional – pelo contingente norte-americano, de 15 pessoas – em que participaram ainda japoneses, sul-coreanos e mongóis

OSSOS DE MATEUS

“Eu descobri uma bone-bed, termo usado pelos paleontólogos para designar uma camada repleta de ossos com pelo menos 8 indivíduos de anquilossauros, um dinossauro herbívoro couraçado, e de onde recolhemos três crânios completos. A grande quantidade de ossos fez-nos deixar muitos deles no terreno. (...): identificámos dezenas de pegadas e recolhemos ovos, cascas de ovo e vários ninhos, entre os quais um ninho de dinossauro carnívoro Oviraptor, com ossos de embrião (...). Encontrámos e recolhemos, ainda, ossos de Tarbosaurus (o “primo asiático” do Tyrannosaurus rex), anquilossauros, protoceratops, ornitomimossauros (incluindo um bebé), e muitos outros achados (...).”

in Correio da Manhã - ver notícia

Roteiro da Ciência - PR nos Açores

Início hoje em Angra do Heroísmo
Roteiro da Ciência: Presidente da República inicia hoje visita a quatro ilhas açorianas
06.10.2007 - 10h10 Lusa

O Presidente da República inicia hoje uma deslocação a quatro ilhas dos Açores, onde vai manter encontros com as entidades locais e regionais e promover mais uma jornada do Roteiro da Ciência, dedicada às Ciências do Mar.

Depois de aterrar hoje na Base Aérea das Lajes, ilha Terceira, Cavaco Silva tem um almoço com os 19 presidentes das câmaras municipais dos Açores, no salão nobre da autarquia de Angra do Heroísmo.

O Chefe de Estado desloca-se, depois, ao monumento em memória de D. Pedro IV, que permite uma vista sobre Angra do Heroísmo, e passeia a pé pela cidade, cujo centro histórico é classificado como Património Mundial.

O resto do primeiro dos cinco dias da visita à Região Autónoma é preenchido com um audiência ao presidente do Governo Regional, Carlos César, e com um jantar oferecido pelo Representante da República nos Açores.

Cavaco Silva estará até quarta-feira no arquipélago, com deslocações, também, às ilhas do Pico, Faial e a São Miguel.

O domingo será dedicado ao Pico e ao Faial, com visitas à paisagem da cultura da vinha classificada como Património Mundial desde 2004, e ao vulcão dos Capelinhos, numa altura em que se comemora os 50 anos da erupção.

Depois de sobrevoar o vulcão num helicóptero da Força Aérea, o Presidente da República participa numa sessão solene comemorativa dos 50 anos da erupção que mudou a ilha do Faial e que obrigou cerca de metade da população a emigrar.

Aníbal Cavaco Silva dedica parte de segunda-feira a uma jornada do Roteiro da Ciência, desta vez dedicada às Ciências do Mar, que servirá para conhecer as actividades do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores, localizado na ilha do Faial.

Para este dia está, ainda, prevista uma sessão solene na Assembleia Legislativa dos Açores, na cidade da Horta, com intervenções de representantes das diversas bancadas e do Chefe de Estado.

Na terça-feira, já em São Miguel, Cavaco Silva participa num encontro com empresários, almoça com agricultores e recebe a Chave de Ouro da Cidade de Ponta Delgada.

No último dia da deslocação, 10 de Outubro, o Presidente da República visita o Centro de Vulcanologia da Universidade dos Açores, uma unidade de investigação que monitoriza a actividade sísmica e vulcânica nas ilhas.

in Público - ver notícia (sublinhados - negrito e itálico - da nossa responsabilidade...).

quinta-feira, outubro 04, 2007

Parque espeleológico na Terceira (Açores)

"A Câmara Municipal de Angra do Heroísmo anunciou que pretende, em cooperação com o governo e privados, construir quatro parques temáticos no concelho.
(...)

José Pedro Cardoso adiantou ainda que os projectos e as localizações serão apresentados publicamente no início do próximo ano.
Para o autarca não é importante quem teve a ideia ou apresentou os parques, o fundamental é que o concelho de Angra do Heroísmo passe a ter os quatro parques e outra capacidade de resposta em termos de animação. “Trata-se de potencializar os nossos recursos. Alguns naturais” – explica.
(...)

O parque, que abrangerá áreas relacionadas com "os endemismos da ilha e com a evolução da agricultura, desde o tempo dos primeiros povoadores até aos nossos dias", para além de outros focos de interesse da vida comunitária, já foi anunciado pelo o secretário regional da Economia, Duarte Ponte. Na ocasião, o governante informou que a infra-estrutura de animação turística seria num terreno de 30 mil metros quadrados.
A localização do parque espeleológico não deverá fugir ao centro da ilha e a autarquia deverá contar com a colaboração “Os Montanheiros”, contudo, José Pedro Cardoso não confirma a informação.
(...)"

Fonte: Blog Profundezas - (Fonte: A União.com)

Espeleo-Mergulho nos Olhos de Água do Alviela

ALVIELA SUB 125 - BATIDO O RECORDE DE PROFUNDIDADE DE MERGULHO EM GRUTA EM PORTUGAL

ESPELEO-MERGULHO NOS OLHOS DE ÁGUA


Dando continuidade às explorações de anos anteriores e a trabalhos pontuais já efectuados este ano, decorreu entre os dias 25 de Agosto e 1 de Setembro uma campanha de Espeleo-mergulho na nascente do Alviela.

Pretendeu-se melhorar a topografia existente (mapa da gruta) e continuar a exploração nas galerias mais profundas. A par deste objectivos pretendia-se ultrapassar a profundidade de -125 metros atingida na ultima grande exploração (a profundidade de uma gruta é medida tendo como ponto de cota zero a entrada da mesma).
Esta expedição foi organizada pela Secção de Mergulho da Sociedade Portuguesa de Espeleologia (SPE) e teve o apoio logístico da Delegação de Minde da SPE. Também o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros e a EPAL apoiaram esta iniciativa.

Contou-se com a presença dos mergulhadores estrangeiros, convidados pela SPE, Jérome Meynié e Francis Lavaud de França e de Martin Burgi de Espanha.

A coordenação técnica por parte da SPE coube aos mergulhadores Piotr Gajek e Filipe Worsdell e a coordenação científica a José António Crispim. A actividade contou ainda com sócios mergulhadores da SPE João Moteiro Henriques (de Minde), Pedro Martins e Ricardo Constantino.

Como já referido, a Delegação de Minde da SPE prestou apoio logístico através dos sócios João Gonçalves Henriques e Luís Miguel Lopes.

Durante os mergulhos foram efectuadas recolhas para identificação biospeleológica destinadas ao trabalho de mestrado de Sofia Reboleira (Universidade de Aveiro) e colheitas de água para análise no âmbito do projecto WATERMIND (POCI/CTE-GEX/59086/2004 - Universidade de Lisboa).

Durante a exploração foi descoberta e explorada uma nova galeria à profundidade de -46 metros.

No dia 30 de Agosto foi efectuado uma tentativa bem sucedida, por Jérome Meynié, de continuar a exploração da galeria principal, tendo inclusivamente batido o recorde de profundidade de mergulho em gruta em Portugal, que se situava em -125, também no Alviela, e que passou para -130 metros.

Está prevista que a exploração dos Olhos de Água do Alviela continue no início do próximo mês de Outubro.

Mais informação desta campanha podem ser consultadas na página de internet da SPE na internet: www.spe.pt.

Fonte espeleo_pt

Gruta do Carvão (S. Miguel) "aumenta" de tamanho

Entre os dias 13 e 16 de Setembro último, uma equipa de espeleólogos integrando os "Amigos dos Açores" e "Os Montanheiros" esteve a explorar as cavidades vulcânicas da ilha de São Miguel, no âmbito das actividades programadas para 2007 de ambas as associações e, igualmente, no âmbito do plano de actividades do GESPEA – Grupo para o Estudo do Património Espeleológico dos Açores, apoiado pela Secretaria Regional do Ambiente e do Mar.

A campanha "Espeleo-Arcanjo 2007" incluiu a determinação de coordenadas GPS das aberturas de diferentes grutas e algares vulcânicos existentes na Ilha de São Miguel, a recolha de dados geológicos e biológicos e a visita a locais onde é reportada a existência de cavidades, ainda não explorados.

De entre os resultados obtidos destaca-se a cartografia, pela primeira vez, de uma secção da Gruta do Carvão (troço do Paim) localizada para Norte da 2ª Circular a Ponta Delgada, aonde se acede por passagem difícil, estreita e após rastejo. Deste modo, foi possível cartografar cerca de 130 novos metros da gruta, prolongando-a para Norte da Rua da Saúde, nos Arrifes e "aumentando" o comprimento do túnel principal do troço do Paim da Gruta do Carvão para uma extensão total de cerca de 690 metros.

Durante esta campanha, os membros dos "Amigos dos Açores", de "Os Montanheiros" e do GESPEA, visitaram igualmente os Arrifes, de modo a vistoriarem locais usualmente referidos (nomeadamente em documentos históricos e testemunhos oculares) como dando passagem a cavidades vulcânicas naturais existentes no subsolo.

Neste contexto, os "Amigos dos Açores" apelam a todas as pessoas e entidades, em especial na freguesia dos Arrifes, que possuam informações, documentos, fotos ou outros dados concretos sobre a existência da gruta, ou de aberturas, nos seus terrenos ou zonas vizinhas, para que contactem a Associação através de telefone, fax ou correio electrónico, na medida em que tais informações são muito importantes para o mapeamento da cavidade e um melhor conhecimento do traçado deste Monumento Natural Regional na malha urbana da cidade de Ponta Delgada e freguesias limítrofes.


in AZORESdigital - ler notícia (fonte espeleo_pt)

Cabo Mondego Monumento Natural...!

O Cabo Mondego já é Monumento Natural. A decisão do Governo publicada em Diário da República, entrega a gestão ao Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

Finalmente. Uma vitória de peso para a Figueira da Foz. O Governo reconheceu - e publicou em Diário da República - a classificação de Monumento Natural ao Cabo Mondego entregando a sua gestão o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade. A este instituto público caberá, agora, a responsabilidade de acompanhar e fiscalizar a proibição ou condicionamento de um conjunto de actividades definidas pelo decreto que hoje entra em vigor. Uma tarefa para a qual irá contar com autarquias e entidades ligadas ao ambiente.

É de referir que para esta decisão do Governo, foram ponderados os resultados do inquérito público, que decorreu de 8 de Setembro a 20 de Outubro de 2006, e ouvida a Câmara Municipal da Figueira da Foz.

A classificação, que reconhece o valor daquele espaço, pretende, também, garantir a sua conservação, a manutenção da sua integridade, a investigação científica sobre os fenómenos geohistóricos e a sua divulgação numa perspectiva de educação ambiental.

De acordo com o documento publicado em Diário da República, a classificação e a delimitação da área do Monumento Natural, "não prejudicam a validade nem a vigência das licenças existentes à data da sua entrada em vigor ou que se venham a renovar depois desta data e que abranjam os seus limites, sem prejuízo dos titulares das mesmas se encontrarem vinculados ao regime definido no decreto regulamentar".

Contemplando que "será excluída a criação de qualquer zona de defesa do Monumento Natural em relação à área de escavação circundante à sua delimitação", o mesmo documento garante que dentro dos seus limites "é interdita a exploração dos recursos geológicos e outros; a abertura de novas vias de acesso; a alteração da morfologia do terreno e do coberto vegetal, nomeadamente através de escavações, aterros e depósitos de resíduos sólidos de qualquer tipo; a alteração do contorno da linha de costa e dos afloramentos submersos; o lançamento de efluentes, industriais ou domésticos, não devidamente tratados; a introdução de espécies alóctones; a instalação de infra-estruturas de electricidade e telefónicas, de telecomunicações, de transporte de gás natural ou de outros combustíveis, de abastecimento de água, de saneamento básico e de aproveitamento de energias renováveis; a captação e o desvio de águas que concorra para um abaixamento do seu nível normal; a deposição de materiais, entulhos ou resíduos e o vazamento de lixos; a prática de actividades desportivas motorizadas; a prática de campismo e caravanismo.

É de sublinhar que as actividades referidas "podem ser excepcionalmente realizadas desde que as intervenções se destinem a investigação científica e a recuperação ambiental e sejam efectuados pelo ICNB, ou por entidades por ele reconhecidas e autorizadas".

Condicionada está também a demolição, reconstrução, ampliação e remodelação de edifícios ou outras construções existentes; a edificação de novas construções ou de estruturas de quaisquer tipos; o alargamento ou qualquer outra alteração das vias de acesso existentes; a colheita de amostras, incluindo fósseis; o corte e a colheita de exemplares de espécies vegetais espontâneas.

in As Beiras - ler notícia (fonte espeleo_pt)

Canal História - Cidades debaixo de terra

Cidades debaixo de terra: Nápoles, sob o Vesúvio

Quinta-feira 4 de Outubro - 16.00 horas
Sexta-feira 5 de Outubro - 00.00 e 08.00 horas

A maioria das cidades do mundo, os arranha-céus erguem-se sobre as nossas cabeças, os taxistas buzinam e os vendedores de rua oferecem os seus produtos. No entanto, sob a superfície encontra-se uma cidade sobre outra cidade, cada uma com uma história fascinante. Nesta série analisam-se estas partes sobrepostas de uma cidade, que frequentemente se encontram a centenas de metros de profundidade. Além disso, serão analisadas as antigas cisternas, as húmidas e frias masmorras, os arrepiantes túmulos, os esconderijos clandestinos; e, inclusive, os naufrágios que aconteceram há centenas de anos atrás e que permaneceram ocultos. O que se encontra sob os diferentes estratos subterrâneos das cidades mais povoadas do mundo? Como construíram e constroem os engenheiros uma camada sobre a outra até criar as ruas das cidades como existem nos dias de hoje? Nesta série são reveladas as maravilhas tecnológicas que permitiram a construção de uma cidade sobre outra, literalmente.

in Canal História - ler texto (Fonte espeleo_pt)