quinta-feira, outubro 02, 2025

José Cardoso Pires nasceu há um século...


José Augusto Neves Cardoso Pires (Vila de Rei, São João do Peso, 2 de outubro de 1925 - Lisboa, Campo Grande, 26 de outubro de 1998) foi um escritor português.
   
Biografia

Nascido em São João do Peso, no concelho de Vila de Rei, filho de José António Neves e de sua mulher Maria Sofia Cardoso Pires, ele daí natural e ela de Cardigos, em Mação, foi muito cedo para Lisboa com os pais, ele Oficial da Marinha Mercante, ela dona de casa, a irmã, Maria de Lurdes Neves Cardoso Pires (5 de outubro de 1927) e o irmão, António Nuno Cardoso Pires Neves (13 de junho de 1931 - 9 de abril de 1953).

Entre 1935 e 1944 frequentou o Liceu Camões, onde teve como professores Rómulo de Carvalho e Delfim Santos, iniciando, de seguida, uma nunca terminada licenciatura em Matemáticas Superiores, na Faculdade de Ciências.

Em 1945 alista-se na Marinha Mercante, como praticante de piloto sem curso, atividade que abandona compulsivamente, «suspeito de indisciplina e detido em viagem do navio Niassa» (c.f. auto da Capitania do Porto de Lisboa, de 02-02-1946).

Já depois de optar pela carreira de jornalista, veio a assumir a direção das Edições Artísticas Fólio, onde Aquilino Ribeiro publicou O Retrato de Camilo, e onde lançou a coleção Teatro de Vanguarda, que contribuirá para a revelação em língua portuguesa de obras de Samuel Beckett, William Faulkner e Vladimir Maiakovski.

Em 1959 foi para Itália, afim de estagiar na revista Época, de Milão, preparando-se para a publicação de um semanário em termos semelhantes ao da Época, que a censura impediu. Entretanto conseguiu lançar a revista Almanaque, cuja redação integrou figuras como Luís Sttau Monteiro, Alexandre O'Neill, Vasco Pulido Valente, Augusto Abelaira e José Cutileiro.

Foi ainda cronista do Diário de Lisboa, da Gazeta Musical e de Todas as Artes e da Afinidades.

Em 1953, morre o seu irmão num acidente de aviação, em cumprimento do serviço militar, quando o Harvard T6 em que treinava se incendiou em pleno voo acabando por cair e explodir. Dez anos mais tarde, Cardoso Pires dedica-lhe «in memoriam» o romance O Hóspede de Job, como protesto contra a guerra fria e a colonização militares.

A 8 de julho de 1954 casou com Maria Edite Pereira (5 de Janeiro de 1932), enfermeira, da qual teve duas filhas, Ana Cardoso Pires (4 de setembro de 1956), casada e mãe de uma filha Joana (7 de novembro de 1982) e um filho Rui (13 de março de 1985), e Rita Cardoso Pires (22 de novembro de 1958), solteira e sem geração.

Foi militante do Partido Comunista Português, do qual se desvincula após a Revolução de 25 de Abril de 1974.

Em 1995 Cardoso Pires sofre um Acidente Vascular Encefálico (AVE), as vivências em relação ao AVE inspiraram a sua obra De Profundis, Valsa Lenta de 1997, e foi retratada no filme Sombras Brancas (2022) de Fernando Vendrell.

Foi sepultado em 1998 no Talhão dos Artistas do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.

 

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