quinta-feira, julho 24, 2008

Ditadores, petróleo e José Socrates

A propósito de um post nosso anterior - Diz-me com quem andas... - publicamos a seguinte notícia do Público:


VII Cimeira da CPLP
Petróleo da Guiné Equatorial traz Presidente Obiang a Lisboa
24.07.2008 - 08h48 Lurdes Ferreira

A Guiné Equatorial, pequeno país da África Central de pouco mais de meio milhão de habitantes, será um observador especial na cimeira da CPLP, que hoje começa em Lisboa. O país dominado por Teodoro Obiang Nguema e pelo seu círculo próximo revelou ser, nos últimos anos, um ponto comum na rota dos interesses portugueses, brasileiros e angolanos.

A expectativa das petrolíferas norte-americanas nas reservas de petróleo e gás natural da Guiné Equatorial é tão grande que a tratam por "Kuwait de África". Foi também o petróleo que motivou há alguns meses a visita de uma delegação portuguesa a Malabo, com a ajuda da Líbia, aliada histórica de Obiang. Enquanto com os "vizinhos" angolanos se estabeleceram laços de cooperação no domínio da energia (petróleo e electricidade) e dos transportes, com o Brasil a relação passa, para já, pela exploração de um bloco promissor em offshore.

A aproximação a Angola foi formalizada já em 2003, à data com um acordo de cooperação bilateral para o petróleo, electricidade e transportes. Por essa altura, os dois países tinham também uma sociedade conjunta de transporte aéreo, a Sonagesa, tendo como vice-presidente um dos filhos de Obiang, também secretário de Estado para os Hidrocarbonetos.

Em 2006, a brasileira Petrobras ganhou 50 por cento da participação no contrato de partilha do bloco L, na bacia do rio Muni. Para a petrolífera brasileira, o montante de 17 milhões de dólares de investimento necessário até pode ser "considerado baixo" face à perspectiva de um prémio que "pode ser a localização de reservas de 450 milhões de barris de petróleo".

Quanto a Portugal, o Governo começou por negociar com o líder líbio Muammar Kadhafi a entrada da Galp Energia (da qual a Sonangol é grande accionista) na Guiné Equatorial. Em Dezembro passado, o entendimento resultou em tornar a Galp parceira do fundo soberano da Líbia (LAP), para explorar e produzir petróleo e gás natural não só naquele país, mas nas regiões vizinhas, nomeadamente na Guiné Equatorial. Em Fevereiro último, o presidente da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira, e o administrador Fernando Gomes deslocaram-se à capital equato-guineense para estudar oportunidades de negócio, que podem passar também pela distribuição de combustíveis.

Produção quintuplicou

Num percurso recente e discreto, depois de ter percebido no início da década de 1990 que tinha reservas de petróleo importantes, a antiga colónia espanhola já é o terceiro maior produtor de hidrocarbonetos da África subsariana, com uma produção diária de 363 mil barris em 2007, segundo o relatório anual da BP, cinco vezes mais do que há uma década. As suas reservas provadas de petróleo não ultrapassam ainda os 0,1 por cento do total mundial, mas os especialistas consideram que é só por falta de estudos geológicos, os quais, a serem feitos, poderão elevar esse montante para 10 por cento, dado o seu rico e extenso offshore no Golfo da Guiné.

O potencial de crescimento tem motivado a "reconquista" da Guiné Equatorial pelos interesses petrolíferos, com os Estados Unidos a liderar o negócio - o maior investidor anunciou, no início do ano, sete mil milhões de dólares em novos investimentos - e os chineses a ganharem quota. A grande fonte de riqueza do país é também a sua grande fonte de controvérsia. Obiang tem em curso um programa de abertura económica mantendo um regime totalitário, sentado em elevadas taxas de crescimento: a economia cresceu à média anual de 15,8 por cento entre 2002 e 2006 e desacelerou para seis por cento em 2007.

Por um lado, a economia cresce suportada pelas exportações de petróleo e mais recentemente de gás natural, representando no seu conjunto mais de 90 por cento das exportações do país. Por outro, o país padece de um clima de corrupção, envolvendo o Presidente e a sua família, e que atingiu diversas petrolíferas dos EUA. O banco Riggs, por exemplo, era usado para depósito de "centenas de milhões de dólares" numa conta controlada pelo próprio Obiang. À data, a maioria da população da Guiné Equatorial vivia com menos de um dólar por dia.

Tese de Mestrado em Educação Ambiental

Potencial Didáctico e Pedagógico da Geodiversidade Mariense na Conceptualização do desenvolvimento Sustentável

Esta tese de Mestrado em Educação Ambiental intitulada de "Potencial Didáctico e Pedagógico da Geodiversidade Mariense na Conceptualização do desenvolvimento Sustentável" realizada por Natália Barbosa de Abreu, orientada pelos Professores Francisco Cota Rodrigues do Departamento de Ciências Agrárias e Francisco José Rodrigues de Sousa do Departamento de Ciências da Educação da Universidade dos Açores pretendeu demonstrar o potencial didáctico e pedagógico da geodiversidade Mariense, considerando as competências essenciais do Currículo Regional e as concepções e práticas que os docentes do Ensino Básico têm acerca do ensino/aprendizagem das Ciências Naturais. Fizeram parte do júri o Professor Victor Hugo Forjaz e a Professora Rosalina Gabriel, também da Universidade dos Açores.


Vários autores defendem que a Educação para o Desenvolvimento Sustentável se enquadra na Educação Ambiental. Estas formas de educação pretendem essencialmente levar à mudança de consciências e atitudes; processo este imprescindível na construção de novas formas de desenvolvimento, alternativas aos modelos mais clássicos, que hoje se apresentam claramente em ruptura.

Neste âmbito surge a defesa em prol das saídas de campo, como forma de incutir nos alunos os propósitos anteriormente referidos. Caracterizaram-se sítios de interesse para o estudo da Geodiversidade Mariense, recorrendo ao estudo da cartografia, à realização de saídas de campo e pesquisas bibliográficas.

Esse património possui diversos valores: intrínseco, cultural, estético, ecológico, funcional, social, económico, científico e educacional. "Entende-se que a paisagem física não é apenas a flora e fauna é também, e sobretudo a do suporte geológico que a condiciona."As políticas de Conservação da Natureza, normalmente, estão circunscritas à protecção e conservação da biodiversidade, revogando os factores abióticos (geodiversidade) para um plano inferior de protecção, daí a urgência em integrar estratégias de conservação tanto da biodiversidade como da geodiversidade.

Na presente tese, elaborou-se um percurso interpretativo que saindo do Cais/Marina de Vila do Porto, passando pelo Miradouro da Pedra Rija, Poço da Pedreira, Miradouro do Espigão, Miradouro da Vigia da Baleia e Miradouro da Macela, levava os alunos a apreender conceitos de geologia e a valorizar a geodiversidade da ilha de Santa Maria.

Os resultados obtidos, de âmbito pedagógico, permitem afirmar que os alunos da turma experimental apresentam evoluções notórias relativamente às concepções subjacentes a conceito de "desenvolvimento sustentável" relativamente aqueles que não foram submetidos a este percurso de interpretativo.


Post roubado ao Blog Teses do Campus de Angra do Heroísmo - Universidade dos Açores

Diz-me com quem andas...

Para bom entendedor meia palavra ou quatro fotos bastam:






PS - Com amigos destes, por que raio não estão ainda, nesta espantosa galeria de fotos, os camaradas Castro, Kim ou Ahmadinejad...? O menino d'ouro está a deixar ficar embaraçada a lusa pátria...

ADENDA: Nem de propósito: parece que vem aí mais um amigo de Portugal, ditador e milionário de um país africano, posto no poder após abater um tio e reconhecido como o digno sucessor de Idi Amin, em gostos culinários - na confecção de pratos de carne de um mamífero bípede chamado Homo sapiens...


Geologia no Verão - actividade do fim de semana passado

Vamos colocar aqui, pouco a pouco, mapas, textos de apoio e fotografias, entre outros, da actividade do fim de semana passado, intitulada Usar e não abusar: Geologia e recursos geológicos da região das Colmeias.

Para começar, mapas dos locais visitados...

Corbário - Barracão


Alto dos Crespos - lavagem de areia e recolha de argila da ADM




Alto dos Crespos - barreiro da ADM



Espite - camada de carvão


Ver mapa maior


Olho de Água de Vale Sobreiro - Caranguejeira


Café Vista do Lapedo - junto ao Centro de Interpretação





NOTA: o percurso foi entre Palmeiria e Carrasqueira, por dentro do Vale Canhão do Lapedo (mapa do Sapo AQUI).

Sismos recentes em Portugal

Houve, nos últimos dias alguns sismos sentidos pelas populações em Portugal, a saber:


Sismo de 2008-07-19 - 22.11 horas

Foi sentido com intensidade II na escala de Mercalli na zona de S.º Tirso e Valongo. Teve magnitude 2,0 na escala de Richter.


Sismo de 2008-07-19 - 05.04 horas

Foi sentido com intensidade II na escala de Mercalli na zona a Nordeste de Ribeirinha (Faial). Teve magnitude 2,2 na escala de Richter.


Sismo de 2008-07-04 - 02.07 horas

Foi sentido com intensidade III na escala de Mercalli na zona das Furnas (S. Miguel). Teve magnitude 2,6 na escala de Richter.


FONTE
: Instituto de Meteorologia (que está com o site bastante renovado - ainda não sei se gosto...)

quarta-feira, julho 23, 2008

Novo sismo no Japão

Intensidade de 6,8 na escala de Richter
Japão: balanço provisório de feridos no sismo sobre para 43
23.07.2008 - 21h40 Agências

O violento sismo de 6,8 na escala de Richter que abalou o Japão na noite de quarta para quinta-feira (hora local do país) fez pelo menos 43 feridos e elevados danos materiais de acordo com um balanço provisório. No mês de Junho a mesma zona tinha já sofrido um tremor de terra que chegou aos 7,2.

O abalo aconteceu às 00h26 (16h26 de Lisboa) e o seu epicentro foi localizado a 120 quilómetros de profundidade na região de Iwate, na cidade de Hachinohe, segundo dados da agência meteorológica japonesa, que indicou não ter sido accionado um alerta para tsunami.

As televisões japonesas mostraram imagens de pessoas apavoradas nas ruas, objectos a cair e alguns pequenos focos de incêndio. Os prédios de Tóquio, 500 km ao sul do epicentro, também balançaram.

Por sua vez, a estação de televisão Asahi, citada pela Reuters, adiantou que pelo menos três carros ficaram soterrados após um aluimento de terras provocado pelo sismo, cuja intensidade causou ainda o corte do abastecimento de electricidade de perto de dez mil casas. Ainda segundo os media japoneses, várias instalações atómicas situadas na região de Aomori, nomeadamente o complexo de reciclagem de combustível nuclear de Rokkasho, não sofreram qualquer dano aparente.

Situado na confluência de quatro placas tectónicas, o Japão regista 20 por cento dos terramotos do planeta.


in Público - ler notícia

Notícia sobre fósseis de ostracodos descobertos na Antártida

Paleontologia
Descoberta de fóssil de crustáceo revela Antárctida com clima mais quente
23.07.2008 - 19h05 Nicolau Ferreira

Os Vales Secos na Antárctida parecem imutáveis. Milhares de quilómetros quadrados de rocha seca, gelada e sem vida. Mas um grupo de cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos descobriu fósseis com 14 milhões de anos de um tipo de crustáceos chamados ostracode. A descoberta obriga os investigadores a imaginar aquela paisagem agora inóspita como uma região com vegetação, lagos e com um clima mais temperado.

“Na Antárctida é a primeira vez que se encontram fósseis destes”, disse Mark Williams do departamento de Geologia da Universidade de Leicester, referindo-se aos fósseis de um milímetro de comprimento, que pertenciam a organismos que viviam em lagos.

No Monte Bóreas, situado na ponta do vale McKelvey, um dos três que formam a região, os cientistas encontraram outros fósseis. Mas, no meio das diatomáceas (algas microscópicas), dos musgos e dos escaravelhos, foram os ostracode que surpreenderam os investigadores.

“Temos pernas, partes bucais e os órgãos reprodutores. Até conseguimos ver os pêlos das pernas”, disse o geólogo, entusiasmado com o grau de conservação dos fósseis.

A segunda surpresa é que a descoberta obriga a rever a cronologia climática do continente. “A presença de ostracode que vivem no lago a estas latitudes - 77 graus Sul - é notável. Na distribuição moderna, os mais a sul estão a 60 graus”, explica o investigador.

Por isso, o clima não podia ser igual. Há 14 milhões de anos naquela região existia uma vegetação típica de tundra, com lagos alimentados pelos glaciares e com um clima mais ameno.

Segundo Adam Lewis da Universidade do Dacota do Norte, nos Estados Unidos, em 250 mil anos os glaciares que rodeavam aquela área deixaram de alimentar os lagos, o clima arrefeceu e gradualmente a região foi se tornando como hoje a conhecemos. "Passado 13,8 milhões de anos não existe água, é seco e frio”, disse o investigador à BBC News.

A descoberta foi publicada na revista científica “Proceedings of the Royal Society B” e vai ajudar a compreender a evolução do clima terrestre. “Temos este enorme salto climático que aconteceu há cerca de 14 milhões de anos, quando os oceanos se reorganizaram e a Antárctida congelou”, explica Williams. Para o investigador, os fósseis precedem a mudança e são o seu testemunho.


in Público - ler notícia

O trabalho escravo nestes tempos difíceis e o ex-INETI

Salários mais baixos
Eles são cientistas mas o Estado emprega-os nos seus laboratórios como técnicos superiores
23.07.2008 - 09h57 Teresa Firmino

Há algumas dezenas de cientistas a trabalhar nos laboratórios do Estado como técnicos superiores, o que implica um salário inferior ao dos seus colegas investigadores, apesar de desempenharem as mesmas funções.

Enquanto a reforma dos laboratórios do Estado se encontra em curso, esses cientistas doutorados alertam para que as novas instituições contem com eles na carreira de investigação e se acabe com uma situação que consideram discriminatória há vários anos.

Receiam, no entanto, que tal não venha a suceder, porque o decreto-lei de 2006 que estabelece o regime de mobilidade entre serviços dos funcionários da administração pública considera que as transições de pessoal se processam para igual categoria e remuneração do serviço de origem.

A reforma dos 11 laboratórios do Estado foi anunciada em meados de 2006 pelo ministro da Ciência, Mariano Gago. Quando as extinções, fusões e criações de laboratórios estiverem concluídas, o Estado ficará com nove instituições científicas sob a sua tutela.

Por exemplo, o Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI) já foi extinto em Outubro de 2007. A partir dele nasceu o Laboratório Nacional de Energia e Geologia, ainda sem conselho directivo, o que aflige os funcionários do ex-INETI, que dizem estar num processo de morte lenta (outros recursos humanos, científicos e materiais do INETI vão ser distribuídos por diversas instituições).

Também nasceu o Instituto Nacional de Recursos Biológicos, este já com conselho directivo, a partir da fusão do Instituto de Investigação Agrária, das Pescas e do Mar e do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária e, ainda, da integração das competências na área da investigação da Direcção-Geral de Protecção de Culturas.

"Situação insustentável"
O caso foi apresentado por um conjunto de técnicos superiores doutorados do INETI à Provedoria da Justiça, que no início de 2006 lhes deu razão.

"Existe um aproveitamento do trabalho especializado mediante contrapartida financeira mais reduzida, ou seja, o INETI beneficia da prestação de trabalho e tarefas inerentes ao investigador em clara violação do princípio de igualdade", lê-se na carta enviada pela provedoria àquele instituto.

"A manutenção da actual situação afigura-se insustentável, por injusta e lesiva, retirando daqui o Estado um benefício indevido", continua o documento da provedoria.

O PÚBLICO quis saber se estes cientistas vão ser integrados na carreira de investigação nas novas instituições que estão a ser criadas, mas o Ministério da Ciência não fez quaisquer comentários.

Em Abril do ano passado, o ministério deu uma resposta aos investigadores em causa, dizendo-lhes: "A situação de permanência na carreira técnica superior de doutorados a desempenharem funções de investigação é uma preocupação deste ministério, que está a acompanhar o assunto no quadro das alterações em curso nos laboratórios do Estado".


in Público - ler notícia (texto a negrito da nossa responsabilidade)

Achado arqueológico - notícia no Público

Ossos de neandertais na gruta da Oliveira

14.07.2008, Teresa Firmino

Dois fragmentos do homem de Neandertal foram descobertos no sábado pela equipa do arqueólogo João Zilhão na gruta da Oliveira, localizada na rede de grutas da nascente do rio Almonda (Torres Novas). Trata-se de um pedaço de um úmero direito e de um fragmento do crânio, explica Zilhão, da Universidade de Bristol, no Reino Unido. Têm 50 mil a 60 mil anos.

Os neandertais surgiram há 300 mil anos; viveram apenas na Europa e no Médio Oriente. Aos poucos, foram recuando até ao seu último reduto, a Península Ibérica, onde se extinguiram há 28 mil anos.

Os motivos do seu desaparecimento são alvo de um longo debate na comunidade científica. Há quem diga que o homem moderno os dizimou. Mas também quem defenda, como Zilhão, que neandertais e homens modernos chegaram a reproduzir-se entre si. Desapareceram como espécie, por alguma fraqueza de adaptação, mas continuaram a existir através de nós.

Em Portugal, os restos de neandertais são poucos. Limitavam-se a dois dentes isolados, um encontrado na gruta Nova da Columbeira (Bombarral) e outro na gruta da Figueira Brava (Sesimbra) e, ainda, a quatro fragmentos ósseos descobertos na gruta da Oliveira.

Zilhão anda a escavar esta última gruta há 20 anos. Por volta de 1998, encontrou um fragmento do cúbito e da falange, com cerca de 43 mil a 45 mil anos. Em 2003, apareceu um úmero direito, com 50 mil a 60 mil anos. Em 2006, foi uma tíbia, também com 50 a 60 mil anos. No ano passado, estes achados foram publicados num artigo científico na revista American Journal of Physical Anthropology.


Carlos Paredes - músicas






Discurso - Carlos Paredes




"Quando eu morrer, morre a guitarra também.

O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele.

Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer.”

NOTA: Tu nunca morres, Carlos Paredes (e todos os teus antepassados que ao nome Paredes deram a eternidade). Não enquanto houver registos da tua música e enquanto houver memória...

Carlos Paredes - 4 anos de saudade

Faz hoje 4 anos que nos deixou o génio da Guitarra de Coimbra. Recordemos o Homem e, sobretudo, a sua guitarra...

Da Wikipédia, um pequeno resumo da sua vida:

Carlos Paredes (Coimbra, 16 de Fevereiro de 1925Lisboa, 23 de Julho de 2004) foi um compositor e guitarrista português.

Foi um dos grandes guitarristas e é um símbolo ímpar da cultura portuguesa. É um dos principais responsáveis pela divulgação e popularidade da guitarra portuguesa e grande compositor. Carlos Paredes é um guitarrista que para além das influências dos seus antepassados - pais, avós, tios, todos eles exímios guitarristas de Coimbra - mantém um estilo Coimbrão, a sua guitarra é de Coimbra, e própria afinação. A sua vida em Lisboa marcou-o e inspirou-lhe muitos dos seus temas e composições.

Filho, neto e bisneto dos famosos guitarristas Artur, Gonçalo Paredes e José Paredes, começou a estudar guitarra portuguesa aos quatro anos com o seu pai, embora a mãe preferisse que o filho se dedicasse ao piano; frequenta o Liceu Passos Manuel, começando também a ter aulas de violino na Academia de Amadores de Música. Na sua última entrevista, recorda: "Em pequeno, a minha mãe, coitadita, arranjou-me duas professoras de violino e piano. Eram senhoras muito cultas a quem devo a cultura musical que tenho".

Em 1934, muda-se para Lisboa com a família, e abandona o violino para se dedicar, sob a orientação do pai, completamente à guitarra. Carlos Paredes fala com saudades desses tempos: "Neste anos, creio que inventei muita coisa. Criei uma forma de tocar muito própria que é diferente da do meu pai, do meu avô, bisavô e tetratavô".

Carlos Paredes inicia em 1939 uma colaboração regular num programa de Artur Paredes na Emissora Nacional e termina os estudos secundários num colégio particular. Em 1943 faz exame de admissão ao Curso Industrial do Instituto Superior Técnico, que não chegou a concluir e inscreve-se nas aulas de canto da Juventude Musical Portuguesa, tornando-se em 1949 funcionário administrativo do Hospital de São José.

Em 1957 grava o seu primeiro disco, a que chamou simplesmente "Carlos Paredes".

Em 1958, é preso pela PIDE por fazer oposição a Salazar, é acusado de pertencer ao Partido Comunista Português, de que era de facto militante, sendo libertado no final de 1959 e expulso da função pública na sequência de julgamento. Durante este tempo andava de um lado para o outro da cela fingindo tocar música, o que levou os companheiros de prisão a pensar que estaria louco - de facto, o que ele estava a fazer, era compor músicas na sua cabeça. Quando voltou para o local onde trabalhava no Hospital, uma das ex-colegas, Rosa Semião, recorda-se da mágoa do guitarrista devido à denúncia de que foi alvo: «Para ele foi uma traição, ter sido denunciado por um colega de trabalho do hospital. E contudo, mais tarde, ao cruzar-se com um dos homens que o denunciou, não deixou de o cumprimentar, revelando uma enorme capacidade de perdoar!»

Em 1962, é convidado pelo realizador Paulo Rocha, para compor a banda sonora do filme Os Verdes Anos: «Muitos jovens vinham de outras terras para tentarem a sorte em Lisboa. Isso tinha para mim um grande interesse humano e serviu de inspiração a muitas das minhas músicas. Eram jovens completamente marginalizados, empregadas domésticas, de lojas - Eram precisamente essas pessoas com que eu simpatizava profundamente, pela sua simplicidade». Recebeu um reconhecimento especial por “Os Verdes anos”.

Tocou com muitos artistas, incluindo Charlie Haden, Adriano Correia de Oliveira e Carlos do Carmo. Escreveu muitas músicas para filmes e em 1967 gravou o seu primeiro LP "Guitarra Portuguesa".

Quando os presos políticos foram libertados depois do 25 de Abril de 1974, eram vistos como heróis. No entanto, Carlos Paredes sempre recusou esse estatuto, dado pelo povo. Sobre o tempo que foi preso nunca gostou muito de comentar. Dizia «que havia pessoas, que sofreram mais do que eu!». Ele é reintegrado no quadro do Hospital de São José e percorre o país, actuando em sessões culturais, musicais e políticas em simultâneo, mantendo sempre uma vida simples, e por incrível que possa parecer, a sua profissão de arquivista de radiografias. Várias compilações de gravações de Carlos Paredes são editadas, estando desde 2003 a sua obra completa reunida numa caixa de oito CDs.

A sua paixão pela guitarra era tanta que, conta que certa vez, a sua guitarra se perdeu numa viagem de avião e ele confessou a um amigo que «pensou em se suicidar».

Uma doença do sistema nervoso central (mielopatia), impediu-o de tocar durante os últimos 11 anos da sua vida. Morreu em 23 de Julho de 2004 na Fundação Lar Nossa Senhora da Saúde em Lisboa, sendo decretado Luto Nacional.

Música para iniciar a preparação do novo ano lectivo

Duffy - Mercy



I love you
But I gotta stay true
My morals got me on my knees
I'm begging please stop playing games

I don't know what this is
'Cos you got me good
Just like you knew you would

I don't know what you do
But you do it well
I'm under your spell

You got me begging you for mercy
Why wont you release me
You got me begging you for mercy
Why wont you release me
I said release me

Now you think that I
Will be something on the side
But you got to understand
That I need a man
Who can take my hand yes I do

I dont know what this is
But you got me good
Just like you knew you would

I dont know what you do
But you do it well
I'm under your spell

terça-feira, julho 22, 2008

Revista on-line sobre Gestão Costeira Integrada


Já está disponível na Internet, para download, o n.º 8 - fascículo 1, da Revista de Gestão Costeira Integrada. Aconselha-se a sua consulta e leitura, pois tem vários artigos muito interessantes...

Site da revista - AQUI

Link para download da última revista - AQUI

Pavilhão do Conhecimento faz nove anos

Informação recebida da Unidade Ciência Viva:

Dia 25 de Julho é dia de festa.

Na próxima sexta-feira o Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva faz nove anos e preparou uma programação especial para o seu aniversário. Como todos os anos, a entrada é gratuita.

Neste dia, e a partir das 10h00, oferecemos a nós próprios e ao nosso público um presente muito especial: o início das transmissões regulares do Ciência Viva TV - Canal Online. Reportagens, entrevistas, vídeos temáticos e notícias científicas vão preencher a programação deste canal de divulgação da ciência e da tecnologia, disponível 24 horas por dia no endereço www.cvtv.pt.

Mas neste dia não queremos que fique em casa a ver televisão no computador. Venha até ao Pavilhão do Conhecimento e assista à emissão em directo do CVTV através dos ecrãs que estarão espalhados pelas várias áreas expositivas. E não perca a oportunidade de ver como é a produção de um canal de televisão nos nossos estúdios montados no foyer e abertos ao público.

Participe nas reportagens que a equipa do CVTV fará em directo durante todo o dia com os visitantes, conheça a ciência que se esconde atrás dos tachos no espaço de A Cozinha é um Laboratório, coloque as suas dúvidas científicas e desvende alguns mitos urbanos, ponha as Mãos no Gelo, assista à mesa-redonda sobre cozinha molecular, viaje até Marte com as reportagens do CVTV e descubra que é possível levar a ciência no seu telemóvel através dos podcasts que pedimos a dois cientistas que gravassem para o nono aniversário do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva.

Venha comemorar connosco e ajude-nos a soprar as velas.

PROGRAMA:

10.00 - Início das transmissões do CVTV
11.00 - Lançamento oficial do CVTV com a presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
18.00 - Bolo de Aniversário e Parabéns ao Pavilhão do Conhecimento

Palestra de Astronomia sobre a Teoria de Milankovitch

Observatório Astronómico de Lisboa

Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa


Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa


O Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) promove Palestras públicas mensais que têm lugar no Edifício Central, pelas 21h30 da última sexta-feira de cada mês.

A próxima sessão decorrerá no dia 25 de Julho e terá como tema:

"Factores astronómicos que condicionam o clima e a vida na Terra"

Prof. Alexandre Correia

Departamento de Física da Universidade de Aveiro

As variações de insolação (energia por unidade de área recebida do Sol) à superfície de um planeta resultam do efeito combinado entre a sua posição na órbita e da orientação do seu eixo de rotação. Para a Terra estas variações são ligeiras, mas estão contudo na origem de grandes variações climatéricas no passado, conhecida na literatura pela teoria de Milankovitch sobre os paleoclimas. Vestígios destas variações climáticas podem ser encontrados por exemplo nas calotes polares (até 400 000 anos) ou nos sedimentos marinhos para períodos de tempo mais longos (até 200 milhões de anos). No âmbito de um esforço pluridisciplinar para compreender as variações possíveis da orientação e do clima da Terra ao longo dos últimos mil milhões de anos, pretende-se determinar os constrangimentos dinâmicos e observacionais para a evolução do eixo do nosso planeta até 600 milhões de anos. Nesta palestra serão apresentados algumas das descobertas mais recentes, bem como a importância da existência da Lua na estabilização do clima no nosso planeta.


VIDEODIFUSÃO DA PALESTRA PÚBLICA

É com enorme prazer que anunciamos que o OAL fará a transmissão da sua Palestra Mensal através da Internet.

No dia 25 de Julho a partir das 21h30 visite o seguinte endereço:
http://live.fccn.pt/oal/


A entrada na Tapada da Ajuda faz-se pelo portão da Calçada da Tapada, em frente ao Instituto Superior de Agronomia.

No final de cada palestra, e caso o estado do tempo o permita, fazem-se observações dos corpos celestes com telescópio.

Convida-se o público a trazer os seus binóculos ou mesmo pequenos telescópios caso queiram realizar as suas próprias observações ou ser ajudados com o seu funcionamento.

Para mais informações use o telefone 213616730, ou consulte:
http://www.oal.ul.pt/palestras

Cometa visível em Portugal

Do Blog terra que gira publicamos, com a devida vénia, o seguinte post:


O Cometa C/2007 W1 Boattini pode ser observado no hemisfério norte a olho nu durante a madrugada dos meses de Julho e Agosto de 2008. Uns binóculos talvez ajudem! Ver aqui uma imagem do cometa tirada por François Kugel.


Mais aqui

Fonte daqui

Geologia no Verão para cegos e amblíopes na Nazaré


Vai decorrer, na Nazaré, uma Geologia no Verão muito especial: intitulada GEOLOGIA COM OUTROS SENTIDOS, é feita pelo Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em colaboração com a Câmara Municipal da Nazaré e é dedicada a cegos e amblíopes, o que é de louvar...

Os nossos parabéns ao Doutor Mário Cachão, responsável pela acção, ao Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, à colega geóloga Maria Laura Anastácio, incansável na divulgação do geopatrimónio da Nazaré, e à Câmara Municipal da Nazaré...

Cavidades Vulcânicas dos Açores

Do Blog Profundezas... publicamos o seguinte post, associando-nos aos parabéns da Sofia:

"Cavidades Vulcânicas dos Açores" é o mais recente guia bilingue (português e inglês) publicado pelo Gespea, Os Montanheiros e Amigos dos Açores, com o patrocínio da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar.

"Cavidades Vulcânicas dos Açores" é uma viagem ilustrada pelo espectacular património vulcanoespeleológico deste arquipélago, dando a conhecer a geodiversidade e biodiversidade escondidas no seu mundo subterrâneo.



Surpreende pela qualidade gráfica e de conteúdos.

O Blog Profundezas... felicita os autores pela qualidade da publicação!

Geologia no Verão - S. Miguel (Açores)

Foi-nos solicitado a divulgação da seguinte actividade, feita pela Associação Ecológica Amigos dos Açores, que recomendamos vivamente aos nossos leitores micaelenses e a quem visite essa maravilhosa ilha...



Só é pena que não haja mais actividades nos Açores nas outras ilhas e mesmo em S. Miguel - há que incentivar o Observatório Vulcanológico e Sismológico da Universidade dos Açores, o Observatório Vulcanológico e Geotérmico dos Açores, o Departamento de Geociências da Universidade dos Açores, Os Montanheiros - Sociedade de Exploração Espeleológica e muitos outros a mostrarem a Geologia dos Açores...!