Reunião nacional marcada para 8 de Janeiro
Directores de escolas públicas unem-se contra "instabilidade criada pelo Governo"
Directores das escolas públicas estão a pressionar o Governo
Os presidentes das duas associações de directores escolares existentes no país uniram-se hoje para convocar todos os dirigentes de escolas públicas para uma reunião nacional, a 8 de Janeiro, a fim de decidirem “as medidas a tomar face à instabilidade criada pelo Governo nos estabelecimentos de ensino”, explicou um dos organizadores, Manuel Pereira.
O encontro, que se vai realizar em Coimbra, funciona como uma demonstração de força, no imediato, mas também como um ensaio para a fusão formal das duas associações, num futuro próximo. “O caminho que privilegiamos é sempre o do diálogo com a administração central e tenho muita esperança de que, até ao dia 8 de Janeiro, ele possa verificar-se. Se assim não for, lamento, mas teremos mesmo de, juntos, forçar a abertura de novos caminhos que permitam encontrar soluções…”, afirmou o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Adalmiro da Fonseca.
Também em declarações ao PÚBLICO, Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), sublinhou que a decisão de unir esforços surge “porque a situação se está a tornar insustentável”. “Compreendemos que é preciso fazer sacrifícios, mas o ministério não pode pedir sucesso escolar e ao mesmo tempo criar esta permanente instabilidade nas escolas. Pura e simplesmente não sabemos o que é o dia de amanhã", criticou, frisando que a opinião de quem dirige as escolas e conhece "de perto a sua realidade não é tida em conta".
Ambas as associações reclamam que antes da criação de novos agrupamentos de escolas sejam analisadas as vantagens e desvantagens dos já existentes, dos pontos de vista pedagógico e administrativo. Mostram-se também preocupadas com a diminuição do número elementos nas direcções e com a conflitualidade alegadamente criada pelo actual modelo de avaliação de desempenho dos professores. Contestam, ainda, a obrigatoriedade de recurso à Central de Compras, a partir de Janeiro, “e a carga burocrática que esse procedimento vai envolver”.
in Público - ler notícia