sábado, maio 05, 2007
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Biologia - 1 Geologia - 0
Natureza: biodiversidade e geodiversidade
A reestruturação do ICN poderia ter sido feita sem mudar o nome original, sintético, coerente, expressivo e mais correcto
O Presidente da República encorajou, no seu discurso do 25 de Abril, os jovens a não se resignarem. Já não sou jovem, mas escrevo porque não me resigno com a mudança de nome do Instituto da Conservação da Natureza (ICN) para Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 136/07. Biodiversidade é uma forma de dizer, numa só palavra, diversidade biológica, ou seja, o conjunto dos seres vivos. É, para muitos, a parte mais visível da natureza, mas não é, seguramente, a mais importante. Outra parte, com idêntica importância, é a geodiversidade, sendo esta entendida como o conjunto das rochas, dos minerais e das suas expressões no subsolo e nas paisagens.
No meu tempo de escola ainda se aprendia que a natureza abarcava três reinos: o reino animal, o reino vegetal e o reino mineral. A biodiversidade abrange os dois primeiros, e a geodiversidade o terceiro. Estando assente, e bem, que biodiversidade é parte integrante da natureza, a designação agora decretada para este importante organismo do Estado é, no mínimo, desnecessária e redundante. Esta redundância vem de trás. Ficou consagrada em 2001 na Estratégia Nacional para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade, na sequência da Convenção sobre a Diversidade Biológica (Conferência do Rio, 1992). O nome vem daí, mas custa-me a crer que, num organismo onde trabalham mais de quarenta biólogos e uma quinzena de arquitectos paisagistas, ninguém tenha chamado a atenção do legislador para esta aparente ingenuidade que, cientificamente, raia o ridículo - a menos que alguém me explique aquilo que me parece inexplicável. Está fora de causa qualquer juízo crítico à reestruturação deste instituto, mas ela poderia ter sido feita sem mudar o nome original, que era sintético, coerente, expressivo e, por isso, mais correcto.
Retirar a biodiversidade da natureza é o mesmo que retirar o sobreiro do conjunto das árvores, o bacalhau do dos peixes, o papagaio do das aves, os morcegos do dos mamíferos, os jornais do da comunicação social e por aí adiante, num nunca mais acabar de exemplos disparatados. Ao enfatizar a componente biológica, a nova designação do ex-ICN torna mais evidente a subestima que, lamentavelmente, a nossa administração tem manifestado pelos valores da geologia. Como se a paisagem e a civilização não dependessem do substrato geológico.
Os governantes deveriam estar mais elucidados sobre o papel da geodiversidade na civilização moderna, na prospecção e exploração das matérias-primas metálicas e não metálicas, dos combustíveis fósseis e nucleares, das águas subterrâneas, para não falar no conhecimento dos riscos sísmico e vulcânico ou no dos terrenos sobre os quais se edificam barragens, pontes e outras grandes obras de engenharia. É que, apesar de na quinta das 10 opções estratégicas aprovadas em 2001 se propor "desenvolver em todo o território nacional acções específicas de conservação e gestão de espécies e habitats, bem como de salvaguarda e valorização do património paisagístico e dos elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e palentológico", nem o decreto-lei que lhe deu seguimento, nem a Portaria n.º 530/07, que lhe fixa os estatutos, têm um artigo, uma alínea, uma palavra referente à componente geológica da natureza. Mas tem meia centena de referências à biodiversidade. Esta pouquíssima importância dada à geodiversidade por este instituto fica, aliás, bem demonstrada pelo número de geólogos que ali trabalham, menos do que os dedos de uma mão entre 180 técnicos superiores. Que país é este que tem na geodiversidade (mármores, granitos, cobre, zinco, volfrâmio, estanho) a maior fonte de riqueza e a subestima na instituição que seria suposto zelar por ela? É o mesmo país que extinguiu, em 2003, o Instituto Geológico e Mineiro. Valha-nos Santa Bárbara!
A. M. Galopim de Carvalho
Geólogo
in Público (5/Maio/2007)
ADENDA: Já nem a Santa Bárbara nos vale, caro Doutor Galopim de Carvalho. Quando é que os Geólogos valem a si próprios e se organizam numa Ordem...?
sexta-feira, maio 04, 2007
Olhares sobre a Nazaré, visitas guiadas
Apresentação do projecto "Olhares sobre a Nazaré,Visitas guiadas"
Simpósio ibero-americano sobre património geológico, arqueológico e mineiro em regiões cársicas
Conforme programa provisório, disponível em http://carso.ineti.pt, confirmamos a presença dos seguintes conferencistas:
- Carlos Caxaria, Sub-Director-Geral da Direcção Geral de Geologia e Energia
- Federico B. de Quirós, Prof. Catedrático de Historia Antiga da Universidade de León, antigo Director das Grutas de Altamira
- João Zilhão, Arqueólogo, Professor Convidado da Universidade de Bristol (GB)
- José A. Crispim, Prof. Auxiliar, Departamento de Geologia F.C. Universidade de Lisboa, Presidente da Sociedade Portuguesa de Espeleologia
- Josep Mata-Perelló, Prof. Catedrático da Universidade Politécnica da Catalunha, Presidente Honorário da SEDPGYM
- José Manuel Alho, Director do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros
- Juan Durán Valsero, Director do Serviço de Hidrogeologia do Instituto Geológico e Mineiro de Espanha, Presidente da Associação de Grutas Turísticas de Espanha
Orientadores da visita de campo:
- Carlos Calado, Hidrogeólogo, Sociedade Portuguesa de Espeleologia
- José A. Crispim, Geólogo, F.C.U.L., Sociedade Portuguesa de Espeleologia
- Maria Luísa Rodrigues, Geógrafa, Profª. Auxiliar, Departamento de Geografia da Fac. de Letras da Universidade de Lisboa
- Raúl Coelho, Geólogo, Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros
Aproveitamos para recordar que se aproxima o final do prazo (15 de Maio) para inscrição e apresentação dos resumos com as propostas de comunicações (máx. 1 página A4) às quatro secções de trabalho do Simpósio.
Este evento está integrado na programação do Ano Internacional do Planeta Terra (UNESCO) .
Conferência "Outros Habitats"
10.05.07, 5ª-feira - 18:00, Auditório 6 – Afonso de Barros, Ala Autónoma/ISCTE
O grupo de doutorandos
(para mais informações http://outrosmundostecnicos.blogspot.com ).
"Rethinking the Sustainable City: Exploring the Potential of Local Social Enterprises"
"The problems of global warming, resource depletion, persistent pollution, and habitat destruction suggest that human civilization is no longer adapted to its global habitat. The technology for achieving a transformation to a more sustainable relationship with the environment already exists in the form of green buildings, renewable energy, public transportation, and sustainable agriculture. However, the implementation of the transformation is proceeding at a very slow pace, and it occurs alongside ongoing growth of environmental deposits and withdrawals. This talk examines the argument that an economic system based on the large, publicly traded corporation with its emphasis on short-term growth creates a growth logic that is not adapted to the global ecology. The emergence of the localist movement in the United States—around small businesses, nonprofits, and local government agencies—is examined for its potential to generate a more liveable human habitat and an economy that is more adapted to life within the planet's carrying capacity."
David J. Hess (http://www.davidjhess.org)
(Science and Technology Studies Department, Rensselaer Polytechnic Institute, NY)
Professor titular no Departamento de STS / Science and Technology Studies do Rensselaer Polytechnic Institute, New York. B.A. (honors) em Economia pela Universidade de Harvard. M.A. e PhD em Antropologia pela Universidade de Cornell, sob a orientação de James A. Boon e supervisão de Thomas Holloway, David Holmberg e Roberto DaMatta. Antigo presidente (2000-2004) do Departamento de STS / Science and Technology Studies do Rensselaer Polytechnic Institute. Detentor do prémio Diana Forsythe (2000) atribuído pelo Committee of the Anthropology of Science and Technology, Society for the Anthropology of Work, e American Anthropological Association, para o melhor livro no espírito do trabalho antropológico feminista de Diana Forsythe sobre trabalho, ciência e/ou tecnologia. Investigador em projectos anteriores de investigação e de desenvolvimento curricular da National Science Foundation e do Departamento Americano de Educação, nomeadamente "Design, Innovation, and Society", "Sustainable Technology, the Politics of Design, and Localism", "Cross-Cultural Studies of Science and Technology" e "Public Understanding of Science". Professor convidado na Universidade de Wollongong na Austrália, na Faculdade Bezerra de Menezes e na Universidade Federal Fluminense no Brasil. É autor de inúmeros livros e publicações, destacando-se Spirits and Scientists: Ideology, Spiritism, and Brazilian Culture (Penn State University Press, 1991), Science and Technology in a Multicultural World (Columbia University Press, 1995), Can Bacteria Cause Cancer? (NY University Press, 1997) e ainda Alternative Pathways in Science and Industry: Activism, Innovation, and the Environment in an Era of Globalization (MIT Press, 2007). Os seus domínios de especialização e interesse compreendem a antropologia, história e sociologia da ciência e da tecnologia; os movimentos ambientais, medicinais e religiosos; as medicinas alternativas e a modernidade; as tecnologias sustentáveis, o localismo, e a teoria e prática do design.
Publicações recentes para download:
"Alternative Pathways in Science and Industry: Activism, Innovation, and the Environment in an Era of Globalization" (2007) MIT Press, Cambridge, MA
http://mitpress.mit.edu/catalog/item/default.asp?ttype=2&tid=11183
"Enhancing Justice and Sustainability at the Local Level: Affordable Policies for Urban Governments", (2006) with Langdon Winner, research funded by the National Science Foundation, Social and Economic Sciences, SES Award No. 0425039
http://www.davidjhess.org/PolicyPaper.pdf
Este I Ciclo Temático de Conferências Livres do Programa de Doutoramento em Sociologia do ISCTE conta com o apoio das seguintes instituições: ISCTE, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e Instituto Franco-Português.
Palestra/Saída de Campo em Leiria
O Professor Doutor Jorge Dinis, do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e que foi professor dos Geopedrados, vai realizar uma actividade intitulada "A Geologia da região de Leiria". Esta será em 04.07.2007 e terá uma componente teórico/prática da manhã e uma saída de campo à tarde (o horário ainda terá de ser definido...) e estará aberta a todos os docentes de Leiria, preferencialmente dos grupos de Biologia/Geologia, Ciências da Natureza e Geografia.
Apresentaçao de site e Revista Espeleológica
Cemeçou a Queima das Fitas...
Para verem o filme da SIC-Notícias sobre a Queima 2007, clicar AQUI.
Jantar dos Geopedrados...!
PS - Eu e o Fernando Martins não poderemos ir, com muita pena nossa, pois temos uma actividade marcada para esse fim-de-semana já há muito tempo e que não podemos adiar (uma actividade envolvendo Geologia - ver AQUI...). Mais tarde colocaremos fotos desse fim-de-semana e esperamos que nos enviem (a mim ou ao Fernando) fotos e/ou filmes do Jantar de Coimbra para aqui colocar...
terça-feira, maio 01, 2007
Seminário Educação Ambiental - Alcobaça
Organizado pelo Pelouro do Ambiente - Câmara Municipal de Alcobaça
Programa:
09.00: Recepção dos participantes e entrega de documentação
09.30: Abertura – Ex.mo Sr. Secretário de Estado do Ambiente Prof. Humberto Rosa (a confirmar)
Painel I – Educação Ambiental em Portugal
10.00: Comunicação Livre - Fernando Catarino, Biólogo
10.30: "Educação ambiental - Haver ou não haver, eis a questão..." - Mário Oliveira, Geólogo, Oikos - Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria
11.00 - 11.15: Intervalo para café
Painel II - Projectos nacionais de Educação Ambiental
11.15: O Ano Polar Internacional em Portugal. Ciência e Educação- Gonçalo Vieira, Geógrafo
11.30: O projecto Escola de Mar - Cristina Brito, Bióloga, Escola de Mar
11.45: O projecto Lagartagis - Patrícia Garcia, Bióloga, Tagis
12.00: Animais do presente para conhecermos o passado - Marta Moreno García e Carlos Pimenta, Arqueozoólogos, Laboratório de Arqueozoologia – Instituto Português de Arqueologia
13.00: Intervalo para Almoço
Painel III - Resultados de projectos EA realizados em Alcobaça
14.30: O projecto Eco-Escolas - Margarida Gomes, Coordenador Nacional Projecto Eco-Escolas
14.45: "Educar o presente, preservar o futuro." - Projecto de Educação e Sensibilização Ambiental do Grupo SUMA - Paula Correia, Psicóloga, Técnica de sensibilização, Suma
15.00: Resultados da Campanha Coastwatch 2006/07 - "O Papel das Populações na Protecção do Litoral" - Lurdes Soares, Geógrafa, GEOTA
15.15: Contaminação Parasitária por fezes de canídeos em áreas urbanas e não urbanas do concelho de Alcobaça / Educação Ambiental - Cristina António, Veterinária Municipal de Alcobaça, Fernanda Rosa, Investigadora Auxiliar, Instituto de Investigação Científica Tropical e Virgínia Crespo, Docente, Instituto Politécnico de Santarém
15.30: Projecto de Educação Ambiental desenvolvido pelas Águas do Oeste – Município de Alcobaça - Cláudia Tomás, Eng,ª, Área de Comunicação e Educação Ambiental – Águas do Oeste
16.00: Intervalo para café
Conclusão do Painel III
16.30: Resultados de um projecto em curso no ano lectivo 2006-2007 - Externato Cooperativo da Benedita, Alunos do projecto Eco-Escolas
17.00: Encerramento e conclusões
Inscrições para:
Município de Alcobaça
Pelouro do Ambiente
Rua da Liberdade
2460-501 Alcobaça
Telefone: 262 580 824
Fax: 262 580 887.
Informações para: sofia.quaresma@-alcobaca.pt
Workshop - História dos Mamíferos Marinhos
Esta é uma iniciativa integrada no âmbito das comemorações do Ano do Golfinho. Vai realizar-se no dia 8 de Junho de 2007 - Dia Mundial dos Oceanos - e está aberto a estudantes universitários, biólogos e historiadores mas também ao público em geral.
Mais informações/inscrições em escolademar@gmail.com ou através dos números 966 552 928 ou 218 486 742.
NOTA: Recebido via Viridarium... A actividade será no IPJ de Lisboa.
sábado, abril 28, 2007
Visita a um Moinho
quinta-feira, abril 26, 2007
Geologia em destaque no Público
Steve Torgersen, perito de minas norueguês, olha deslumbrado para os fósseis de pegadas de uma criatura pré-histórica descobertos no tecto de uma mina de carvão na ilha de Spitsbergen, no Ártico.
in Público - 25.04.2007
Foto: Francois Lenoir/Reuters
quarta-feira, abril 25, 2007
A importância mundial da Mina da Guimarota
Diz ainda o site geoROTEIROS: "O termo provem de um termo mineiro alemão referente a concentrações minerais excepcionais, tendo sido adoptado pela Paleontologia. Alguns exemplos de Lagerstätten mais conhecidos são os calcários litográficos de Solnhofen, famosos pelos seus fósseis de Archaeopteryx, e os poços de alcatrão do Rancho La Brea, Califórnia, de onde foram extraídos inúmeros vestígios de faunas Plistocénicas da América do Norte."
Quanto à Mina da Guimarota, com rochas de cerca de 153 milhões de anos (Jurássico inferior - Kimmeridgiano) diz o site atrás referido o seguinte: "A Mina da Guimarota, situada a sul de Leiria, é uma das melhores jazidas de mamíferos Jurássicos a nível mundial. Fechada desde 1982, desta mina de lignito foram extraídos por paleontólogos alemães da Freie Universität Berlin milhares de fósseis testemunho de uma riqueza faunística da região durante o Jurássico Superior. A fauna compreendia, entre outros, tubarões, crocodilos, tartarugas, dinossáurios, mamíferos e aves primitivas. "
O Professor Doutor Galopim de Carvalho, a quem devemos muito na preservação de achados paleontológicos em Portugal, dizia ASSIM na sua página da Internet:
"Mina da Guimarota - Leiria
Um caso único como documento da vida no Jurássico nesta região da Europa
Em 1959, o Prof. W. G. Kuhne, da Freie Universität de Berlim, especialista em mamíferos primitivos, interessou-se por uma pequena mina de carvão (lignito) abandonada, na Guimarota, nas proximidades de Leiria.
Na sequência dos estudos que aí empreendeu, a partir de 1960, publicados nas Memórias dos então Serviços Geológicos de Portugal (Nova Série, nº 14, 1968) e dos muitos outros levados a cabo pelos seus discípulos e continuadores, esta velha mina revelou-se uma jazida de excepcional riqueza paleontológica, não só pela variedade e número de fósseis aí encontrados (e estudados), como pelo esplêndido estado de conservação dos mesmos. Celebrizada pela fauna de mamíferos do Jurássico superior (com 151 a 154 milhões de anos), esta jazida de carvão relevou-se igualmente rica de outras espécies de animais e plantas que cedo despertaram o interesse de muitos paleontólogos de variadíssimas especialidades, sendo muito vasta a bibliografia publicada por autores alemães e outros estrangeiros, em contraste com os nacionais, que nunca tiveram condições para competir com eles.
A grande maioria deste espólio saiu do país, sendo mínima a parte que permanece entre nós. Resta-nos a mina, que continua a ser uma jazida onde muitos estudos podem e devem prosseguir.
Apreciamos e enaltecemos o trabalho dos nossos colegas estrangeiros, além de que apoiamos a continuação dos seus estudos. Sem eles, o desconhecimento sobre esta página da nossa história geológica seria total.
A par de jazidas mundialmente reconhecidas, como a de Solenhöfen, na Alemanha ou a do Cabo Mondego, em Portugal, a Mina da Guimarota deverá ser considerada um Geomonumento e, como tal, convenientemente protegida pela lei.
O Museu Nacional de História Natural tem vindo a desenvolver esforços no sentido da musealização de sítios com interesse geológico, nos quais inclui esta mina.
O interesse da comunidade científica internacional levou a recente edição, em 2002, de um livro de divulgação cuja referência se inclui em anexo. Também em anexo se insere a parte mais significativa da bibliografia sobre esta jazida e uma lista das espécies até hoje descritas.
Lisboa, 6 de Janeiro 2003
O livro que o Professor Doutor Galopim de Carvalho referia no texto anterior era este:
MARTIN, Thomas & Bernard KREBS (editors):
2000. [in English] – 156 pp., 177 mostly coloured figures, 2 tables
24.5 x 21.3 cm. Hard cover
ISBN 978-3-931516-80-2
Nas Comunicações do Instituto Geológico e Mineiro (Tomo 88, Lisboa, 2001) aparece o seguinte texto, em relação ao livro anterior:
"GUIMAROTA – a Jurassic Ecosystem
THOMAS MARTIN & BERNARD KREBS (EDITORS)
Em 1960 uma equipa de investigadores do Instituto de Paleontologia da Universidade Livre de Berlim, chefiada pelo Prof. W. G. Kuhne, iniciava os trabalhos de pesquisa de fósseis na antiga mina da Guimarota, nos arredores de Leiria, que explorava a lenhite dos níveis do Jurássico superior (Kimeridgiano). O interesse suscitado pelo material fóssil recolhido nesses primeiros anos, enquanto a mina ainda funcionava, levou a que, após o seu fecho, se retomasse a "exploração" do seu carvão, agora para fins unicamente científicos.
Assim, durante 9 anos (1973-82) aquela antiga mina foi reaberta e explorada com objectivos paleontológicos tendo-se recolhido milhares de exemplares de crânios, mandíbulas, ossos e dentes de vertebrados terrestres e aquáticos e inúmeros restos de plantas e de invertebrados, tornando o local a mais importante jazida a nível mundial de mamíferos e outros pequenos vertebrados do Jurássico superior.
Com base neste precioso espólio paleontológico, foram sendo publicados numerosos trabalhos científicos, alguns incluídos nas Comunicações e nas Memórias dos Serviços Geológicos de Portugal.
Decorridos mais de 30 anos sobre o início dos trabalhos, pretendeu-se reunir numa única publicaçáo o conjunto dos principais resultados obtidos.
O livro agora editado relata a história desta exploração científica e os principais resultados obtidos pelo estudo dos fósseis encontrados, incluindo a reconstituição paleoambiental da jazida, com capítulos consagrados á flora, ostracodos, carófitas, moluscos, peixes, réptɥis, dinossauros, mamíferos e, ainda, aos métodos de preparação utilizados.
Esta obra tem uma excelente apresentação em papel "couché" sendo profusamente ilustrada com fotografias a cores das espécies estudadas e com estampas da reconstituição dos principais vertebrados e dos paleoambientes onde viveram."
Para terminar, convém ainda referir dois aspectos: hoje em dia há uma enorme área construída em cima da mina e do vazio que ela representa - e a escoragem, mais tarde ou mais cedo, terá de ceder... O problema da subsidência foi, de forma preliminar, estudado pelo Professores Doutores Fernando Pedro Figueiredo e Lídia Catarino (Departamento de Ciências da Terra - Universidade de Coimbra) em 2005, no texto Caracterização de uma Antiga Zona Mineira por Métodos de Prospecção Geofísica – O Caso da Mina da Guimarota, Leiria. Depois há ainda aspectos de natureza ambiental pouco tratados - a existência de morcegos a habitarem a mina, eventuais problemas de contaminação de lençóis freáticos, a libertação de gases da mina, a situação dos respiradouros antigos, etc.Em Setembro de 2007 vamos tentar voltar à mina, desta vez com mais gente (incluindo Doutores da Universidade de Coimbra, especialistas em morcegos, bombeiros e outros) para saber um pouco mais sobre este importante património português e mundial, tão ignorado e tão mal preservado...
ADENDA - Para além das anteriormente referidas, sugere-se ainda a consulta das seguintes páginas da Internet, em português e inglês:
Outras fotos e desenhos da Guimarota
terça-feira, abril 24, 2007
Ancient Rainforest Revealed in Coal Mine
Replete with a diverse mix of extinct plants, the 300-million-year-old fossilized forest is revealing clues about the ecology of Earth’s first rainforests . The discovery and details of the forest are published in the May issue of the journal Geology.
“We’re looking at one instance in time over a large area. It’s literally a snapshot in time of a multiple square mile area,” said study team member Scott Elrick of the Illinois State Geological Survey (ISGS).
Forest find
Over millions of years as sediments and plant material pile up, layer upon layer, the resulting bands become time indicators with the newest, youngest layer on the top and the oldest layer at the bottom. Typically geologists peel away a vertical slice of rocky material to look at material, including fossils, over a period of time.
A coal mine offers a unique view of the past. Instead of a time sequence, illuminated in the layer upon layer of sediments, the roof of an underground mine reveals a large area within one of those sediment layers, or time periods.
Miners in Illinois are used to seeing a few plant fossils strewn along a mine’s ceiling, but as they burrowed farther into this one, the sheer density and area covered by such fossils struck them as phenomenal, Elrick said.
That’s when they called paleobotanist Howard Falcon-Lang from the University of Bristol in the United Kingdom and William DiMichele, a curator of fossil plants at the Smithsonian National Museum of Natural History.
"It was an amazing experience. We drove down the mine in an armored vehicle, until we were a hundred meters below the surface,” Falcon-Lang said. “The fossil forest was rooted on top of the coal seam, so where the coal had been mined away the fossilized forest was visible in the ceiling of the mine.”
Forest snapshot
Here’s what the miners and other scientists saw underground: Relatively narrow passageways wind through the “cave,” marked off with stout 100-foot-wide pillars to ensure the roof doesn’t collapse.
“It’s like in some bizarre Roman temple with tons of Corinthian pillars that are 100 feet across and only six feet tall,” Elrick told LiveScience. “As you’re walking down these passageways you see these pillars of coal on either side of you and above you—imagine an artist’s canvas painted a flat grey and that is sort of what the grey shale above the coal looks like.”
The largest ever found, the fossil forest covers an area of about 40 square miles, or nearly the size of San Francisco. This ancient assemblage of flora is thought to be one of the first rainforests on Earth, emerging during the Upper Carboniferous, or Pennsylvanian, time period that extended from about 310 million to 290 million years ago.
A reconstruction of the ancient forest showed that like today’s rainforests, it had a layered structure with a mix of plants now extinct: Abundant club mosses stood more than 130-feet high, towering over a sub-canopy of tree ferns and an assortment of shrubs and tree-sized horsetails that looked like giant asparagus.
Flash freeze
The scientists think a major earthquake about 300 million years ago caused the region to drop below sea level where it was buried in mud. They estimate that within a period of months the forest was buried, preserving it “forever.”
“Some of these tree stumps have been covered geologically speaking in a flash,” Elrick said.
Because the spatial layout of the forest has been maintained, the scientists can learn about entire plant communities, not just individual plants.
"This spectacular discovery allows us to track how the species make-up of the forest changed across the landscape, and how that species make-up is affected by subtle differences in the local environment," Falcon-Lang said.
The fossil forest extends along the ceiling of two adjacent mines, the Riola mine and the Vermillion Grove mine, which are located in Vermillion County, just south of Danville, Illinois.
in Yahoo News - ler notícia