A família de Malala gere uma cadeia de escolas na região. No início
de 2009, quando tinha 11-12 anos de idade, Malala escreveu para a
BBC
um blog, sob pseudónimo, no qual detalhava o seu quotidiano durante a
ocupação talibã, as tentativas destes em controlar o vale e os seus
pontos de vista sobre a promoção da educação para as jovens no vale do
Swat. No verão seguinte, o
New York Times publicou um documentário
sobre o quotidiano de Malala à medida que o exército paquistanês
intervinha na região. A popularidade de Malala aumentou
consideravelmente, dando entrevistas na imprensa e na televisão e sendo
nomeada para o
prémio internacional da Criança pelo ativista sul-africano
Desmond Tutu.
Na tarde de 9 de outubro de 2012, Malala entrou num autocarro escolar
na província de Khyber Pakhtunkhwa. Um homem armado chamou-a pelo nome,
apontou-lhe uma pistola e disparou três tiros. Uma das balas atingiu o
lado esquerdo da testa e percorreu o interior da pele, ao longo da face e
até ao ombro.
Nos dias que se seguiram ao ataque, Malala manteve-se inconsciente e em
estado grave. Quando a sua condição clínica melhorou foi transferida
para um hospital em
Birmingham na
Inglaterra. Em 12 de outubro, um grupo de 50 clérigos islâmicos paquistaneses emitiu uma
fátua
contra os homens que a tentaram matar, mas os talibãs reiteraram a sua
intenção de matar Malala . A tentativa de assassinato desencadeou um
movimento de apoio nacional e internacional. A
Deutsche Welle escreveu em 2013 que Malala se tornou "a mais famosa adolescente em todo o mundo"
. O enviado especial das
Nações Unidas para a educação global,
Gordon Brown, lançou uma petição da ONU em nome de Malala com o slogan
I am Malala
("Eu sou Malala"), exigindo que todas as crianças do mundo estivessem
inscritas em escolas até ao fim de 2015, petição que impulsionou a
retificação da primeira lei de direito à educação no Paquistão.
Em 29 de abril de 2013, Malala foi capa da
revista Time e considerada uma das
100 pessoas mais influentes do mundo. Em 12 de julho do mesmo ano, Malala discursou na
sede da Organização das Nações Unidas, pedindo acesso universal à educação. Malala foi ainda homenageada com o
prémio Sakharov de 2013. Em fevereiro de 2014, foi nomeada para o
World Children's Prize na
Suécia.
Em 10 de outubro, foi anunciada a atribuição do
Nobel da Paz
a Malala pela sua luta contra a repressão de crianças e jovens e pelo
direito de todas as crianças à educação. Com apenas 17 anos, Malala foi a
mais jovem laureada com o Nobel.
Malala partilhou o Nobel com
Kailash Satyarthi, um ativista
indiano dos direitos das crianças.