(imagem daqui)
O massacre de Corumbiara foi o resultado de um conflito violento, ocorrido a 9 de agosto de 1995, no município de Corumbiara, no estado de Rondónia. O conflito começou quando polícias entraram em confronto com camponeses sem-terra que estavam a ocupar uma área, resultando na morte de 12 pessoas, entre elas uma criança de seis anos e dois polícias.
Em agosto de 1995, cerca de 600 camponeses haviam se mobilizado para
tomar a Fazenda Santa Elina, tendo construído um acampamento no latifúndio
improdutivo. Na madrugada do dia 9, por volta das três horas,
pistoleiros armados, recrutados nas fazendas da região, além de soldados
da Polícia Militar com os rostos cobertos, iniciaram os ataques ao
acampamento.
O número oficial de mortos no massacre é de 16 pessoas e há sete
desaparecidos. Para os agricultores, entretanto, o número de mortos pode
ter passado de 100 pois, segundo eles, muitos mais teriam sido mortos
por polícias e jagunços, e enterrados sumariamente. Depois de horas de
tiroteio, os camponeses não tinham mais munições para as suas espingardas. O Comando de Operações Especiais, comandado na época pelo capitão José Hélio Cysneiros Pachá, usou bombas de gás lacrimogénio e acendeu holofotes contra as famílias. A chacina ocorreu no governo do agora senador Valdir Raupp (PMDB).
Mulheres foram usadas como escudo humano pelos polícias e pelos
jagunços do fazendeiro Antenor Duarte. A pequenina Vanessa, de apenas
seis anos, teve o corpo trespassado por uma bala "perdida", quando
corria junto com a sua família. Cinquenta e cinco posseiros ficaram
gravemente feridos. Os laudos tanatoscópicos provaram execuções
sumárias. O bispo de Guajará Mirim, D. Geraldo Verdier, recolheu amostras de ossos calcinados em fogueiras do acampamento e enviou a Faculté de Médicine Paris-Oeste, que confirmou a cremação de corpos humanos no acampamento da fazenda.
Desde 1985 os camponeses se organizavam, tendo criado as vilas de
Alto Guarajús, Verde Seringal, Rondolândia, e mais tarde o povoado de
Nova Esperança - posteriormente cidade de Corumbiara. Dez anos depois,
foram vítimas da chacina. E até hoje os parentes das vítimas aguardam a indemnização. É uma das vergonhas de Rondónia e uma das vergonhas nacionais.
A assessoria jurídica da CPT RO e a CJP (Comissão Justiça e Paz de
Porto Velho) acompanham o processo judicial a favor da indemnização das
famílias vítimas da chacina.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou,em
24 de abril de 2013, proposta que concede amnistia aos trabalhadores
rurais e polícias militares de Rondónia punidos no episódio conhecido
como Massacre de Corumbiara. Dois camponeses foram condenados na
ocasião, Claudemir Gilberto Ramos e Cícero Pereira Leite Neto, pela
morte de dois polícias. O Projeto de Lei 2000/11, do deputado João
Paulo Cunha (PT-SP), propunha a amnistia apenas aos sem-terras.
O relator da proposta, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), incluiu os polícias militares, após manifestações de outros parlamentares. “A
amnistia deve ser ampla e irrestrita”, afirmou.
in Wikipédia
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