segunda-feira, dezembro 17, 2007

Cavaco Silva e Mariano Gago inauguram o Centro de Ciência Viva em Alcanena


Cinco meses depois de ter sido anunciada a inauguração do Carsoscópio no Centro de Ciência Viva dos Olhos de Água, em Alcanena, a abertura oficial vai finalmente acontecer no próximo sábado, com a presença do Presidente da República e do Ministro da Ciência. O vice-presidente da Câmara Eduardo Marcelino (ICA), que é ao mesmo tempo director do centro, explicou a O MIRANTE que o adiar da cerimónia desde Julho deveu-se a dificuldades em conciliar as agendas de Cavaco Silva e de Mariano Gago. Um obstáculo que só agora foi ultrapassado.

O impedimento de inaugurar o espaço não surgiu só agora. A abertura do Carsoscópio já tinha sido prevista para Setembro de 2005, mas nessa altura dificuldades financeiras levaram ao adiamento da conclusão das obras e a uma espera de dois anos.

A maior atracção no Carsoscópio, que abrirá ao público no domingo, é o Geódromo, um simulador que leva o visitante a uma viagem de 175 milhões de anos, desde o tempo dos dinossáurios até ao século XXI. A placa elevatória permite ver as profundezas das grutas e o embate de um meteorito na Terra. O percurso de hora e meia começa nas grutas onde vivem os morcegos. Ali, no Quiroptário, é possível perceber o modo de vida dos animais. Existe, por exemplo, um capacete de orelhas enormes, que permite experimentar a audição dos morcegos. Os visitantes poderão também experimentar um capacete que, aliado a uma venda nos olhos, permite ter a experiência da orientação através de sonar usada pelos pequenos mamíferos. A viagem segue para o Climatógrafo, uma visão tridimensional sobre a nascente dos Olhos de Água, formada por vários veios de água, cuja origem continua um mistério.

Todo o complexo tem estado a funcionar nos últimos cinco meses a título experimental. Quinhentas crianças de diversas escolas já visitaram o centro e, segundo uma das monitoras, grande parte delas revelou curiosidade e algum conhecimento sobre o que é ensinado no Carsoscópio.

O projecto de ciência viva em Alcanena começou a ser imaginado em 1986. A ideia foi ganhando raízes mas perdeu tempo e em 2001 a candidatura ficou suspensa. Quando finalmente foi possível avançar, em 2003, o projecto era candidatável apenas a um financiamento de fundos comunitários de 50 por cento, sendo o restante valor coberto pela autarquia, uma vez que já não existia apoio financeiro estatal (que inicialmente cobria a restante metade). O custo total rondou os 1,1 milhões de euros, “sem o edifício”.

O vice-presidente Eduardo Marcelino fala na concretização de “um sonho” que representou um peso financeiro para a autarquia. A câmara pretende que a partir de 2009 o Centro de Ciência Viva seja auto-suficiente, ou seja, que consiga arrecadar receitas suficientes para fazer face às despesas. O esforço financeiro que é feito actualmente com o pagamento do pessoal não foi revelado à comunicação social.

in O Mirante - ver notícia

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