quinta-feira, janeiro 04, 2007

Alterações climáticas no passado


Dinastia Tang e Civilização Maia terão sido vítimas de uma alteração climática

Investigação publicada na revista “Nature”
03.01.2007 - 19h52 AFP


O declínio da dinastia Tang (618-906), uma das mais importantes da história da China, e da Civilização Maia, na América Central, poderá residir em alterações nas monções na Ásia, revela um estudo internacional publicado na revista “Nature” amanhã nas bancas.

A investigação foi coordenada por Gerald Haug, do Centro de Investigação sobre a Terra (GeoforschungsZentrum), em Potsdam (Alemanha).

Os cientistas avançam que o declínio destas duas grandes culturas coincide com modificações do ciclo climático entre o ano 700 e o ano 900 da nossa Era.

A seca provocada por alterações no regime das chuvas, com a catastrófica redução das colheitas agrícolas, e um empobrecimento quase geral, poderão explicar as profundas tensões que levaram ao desaparecimento daquelas sociedades.

Os investigadores baseiam a sua conclusão na análise de sedimentos do lago Huguang Maar, no Sudeste da China. As propriedades magnéticas e o seu teor em titânio, explicam, fornecem indicações sobre a intensidade das monções na Ásia oriental. Estes ventos periódicos sopram no Inverno para o mar (monção seca) e no Verão para a Terra (monção húmida).

Gerald Haug e os seus colegas chineses e norte-americanos constataram que, ao longo dos últimos 16 mil anos, existiram três períodos onde a monção de Inverno foi forte e o clima seco na China, nomeadamente aquando do declínio da dinastia Tang, célebre pelas suas artes e trocas comerciais com a Índia e o Médio Oriente.

Aos olhos dos investigadores, as variações na cintura de chuvas tropicais poderão ter sido globais e explicar assim, ainda que parcialmente, o fim da era clássica Maia (250-900) no actual México e na Guatemala. Conhecida pelas suas cidades-Estado, a sua escrita hieroglífica, as suas artes decorativas, o seu calendário solar de 365 dias e as pirâmides, esta grande civilização desapareceu bruscamente.

in Público (notícia aqui)

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Chuva de Estrelas de hoje


Esta noite ocorre um fenómeno interessante (é pena é a Lua esta cheia, o que impede a sua melhor observação...). Assim, a partir de uma hora depois do pôr do Sol e durante a noite, olhando para o céu, numa constelação chamada Boieiro (Bootes) poderás ver restos de um cometa a caírem (e a arderem na atmosfera terrestre). Isto acontece todos os anos, na noite de 3 de Janeiro, pois a Terra todos os anos passa no local onde o cometa deixou as suas poeiras... A partir das 10.00 horas de 03.01.2007 poder-se-á ver bem o fenómeno, sendo o seu máximo às 00.30 horas da manhã de 04.01.2007, olhando nas direcções Norte e Este. Para mais dúvidas e facilitar a observação, publico dois mapas do céu, onde está marcado o local a partir do qual parecem vir as estrelas cadentes (o chamado radiante)...


Mais informação em:
O Observatório
Rastos de Luz

Filme "À Noite, No Museu"


Larry Daley (Ben Stiller) é um sonhador de bom coração. Apesar de ser um azarado, Larry sonha que o destino lhe reserva algo grandioso; só não imagina o quão extraordinário pode ser quando aceita um emprego como segurança no Museu de História Natural. Mas durante o turno de Larry começam a acontecer coisas espantosas: índios, gladiadores e "cowboys" ganham vida e começam a travar batalhas épicas. E o próprio T-Rex volta a aguçar as garras e a mostrar porque é considerado o predador mais temido! Durante o caos, a única pessoa a quem Larry pode pedir ajuda é à figura de cera do Presidente Teddy Roosevelt (Robin Williams), que vai ajudar o nosso herói a salvar o Museu.


Site do Filme - aqui

A não perder...!

terça-feira, janeiro 02, 2007

Ciclo de Conferências de Geografia

O Centro de Estudos Geográficos de Coimbra leva a efeito um ciclo de conferências/debate sobre temas de Geografia Aplicada. As sessões realizam-se às quintas feiras, dias 11, 18 e 25 de Janeiro de 2007, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, conforme o seguinte programa:

Geografia e Saúde
(dia 11 de Janeiro de 2007, às 17.00 horas, no Anf. III)
- José Manuel Simões – Aplicações da Geografia
- Ana Paula Santana – Cartografia de equipamentos de saúde
Coordenação: Fernanda Cravidão

Geografia Física e Gestão Municipal dos Territórios
(dia 18 de Janeiro de 2007, às 17.00 horas, no Anf. III)
- Lúcio Cunha – Geografia Física e PDM’s
- A. Campar de Almeida – Geografia Física e PMDFCI’s
Coordenação: Fernando Rebelo

SIG’s e Ordenamento do Território
(dia 25 de Janeiro de 2007, às 17.00 horas, no Anf. III)
- António Rochette – SIG's e Ordenamento do território: das Cartas Educativas Municipais aos Sistemas de Gestão de Riscos
- Rui Ferreira – SIG's e Património: Rotas da Transumância
Coordenação: Ana Paula Santana



O programa detalhado pode ser consultado em:

http://www.uc.pt/cegc/geosoc.htm

Estão todos, geógrafos e não geógrafos, convidados para discutir os temas em debate.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Nada está escrito...!

Do Blog Sorumbático, com a devida vénia, retirámos o seguinte post, de autoria de Nuno Crato, subscrevendo de cruz o que nele está dito.


É UMA DAS FRASES MARCANTES da história do cinema — «Nada está escrito!», afirma Peter O’Toole. A frase cala fundo porque Lawrence da Arábia vence sucessivos obstáculos que pareciam inultrapassáveis, e vence-os por pura força de vontade. É ele que escreve a História. Ou assim o parece. Mas há obviamente coisas escritas e, tal como relembra o crítico Reel Reubenstein, a prová-lo está precisamente essa frase, escrita pelo argumentista Robert Bolt e colocada por ele na boca de T. E. Lawrence.

Parece estar escrito que 2007 não será um bom ano. Os grandes conflitos não prefiguram evolução rápida. Do Iraque, de Israel e da Palestina, da Coreia do Norte e do Irão não parecem vir bons sinais. A economia internacional dá sinais de melhoras, mas não tão fortes que Portugal possa esperar um impulso energético do exterior. A contenção económica veio para ficar. As injecções financeiras foram reduzidas e estão limitadas a algumas áreas transitórias. Pode haver fundos para projectos de investigação, mas há menos para laboratórios e universidades. Pode haver dinheiro para algumas infra-estruturas, mas há menos para a construção e para o investimento. O tecido económico interno continua pouco dinâmico.

Mas o futuro não está ainda escrito e há mudanças ao nosso alcance. Uma área em que isso acontece, e uma área decisiva, é a educação. Depois de um ano em que se avançaram algumas reformas, parece continuar a pairar sobre todos o rescaldo de um conflito entre ministério e professores — um conflito que nada de positivo traz. Há quem tenha a ilusão, e há máquinas de propaganda que parecem alimentar conscientemente essa ilusão, de que para resolver os problemas do ensino é necessário quebrar a classe dos professores. Seriam estes os principais responsáveis pelas insuficiências da nossa escola.

Esta visão, contudo, não só está mal direccionada, como ofusca os problemas essenciais. É verdade que há problemas vários do ensino. É verdade que eles foram ocultados durante muitos anos. E é verdade que isso foi possível pela ausência de responsabilização dos agentes do ensino — entre eles os professores. Mas a ausência de responsabilização deriva da ausência de avaliação; e essa lacuna é da responsabilidade do ministério, ou dos sucessivos ministérios. A avaliação externa e independente tem estado arredada do ensino. E a avaliação de base é a dos estudantes. Sem avaliar o progresso dos alunos não se pode avaliar o trabalho dos professores, nem das escolas, nem dos ministros.

Até há dois anos, no entanto, os estudantes concluíam todo o ensino obrigatório sem um único exame externo. A situação mudou em 2005, com a introdução dos exames de 9º ano em Português e Matemática — exames que foram mantidos em 2006 e que parecem ter vindo para ficar. Mas são apenas dois exames e apenas no término do Ensino Básico. Não há avaliação externa noutras disciplinas. Não há exames em anos intermédios. Introduzir estes outros momentos de avaliação não depende dos professores nem alimenta nenhuma guerrilha com estes agentes essenciais do ensino. De que se está à espera?

No final do Ensino Secundário encontra-se panorama equivalente. Há poucas provas finais e acabam de ser eliminadas algumas, tais como os exames de Filosofia — outra matéria fulcral. Nos cursos tecnológicos foram abolidos por completo os exames. Muitos dos estudantes que hoje obtêm um diploma do Ensino Secundário fazem-nos sem nunca terem feito um exame nacional. Como se permite que isso continue a acontecer?

Para além da avaliação imediata dos estudantes, para além da carreira dos professores e da sua avaliação e promoção, há duas outras medidas que podem vir a decidir o futuro da educação. A primeira é o recrutamento de professores, a sua entrada na carreira, que vai passar a incluir um exame e não a ser feita unicamente com base na nota final de curso. É uma mudança muito positiva e que pode vir a alterar, para melhor, não só a selecção como toda a formação inicial de professores. Com isso, pode-se melhorar o que finalmente importa e que é, evidentemente, o ensino.

Para que esta medida seja eficaz, no entanto, é necessário que este exame de entrada na profissão incida sobre as matérias que o candidato a professor se propõe leccionar. Se isso não acontecer, se as componentes pedagógicas e didácticas tiverem um peso excessivo, propagar-se-ão precisamente os erros que a dogmática doutrina pedagógica dominante em Portugal tem vindo a introduzir no ensino, com as consequências dramáticas que conhecemos. O essencial são os conteúdos programáticos. Nunca ninguém ensinou o que não sabe. Mas sempre houve quem ensinasse — e ensinasse bem — sem precisar de se afogar durante anos nos estudos de pedagogia e de didáctica.

A segunda medida decisiva é a própria formação de docentes. Com as adaptações ao projecto de Bolonha, prefigura-se que a formação de futuros professores seja feita em duas etapas. A primeira, centrada nos conteúdos curriculares. A segunda, na arte de ensinar. A primeira corresponde, na terminologia de Bolonha, ao primeiro ciclo universitário — algo entre a actual licenciatura e os bacharelatos. A segunda corresponde, de acordo com a mesma tipologia, ao segundo ciclo — algo entre as actuais pós-graduações e os mestrados. Fazer com que os candidatos a professores aprendam durante três anos as matérias que se propõem leccionar, mas que depois passem dois anos a esquecê-las e a serem formados em pedagogia e didáctica poderá ser um erro gravíssimo, que viremos a pagar na próxima década.

As carreiras da docência estão praticamente fechadas. Inelutáveis tendências demográficas têm obrigado a uma redução do número de estudantes que entram nas nossas escolas. O insucesso escolar no ensino obrigatório, no secundário e no superior agravam a redução de alunos e o correlativo excedente de candidatos a professores. Poderia parecer que neste momento nada interessa, a não ser esperar. Mas é em alturas como esta que as decisões são urgentes e menos dolorosas. O que em 2007 for decidido pode ditar o que serão os professores e o que será o ensino nos próximos dez a vinte anos. O que o ensino for daqui a dez ou vinte anos ditará o que será o país daqui a vinte ou trinta. Nada está escrito.

Texto do Sorumbático aqui (Adaptado do Expresso)

domingo, dezembro 31, 2006

GeoHumor - II

NOTA: Fui à poucos dias a Espanha e lá a gasolina custa, sempre, entre 20 e 30 cêntimos menos do que em Portugal, sem se falar dos preços dos automóveis, que são muito mais baixos. Isto de sermos roubados pelo estado português não será um pouco um exagero...?

in DN on-line - Cartoon de José Bandeira

GeoHumor...


in DN on-line - Cartoon de José Bandeira

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Novo Jornal on-line de Paleontologia


Já saiu o n.º 1 do Journal of Paleontological Techniques, revista on-line, que, embora editada em Inglês, é feita pelo Museu da Lourinhã. Os nossos parabéns aos autores da ideia e aos responsáveis do projecto...!

Site do JPT
N.º 1 do JPT (pdf)

Stegosaurus encontrado perto de Leiria...!

Fóssil de dinossauro couraçado descoberto na Batalha
Ossos com 150 milhões de anos
26.12.2006 - 12h35 Teresa Firmino


Dava um passeio de domingo com o filho, quando deparou no campo com o que parecia uma pedra ou uma raiz de árvore. "Comecei a escavar e verifiquei que era um fóssil mesmo, com um peso já bastante grande." É assim que Rui Pinheiro se lembra do momento em que descobriu, em Agosto de 1999, perto da Batalha, a tíbia de um dinossauro com uma couraça de placas ósseas no dorso, espinhos na ponta da cauda e uma cabeça minúscula. Ou seja, um estegossauro.

A sorte de Rui Pinheiro, desenhador de sistemas de saneamento de água na Câmara Municipal de Leiria, foi ter andado por ali uma máquina a fazer um caminho, que deixou os ossos à vista. Fotografou o local e levou para casa a parte da tíbia achada, mas não guardou a descoberta para si.

Telefonou para o Museu Nacional de História Natural (MNHN), em Lisboa, afinal era lá que estava o geólogo que muitos associam aos dinossauros, António Galopim de Carvalho. E o geólogo pediu ao paleontólogo Pedro Dantas para verificar se no sítio de Casal Novo, junto da aldeia da Rebolaria, a cerca de um quilómetro da Batalha, tinham mesmo descoberto um dinossauro. "Porque há muitas pessoas que dizem que encontraram ossos e são pedras", justifica Rui Pinheiro. "Passei lá no domingo seguinte com um colega e encontrámos novos ossos, costelas e vértebras."

Pedro Dantas, do MNHN e do Laboratório de História Natural da Batalha, não tardou a confirmar que o relato tinha fundamento. Escavações em 2000 e 2002, por cientistas portugueses e espanhóis (na região onde, em tempos, uns e outros se combateram na célebre batalha de Aljubarrota), permitiram recuperar vários ossos. Um dente, vértebras, costelas, restos da cintura pélvica, ossos da pata direita, como o tarso, além da tal tíbia, ou uma placa óssea quase completa. "A placa estava por cima do pescoço. Temos ainda fragmentos de outras placas espalhadas ao longo da coluna vertebral", conta Pedro Dantas.

As placas permitem dizer que era um dinossauro couraçado. Mas houve vários, por isso para tentar determinar o género a que pertencia o dinossauro da Batalha, a equipa luso-espanhola baseou-se principalmente em características das vértebras. Classificou-o como estegossauro do género Stegosaurus (houve outros géneros), que viveu há 150 milhões de anos, no período do Jurássico Superior.

A importância de ser um Stegosaurus aparecerá em breve explicada na edição on-line da revista científica alemã Naturwissenschaften, num artigo assinado em primeiro lugar por Fernando Escaso, paleontólogo da Universidade Autónoma de Madrid. "Relatamos a primeira prova incontroversa de um membro do género Stegosaurus encontrado fora da América do Norte", escreve a equipa. "Amplia a diversidade conhecida de estegossauros na Península Ibérica", acrescenta Pedro Dantas.

Um corredor entre a Terra Nova e a Ibéria

Não é difícil imaginar que no tempo dos dinossauros a configuração dos continentes era muito diferente da actual. O Atlântico começou a nascer há 210 milhões de anos, entre o Norte de África e a Península Ibérica. No Jurássico Superior (entre os 160 e 140 milhões de anos), a abertura do Atlântico Norte estava em curso, à medida as placas tectónicas se afastavam (e continuam hoje a afastar) e, no meio, nascia nova crosta terrestre.

O problema é que o grau de separação dos continentes e a profundidade do mar entre as massas continentais da América do Norte e da Europa, no Jurássico Superior, é motivo de debate na comunidade científica. Havia várias ilhotas ou zonas emersas significativas?

Encontrar um género de dinossauro na Europa que até agora só se conhecia na América do Norte pode servir para fazer a reconstituição da geografia dos continentes há milhões de anos e do rompimento do Atlântico Norte, na latitude da Península Ibérica.

"Se aparecem as mesmas formas de dinossauros na América do Norte e na Europa ocidental, então elas passaram de um lado para o outro", explicita Pedro Dantas. "Este trabalho ajuda a entender como, quando e onde se processou a passagem de dinossauros de um lado para o outro do ainda incipiente Atlântico Norte, e também apresenta mecanismos geológicos que estão na base desta passagem."

A prova de que os dinossauros transitaram de um lado para o outro do Atlântico Norte, na latitude da Península Ibérica, está na descoberta do Stegosaurus. Não é, aliás, a primeira prova nesse sentido: em 1988, na aldeia de Andrés, perto de Pombal, encontraram-se ossos de um dinossauro carnívoro com cerca de 150 milhões de anos, do género Allosaurus, que até ali só se conhecia na América do Norte. Dezassete anos depois, os cientistas voltaram ao mesmo sítio e encontraram mais ossos.

Assim, a equipa propõe a existência de um corredor entre a Terra Nova e a Ibéria. Não era, no entanto, uma língua de terra que ia de um lado ao outro. "Não era propriamente uma auto-estrada. O mar era pouco profundo e, aqui e ali, apareciam terras emersas e a fauna ia passando, até atingir o lado oposto", explica o paleontólogo português. "Acreditamos que essa passagem foi selectiva, senão encontrávamos exactamente as mesmas faunas de ambos os lados deste Atlântico antigo."

in Público

NOTA: Afinal as pontes, que os detractores da Deriva dos Continentes de Wegener queriam que existissem, voltam, não para assombrar Alfred Wegener, a Deriva dos Continentes ou a Téctónica de Placas, mas para completar o puzzle da História da Terra. E, depois de Andrés (Santiago de Litém- Pombal), agora é a vez de Casal Novo (Rebolaria - Batalha) a colocarem no Mapa Mundi dos dinossáurios o nosso País...

quarta-feira, dezembro 27, 2006

XII Olimpíadas do Ambiente 2006-2007


As XII Olimpíadas do Ambiente (OA) são um concurso de problemas e questões dirigido aos alunos do 7º ao 12º ano de escolaridade do ensino diurno e nocturno de escolas públicas, privadas ou do ensino cooperativo no território nacional, incluindo as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Esta iniciativa é coordenada por uma equipa multidisciplinar composta por elementos da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza e do Zoomarine - Mundo Aquático SA.

Objectivos fundamentais:
• incentivar o interesse pela temática ambiental;
• aprofundar o conhecimento sobre a situação ambiental portuguesa e mundial;
• estimular a capacidade oral e escrita;
• promover o contacto com situações experimentais concretas;
• desenvolver o espírito e curiosidade científica; e
• estimular a dinâmica de grupo e espírito de equipa, assim como a cooperação.

Áreas temáticas
• Conservação da Natureza
• Recursos naturais
• Poluição
• Estilos de vida
• Ameaças globais
• Política ambiental
• Realidade portuguesa

Categorias
• Categoria A - do 7º ao 9º ano de escolaridade
• Categoria B - do 10º ao 12º ano de escolaridade

Todos os alunos inscritos nos anos escolares abrangidos são convidados a participar nas OA, através da sua escola, e nenhum pode ser discriminado com base na idade, sexo, crenças religiosas, deficiências intelectuais ou motoras, competências específicas ou área de ensino. Qualquer estabelecimento de ensino oficial ou particular do 7º ao 12º ano de escolaridade que não tenha sido directamente convidado a participar pode igualmente concorrer, desde que proceda à respectiva inscrição.

Fases do concurso

1ª Eliminatória - Teste escrito com questões de escolha múltipla e uma pergunta de desenvolvimento. São apurados para a segunda eliminatória os melhores alunos a nível nacional e também os melhores por escola.

2ª Eliminatória - Teste escrito com questões de escolha múltipla e duas perguntas de desenvolvimento. Esta eliminatória decorrerá nas escolas com alunos seleccionados. Para a Final Nacional, são apurados os melhores a nível nacional e os melhores por distrito/ilha.

Final nacional - Ao longo de um fim-de-semana, os finalistas realizarão um teste escrito com questões de escolha múltipla, uma prova oral em grupo, participarão num conjunto de actividades práticas (feira de experiências laboratoriais e descoberta de uma zona protegida) e um colóquio/debate na sessão solene de entrega de prémios. Os vencedores poderão ser posteriormente contactados pelos Serviços de Educação da Fundação Calouste Gulbenkian para participar no London International Youth Science Forum.

Inscrição
A Escola deve preencher a Ficha de Inscrição na página de Internet da OA (ver menu Inscrição). O valor da inscrição é de €10 por categoria, por escola.

Consulte aqui o Regulamento.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Boas Festas...!

Que os nossos leitores, nossos bloggers e aparentados tenham um Bom Natal e Próspero Ano Novo, são os votos dos Geopedrados...!

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Carl Sagan - 10 anos de saudade...


Faz hoje anos - já 10...! - que o cientista, escritor e astrónomo Carl Sagan nos deixou...

Irei em breve publicar no Blog do Paulo Heleno - Rastos de Luz - um texto sobre este grande Senhor, na secção Carl Sagan - In Memorium. Ali poderão ler vários textos (que, se o Paulo autorizar, também posteriormente publicaremos no Blog AstroLeiria esses materiais) sobre as diferentes facetas de um cientista que tudo queria saber. Também se aconselha a visita ao site oficial de Carl Sagan, mantido pela esposa Ann Druyan.

Obrigado, Carl Sagan, pelo muito que nos deixaste em uma vida tão curta...!

terça-feira, dezembro 19, 2006

45 anos...!



Há 45 anos atrás, a 19 de Dezembro de 1961, a PIDE, assassinava a tiro, em pleno dia, numa rua de Lisboa, o pintor José Dias Coelho. Depois, o Zeca Afonso, quis recordar este senhor, numa belíssima canção que iremos recordar...

A Morte Saiu À Rua

A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação.


Zeca Afonso (Letra e Música), Eu Vou Ser Como a Toupeira, 1972

Conferências NEL - comentário final


Como geólogo que se está a iniciar na Espeleologia, adorei todas as palestras a que fui, em especial as duas últimas (a do NEC e a da Arqueologia). Mas todas foram muito completas, educativas, com debate aberto, bem preparadas e com aspectos científicos que me interessavam.

O NEL, as instituições que o apoiaram e os palestrantres (e respectivas Instituições...) estão de parabéns - a Espeleologia está viva e recomenda-se...!


PS - A palestra a que eu mais gostaria de assistir, no próximo dia 22.12.2006, 6ª-feira ("Expedições do Sistema Cársico do Frade : Arrábida - Sesimbra", a cargo do Núcleo de Espeleologia da Costa Azul) apanha-me fora de Leiria. Espero que tirem fotos e mas enviem, para aqui publicar, e que o Pedro Ferreira não se esqueça de me comprar o Livro, CD e DVD do NECA...

5º Conferência NEL em vídeos



5ª Conferência NEL - Fotos II




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5ª Conferência NEL - Fotos




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segunda-feira, dezembro 18, 2006

Telescópio do LIDL


O LIDL está a vender alguns telescópios, que variam consoante a região do país. Este de que vamos falar trata-se de um MEADE legítimo - em princípio é um ETX 70 AT, um refractor de 70 mm de abertura (objectiva) e as seguintes características, segundo os vendedores:
  • 3 oculares:
    • 25 mm – ideal para observação de estrelas, galáxias e nebulosas planetárias,
    • 12 mm – ideal para observação da lua,
    • 04 mm – ideal para observação de planetas;
  • Comando por computador autostar:
    • navegação celeste automática com o premir do botão (guia do menu em inglês).
  • Com cd de software e manual de utilização com dicas de astronomia;
  • Acessórios:
    • mochila,
    • tripé de alumínio estável e com altura ajustável;
  • Ampliação de 14 até 262,5 vezes;
  • Elevada resolução óptica para observação terrestre e celeste!
  • Com 5 anos de garantia.
Preço? 199 euros....!

Mais informações, ver aqui.

NOTA: Só a partir de 21.12.2006 (5ª) - só o tripé e comando valem mais de 200 euros...


sábado, dezembro 16, 2006

440 milhões de euros para travar o mar


As águas vão subir quatro metros durante o temporal previsto para dia 21. Até lá colocam-se remendos, pois as soluções finais vão demorar alguns anos


Se não conseguir a verba volumosa necessária para as intervenções na costa portuguesa, o Ministério do Ambiente vai continuar a aplicar 'pensos rápidos' nas zonas de risco.

Por isso, o ministro Nunes Correia "gostaria de dispor de 240 milhões de fundos comunitários para investir nas obras prioritárias de consolidação das arribas, minimização de processos de erosão e requalificação do litoral". Esta verba é almejada com futuras candidaturas ao Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) para o período 2007-2013. E se for obtida, permitirá duplicar a verba total de investimento público "para a ordem dos 440 milhões só para as intervenções prioritárias previstas nos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC)" para os próximos sete anos.

Será deste bolo que surgirão os ¤15 milhões que Nunes Correia prometeu para a segunda fase de obras em São João da Caparica, anunciada para a Primavera. A praia vai receber mais três milhões de metros cúbicos de areia que será retirada do fundo do mar a 2,5 milhas da costa.

No passado fim-de-semana, o cordão dunar junto ao Parque de Campismo do Inatel não resistiu à força das ondas. E poderá voltar a ser destruído pelas marés-vivas previstas para quinta-feira, que elevarão o mar quatro metros. Pensando nesse cenário, o Instituto da Água (INAG) avançou esta semana com um reforço de emergência da duna em frente ao parque de campismo do Inatel, recorrendo a areias da praia.

Com este 'penso' e a reabilitação recente dos esporões da Costa de Caparica, o presidente do INAG, Orlando Borges, "espera" conter as forças da natureza que tendem a galgar terra até à arriba fóssil a longo prazo. E diz que "as máquinas estão lá para corrigir novos rombos".

Menos optimista está Vítor Sequeira, concessionário de um dos bares de praia, que teme "os efeitos da retirada de areia onde ela faz falta". O apoio de praia já foi reconstruído três vezes devido aos avanços do mar. Por isso ironiza: "Vou construir o próximo sobre carris, com GPS, e peço ao Ministério do Ambiente as coordenadas". Ele e outros concessionários e frequentadores desta zona balnear temem que a praia desapareça por completo.

Desde 1940, o areal já recuou 410 metros segundo um estudo de José Carlos Ferreira, da Faculdade de Ciências e Tecnologia (UNL). O investigador lembra os relatos das caminhadas a pé entre a Cova do Vapor e o Bugio e explica: "Ao longo destes anos a costa foi recuando com a subida do nível do mar conjugada com a redução dos sedimentos devido às barragens e à retirada de areias para a construção civil". Agora, sugere que "rapidamente seja feita a alimentação artificial destas praias e haja uma monitorização efectiva deste litoral, para que os oito milhões de euros investidos na reabilitação dos esporões da Caparica não sejam deitados ao mar".

Opinião semelhante tem o professor Pedro Bicudo, do Instituto Superior Técnico: "Os esporões são uma tecnologia ultrapassada de fazer portos e o que falta na Costa é a reposição de areias". E lembra que as praias da zona Sul da Caparica têm um equilíbrio natural sem molhes, enquanto as do Norte têm ondas a bater no paredão. O também membro da Comissão Técnica SOS Salvem o Surf, explica que "os esporões são responsáveis pela amplificação de correntes (agueiros) que levam a areia para o mar e quebram a energia das ondas, reduzindo em 75% o período surfável".

Por seu lado, Francisco Taveira da Universidade do Porto defende que "a amplitude das marés da costa Oeste portuguesa exige a construção de esporões a par com a alimentação de areias". Mas admite que as decisões são tomadas em função das disponibilidades financeiras.

Outra das zonas do país com mair risco de erosão costeira situa-se entre Ovar e a Marinha Grande. Na Vagueira e em Esmoriz a costa já recuou 200 metros nas últimas três décadas e as recentes marés-vivas também deixaram marcas profundas . No Furadouro o recuo médio anual ronda os nove metros, refere a especialista em gestão costeira Fátima Alves, da Universidade de Aveiro. E lembra que os 12 aglomerados populacionais daquela região estão em sério risco: "Temos que equacionar se devemos protegê-los ou retirar as populações, o que exige grandes investimentos". Por isso, sugere que as Câmaras comecem a pensar em criar fundos ou permutas para realojar as pessoas que tiverem que ser deslocadas da costa.


DIFICULDADES
Avaliação oficial das dificuldades de intervenção na orla costeira até 2005

Organização: escassez de recursos humanos; constrangimentos financeiros carências de vigilância, fiscalização e monitorização

Coordenação: deficiente entre as entidades envolvidas (Inag, ICN, Câmaras, CCDR), fraca implementação de unidades operativas de gestão (UOPG), dificuldades de execução de intervenções fora do Domínio Público Marítimo

Técnicas e jurídicas: incorrecções e lapsos na cartografia de base, processos em contencioso, excessiva rigidez dos planos de praia

Fragilidades: constatação de que 500 metros de delimitação da área terrestre de protecção é insuficiente, exclusão das áreas portuárias; ausência de convergência financeira entre as entidades responsáveis

PROJECTOS PRIORITÁRIOS

O Grupo de Coordenação Estratégica dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) definiu 42 prioridades de intervenção para 2007-2009, que incluem obras de defesa costeira, planos de intervenção e requalificação urbana e estudos e monitorização, entre os quais:

Caminha - Espinho: reparação de esporões (Espinho); demolição de 180 habitações e restaurantes em Pedrinhas/ Cedobem/ Apúlia (Esposende)

Ovar - Marinha Grande: reparação dos esporões em Esmoriz, Cortegaça e Furadouro (Ovar) e na praia da Vagueira, e retirada de populações; recuperação do cordão dunar na praia de Mira

Alcobaça - Mafra: estudos e projectos e consolidação de escarpas e arribas na Nazaré, S. Martinho e Areia Branca e ordenamento das margens da lagoa de Óbidos

Vilamoura - VRS António: Demolições de construções ilegais nas ilhas-barreira de Faro e Olhão integradas na requalificação da Ria Formosa


PLANOS NO PAPEL

Ao longo da última década sucederam-se estratégias que não saíram do papel:

1998 - 'Estratégia para a Orla Costeira' com linhas de orientação genéricas

2003 - 'Programa Finisterra' para requalificar e reordenar o litoral e impulsionar a aplicação dos POOC. Nunca viu os 125 milhões de euros prometidos

2005 - 'Bases para a Estratégia de Gestão Integrada da Zona Costeira Nacional', que em Fevereiro enunciava 9 princípios e 8 objectivos fundamentais, e 20 opções estratégicas de curto prazo, entres os quais uma Lei de bases da Costa. Foi apresentado em Fevereiro. O ministro diz que "estará pronto até final de Dezembro e que a Estratégia já foi desencadeada".


in Expresso

Governo desvia 300 milhões para a incineração

Quercus acusa Governo de desviar 300 milhões para a incineração
15.12.2006 - 09h36 Lusa


Os ambientalistas da associação Quercus acusaram hoje o Governo de querer desviar para a incineração a maior verba de investimentos (300 milhões de euros) do plano para os resíduos urbanos PERSU II, que entrou esta semana em fase de consulta pública.

"Este desvio de verbas não favorece a reciclagem, uma vez que prevê gastar a maior fatia de dinheiro disponível em novas unidades de incineração, deixando a reciclagem com verbas insuficientes", afirmou à agência Lusa Rui Berkemeier, da Quercus.

A versão do PERSU II para o período 2007-2013, que entrou na terça-feira em fase de consulta pública, prevê um financiamento de 924 milhões de euros para os resíduos urbanos, 300 milhões dos quais para a incineração.

"O mais grave é que ninguém explicou para onde vão 260 desses 300 milhões", acusou Rui Berkemeier.

A reciclagem de matéria orgânica vai receber 278 milhões de euros, uma verba que a Quercus considera "insuficiente" e que vai permitir continuar a descarregar a matéria orgânica nos aterros, com a consequente poluição das águas, libertação de maus cheiros e emissão de gases de efeito de estufa.

"Um dos processos que não é devidamente apoiado é o Tratamento Mecânico e Biológico dos resíduos, o que é um erro, uma vez que este sistema permite aproveitar a matéria orgânica e muitos materiais recicláveis a partir dos resíduos não separados", acrescentou.

Para a recolha selectiva estão previstos 33 milhões de euros, 3,5 por cento do investimento total.

"O desvio de fundos para a incineração é que inviabiliza um investimento sério na recolha selectiva. O pouco apoio à recolha selectiva também se reflecte no facto de este plano abandonar a ideia prevista na versão original de obrigar à recolha selectiva porta-a-porta, a qual se tem revelado a melhor forma de a umentar a quantidade de resíduos a reciclar", acusou.

A Quercus apela ao Ministério do Ambiente para que altere este plano de investimentos previsto no PERSU II, defendendo que a proposta actual "compromete seriamente" os objectivos de reciclagem para Portugal e "mantém muitos dos problemas ambientais provocados pelos aterros".

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