sábado, janeiro 01, 2022

Spallanzani nasceu há 293 anos

  
Lazzaro Spallanzani (Scandiano, 10 de janeiro de 1729 - Pavia, 12 de fevereiro de 1799) foi um sacerdote católico, fisiologista italiano, estudioso das ciências naturais. Educado num colégio de jesuítas, Spallanzani abandonou os seus estudos em Direito na Universidade de Bolonha para se dedicar à ciência. O seu trabalho centrou-se na investigação da teoria da geração espontânea. Com suas experiências, Spallanzani mostrou que os micróbios movem-se pelo ar e que podem ser eliminados por fervura.
O seu intuito era derrubar as ideias de John Needham, que, através de suas experiências, havia "comprovado" que a vida poderia surgir espontaneamente de um caldo nutritivo, colocado em um recipiente vedado e aquecido até sua fervura. O problema do experimento de Needham eram os recipientes, que não foram bem vedados, permitindo a entrada de microorganismos e a contaminação do caldo nutritivo, e uma fervura branda, que possivelmente não haveria matado todos os microrganismos que já estavam no caldo nutritivo. Spallanzani mostra que com os recipientes vedados de outra maneira mais eficiente e realizando a fervura por mais tempo, a vida não surge espontaneamente.
Porém Needham retorquiu afirmando que com aquela fervura Spallanzani havia acabado com o ar dos recipientes, impossibilitando o surgimento da vida. Realmente a experiência acabava com o oxigénio dos frascos. A controvérsia só veio a ser esclarecida mais tarde, com as descobertas de Louis Pasteur.
Além disso, aprofundou os estudos de René-Antoine Reaumur, ao demonstrar que o suco gástrico era um factor decisivo na digestão. Obteve suco gástrico fazendo um animal engolir um tubo atado a um fio para posteriormente o retirar cheio do suco digestivo. Com este suco realizava experiências sobre a digestão no estômago. Para assegurar as condições correctas de temperatura, mantinha os tubos de ensaio nas suas axilas, dispensando assim a necessidade de um termostato (que não existia na altura). Também fez experiências com animais, fazendo com que estes engolissem pedaços de carne presos por fios, que depois recuperava para observar a progressão da disgestão, assim como os fazia engolir objectos metálicos. Também estudou o fenómeno nele próprio, engolindo, numa das vezes, uma saqueta de tela contendo pão e carne. Deixou ficar a saqueta durante 2 dias, retirando-a repetidamente para verificar a evolução da digestão. Concluiu que, ao fim de 18 horas, a carne era completamente digerida mas o pão ficava intacto.
   

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