Mina desactivada ainda ardeQuase um mês depois do grande incêndio que ocorreu no lugar da Bezerra, freguesia de Serro Ventoso, a antiga mina de carvão, desactivada na década de 40 do século passado, está a fumegar e a criar mal-estar na população do local. Segundo o Região de Leiria apurou, houve alguns populares que se dirigiram à Junta de Freguesia. Com queixas sobre o fumo e o cheiro que por ali abunda, por força dos resíduos carboníferos que ali ainda existem. Carlos Venda, presidente da Junta Serro Ventoso, reconhece-se que se trata de “uma situação incomodativa para a população da Bezerra”, que espera “esteja em vias de solução”, uma vez que a Câmara Municipal “vai proceder a uma intervenção com vista à resolução problema”. O presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, João Salgueiro, admite que aquela é “uma situação complicada”, uma vez que se trata de resíduos de carvão que existem no interior da mina e o fogo ao entrar por fendas existentes “incendiou escombreiras, chegando a ver-se chama no exterior”. O autarca acrescenta que “o carvão está a arder lentamente” e daquela combustão resulta “o monóxido de carbono e anidridos sulforosos, o que provoca algum mal-estar na população” porque, “para além de tóxicos, são irritantes”. João Salgueiro refere que a solução para resolver o problema “passa por asfixiar a mina, mas o acesso é difícil”, sendo quase impossível “a deslocação de máquinas para o local”. Contudo, “adiantou que se está a tentar resolver o problema com uma máquina giratória”.Texto de Armindo Vieira
Edição 3625, 08 de Setembro de 2006, do
Região de Leiria -
linkPodem ainda ler o texto do
Portomosense, quinzenário regional da vila, que simpaticamente nos enviou autorização para publicar este material:
Mina da Bezerra arde há três semanasO incêndio que devastou uma grande área do concelho, há cerca de três semanas, continua a dar problemas, uma vez que os escombros da exploração da antiga Mina da Bezerra estão em combustão desde essa altura. Hoje a situação poderá estar resolvida, uma vez que estava prevista para ontem, quarta-feira, dia seis, uma intervenção com o intuito de extinguir o incêndio "através do corte de oxigénio, colocando terra de forma a abafar o fogo", referiu João Salgueiro, presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós.
O autarca adianta que já foi colocada no local terra para a intervenção. A dificuldade dos acessos impediu que as máquinas da Câmara Municipal realizassem a tarefa, pelo que está previsto a presença no local de uma máquina giratória que consiga transportar a terra para os escombros da exploração da Mina. João Salgueiro salienta que é, precisamente, a dificuldade no acesso a razão pela qual foi impossível extinguir o incêndio até agora.
Já na segunda-feira, dia quatro, esteve no local um técnico da Direcção Geral de Geologia e Energia, confirmando que só através do abafamento do incêndio, cortando o oxigénio, será possível a sua extinção, disse João Salgueiro.
Luís Carreira, comandante dos Bombeiros Voluntários de Porto de Mós, refere que a corporação já despejou milhares de litros de água no local, esforço que "foi em vão", uma vez que "são camadas profundas" que estão em combustão, refere o responsável.
Apesar de lavrar há três semanas, o incêndio "tem sido mais visível nos últimos dias, talvez por causa da subida da temperatura", refere Luís Carreira, afirmando que "apesar do cheiro desagradável não deverá estar em perigo a saúde pública".
Também João Salgueiro sublinha que "esta situação não põe em causa a segurançadas pessoas".
Patrícia C. Santos - Portomosense (08.09.2006) -
LinkQuanto à local
Rádio D. Fuas, do mesmo grupo do jornal anterior, esta publicou a seguinte notícia no seu
site -
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PS - Se calhar a mata do Figueiredo ardeu - se assim aconteceu é uma brutal perda para Porto de Mós, para o PNSAC, para o percurso pedestre Bezerra - Corredoura (que aproveitava parcialmente o trilho de comboio que leva o carvão da mina para a vila) e para quem ama a Natureza...