Capa negra, rosa negra
Capa negra, rosa negra
Rosa negra sem roseira
Abre-te bem nos meus ombros
Como o vento numa bandeira.
Abre-te bem nos meus ombros
Vira costas à saudade
Capa negra, rosa negra
Bandeira de liberdade.
Eu sou livre como as aves
E passo a vida a cantar
Coração que nasceu livre
Não se pode acorrentar.
Milho verde
Milho verde, milho verde
Milho verde maçaroca
À sombra do milho verde
Namorei uma cachopa
Milho verde, milho verde
Milho verde miudinho
À sombra do milho verde
Namorei um rapazinho
Milho verde, milho verde
Milho verde folha larga
À sombra do milho verde
Namorei uma casada
Mondadeiras do meu milho
Mondai o meu milho bem
Não olheis para o caminho
Que a merenda já lá vem
Vira de Coimbra
Dizem que amor de estudante
Não dura mais que uma hora
Só o meu é tão velhinho
Inda não se foi embora.
Coimbra p'ra ser Coimbra
Três coisas há-de contar
Guitarras, tricanas lindas,
Capas negras a adejar
Ó Portugal trovador
Ó Portugal das cantigas
A dançar tu dás a roda
A roda com as raparigas
Se Coimbra fosse minha
Como é dos Estudantes
Mandava os livros à m...a
Punha garrafas na estante
Fui encher a bilha e trago-a
Vazia como a levei
Mondego que é da tua água
que é dos prantos que eu chorei.
Balada do Outono
Águas e pedras do rio
Meu sono vazio
Não vão acordar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Águas do rio correndo
Poentes morrendo
P'ras bandas do mar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem meus olhos secar
Águas das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto a cantar
Traz outro amigo também
Amigo maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também
Coimbra do Mondego
Oh Coimbra do Mondego
E dos amores que eu lá tive
Quem te não viu anda cego
Quem te não ama não vive
Do Choupal até à Lapa
Foi Coimbra meus amores
A sombra da minha capa
Deu no chão abriu em flores
Vejam bem
Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar
E se houver
uma praça de gente madura
e uma estátua
e uma estátua de de febre a arder
Anda alguém
pela noite de breu à procura
e não há quem lhe queira valer
e não há quem lhe queira valer
Vejam bem
daquele homem a fraca figura
desbravando os caminhos do pão
desbravando os caminhos do pão
E se houver
uma praça de gente madura
ninguém vai
ninguém vai levantá-lo do chão
terça-feira, novembro 08, 2005
Saudades de Coimbra II - Zeca Afonso
Postado por Fernando Martins às 22:58
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário