Na sua segunda edição, este festival procura, de novo, ir ao encontro de todos os interessados em Astronomia. Contudo, segue uma linha própria que o separa da simples popularização científica – apresenta a ciência de forma acessível a todos usando oradores de excepção que em simultâneo estão na linha da frente da investigação científica. A ciência apresentada por quem a faz, de uma forma divertida e informal. O 2º Festival de Astronomia de Vila Nova de Paiva apresenta uma estrutura bem definida iniciando os trabalhos com uma palestra dedicada a uma área fronteira da Astronomia, como a exploração espacial (edição de 2006), a exo-biologia ou a história da Astronomia (edição de 2007) entre outras, um corpo forte de conferências especializadas dos dias seguintes e uma palestra pública de índole mais geral no sábado à noite. A edição deste ano conta com duas rubricas novas, alargando o leque de escolhas e a faixa etária do público alvo: duas oficinas dedicadas à construção e utilização de relógios de sol e duas sessões de observação solar e nocturna. Um programa de excelência para três dias bem passados!
Programa
Sexta-feira, dia 14
18h30
Recepção e entrega de documentação no Auditório Municipal Carlos Paredes
19h00
Visita às exposições no Auditório Municipal Carlos Paredes
20h00
Sessão de Abertura com a participação do Presidente do Município de Vila Nova de Paiva, Manuel Custódio, do Director do Festival de Astronomia de Fleurence (França), Bruno Monflier, e do Director do Festival, Pedro Almeida.
Título: Um passeio pela história da Astronomia em Portugal
Local: Auditório Municipal Carlos Paredes
Em 1984 é criado o primeiro curso universitário em Astronomia (Faculdade de Ciências da Universidade do Porto), até esta data a formação de base (licenciatura) em astronomia não existia em Portugal. Os astrónomos portugueses vinham em especial das licenciaturas de Engenharia Geográfica, Matemática e da Física, seguindo na formação pós-graduada astronomia. E recuando mais no tempo? Como foi o ensino da ciência astronómica evoluindo? Nesta palestra pretendemos dar a conhecer algumas datas e períodos relevantes da história da astronomia portuguesa, com especial enfoque no século XVIII, quando a Astronomia se eleva ao mais elevado estatuto entre as ciências com a criação do Real Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra.
Orador: Fernando Figueiredo, FCTUC
Fernando Figueiredo é licenciado em Astronomia pela Universidade do Porto e Mestre em História e Filosofia da Ciência pela Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Coimbra. No âmbito do seu doutoramento desenvolve estudos em História da Astronomia, dedicando-se mais recentemente ao levantamento da matemática e astronomia feita no Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra, nos séculos XVIII e XIX. Nos últimos anos foi a cara do projecto Livraria da Praça que se afirmou como uma força viva da cultura em Viseu. Não dispensa uma corridinha matinal de bicicleta e empenha-se em transmitir e debater novas ideias.
Sábado, dia 15
09:00 Oficina de Relógios de Sol (para crianças a partir dos sete anos, jovens e adultos)
Sessão dinamizada por Pedro Gomes de Almeida
11:00 Palestra
Título: A Colisão de Galáxias e a construção do Universo
Ao longo da história do Cosmos, a colisão de galáxias sempre desempenhou um papel importante na construção do Universo tal como o conhecemos hoje. As interacções entre galáxias, ao formar novas galáxias através da destruição de outras, dão origem a um dos fenómenos mais intensos que se conhecem no Universo - fenómeno esse à qual a nossa própria galáxia, a Via Láctea, não vai escapar!”
Orador: Paula Brochado, CAUP
Paula Brochado é licenciada em Astronomia pela Universidade do Porto e dedica-se ao estudo de fusão de galáxias no âmbito do seu trabalho de doutoramento no Centro de Astrofísica da Universidade do Porto. No pouco tempo livre que lhe sobra das actuações e ensaios do Coral de Letras da Universidade do Porto ainda gosta do debate de ideias com amigos de preferência ao sabor de um café ou chocolate com leite.
“Não olhar directamente para o Sol!” Foi exactamente esse risco que revolucionou a forma como “olhamos” para o Sol. Outros olhos, outras formas de ver. As manchas solares, o interior de Sol, a sua rotação, as auroras boreais e o vento solar. Numa altura em que se atribui à actividade solar alguma da responsabilidade do aquecimento global, torna-se importante compreender o comportamento do ciclo solar. Nesta apresentação serão também apresentados resultados recentes sobre a modelação da Hélio-magnetoesfera. Uma viagem ao sabor do vento solar em que nem sempre o Sol é o que parece.
Orador: Alexandre Aibéo, ESTV-IPV, CAUP
Local: Parque Arbutus do Demo
FISUA
Asterosismologia ou astrosismologia, é a área da astronomia que estuda a estrutura interna de estrelas através da interpretação das diferentes formas de como os abalos internos que as estrelas sofrem se repercutem no seu interior. Estes abalos são oscilações que penetram em diferentes profundidades dentro da estrela. Assim, olhando para a forma como essas oscilações se propagam é possível caracterizar o interior da estrela, é possível “ver” o interior da estrela. Nesta sessão vai ser explicado em detalhe como fazer isso e as importantes consequências que este conhecimento trouxe acerca da estrutura das estrelas.
Orador: Mário João Monteiro, FCUP, CAUP
Mário J. P. F. G. Monteiro licenciou-se em Astronomia pela Universidade do Porto, é mestre e doutor em Astrofísica pelo Queen Mary & Westfield College da Universidade de Londres. É actualmente Professor Associado no Departamento de Matemática Aplicada, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Os seus interesses em termos de investigação vão para o estudo da estrutura interna e evolução de estrelas do tipo solar usando sismologia estelar. Foi entre 2001 e 2003 o presidente da Sociedade Portuguesa de Astronomia e é desde 2006 o director do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto. Tem um apurado sentido de humor e não dispensa umas saídas à noite com os amigos.
Local: Parque Arbutus do Demo
FISUA
Domingo, dia 16
Local: Auditório Municipal Carlos Paredes
Sessão dinamizada por Pedro Gomes de Almeida
11:00 Palestra
Local: Auditório Municipal Carlos Paredes
Toda matéria que conhecemos é constituída por átomos, que, por sua vez são constituídos por electrões, protões e neutrões. Os dois últimos são ainda constituídos por quarks. Serão os quarks e os electrões os constituintes fundamentais da matéria? Uma parte da comunidade de físicos acredita que não. Que existe uma entidade que é o constituinte mais fundamental de toda a matéria - as super-cordas. Nesta palestra abordaremos alguns conceitos e aspectos históricos da teoria de supercordas, cuja história começa na década de 1960 e se apresenta hoje como o mais desenvolvido formalismo para descrever a unificação das forcas da natureza.
Orador: Carlos Herdeiro, FCUP, CFP
Carlos Herdeiro é licenciado em Astronomia pela Universidade do Porto e Doutor em Física-Matemática por Cambridge. Fez o seu post-doutoramento em Stanford nos EUA. Voltou para prosseguir o seu trabalho científico em Portugal e é neste momento Professor Auxiliar Convidado no departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e investigador no Centro de Física do Porto nas áreas de Gravitação/Cosmologia Clássica e Quântica e Física de Altas Energias. Recebeu, em 2004, um Prémio Gulbenkian de Estímulo à Investigação Científica. É Presidente da Delegação Norte da Sociedade Portuguesa de Física. Considera-se Sportinguista, toca guitarra e é um exímio jogador de matraquilhos. Já tem uma entrada na Wikipédia.
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Fontes: http://www.astropaiva.pt.to/ e http://www.arbutusdodemo.eu/primeira.htm