Miguel Torga – Adolfo Correia Rocha
S. Martinho de Anta (12.08.1907) – Coimbra (17.01.1995)
Faz hoje 11 anos que este Poeta (Transmontano, Conimbricense e Português) nos deixou. Mas as suas palavras são eternas.
Já estudante em Coimbra, decide adoptar o pseudónimo de Torga. Não escolhe o nome por acaso. A Torga, ou urze, é uma planta silvestre, humilde e espontânea, vivendo no chão agreste por todo o Portugal, mas particularmente nas serranias dos seus Trás-os-Montes e Alto Douro. Nunca deixará de demonstrar o seu amor pela Natureza, seja ela animal, vegetal ou mineral.
Aqui fica uma amostra do seu lirismo...
Mineração
Tenho o oiro e não posso
Arrancá-lo do cerne da montanha!
O filão de lirismo é um verso esquivo
Que atravessa a dureza do granito.
Rompo, perfuro dia e noite, e apenas
Cavo mais funda a própria sepultura...
Toupeira cega, mas obstinada,
Vou morrendo na luta
Que desejava ver iluminada.
in Penas do Purgatório (1954)
1 comentário:
Bonito - não conheço o autor, mas vou conhecer...!
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