Mostrar mensagens com a etiqueta Bernardo Trindade. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Bernardo Trindade. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, março 04, 2011

Governo PS/Sócrates – Com o mal dos outros...



“Que Deus-Nosso-Senhor nos dê muita saúde...
... e muitos clientes a tê pai!”
Esta frase ficou famosa na Angra do Heroísmo dos anos sessenta do século passado. Era uma frase-feita muito repetida pela mãe de um jovem angrense, um pouco mais velho do que açoriana que ma ensinou. A frase é de um tremendo humor negro, já que o pai do rapaz e marido da senhora era proprietário de uma agência funerária. Daquelas à antiga, que fabricavam os seus próprios artigos. O forte apego da senhora às questões materiais podia admirar-se também nos seus famosos presépios, que exibia orgulhosa e cujas numerosas figuras eram vestidas com restos das sedas dos caixões... presépio “monumental” que, para aproveitar o roxo, contava até com uma procissão do “Senhor dos Passos”.
Até hoje, todos os terceirences que se lembram deste dito da sua conterrânea, continuam a achar-lhe muita graça... e a não levar a mal aquilo que realmente significava.
Noutro contexto, o senhor secretário de estado do turismo do Governo de Portugal, um tal Bernardo Trindade, ainda não conseguiu perceber que não lhe fica nada bem, nem como governante, nem como ser humano, insistir na ideia de que as convulsões que ocorrem em países como o Egipto, a Tunísia, Marrocos, ou Líbia... são boas para Portugal (!!!)... e isto, porque no entender do secretário de estado, os turistas poderão fugir desses países, optando por passar férias por cá. É, no fundo, o mesmo “desejo” da esposa do cangalheiro... mas envolvendo muito mais mortes e milhões de euros de “ganhos”.
Então porque é que eu, embora também achando muita graça à senhora da Terceira, considero o secretário de estado um piolhoso político?
Primeiro, porque aquilo que se está a passar no Médio Oriente não se deve ao mau tempo. As “convulsões” que, em teoria, podem trazer para cá umas centenas de turistas assustados, sendo movimentos sociais e políticos que poderão vir a transformar a face de uma grande área do planeta, estão, nesta fase, a custar centenas de vidas de cidadãos desses países, se não forem já milhares.
Segundo, porque o secretário de estado não está a falar com o filho, nem é uma senhora semianalfabeta da Ilha Terceira dos anos sessenta, mas sim um membro de um governo que se diz socialista e em 2011.
Terceiro, porque ainda que o governante e o governo sejam suficientemente reles para pensarem assim, deviam ter ao menos o decoro de não o dizer em público.
Quarto, porque acho que já perdi a paciência para estes pequenos pormenores... que nem por serem pequenos, nem por serem pormenores, são menos asquerosos.