quinta-feira, agosto 10, 2017

O poeta Rui Knopfli nasceu há 85 anos

(imagem daqui)

Rui Manuel Correia Knopfli (Inhambane, Moçambique, 10 de agosto de 1932 - Lisboa, 25 de dezembro de 1997) foi um poeta, jornalista e crítico literário e de cinema.
Fez os seus estudos na África do Sul e iniciou uma carreira muito activa na então cidade de Lourenço Marques (actual Maputo).
Publicou a sua obra muitas vezes marcada pela vivência tropical africana em Moçambique. Integrou o grupo de intelectuais locais. Conviveu com muitos dos artistas, críticos literários, etc. da capital moçambicana, como Eugénio Lisboa, Carlos Adrião Rodrigues, Craveirinha, António Quadros (pintor), etc. Como fotografo publicou um livro sobre a Ilha de Moçambique (A Ilha de Próspero, 1972). Com António Quadros (pintor) fundou os cadernos Caliban. Deixou Moçambique em 1975. A nacionalidade portuguesa não impediu que a sua alma fosse assumidamente africana. Mas a sua desilusão pelos acontecimentos políticos estão expressos na sua poesia publicada após a saída da sua terra. Tem colaboração dispersa por vários jornais e revistas e publicou alguns livros. Desempenhou funções de adido cultural na Embaixada Portuguesa em Londres.


ARDE UM FULGOR EXTINTO

Arde um fulgor extinto
no longe da tarde agoniada.
Não me pesaria tanto
a caminhada se, em lugar do dia,
no seu extremo achasse a noite.

Exacta e concisa é a claridade.
Não mente à luz o que a noite
ilude. Terrível destino
o de quem é nocturno à luz solar.

Não vos ponha em cuidado,
porém, este meu penar:

são palavras e não sangram.

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