O Massacre de Srebrenica foi o assassinato, de 11 a 25 de julho de 1995 de, pelo menos, 8.373 bósnios muçulmanos, variando, em idade, de adolescentes a idosos, na região de Srebrenica, pelo Exército Bósnio da Sérvia, sob o comando do General Ratko Mladić e com a participação de uma unidade paramilitar sérvia conhecida como "Escorpiões".
Considerado um dos eventos mais terríveis da história recente, o massacre de Srebrenica é o maior assassinato em massa da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Foi o primeiro caso legalmente reconhecido de genocídio na Europa depois do Holocausto.
Tudo começou quando tropas sérvias invadiram Srebrenica, e a população local procurou abrigo num complexo da ONU. Porém, dois dias depois, as forças neerlandesas da missão de paz da ONU, que estavam em menor número e não tiveram resposta quando pediram reforços à ONU, em Genebra,
cederam às pressões das tropas de Mladic e forçaram milhares de
famílias muçulmanas a deixar o local. Os invasores sérvios, então,
organizaram os muçulmanos por género, enviando os homens para a
execução. Cerca de 8 mil homens e meninos muçulmanos foram mortos.
Também houve denúncias de violações, seguidos de assassinatos, de
mulheres e crianças. Nas palavras do juiz Fouad Riad, em novembro de
1995, ao indiciar Ratko Mladić in absentia, por genocídio em Srebrenica, no tribunal de crimes de guerra de Haia,
havia evidências de uma "inimaginável selvajaria: milhares de homens
executados e enterrados em valas comuns, centenas de homens enterrados
vivos, homens e mulheres mutilados e massacrados, crianças mortas diante
das mães, um avô obrigado a comer o fígado de seu próprio neto". Os corpos eram deitados em valas comuns, feitas às pressas.
De acordo com o Tribunal Penal Internacional para a antiga Jugoslávia (International Criminal Tribunal for the former Yugoslavia - ICTY), ao tentar eliminar uma parte da população bósnia, as forças sérvias cometeram genocídio.
Pretendiam o extermínio dos 40 mil bósnios que viviam em Srebrenica, um
grupo emblemático dos bósnios em geral. Os sérvios não aceitam a
acusação de genocídio e afirmam que, no mesmo período, houve também, na
região de Srebrenica, milhares de vítimas sérvias que são
sistematicamente ignoradas pela comunidade internacional.
Em 6 de setembro de 2013,
dezoito anos depois do massacre, o Suprema Tribunal dos Países Baixos
decidiu que o país era responsável pelas mortes de três muçulmanos
bósnios durante o massacre de 1995, embora as forças neerlandesas
fizessem parte de uma missão de paz da ONU. A advogada de direitos humanos
Liesbeth Zegveld, que representou as famílias bósnias, considerou a
decisão como histórica, por estabelecer que países envolvidos em missões
da ONU podem ser legalmente responsáveis por crimes, ou seja, abriu-se um precedente notável, no longo histórico de imunidade da organização. "[A decisão] estabelece que forças de paz (ou a ONU) não podem operar num vácuo legal,
onde não existe prestação de contas ou reparação para as vítimas",
como tinha sido até agora. Zegveld declarou que tem havido demasiada
ocultação pelas Nações Unidas,
graças ao "muro da imunidade". Segundo ela, a sentença "diz claramente
que países envolvidos em missões da ONU podem ser responsabilizados por
crimes" que nem sempre estarão "acobertados pela bandeira ONU".
Em 8 de julho de 2015, a Rússia vetou a resolução do Conselho de Segurança da ONU
que classificava o massacre de Srebrenica como genocídio. Durante a
votação, China, Nigéria, Angola e Venezuela abstiveram-se, enquanto os
restantes dez membros do Conselho mostraram-se favoráveis ao
reconhecimento do massacre de Srebrenica como genocídio.
Nomes das vítimas no Memorial do Genocídio de Srebrenica
in Wikipédia