Alexander Graham Bell nasceu em Edimburgo numa família ligada ao ensino de
elocução: o seu avô em
Londres, o seu tio em
Dublin e o seu pai, Alexander Melville Bell, em
Edimburgo, eram todos elocucionalistas.
Este último publicou uma variedade de trabalhos sobre o assunto, dos
quais vários são bem conhecidos, em especial o seu tratado na linguagem
gestual, que apareceu em Edimburgo, em 1868. Neste explica o seu método
engenhoso de instruir
surdos,
por meio visual, como articular palavras e como ler o que as outras
pessoas dizem pelo movimento dos lábios. Graham Bell, o seu distinto filho, foi educado na escola real de Edimburgo, onde se graduou aos
13 anos. Aos dezasseis anos obteve uma posição como professor de elocução e de
música na academia de Weston House, em
Elgin,
Escócia. O ano seguinte foi passado na
Universidade de Edimburgo. De 1866 a 1867 foi instrutor na universidade de Somersetshire em
Bath,
Inglaterra. Enquanto esteve na Escócia virou a sua atenção para a ciência da acústica, com o objectivo de melhorar a surdez da sua mãe.
Em 1870, aos 23 anos, mudou-se com a família para o
Canadá, onde se estabeleceram em Brantford,
Ontário.
Antes de sair da Escócia, Alexander Graham Bell virou a sua atenção
para o telefone, e no Canadá continuou o seu interesse por máquinas de
comunicação.
Projectou um piano que podia transmitir música a uma certa distância por meio de electricidade. Em 1873 acompanhou seu pai a
Montreal,
Quebeque,
onde ensinou o seu sistema de linguagem gestual. O Bell
mais velho foi convidado a introduzir o sistema numa grande escola para
mudos em Boston, mas declinou o posto, em favor do seu filho, que se
tornou logo famoso nos Estados Unidos pelo seu sucesso neste importante
trabalho. Alexander Graham Bell publicou mais de um tratado sobre o
assunto em
Washington,
e é principalmente com os seus esforços que os milhares de surdos mudos
na América podem agora falar quase, se não completamente, tão bem
quanto as pessoas que conseguem ouvir.
Em
Boston continuou a sua pesquisa no mesmo campo, e esforçou-se para produzir um
telefone que emitisse não somente notas musicais, mas articulasse a fala.
Com financiamento do seu sogro americano, em 7 de março de 1876, o Escritório de
Patentes
dos Estados Unidos concedeu-lhe a patente número 174.465 que cobre "o
método de, e o instrumento para, transmitir sons vocais ou outros
telegraficamente, causando ondulações eléctricas, similares às vibrações
do ar que acompanham o som vocal.", ou seja o telefone. Após ter obtido
a patente para o telefone, Bell continuou as suas experiências em
comunicação, que culminaram na invenção da
photophone - transmissão do som num feixe de luz - um precursor dos sistemas de
fibra óptica actuais.
Também trabalhou na pesquisa médica e inventou técnicas para ensinar o discurso aos surdos.
Bell teve 18 patentes concedidas em seu nome e outras doze que compartilhou com seus colaboradores. Estas incluem 14 para o
telefone e o
telégrafo, quatro para o
photophone, uma para o
fonógrafo, cinco para veículos aéreos, quatro para
hidroaviões, e duas para uma pilha de
selénio. Em 1888 era um dos membros fundadores da
National Geographic Society e transformou-se no seu segundo presidente.
Recebeu muitas honrarias. O governo francês conferiu-lhe a decoração da
Légion d'honneur (legião de honra),
a
Académie Française atribuiu-lhe o prémio Volta, de 50 mil francos,
a sociedade real das artes em
Londres concedeu-lhe a medalha Albert, em 1902, e a universidade de
Würzburg,
Baviera, concedeu-lhe o grau de doutoramento
honoris causa.