06.12.2007 - 15h21 Susana Almeida Ribeiro
Uma pequena bandeira portuguesa subiu a 333 quilómetros de altura numa missão espacial da NASA. Finda a viagem, a bordo do vaivém Atlantis, a bandeira aterrou ontem no Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, no dia em que o espaço museológico cumpriu um ano de existência.
A oferta da agência espacial norte-americana foi feita por intermédio da embaixada dos EUA em Lisboa e teve como ponto de partida as diversas interacções que o museu foi mantendo com a NASA durante o último ano. A ideia partiu de uma cientista da agência espacial, Elizabeth Williams, que esteve em Coimbra em Abril deste ano. Dois meses depois, entre 8 e 22 de Junho, a bandeira verde e vermelha voou a bordo do vaivém, estando agora afixada na parede do Museu da Ciência.
O director do espaço, Paulo Gama Mota, adiantou ao PUBLICO.PT que a NASA se "disponibilizou para oferecer a bandeira; faltava escolher uma data e achámos que a data apropriada seria quando o museu fizesse um ano".
Dezasseis mil visitas depois da abertura das portas ao público, Gama Mota reconheceu que "o trabalho não tem sido fácil", mas tem sido "recompensadora a forma como as pessoas têm reagido ao projecto" e também o "bom acolhimento" por parte da comunidade científica.
Durante a sessão de ontem foi igualmente lançado o concurso Descobre o Teu Céu, destinado a crianças e jovens do ensino básico e que tem como lema descobrir novas constelações e contar uma história a partir desse achado. A iniciativa insere-se nas comemorações do Ano Internacional da Astronomia, que decorre em 2009.
Durante a festa do primeiro aniversário houve ainda tempo para umas demonstrações de ciência ao vivo. Pode martelar-se um prego com uma banana? Pode, se a banana for mergulhada em azoto líquido, tornando-a dura como um martelo. O elemento gasoso serviu ainda para fabricar um gelado caseiro com direito a congelação instantânea.
O Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, que se espera que venha a reunir o espólio científico disperso pelos vários museus universitários, exibe desde a sua abertura a exposição permanente Segredos da Luz e da Matéria, que convida os interessados a manusearem os instrumentos que explicam determinados fenómenos científicos, tal como a ascensão de um balão de ar quente, o preferido de Rodrigo Conde, de sete anos, que ontem corria entusiasmado pelos corredores do museu pela mão da mãe.
O museu tem como parceiros a própria universidade e a Câmara de Coimbra, e conta com os apoios da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da Fundação Calouste Gulbenkian. O museu recebeu uma menção honrosa, em 2006, na atribuição do prémio de melhor espaço museológico português, pela Associação Portuguesa de Museologia.
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