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segunda-feira, novembro 15, 2010

A bancarrota Sócrates



Este poderá ser o nome que os historiadores irão atribuir no futuro ao período entre 2005 e 2011, com o principal protagonista, José Sócrates, a ficar com os créditos todos do que aconteceu nestes anos. Cunhado por António Lobo Xavier, este título é, diga-se, algo injusto para muitos dos protagonistas deste período. O PM, como líder deste governo, é a principal cara desta bancarrota. Mas diga-se que muitos outros deveriam figurar na história, uns como actores secundários e outros como cúmplices.

A começar pela imprensa suave que defendeu e protegeu José Sócrates até ao limite. Não falo somente dos erros de governação, mas especialmente destes. Interessa recordar o tom protector com que a imprensa cobriu a última campanha para as legislativas, nomeadamente na frente económica, quando era já evidente que a dupla de incompetentes, Sócrates e Teixeira dos Santos, mentiam, enganavam e prometiam o impossível. Alguns destes jornalistas tiveram mesmo a lata de somente quando a bancarrota estava iminente, e só depois de dois PECs falhados, sair a terreiro e criticar o governo. Estes também têm o seu quinhão de responsabilidade, pois tudo fizeram para perpetuar as mentiras e as decepções de José Sócrates.

Depois todo o Partido Socialista, que com muito pouco honrosas excepções, deu total cobertura a este governo. Enquanto Portugal se afundava, os socialistas assobiavam para o lado, davam cambalhotas argumentativas e atacavam tudo e todos que ousavam apontar o dedo ao governo. Neste aspecto, o blogue Corporações será um bom documento histórico para analisar as contradições, as mentiras e os enganos que foram sendo executados pelo Partido Socialista.

Por fim, os cúmplices menos relevantes, mas que foram dando apoio à propaganda e às intrujices deste governo. São os comentadores políticos, os colunistas e bloggers, anónimos ou não, sem coluna vertebral e afectos ao socratismo. Ao darem cobertura mediática a José Sócrates e à sua corte irresponsável e até mesmo criminosa em muitos aspectos, estas pessoas foram importantes para manter uma narrativa fraudulenta na opinião pública.

Esta poderá ser a bancarrota Sócrates, mas sem muitos outros serventes, o Primeiro Ministro não teria conseguido chegar até aqui. Resta esperar pelo fim, que já se anuncia pela voz de um dos seus ministros, para ver os ratos a saltar do porão e a juntarem-se a outro barco em movimento. Resta saber se ao leme estará Francisco Assis ou António José Seguro, os dois mais bem colocados para substituir o actual comandante.

in O Cachimbo de Magritte - post de