O calendário juliano, com as modificações feitas por Augusto, continua sendo utilizado pelos
cristãos ortodoxos em vários países. Nele, os
anos bissextos ocorrem sempre de quatro em quatro
anos,
enquanto no calendário gregoriano não são bissextos os anos seculares
exceto os múltiplos de 400, o que hoje acumula uma diferença para o
calendário gregoriano de 13
dias.
Em
46 a.C.,
Júlio César,
percebendo que as festas romanas em comemoração à estação primaveril
do ano, marcadas para março (que era o primeiro mês do ano), caíam em
pleno
Inverno, determinou que o
astrónomo alexandrino Sosígenes corrigisse o calendário.
As modificações realizadas a partir desses estudos modificaram radicalmente o calendário romano: dois meses,
Unodecembris e
Duocembris foram adicionados ao final do ano de
46 a.C., deslocando assim
Januarius e
Februarius para o início do ano de
45 a.C.. Os dias dos meses foram fixados numa sequência de 31, 30, 31, 30... de
Januarius a
December, à exceção de
Februarius, que ficou com 29 dias e que, a cada três anos, teria 30 dias.
Com estas mudanças, o calendário anual passou a ter doze meses que somavam 365 dias. O mês de
Martius, que era o primeiro mês do ano, continuou sendo a marcação do
equinócio.
Foi abandonado o formato luni-solar do calendário romano se fixando
para um calendário predominantemente solar, se substituiu o mês
intercalar
Mercedonius de 22 e 23 dias por apenas um dia chamado de dia extra que deveria ser incluso após o 25º dia de
Februarius,
"ante die sextum kalenda martias", que, em função da forma de contagem dos romanos acabou criando o conceito de
ano bissexto, de 366 dias que deveria ocorrer de três em três anos.
Os anos bissextos definidos no calendário juliano aproximavam o
ano trópico por 365,25 dias, incorporando pequenos erros no alinhamento das estações ao longo dos anos. O imperador
Augusto acabou corrigindo essas diferenças em
8 d.C., determinando que os anos bissextos ocorressem de quatro em quatro anos.
Calendário juliano após 8 d.C.
Este calendário vigorou até a
Idade Média aproxima o ano trópico por 365,25 dias, importando em um dia de erro no alinhamento dos
equinócios a cada 128 anos. Por esse motivo foi modificado pelo
Papa Gregório XIII, em 4 de outubro de
1582
quando suprimiu-se 10 dias do calendário juliano e mudou-se a regra do
ano bissexto implementada por Augusto. Este novo calendário foi
adotado por países da
Igreja Católica, entretanto, a
Igreja Ortodoxa
não aceitou seguir esta mudança, optando pela permanência no
calendário juliano o que explica hoje a diferença de 13 dias entre
estes dois calendários.