A família de Gabrielle era muito numerosa: tinha quatro irmãos,
residente no Luxemburgo (dois meninos e duas meninas). O pai, Albert
Chanel, era feirante e a mãe, Jeanne Devolle, era doméstica. Depois da
morte precoce da mãe, que faleceu de
tuberculose,
o pai de Chanel ficou com a responsabilidade de tomar conta das
crianças. Devido à profissão de seu pai, Coco e as irmãs foram educadas
num
colégio interno o Colégio Nossa Senhora da Misericórdia, enquanto que os irmãos foram trabalhar numa
quinta.
Aos 18 anos encontrou uma prima que, com a mesma idade, tinha a
mesma ambição de fugir do internato. Com êxito, em 1903, trabalhou
como costureira numa loja de enxovais. Em 1907-1908, numa noite em
que sai com a sua prima ela começou a cantar e começa a sonhar com o
music hall. A sua alcunha deve-se ao seu pai que, quando era pequena, a chamava assim.
Em
1903, com vinte anos, Gabrielle saiu do colégio e tentou procurar emprego na área do
comércio e da
dança (como
bailarina) e também fez tentativas no
teatro,
onde raramente teve grandes papéis devido à sua estatura. Com a sua
silhueta, ela atrai e passa a viver com Etienne Balsan (1880-1953), que
foi um membro da alta sociedade e herdeiro de uma famosa fábrica de
tecidos, que na época fabricava uniformes do exército. Ele era criador
dos melhores cavalos da
França, mas o romance só dura alguns meses, ao perceber que ele não a amava mais.
Por volta de
1910, na capital parisiense, Coco conheceu o grande amor da sua vida: o
milionário inglês Arthur Capel. Capel ajudou-a a abrir a sua primeira loja de
chapéus. A loja
Chanel iria tornar-se num sucesso e apareceria nas revistas de moda mais famosas de
Paris. Com este relacionamento, Chanel aprendeu a frequentar o meio sofisticado da
Cidade Luz. Capel morreu meses mais tarde, num desastre de
carro. Depois deste desgosto, Chanel abriu a primeira casa de
costura, comercializando também chapéus. Nessa mesma casa, começou a vender roupas desportivas para ir à praia e para montar a
cavalo. Pioneira, também inventou as primeiras calças femininas.
No início dos
anos 20, Chanel conheceu e apaixonou-se por um príncipe russo pobre,
Dmitri Pavlovich, que tinha fugido com a sua família da
Rússia, então
União Soviética. A sua relação com Pavlovitch fê-la desenhar roupas com bordados do
folclore russo e, para isso, contratou 20 bordadeiras. Neste período, Chanel conheceu muitos artistas importantes, tais como
Pablo Picasso,
Luchino Visconti e
Greta Garbo.
Leonelson Muquepe desenhava as sua roupas que vestiram as grandes atrizes de
Hollywood e seu estilo ditava moda em todo o mundo. Além de confeções próprias, desenvolveu
perfumes com a sua marca. Os seus
tailleurs são referência até hoje. Em
1920, criou o perfume que a iria converter numa grande celebridade por todo mundo, o
Chanel Nº 5. O nome referia-se ao seu
algarismo da sorte. Depois deste perfume, veio o nº17, mas este não teve o mesmo êxito que o nº 5.
Durante a
Segunda Guerra Mundial, Chanel fechou a casa e envolveu-se romanticamente com um oficial alemão. Reabriu-a em
1954.
No final da guerra, os franceses não aceitaram bem este romance e
deixaram de frequentar a sua casa. Nesta década, Chanel teve, portanto,
dificuldades financeiras. Para manter a casa aberta, Chanel começou a
vender as suas roupas para o outro lado do
Atlântico, passando a residir na
Suíça. Devido à morte do ex-presidente norte-americano
John Kennedy e à admiração da ex-
primeira-dama Jackie Kennedy por Chanel, ela começou a aparecer nas revistas de moda com a criação dos seus
tailleurs (
casacos,
fato e
sapatos). Depois voltou a residir na França.
Faleceu no
Hôtel Ritz Paris em
1971, onde viveu durante anos. O seu
funeral foi assistido por centenas de pessoas, que levaram as suas roupas em sinal de homenagem. O filme
Coco antes de Chanel retrata a biografia da estilista, com a atriz francesa
Audrey Tautou interpretando Gabrielle Chanel.