1. Olhos de Água do Alviela - exsurgência
É a exsurgência principal a partir da qual nasce o rio Alviela - embora de facto sejam várias exsurgências, algumas temporárias. Penso que se trata, no que diz respeito à quantidade de água, da maior exsurgência portuguesa. A EPAL abasteceu durante muitos anos a partir dela a cidade de Lisboa e ainda hoje abastece alguns municípios importantes da sua cintura. Para quem não sabe, uma exsurgência é um local de onde sai bastante água que circulou difusamente em zona calcária (o carso) dentro de grutas.
2. Canhão da ribeira dos Amiais
Por causa de falhas que fizeram levantar um bloco rochoso de calcário, a ribeira dos Amiais teve de furar esse mesmo bloco, fazendo-o através de uma gruta. O abatimento da parte final da gruta deu origem ao Canhão, com paredes verticais de mais de 20 metros em certos locais e um coberto vegetal fantástico. Eu costumo pular, a partir do rebordo da ponte junto à exsurgência principal do Alviela, para o rebordo da ribeira e de esta para dentro de água, fazendo assim, com os pés molhados, o percurso no canhão, para mostrar um pequeno rápido (uma quedazinha de água), várias marmitas de gigante, algumas pequenas exsurgências e galerias laterais da gruta original. É uma delícia o percurso assim feito...!
4. Perda (sumidouro) da ribeira dos Amiais
No local onde a ribeira dos Amiais começou a escavar o bloco calcário que as forças telúricas iam levantando (dando origem a uma gruta) está a perda (ou sumidouro) da ribeira dos Amiais. Um pouco mais à frente a gruta já abateu e, nessa janela cársica (dolina incipiente), vê-se a ribeira dos Amiais a escavar os calcários e os diversos níveis a que já circulou.
4. Ressurgência da ribeira dos Amiais
No local onde acaba o canhão (onde a gruta ainda não abateu) existe uma das raras ressurgências existentes em Portugal, a ressurgência da ribeira dos Amiais. Para quem não sabe, uma ressurgência é uma exsurgência especial, pois neste caso a água que sai da ressurgência entrou especificamente por um só local (perda ou sumidouro).
5. Percurso pedestre dos Olhos de Água do Alviela
Abrange os locais atrás citados. Com cerca de 1,5 km, é relativamente fácil e delicioso em certas alturas do ano - os medronhos ou as amoras podem ser um extra aliciante...
6. Praia fluvial da Nascente do Alviela
Uma das melhores pais fluviais portuguesas, com bons apoios (embora a comida no café/restaurante não seja grande coisa...). Tem um bom parque de estacionamento, excelente parque de merendas, água de qualidade, caiaques e bicicletes para alugar na época balnear e campo de futebol de praia.
7. FESTAMB
A Festa do Ambiente dos Olhos de Água do Alviela (FESTAMB) é uma montra para tudo que existe em termos de Ambiente e Educação Ambiental em Portugal. Realizando-se sempre no início de Junho, há mais de dez anos que é um momento importante no calendário do Ambiente em Portugal.
8. Desportos de Natureza
Nesta zona podem praticar-se desportos aquáticos (natação e caiaque, entre outros), orientação (na variante federada ou no percurso pedestre), BTT, hipismo, futebol de praia, espeleologia, espeleomergulho, atletismo e escalada, entre outros. Palavras para quê...?
9. Alojamento e Alimentação nos Olhos de Água do Alviela
Para não falar de mais nada, no local existe um Parque de Campismo e Caravanismo, um Centro de Alojamento, excelentes para actividades escolares e geridos pelo Centro Ciência Viva, e ainda um café/restaurante, bem como um bar na época balnear, tudo dentro dos Olhos de Água...
10. Centro Ciência Viva do Alviela - Carsoscópio
O Centro Ciência Viva do Alviela, espaço interactivo de interpretação e divulgação científica, tecnológica e ambiental, aborda temas relacionados com a evolução geológica da zona das Nascentes do Alviela (Geódromo), o ciclo da água e a influência que o clima tem no mesmo (Climatógrafo) ou a vida dos morcegos cavernícolas, que fazem parte da fauna característica da região (Quiroptário).
11. Instalações da EPAL nos Olhos de Água do Alviela
Embora tendo pouco para ver, são visitáveis. O sistema de recolha de água (que só recolhe a águas das principais exsurgências e consegue separar esta água da que vem da ribeira dos Amiais, ligeiramente poluída...), o início do sistema (condutas) de envio da água, a sua vigilância e monitorização, todo isto pode ser visto com autorização da EPAL.
Agora que já vos aguçámos o apetite, com referências a aspectos geológicos (e a outros para os quais gostariamos que houvesse mais geólogos a tratar...), aqui fica um mapa do GoogleMaps interactivo, com a localização do Centro Ciência Viva do Alviela, em que podem ver como chegar...
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