Fotos de Fernando Martins (com excepção da última, de João Martins...)
terça-feira, agosto 07, 2007
Geologia no Verão - Actividade da SPE
Fotos de Fernando Martins (com excepção da última, de João Martins...)
Notícia sobre Gruta do Carvão - S. Miguel
Ruben Medeiros
Lusa05/08/2007 09:08:9
Conhecida pelas paisagens naturais, a ilha de São Miguel apresenta outros atractivos fora dos roteiros turísticos habituais, que proporcionam aos visitantes uma "experiência intensa" no interior da terra vulcânica.
A Gruta do Carvão, o maior túnel lávico da ilha, localiza-se na zona poente da cidade de Ponta Delgada, numa extensão total de 1.650 metros de comprimento, divididos por três troços.
"Actualmente, só é possível visitar 145 dos 1.650 metros de comprimento da gruta", adiantou à agência Lusa, João Carlos Nunes, o responsável pelo grupo de espeleologia da Associação Ecológica Amigos dos Açores, que tenciona prolongar o percurso para visitantes até aos 500 metros.
Com este aumento da área visitável, a associação gestora do Monumento Natural Regional pretende proporcionar aos visitantes uma "experiência mais intensa" no interior da terra.
A gruta, classificada como Monumento Natural Regional em 2005, possui uma altura máxima de seis metros e uma largura que atinge os 13 metros.
João Carlos Nunes adiantou que, a par do aumento da área visitável da gruta, está por concretizar a abertura de um centro interpretativo, na zona do Carvão, já prometido pelo Governo açoriano.
A infra-estrutura vai conferir maior dignidade às visitas ao túnel lávico, que custam 2,5 euros, e que têm sido solicitadas por grupo de alunos, que efectuam marcações, e turistas continentais e estrangeiros.
Durante o mês de Agosto, a associação está a realizar visitas gratuitas à Gruta do Carvão, integradas no projecto "Ciência Viva no Verão", que foi lançado em 1996 pela Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.
Alice Palma, 69 anos, uma das primeiras visitantes a chegar à recente estrutura que dá acesso à gruta, na zona do Paim, confessou à Lusa que, apesar das suas dificuldades de locomoção, tinha uma "grande curiosidade" e decidiu lançar-se sozinha nesta aventura.
"Tomei um comprimido para evitar as dores e escolhi calçado mais confortável para poder andar melhor", afirmou a professora reformada, que garantiu ser uma grande amante da Natureza e já ter visitado outras grutas do género no Continente.
Antes da descida à gruta, as quinze pessoas autorizadas por visita podem observar uma exposição de rochas e recebem uma breve explicação sobre o enquadramento geológico das ilhas açorianas e a sua formação, através de um vídeo em português, com imagens das principais cavidades vulcânicas do arquipélago.
Nos Açores, estão inventariadas mais de 200 cavidades naturais, tubos de lava e algares vulcânicos, algumas dos quais com vários quilómetros de caminhos subterrâneos, espalhadas pelas ilhas do Pico, Terceira, São Miguel, São Jorge e Graciosa.
O guia João Fontiela referiu que, brevemente, será realizado um novo filme, com imagens actualizadas, dados mais correctos e traduzido também em inglês.
Antes do grupo colocar os capacetes brancos na cabeça, o guia alerta para o cumprimento rigoroso do código de conduta no interior da gruta, que passa por "não tocar, não deixar e não trazer nada".
"O túnel lávico é frágil e importa tudo fazer para o conservar em bom estado", afirmou João Fontiela, assegurando, porém, que apesar de todas as fendas e buracos existentes no seu interior, a estrutura é segura e já resistiu a várias crises sísmicas.
A visita, que demora aproximadamente uma hora, permite observar paredes estriadas, bancadas a vários patamares, canais sobrepostos e galerias ramificadas, estalactites lávicas, "bolhas de gás" e fendas de arrefecimento.
"Esta gruta, originada por uma corrente de lava, mostra a formação da ilha", explicou o guia, acrescentando que a riqueza reside na variedade de aspectos geológicos, estruturas e fenómenos típicos do vulcanismo basáltico efusivo que podem ser observadas.
Estima-se que a Gruta do Carvão, iluminada por pequenos pontos de luz dispersos ao longo do percurso e pela lanterna do guia, possa ter seis mil anos.
Também a jovem Filipa Tomé, que visitou pela primeira vez a Gruta do Carvão, demonstrou grande admiração com o que viu e ouviu, tendo ficado surpreendida com a mudança de temperatura debaixo da terra.
"Não imaginava que fosse assim, mas estou a gostar muito e a explicação do guia é muito boa", afirmou apressadamente a jovem de 15 anos à Lusa, que não se queria afastar muito do grupo, que entrava já numa outra ramificação da gruta, para não perder nada.
A raiz suspensa de uma árvore fez despertar a curiosidade de todos os visitantes, que ficaram a saber que naquele local a espessura do tecto em relação à superfície não deveria ter mais do que dois a três metros.
No caminho de regresso à superfície, Alice Palma assegurou ter gostado muito da visita, embora o piso de pedra irregular lhe tenha dificultado a locomoção, um aspecto que o guia reconheceu, explicando, porém, que foi mantido propositadamente para assegurar o aspecto natural da gruta.
"Mesmo assim têm vindo muitas pessoas de idades visitar a gruta e todas gostam muito", rematou.
ADENDA - Folheto de apoio AQUI
sábado, agosto 04, 2007
Geologia no Verão - Serra da Estrela
Excelente como sempre, aqui ficam algumas fotos e respectivas explicações:
sexta-feira, julho 27, 2007
Geologia no Verão - próximas actividades
Depois farei umas breves férias na terra e irei mais tarde, em 5 de Agosto, à actividade Do canhão da Caranguejeira, com as águas que banharam o menino do Lapedo, às fontes do rio Lis e ao Buraco Roto, da SPE - Sociedade Portuguesa de Espeleologia.
Em 12 de Agosto participarei, se possível, na actividade, também da SPE, Da Arriba Fóssil da Serra dos Candeeiros às Grutas e Nascentes de Chiqueda.
Depois, em 18 de Agosto, se as forças mo permitirem e não tiver de ir buscar os sobrinhos aLisboa, irei ao percurso pedestre do NEL - Núcleo Espeleológico de Leiria, Mata da Curvachia - ver este post. De salientar que se visitará parte do Canhão da Ribeira das Chitas nesta actividade e que este local vale a pena visitar...
Finalmente, em 28 de Agosto, iremos à Mina de Sal-Gema de Loulé, na actividade da Geologia no Verão 2007 intitulada Mina de Sal-gema - Campina de Cima, que desejava fazer faz muito tempo...
Como este Blogue vai fazer uma curta paragem de férias, desejamos aos nossos leitores boas férias e muitas actividades de Geologia...
Território, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
Objectivos
O principal objectivo do curso é o de proporcionar uma formação complementar teórica e prática tanto a profissionais já experientes, que desejam efectuar uma actualização dos conhecimentos, como a Mestres Pós-Bolonha ou Licenciados Pré-Bolonha à procura de mais qualificações que lhes permitam aceder mais facilmente ao mercado de trabalho ou a prosseguir programas de investigação.
Propõe-se assim, um curso com uma visão eminentemente integradora e de enfoque prático, mas também assente numa sólida formação teórica nas áreas do Território, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
O curso está estruturado com o objectivo de intervir nos problemas reais, procurando soluções eficazes, exequíveis e sustentáveis.
É um curso de banda muito larga e com forte aposta na multidisciplinaridade dos discentes e no trabalho em equipas diversificadas, aceitando todas as formações relacionadas com o planeamento e gestão das cidades, ambiente natural e construído, desenvolvimento local e regional, governação e administração pública e outras afins.
Vagas: 20
Regras de admissão:
Licenciados pré-Bolonha, ou Mestres pós-Bolonha, com grau conferido por instituições de ensino superior nacionais e internacionais.
Plano Curricular
1º Semestre
Análise e Organização do Espaço
Economia Regional e Competitividade Territorial
Gestão de Recursos e Economia Ambiental
Ordenamento do Território e Planeamento Ambiental
Técnicas de Planeamento Territorial e Sistemas de Informação Geográfica
2º Semestre
Cidades Sustentáveis e Inovação Urbana
Gestão e Administração Local, Cidadania e Governancia.
Ordenamento das Infra-estruturas e Mobilidade Sustentável
Avaliação Ambiental Estratégica e Avaliação de Impactes
Ordenamento e Ambiente do Espaço Rural e Natural
Horário:
Sextas-Feiras:
- 9:00 - 13:00 - Regime de apoio Tutorial (não presencial)
- 14:00 - 19:00 - Aulas Formais Teóricas e Práticas
Sábados:
- 9:00 - 13:00 - Aulas Formais Teóricas e Práticas
- 14:00 - 17:00 - Regime Tutorial (não presencial)
Acompanhamento de Trabalhos Práticos e Oficinas do Território com carácter não regular.
Durante o resto da semana os alunos dispõem de espaço (sala de aula equipada -sala 103 do Ed Dep Amb – 24horas) para trabalho independente e realizar trabalhos de grupo sem apoio tutorial.
Prazos 2007-2008
As candidaturas estão abertas até dia 2 de Setembro de 2007. Os Certificados de Habilitações de alunos que terminarem o 2.º ciclo no ano lectivo corrente - 2006-2007 - podem ser entregues até 31 de Outubro.
Candidaturas On-line
https://clip.unl.pt/candidatura/estudos_avan%E7ados
Informações:
Felicidade Ferreira
Secretaria de Mestrados e Pós-Graduações do Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
Tel: 21 294 83 99
E-mail: fmnf@fct.unl.pt
Curso Pós-Graduado de Especialização do GeoFCUL
Departamento de Geologia
Curso Pós-Graduado de Especialização emGEOLOGIA APLICADA
Coordenação: .Conceição Freitas (Profª. Associada com Agregação do GeoFCUL)
2ª fase de candidatura: 10 a 14 de Setembro de 2007(divulgação dos resultados no dia 20 de Setembro de 2007)
Mais informação sobre o Curso disponível em: http://geologia.fc.ul.pt/PosGrad/
Folheto de divulgação do Curso em:
http://correio.fc.ul.pt/~cmsilva/Geofcul/CEPGA071.jpg e http://correio.fc.ul.pt/~cmsilva/Geofcul/CEPGA072.jpg
Cartaz do Curso em:
http://correio.fc.ul.pt/~cmsilva/Geofcul/CEPGA07C.jpg
O curso consta de duas disciplinas:
Estudos de Caso e Estágio
Disciplina de Estágio (54 ECTS)
Mais informações em http://geologia.fc.ul.pt/PosGrad/
Mestrados em Engenharia Geológica - Universidade Nova de Lisboa
Mestrado em Engenharia do Ambiente - UNL
Com a opção dos seguintes perfis (especialização):
- Ordenamento do Território e Impactos Ambientais
- Gestão e Sistemas Ambientais
- Engenharia Sanitária
- Engenharia Ecológica
Objectivos
A Engenharia do Ambiente estuda os problemas ambientais de forma integrada nas suas dimensões ecológica, social, económica e tecnológica, com vista a promover um desenvolvimento sustentado e equilibrado. O Mestrado em Engenharia do Ambiente da FCT-UNL visa a formação de engenheiros capazes de conceber, planear, projectar, gerir e executar soluções, tendo o Ambiente como objecto de trabalho.
O curso de Mestrado surge na sequência da adequação aos requisitos do Processo de Bolonha da Licenciatura em Engenharia do Ambiente, criada em 1978. Este curso é um dos mais antigos e prestigiados neste domínio, a nível nacional e internacional, encontrando-se acreditado pela Ordem dos Engenheiros desde 1999.
O MEA da FCT-UNL é oferecido em quatro áreas de especialização, designadamente:
• Engenharia Sanitária, com ênfase na gestão e tratamento de águas, efluentes e resíduos, bem como na hidráulica sanitária e gestão de recursos hídricos;
• Ordenamento do Território e Impactes Ambientais, que corresponde a um perfil de formação orientado para a actuação no domínio da avaliação de impactes ambientais, planeamento ambiental e ordenamento do território;
• Gestão e Sistemas Ambientais, dirigido para a gestão e economia do ambiente, auditorias ambientais, sistemas de informação e modelação ambiental;
• Engenharia Ecológica, dirigido para a actuação no domínio da gestão de sistemas naturais, conservação e reabilitação ecológica e qualidade ambiental.
Quem se pode Candidatar?
1. Titulares do grau de licenciado ou equivalente legal em licenciaturas das áreas de Engenharia do Ambiente, Ciências de Engenharia de Ambiente e afins;
2. Titulares de um grau académico superior estrangeiro conferido na sequência de um 1.º ciclo de estudos organizado, naquelas áreas, de acordo com os princípios do Processo de Bolonha por um Estado aderente a este Processo;
3. Titulares de um grau académico superior estrangeiro, naquelas áreas, que seja reconhecido como satisfazendo os objectivos do grau de licenciado pelo Conselho Científico da Faculdade de Ciências e Tecnologia;
4. Detentores de um currículo escolar, científico ou profissional, que seja reconhecido como atestando capacidade para realização deste ciclo de estudos pelo Conselho Científico da Faculdade de Ciências e Tecnologia.
Plano Curricular:
http://www.fct.unl.pt/candidato/cursos/4-5-integrados/ambiente/plano_amb4e5.pdf
Prazos 2007-2008
As candidaturas estão abertas até dia 2 de Setembro de 2007.
Os Certificados de Habilitações de alunos que terminarem o 1.º ciclo no ano lectivo corrente - 2006-2007 - podem ser entregues até 31 de Outubro.
Condições de acesso para o ano lectivo de 2007/2008:
http://www.fct.unl.pt/candidato/cursos/4-5-integrados/ambiente/intro
Informações:
Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Campus da Caparica
2829 - 516 Caparica - Portugal
Telefone: + 351 212 948 397
Fax: + 351 212 948 554
Correio Electrónico: sec-dcea@fct.unl.pt
http://www.dcea.fct.unl.pt/apresentacao.php
www.fct.unl.pt
Trabajos de Geologia - Universidade de Oviedo
quinta-feira, julho 26, 2007
gira
Artalócia & Pirilampo
Do Blog Sorumbático, com a devida vénia, publicamos o seguinte post:
OS APRECIADORES DE CIRCO sabem que há números que passam de geração em geração, mantendo-se praticamente inalterados ao longo dos anos, mas sempre fazendo rir o estimável público.
Desses, recordo-me de um em que Pirilampo, o palhaço-pobre, perguntava qualquer coisa ao Grande Artalócia, o palhaço-rico, que não respondia logo.
Então, aproveitando a pausa, o Pirilampo lançava uma nova pergunta - precisamente na altura em que o Artalócia respondia à inicial.
É fácil de imaginar o resto: uma sucessão de perguntas lógicas, a que correspondiam outras tantas respostas correctas - mas de tal maneira fora do tempo certo que o efeito era extremamente cómico e, como não podia deixar de ser, desastroso para o palhaço-rico.
Ora, quando, um dia destes, José Sócrates veio - finalmente! - mostrar-se preocupado com as juntas médicas e quando, ao fim de quatro meses, a senhora Ministra da Educação veio - finalmente! - desautorizar a zelosa funcionária da DREN, lembrei-me dos tais palhaços.
A única diferença... é que eles nos faziam rir.
quarta-feira, julho 25, 2007
Relatório da actividade do fim de semana no PNSAC
1. Ante chegada
Como sempre, a maioria da malta atrasou-se (com duas excepções...). Em Leiria houve que esperar pela malta de Viana e pela Lai. A Paula, pais e respectivas crianças tiveram dificuldades no final do roteiro e o Mário e Rosa foram traídos pelo GPS. Assim, às 13.00, começamos os preparativos do Almoço e às 14.00 estávamos todos a comer, furiosamente, as sardinhas, bola de carne e outros petiscos, bem como as sobremesas...
2. Actividade da tarde
Como já era tarde optámos por não fazer o percurso da Fórnea nem ir à Cova da Velha, que fica para a próxima actividade...
3. Jantar e noite
Picanha, salsichas, entremeada e outros petiscos, grelhados na brasa, bem regados (vinho caseiro de Vila Franca das Naves e Cerejo, Quinta de Santo António, cerveja - incluindo Kronenborg 1664 e Guiness...) acompanhados de saladas, massa e batatas refogadas de sobra do almoço, seguidas de jogatana das crianças (Monopólio) e filmes (apresentação de Blogues, visualização de filmes e de fotografias) em ecrân gigante, tudo amenizou o frio da noite, que impediu a utilização do Telescópio.
4. Alvorada e partida das casas
Depois do toque de alvorada (bastante tardio) tomámos o pequeno almoço e limpámos as casas. Depois fomos tomar a matinal bica, ao Café de Vale de Ventos, entregando aí as chaves. Aproveitámos para mirar/fotografar o gigantesco caracol (de chousos - muros de pedra calcária) que enfeita a Serra da Lua. Depois fomos à Ecoteca, em Porto de Mós, para os recuerdos (e levantar dinheiro no Multibanco). Em seguida partimos para Pia do Urso, a sul de S. Mamede, onde visitámos o Ecoparque Sensorial, a aldeia e fizemos o pic-nic final.
5. Pedreira do Galinha
Finalmente fomos até ao Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios da Serra de Aire, tendo visto filme (eu só ainda vi umas 30 vezes...), feito percurso, sendo eu o guia, e partindo em seguida rumo a nossas casas. E, como se subentende, logo que possível há outra actividade destas...!
Revisão sobre o fim-de-semana
1. Percurso pedestre do NEL
O NEL - Núcleo de Espeleologia de Leiria, associação da qual o meu marido é sócio, fez mais um percurso pedestre, desta vez na Bajouca (norte do concelho de Leiria), como se disse em post anterior. Aqui ficam algumas fotos do mesmo, enviadas ao Fernando pelo Pedro Ferreira (arqueólogo da C.M. Leiria e dirigente do NEL):
2. À descoberta da Geologia e Geomorfologia no Geomonumento das Portas de Ródão (Geologia no Verão 2007)
Uma amiga minha (Céu Machado) inscreveu-se, à última hora e por insistência do meu marido, nesta actividade da Geologia no Verão 2007 - ver aqui - realizada pelo Professor Doutor Pedro Manuel R. R. Proença e Cunha, do Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Adorou a actividade e as explicações do Doutor Proença e Cunha e pediu-me para publicar estas fotos:
Portas do Ocreza – garganta escavada em quartzitos pelo rio Ocreza
De partida para o museu de Vila Velha de Ródão
Crista quartzítica - para SE a partir do miradouro do Castelo (torre de vigia)
Tronco silicificado – na Casa de Artes e Cultura do Tejo
Este week-end a família do meu marido reuniu as tropas numa Casa Abrigo do PNSAC (em Casal de Vale de Ventos, na Serra dos Candeeiros). Com 14 adultos e 8 crianças, realizámos um percurso pedestre, uma actividade de espeleologia, uma observação astronómica (que não houve - estava um frio de rachar...), uma observação de apresentação multimédia em ecrân gigante, uma sardinhada, um churrasco, um pic-nic, uma visita à Pia do Urso e seu Eco Percurso Sensorial e ainda uma ida ao Monumento Natural das Pegadas de Dinossáurios da Serra de Aire. Foi fantástico - deixo aqui apenas quatro fotos e a sugestão de lerem mais coisas no Blog GeoLeiria e verem, também lá, as restantes fotos...
terça-feira, julho 24, 2007
sexta-feira, julho 20, 2007
GEOJOVEM III - 21, 22 e 23 de Abril de 2008 - Coimbra
O Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra e a Comissão Organizadora do Geojovem III têm o prazer de convidar os alunos e os professores (em especial, os professores do grupo 520 – Biologia e Geologia) do 3º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, da Escola que V. Ex.ª dirige, a participar naquele que será, certamente, um grande evento para as Ciências da Terra.
Saudações Académicas e BOAS FÉRIAS para todos
http://www.esfs.org/ncportugal.html
http://www.progeo.pt/aipt/menu.html
Podia lá ser…
Por portas travessas, entrei no blog Puro Arábica e dei de caras com a explosiva revelação:
(…)
Lê-se: “Por realizar e/ou participar, comprovadamente, em actos ilícitos do ponto de vista das leis que regem as comunicações electrónicas.”
Consultei o Decreto-Lei nº 200/2007, de 22 de Maio, que enquadra legislativamente o concurso, e em nenhum lugar vejo referido o conjunto de razões para uma possível exclusão, entretanto publicitadas nas listagens.
Salvo melhor opinião, parece tratar-se de mais um normativo com aplicações retroactivas, como infelizmente já vai sendo um hábito, nesta legislatura.
Mas muito pior que isso, é o sinal dos tempos, que nos é dado pelo código/letra I.
(…)
Caramba! Mas o que é isto? Censura de Estado nos concursos de professores? Para passar a “Titular”, o desgraçado do prof tem de apresentar folha limpa, “do ponto de vista das leis que regem as comunicações electrónicas”? E com efeitos retroactivos, e tudo? Pode lá ser!
De facto, é aquela frasezinha assassina o que aparece nas diversas listas já publicadas, como, para dar um exemplo diferente, na da EB Francisco Torrinha.
De facto também, nada consta no tal D.L. 200/2007 - que tem a ver com o concurso, mas que não o “enquadra legislativamente”, pelo menos na íntegra - a respeito de comunicações electrónicas e respectivos ilícitos. E o mesmo vale para diversas páginas da DGRHE sobre o assunto, nomeadamente no Manual da Candidatura: os motivos de exclusão que lá constam não referem nada que tenha a ver com “comunicações” e muito menos com “electrónicas”. Nem mesmo num Manual de Reclamações (no caso, do Sindicato dos Professores da Região Centro) existe a mais leve menção de tão intrigantes coisas. Nada.
O “mistério” explica-se facilmente. A legislação que, realmente, enquadra este concurso, foi publicada no Diário da República de 23 de Março de 2007, sob a forma de Aviso de Abertura, e refere-se a TODOS os concursos para professores dos ensinos básico e secundário. No ponto 10 deste Aviso, a alínea 7 reza como segue.
A publicação dos motivos de exclusão, nas listas, é programática; sendo igual em todas elas, presume-se que esses motivos são sempre publicados, mesmo que não haja nenhum candidato excluído por via de qualquer deles.
A parte final da alínea não aparece nas listas, certamente para poupar tinta, mas lá está:
“… nomeadamente a reprogramação das aplicações disponibilizadas na Internet e a tentativa de congestionamento ou sabotagem das plataformas técnicas que sustentam o concurso.”
Uff! Que alívio! Estava a ver que já tínhamos chegado à… ehrr… bem, àquele território insular que a gente sabe.
NOTA PESSOAL - Assim as coisas são menos preocupantes - afinal o ME estava preocupado com os colegas hackers do 10º Escalão, alguns com mais de 60 anos, que se preparavam para sabotar todo o sistema do concurso...! Contudo parece-me um pouco mal que, nos casos em que isso acontecesse, seja a mesma instituição, parte interessada no processo, a investigar e a punir - tinha uma noção, se calhar errada, de que num Estado de Direito isso não era correcto. Mas, nestes tristes dias, afinal tudo é possível.
quinta-feira, julho 19, 2007
SINAIS DOS TEMPOS
Ontem, e só ontem, vi numa página da Internet as listas de candidatos admitidos e excluídos do Concurso de Professores Titulares que está a decorrer no âmbito da reestruturação do Estatuto da Carreira Docente (não superior). A acompanhar a lista de excluídos apareciam tipificadas, através de códigos/letras, as razões para uma possível exclusão.
Uma delas, a que corresponde ao código/letra I, apresenta uma razão que, do ponto de vista do enquadramento geral político, é, no mínimo, muito preocupante.
Vejamos então a fotografia do documento:
Lê-se: “Por realizar e/ou participar, comprovadamente, em actos ilícitos do ponto de vista das leis que regem as comunicações electrónicas.”
Consultei o Decreto-Lei nº 200/2007, de 22 de Maio, que enquadra legislativamente o concurso, e em nenhum lugar vejo referido o conjunto de razões para uma possível exclusão, entretanto publicitadas nas listagens.
Salvo melhor opinião, parece tratar-se de mais um normativo com aplicações retroactivas, como infelizmente já vai sendo um hábito, nesta legislatura.
Mas muito pior que isso, é o sinal dos tempos, que nos é dado pelo código/letra I.
Como é evidente não está em causa - muito pelo contrário - a existência de regras num concurso, designadamente, a tipificação das situações que, pela sua gravidade, possam e devam constituir motivo para uma exclusão. O problema -tal como em muitas outras questões - está na imensidão espectral de possibilidades que enformam este não rigor explicitado.
Dito de outra maneira “bem curta e grossa”: um professor que realize e/ou participe em alguma acção, no âmbito do Direito à Liberdade de Pensamento e de Expressão, poderá ser alvo de uma exclusão de um concurso público da Função Pública?
Oxalá esteja enganada.
Retirado do Blog Puro Arábica - texto de Sofia Bochmann.
Percurso Pedestre do NEL na Bajanca
Por motivos alheios à organização do NEL, não haverá autocarro para os participantes, sendo gerido o transporte de acordo com os participantes inscritos.
Local de partida e de chegada: Igreja St.º Agostinho
Hora de saída: 08.30
Hora de Chegada (prevista): 13.30
Dificuldade: Baixa (Distância: 9Km | Desnível altimétrico: 65 metros)
Recomenda-se o uso de roupa e calçado adequados a esforço físico, assim como o uso de protectores solares eficazes: Chapéu/boné, óculos de Sol ou protecção equivalente e protector solar para a pele. Sugere-se ainda que os participantes levem consigo água potável e comida para refeição ligeira.
Link para folheto de apoio - AQUI.
Quaternário Quente e Frio - 2 Milhões de anos de Alterações Climáticas
quarta-feira, julho 18, 2007
Geologia no Verão 2007 - Um início pouco promissor...
1. Quaternário Quente e Frio - 2 Milhões de anos de Alterações Climáticas - 15.07.2007 (Centro Ciência Viva do Alviela/Município de Alcanena)
Como esta actividade decorria no primeiro dia da Geologia no Verão 2007 (que foi domingo, dia 15 de Julho de 2007) e se previa tempo encoberto, com nuvens e provavelmente sem chuva, na 6ª-feira anterior inscrevi-me, com o meu filho João (que não conhecia um dos locais a visitar...). No domingo levantei-me às 07.30 horas e às 09.00 horas (depois de ter atravessado o PNSAC a meio, passando por Porto de Mós, Serro Ventoso, S. Bento e Amiais de Cima) lá estava, às portas do futuro Centro Ciência Viva do Alviela, nos Olhos de Água do Alviela, em Amiais de Baixo. Encontro logo um colega de aventura, professor como eu, com formação em Agronomia e que residia nas proximidades. Como não havia sinal da organização fui ao Centro onde fui informado que não havia actividade. Ainda aturdido e admirado, saí, apercebendo-me depois que éramos 6 os inscritos que ali estávamos para a actividade. Depois de uma conversa no Bar, decidimos fazer parte da actividade, indo até ao Chão das Pias, para ver a Fórnea por cima, descendo depois até à Ecoteca de Porto de Mós e fazendo em seguida o Percurso Pedestre da Fórnea.
Assim foi - e até correu bastante bem...! Tirando a chuva no percurso, a coisa fez-se bastante bem (no post seguinte irei colocar fotos...). Ficámos com os contactos uns dos outros (os outros 3 parceiros de aventura eram um Professor de Educação Física da Escola Superior de Rio Maior, a esposa e filho, de 11 anos), tendo ainda decidido contactar a Unidade Ciência Viva para pedir explicações deste lamentável engano.
No dia a seguir assim fiz e fui informado de que tinham anulado a actividade por falta de inscritos... Faltou dizer que, afinal, havia inscritos suficientes e que não tinham falado com todos os inscritos a desmarcar a actividade, o que foi uma vergonha. Depois, em conversa com a Eng.ª Maria João Silva, responsável pela actividade, percebi que as Instituições responsáveis pelas saídas de campo têm poucas ou nenhumas possibilidades de aceder à base de dados das inscrições - o que é ridículo...
2. Sistema de Inscrições on line da Ciência Viva no Verão 2007
Este ano existe um sistema de inscrição on-line, bastante fácil e intuitivo. Basta a pessoa inscrever-se numa actividade, dando o e-mail, para receber um correio electrónico com a confirmação da inscrição e com uma password associada ao e-mail para futuras inscrições. Se a ideia, tipo Simplex, é boa, os resultados (vide ponto anterior...) são francamente fracos. Já deu para perceber (porque eu e a minha mulher inscrevemos várias pessoas na mesma actividade, como podem ver no ponto seguinte) que o número de vagas disponível que aparece on-line é excessivo (da Ciência Viva aventaram a hipótese - !?!? - de o sistema ter overbooking*). Depois, existe a possibilidade de o sistema aceitar inscrições depois da Acção realizada e falta ainda interacção entre os organizadores e a base de dados das suas Acções - esperemos que o Ciência Viva, alertado por mim no segundo dia da Ciência Viva no Verão 2007, consiga superar todos estes lapsos e que estes não afectem as actividades...
* Aldrabice praticada por Empresas de Aviação que consiste em vender mais bilhetes do que os lugares disponíveis no voo, por causa dos clientes que faltam ao check in.
3. As minhas inscrições em actividades da Geologia no Verão 2007
Este ano optei por me inscrever nas seguintes actividades:
- Quaternário Quente e Frio - 2 Milhões de anos de Alterações Climáticas - do Centro Ciência Viva do Alviela/Município de Alcanena
- A Geologia e o Ambiente no Parque Natural da Serra da Estrela, do Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra
- Mina de Sal-gema - Campina de Cima, da CUF – Químicos Industriais S.A.
4. Sugestões de actividades da Geologia no Verão 2007
Este Blog recomenda as seguintes actividades:
- A Geologia e o Ambiente no Parque Natural da Serra da Estrela, do Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra - 28 de Julho às 08:00 (saída de Coimbra)
- Mina de Sal-gema - Campina de Cima, da CUF – Químicos Industriais S.A. - ainda há vagas nas sessões de 28, 29, 30 e 31 de Agosto, às 08:50 (Loulé)
- Sem chuva nos montes, secam-se as fontes (no Mondego em canoa) - (Instituto Pedro Nunes - LabGeo) e Geologia de Caiaque - pedras e água rolando para o mar (Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra) - 15 de Setembro - inscrições encerradas
- Entender a paisagem da região de Mira: interacções homem - meio natural, do Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, 1 de Setembro, Praia de Mira
- Ler nos grãos de areia, do Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, 8 de Setembro, Praia de Mira
- Fossil Challenge – I Safari fotográfico da rota dos fósseis perdidos, do Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, 3, 4, 5, 6 e 7 de Setembro, Figueira da Foz
- Da Arriba Fóssil da Serra dos Candeeiros às Grutas e Nascentes de Chiqueda, da Sociedade Portuguesa de Espeleologia, 28 e 29 de Julho e 11 e 12 de Agosto, às 10:00, Pedreiras - Porto de Mós
- Grutas e Nascentes de Porto de Mós, da Sociedade Portuguesa de Espeleologia, 28 e 29 de Julho, 25 e 26 de Agosto e 8 e 9 de Setembro, às 09:00, Porto de Mós
- Do canhão da Caranguejeira, com as águas que banharam o menino do Lapedo, às fontes do rio Lis e ao Buraco Roto, da Sociedade Portuguesa de Espeleologia, 4, 5, 18 e 19 de Agosto, às 09:00, Leiria
segunda-feira, julho 16, 2007
O Almoço de fim de ano da minha Escola
A presença dos donos, o improviso teatral (novas oportunidades...!) da Sandra do Executivo, a Comida - tudo 5 estrelas! Tivemos ainda a despedida de 3 colegas... que saem ainda em boa altura (esta parte não preciso explicar...). Quanto ao repasto, o exagero em qualidade e quantidade de sempre (não tirei fotos das mesas de entradas e sobremesas - tivemos ainda 2 pratos quentes... - por estar muito ocupado na altura). Mas o preço foi uma agradável surpresa - só 17,50€...!?!
Agora as fotos:
domingo, julho 15, 2007
A Máquina A Funcionar a Pleno Vapor
Quando se poderia pensar, pelo clima desfavorável que se vai acumulando em alguma opinião publicada acerca do ME e da sua equipa, que afinal a máquina de propaganda do ME estaria a fraquejar, eis que surge a prova de que o plano inicial, ou a parte mais significativa dele, continua a funcionar em pleno.
Com as Escolas em balanço, submersas pelas necessidades da avaliação interna dos resultados dos exames, com o emaranhado processual do concurso para titulares e a necessidade de perceber como vão ser os horários para o próximo ano, enquanto não vamos todos, quais lémures, sincronizadamente para férias em Agosto, eis que são lançados para a mesa os projectos de diplomas destinados a regulamentar os aspectos que tinham ficado soltos no ECD.
Repare-se na excelência do calendário colocado em prática: aprovação do novo ECD em meados de Janeiro de 2007, já com o ano lectivo a decorrer, introduzindo-se novas regras a meio do dito em matérias como a assiduidade, ficando o prazo de 180 dias para a regulamentação para meados de Julho, acabando por quase se esgotar esse tempo na tarefa de produzir umas meras 30 pp. de legislação. Entretanto, o concurso para professores titulares é lançado em cima do período das provas de aferição e exames, baralhando todo o funcionamento administrativo dos estabelecimentos de ensino numa época do ano especialmente sensível.
Preocupação com os efeitos disruptivos de tudo isto no quotidiano das escolas, prejudicando o desempenho de alunos e professores? Nenhuma!
Obediência a uma calendarização que visa reduzir a capacidade de informação atempada e consequente reflexão ponderada dos interessados em todos estes processos? Toda!
Ainda poderíamos pensar com grande dose de ingenuidade que esta equipa ministerial iria alargar um pouco o laço em torno do pescoço dos docentes, mas nada disso. Perante a incapacidade do Governo se impor em outras áreas da governação, em matéria de disciplina orçamental e controle dos gastos, fica sempre a Educação para malhar mais forte.
Com que ficamos, graças aos novos diplomas em pseudo período de “discussão” com os sindicatos?
- Com um regime de ingresso na profissão draconiano (ingresso.pdf), que torna a docência a profissão com maior nível de exigência à entrada (indispensável um mestrado, mesmo se de mestrado só terá o nome bolonhês), e a necessidade de uma classificação de 14 ou mais valores para se ser aprovado num exame que irá incidir não se percebe exactamente no quê e logo a cargo da coordenação do GAVE e dos seus “especialistas”. Com toda a sinceridade, seria mais honesto determinar um numerus clausus anual de acesso à profissão e seriar os candidatos pelas respectivas médias dos cursos que, sempre no plano teórico, lhes conferem uma habilitação profissional. Não tenho nada contra o facto de a minha profissão requerer níveis de excelência inauditos e incomparáveis a outras profissões. pelo contrário. Só lamento que, depois, na nossa prática, sejamos obrigados a aplicar regras inversas aos nossos alunos e que na vida política este tipo de exigência não exista. Em especial a parte do mérito, do rigor e da transparência. Embora a transparência esteja muito longe do que se determina no artigo 20º da proposta de decreto, em que se abre a porta à entrada directa na carreira de qualquer um que tenha beneficiado da celebração daqueles «contratos administrativos» que escapam ao crivo de qualquer prova académica ou pública de mérito.
- Com um sistema de avaliação do desempenho na carreira perfeitamente kafkiano (avaliadesemp.pdf), brutalmente burocrático, como se os docentes estivessem sob desconfiança permanente. Para além de que irá ser um sistema potencialmente perverso, pois faz depender grande parte da avaliação dos resultados obtidos pelos alunos. Isto poderá ter consequências altamente nefastas, não só com base numa tendência para a inflação da avaliação das classificações internas, em especial em disciplinas não submetidas regularmente a uma avaliação externa, como também numa eventual recusa por parte de muitos docentes em trabalhar com turmas manifestamente difíceis e problemáticas em matéria de desempenho escolar, com o justo receio de assim verem prejudicada a sua avaliação.
- Com um novo regime de acesso à categoria de professor titular (ler de novo com atenção titularnovo.pdf) que reune o que de pior ficou atrás exposto nos dois pontos acima, quer pelo carácter pesadíssimo do sistema de avaliação, quer pelas exigências formais aos candidatos, quer ainda pela tal exigência dos 14 valores para a aprovação e da apresentação de um trabalho escrito que, pela dimensão e âmbito, equivalerá a uma tese de mestrado. O que é um manifesto gozo com os docentes que, estando em exercício, terão mais que fazer do que andar a cumprir as directrizes de alguém claramente a sair dos limites do razoável e a caminho do delírio sadístico.
E assim nos encontramos entregues a uma equipa ministerial, devidamente assessorada por grupos de trabalho de bastidores, que passou a estar claramente contra os docentes, impondo-lhes um conjunto de exigências que, longe de promoverem o mérito, se revelarão paralisantes da melhoria das práticas pedagógicas, para todos os que tentarem cumprirem rigorosamente o que é pedido.
Para além de que a calendarização de todas estas propostas, juntando ao seu conteúdo, traduzem apenas o desejo de amesquinhamento de toda uma classe profissional cujo maior pecado parece ser resistir - e nem sequer muito nos dias que correm - aos atropelos de uma equipa ministerial que considera normal produzir despachos inconstitucionais ou sucessivamente desautorizados nos Tribunais.
sábado, julho 14, 2007
O mar e as entranhas – histórias de bactérias
A escuridão é total. Mas há vida.
Não poderíamos viver nestes ambientes. Mas conhecemo-los.
Ou partes dele.
O fundo do mar.
O nosso sistema digestivo.
O grande desconhecido que é o profundo marinho tem equivalências no invisível interno humano.
O PNAS*, de 5 de Julho de 2007, publicou um estudo sobre a vida microscópica, onde se relacionam os dois ambientes, com personagens que estão mais relacionadas do que até aqui se imaginava.
Quer o sistema digestivo quer o fundo do mar são ambientes inóspitos – escuros e com baixas concentrações de oxigénio.
Ainda assim estão repletos de bactérias.
Sulfurovum litthotrophicum, descrita em 1984, e Nitratiruptor tergarcus são duas espécies de bactérias do grupo ε-Proteobacteria, que habitam o fundo do mar. Sobrevivem a temperaturas comos as que temos no frigorífico lá de casa, 4º C, até aos 70º C. Vivem ambas no substrato marinho de grandes profundidades obtendo energia através da fixação de azoto provenientes de fontes hidrotermais. São consideradas das mais resistentes formas de vida, pois conseguem sobreviver naqueles ambientes adversos, onde as temperaturas podem atingir mais de 100º C, a profundidades, como no caso da fonte hidrotermal “Menez Gwen” dos Açores, de 1700 m.
Apesar da enorme resistência daquelas bactérias em ambiente natural, só recentemente foram cultivadas em laboratório permitindo que fossem estudadas mais detalhadamente.
O outro grupo de bactérias que ninguém gostaria conhecer, pelo menos na prática ocupa, com maior ou menor frequência, o nosso sistema digestivo.
A Helicobacter pylori, descoberta em 1982, está presente em metade da população mundial, sendo a causadora da inflamação da mucosa do estômago bem como das úlceras gástricas e do duodeno. A descoberta desta relação concedeu, em 2005, o prémio Nobel da Medicina a Barry Marshall e J. Robin Warren.
O minúsculo ser vivo acompanha a espécie humana desde há muito num fenómeno coevolutivo, facilitado pela sua grande variabilidade genética.
Segundo investigadores do Instituto Max Planck em Berlim, a Helibobacter tem sido transmitido de pais para filhos desde a nossa ancestral saída de África.
Reconstruindo a árvore evolutiva desta bactéria, foi possível identificar dois grandes ramos – um que infecta os europeus e norte-americanos e outro que afecta sobretudo os asiáticos. Essas duas linhagens estão associadas às migrações humanas, permitindo reconstituir essas antigas movimentações.
Outro dos géneros de bactérias patogénicas analisado foi o Campylobacter jejuni, responsável por intoxicações alimentares nomeadamente a gastroenterite. Os ambientes favoritos para a sua disseminação são leite cru ou mal pasteurizado, aves mal cozinhadas e água não tratada (líquida ou em gelo).
A equipa de investigadores procedeu à análise do ADN presente nas bactérias que partilham o nosso ambiente digestivo – Helicobacter e Campylobacter – e o das bactérias das profundezas marinhas – Sulfurovum e Nitratiruptor.
Os dois grupos de bactérias apresentaram afinidades genéticas, que lhes possibilitam viverem em ambientes hostis. Entre as semelhanças estão a quase ausência de genes de reparação do ADN. Este facto permite não só a grande adaptação destes seres vivos a novas condições extremas, mas também ao próprio sistema de defesa de um organismo hospedeiro.
Segundo os investigadores, as bactérias humanas evoluíram a partir de ancestrais de grande profundidade, adquirindo o seu “mau-feitio” quando estabeleceram relações simbióticas com invertebrados marinhos.
Não era novidade que tínhamos todos uma origem marinha.
Foi de lá que viemos.
O profundo marinho e o sistema digestivo humano partilham coincidências evolutivas.
O sistema digestivo humano serve de mar a uma variedade de fauna microscópica; sabemos agora que parte dessa fauna tem parentes próximos nos fundos marinhos.
* Proceedings of the National Academy of Sciences
Referências consultadas
-Inagaki, F. et al. 2004. Sulfurovum lithotrophicum gen. nov., sp. nov., a novel sulfur-oxidizing chemolithoautotroph within the ε -Proteobacteria isolated from Okinawa Trough hydrothermal sediments. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, 54, 1477–1482.
-Nakagawa, S. et al. 2007. Deep-sea vent ε-proteobacterial genomes provide insights into emergence of pathogens PNAS published July 5, 2007, 10.1073/pnas.0700687104.
-Nakagawa, S. et al. 2005. Nitratiruptor tergarcus gen. nov., sp. nov. and Nitratifractor salsuginis gen. nov., sp. nov., nitrate-reducing chemolithoautotrophs of the -Proteobacteria isolated from a deep-sea hydrothermal system in the Mid-Okinawa Trough. International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, 55, 925–933
-Suerbaum, S. Achtman, M. 2004. Helicobacter pylori: recombination, population structure and human Migrations. International Journal of Medical Microbiology 294 133–139
-Zimmer, C. 2001. Genetic trees reveal disease origins. Science, May 11.