sexta-feira, novembro 23, 2007

Notícia sobre sistema de alerta para Tsunamis

Tecnologia pode funcionar dentro de um ano e alertar para tsunamis meia hora antes
Especialistas definem em Lisboa sistema de alerta de maremotos para o Atlântico e Mediterrâneo
21.11.2007 - 18h05 Lusa

O objectivo do sistema é prevenir tragédias como a do Sri Lanka

Os países da Europa e da bacia mediterrânica deverão ter em funcionamento já no próximo ano um sistema que permite alertar as populações em caso de tsunami pelo menos meia hora antes de as primeiras ondas darem à costa.

"É um sistema que ninguém nota, em que ninguém pensa e às vezes os governos consideram que não vale a pena investir dinheiro nestas matérias porque só se pode medir a sua importância nos momentos críticos e esses momentos críticos, no caso dos tsunamis, vão entre 20 minutos e algumas horas", disse Mário Ruivo, presidente do Comité Português para a Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI).

Mário Ruivo falava à margem da quarta sessão do Grupo de Coordenação Intergovernamental (ICG), que até sexta-feira reúne em Lisboa especialistas internacionais para definir o Sistema de Alerta Precoce de Tsunamis para o Atlântico Nordeste, Mediterrâneo e mares conexos (NEAMTWS).

O NEAMTWS deverá alertar as autoridades dos países do Atlântico Nordeste e Mediterrâneo em caso de ocorrência de um tsunami e é realizado no âmbito da COI, organismo da UNESCO responsável pela ciência do mar e serviços oceanográficos, que tem um secretariado-geral.

O plano de funcionamento para o futuro NEAMTWS que os vários grupos de trabalho discutem em Lisboa deverá ser aprovado em Dezembro no conselho de ministros da presidência portuguesa da União Europeia.

"A ideia é que no fim deste ano o embrião do sistema esteja estruturado, para que o esboço do que vai ser feito esteja já em funcionamento no início do próximo ano, e a partir daí construir progressivamente um sistema mais eficaz para funcionar em pleno em 2011", disse Mário Ruivo.

Se os trabalhos correrem como previsto, no próximo ano o sistema deverá permitir que, em caso de maremoto causado por um sismo de grande dimensão, as autoridades consigam avisar as populações costeiras 30 minutos antes da chegada das primeiras ondas. Em 2011, quando funcionar em pleno, o sistema permitirá alertar em menos de 10 minutos após a geração do maremoto. O sistema funcionará em rede 24 sobre 24 horas, com centros em cada um dos 23 países actualmente envolvidos, e será coordenado pelo COI.

Na prática, se houver um alerta que seja considerado válido, por exemplo, no Mediterrâneo, o centro regional que analisa todas as mensagens tem a responsabilidade de, através da competência e análise dos seus técnicos, considerar que determinado tsunami é a sério e de o comunicar imediatamente às autoridades de todos os Governos envolvidos, no caso português a Protecção Civil.

O presidente do ICG/NEAMTWS, o italiano Stefano Tinti, salientou a importância da coordenação de esforços ao nível dos governos, que nem sempre consideram uma prioridade este tipo de investimento.

"O nosso objectivo é nos próximos dois anos criar realmente um sistema de base operacional envolvendo pelo menos a maioria, se não a totalidade, dos países do mediterrâneo e do norte da Europa, incluindo países do Norte de África e da Ásia, onde já existe um sistema de alerta na sequência do recente tsunami", realçou.

Países desmotivados
Stefano Tinti admitiu que alguns países da Europa central não estão motivados para o sistema por terem pouca zona costeira, mas Mário Ruivo salienta que os mesmos sistemas que detectam maremotos permitem também avisar para outros riscos. "Por exemplo, o elemento inicial do sistema para os tsunamis é o sistema de alerta e observação sísmico, que é de interesse geral", salientou.

"É preciso perceber que até países como a Finlândia têm um problema de tsunamis, não porque tenham uma costa, mas porque os seus turistas em Espanha estão ameaçados e porque os seus investimentos em Portugal estão ameaçados", realçou Peter Koltermann, responsável no COI pelo apoio aos vários grupos intergovernamentais dentro do sistema de alerta aos tsunamis.

Koltermann salientou que coordenar todos estes países com diferentes prioridades só é possível porque todos concordaram em atingir objectivos muito simples, como "salvar vidas e proteger a economia dos perigos dos tsunamis ou outras ocorrências oceânicas, criar mecanismos para tomar decisões que têm de ser postas em prática pelos Governos e ter as mesmas regras e standards".

"Se concordarmos nos mesmos objectivos e tivermos as mesmas estruturas podemos discutir com os membros em particular como é que eles vão resolver e analisar um problema e então há todo um trabalho a desenvolver para organizar meios e sobretudo educar pessoas", concluiu.

"A formação da opinião pública é fundamental, para que cada cidadão tenha a consciência deste e de outros riscos e saber como agir em caso de tsunami", acrescentou Mário Ruivo, considerando fundamentais medidas preventivas como "uma gestão ordenada da zona costeira e incorporar nos currículos escolares desde a instrução primária uma sensibilização dos jovens e da população para o risco e maneira de agir".

in Público - ver notícia

Quanta Vida por descobrir - Escorpião com mais de 2,5 metros



Um escorpião marinho (Eurypterida) fossilizado com mais de 2,5 m foi descoberto em Prüm, no oeste da Alemanha. Este mega escorpião viveu há 390 milhões, numa época em que os insectos, aranhas e crustáceos tinham tamanhos gigantescos.

O “recém-baptizado” Jaekelopterus rhenaniae apresentava pinças com 46 cm de comprimento, o dobro das maiores até hoje encontradas.


Já se conheciam outros gigantes, como libélulas, baratas e centopeias, mas esta descoberta confirmou que antes dos dinossáurios, existiu outra época de gigantes.

Com base nos fósseis encontrado calculou-se que este escorpião teria pesado 180 kg.

Em Portugal há registo de escorpiões marinhos do Ordovícico da Serra do Buçaco - Dithyrocaris longicauda.

Os euripterídeos são artrópodes quelicerados e grupo irmão de Arachnida e os seus parentes mais próximos são os escorpiões e aranhas.

A descoberta foi publicada a 21 de Novembro na revista científica Biology Letters (DOI: 10.1098/rsbl.2007.0491).



Post roubado ao Blog Ciência ao Natural, de Luís Azevedo Rodrigues.

Dia Nacional da Cultura Científica

No próximo Sábado, dia 24 de Novembro, o Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva celebra o Dia Nacional da Cultura Científica com um Festival Europeu de Ciência.


Mais de 35 instituições de 25 países, incluindo Portugal, apresentam as suas melhores actividades de comunicação em ciência no evento final do projecto WONDERS, a par de três outros projectos da Semana Europeia da Ciência que incluem parcerias com instituições portuguesas.

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, José Mariano Gago, participa na sessão de abertura, que terá lugar às 11h00.

As melhores actividades de comunicação em ciência serão distinguidas com os prémios Best Presentation Ideas, Greatest Engagement of the Presenters e Most Advanced Science, atribuídos por um júri internacional.

Haverá ainda um prémio atribuído pelo público, que assim terá oportunidade de seleccionar a sua actividade de comunicação de ciência preferida.

E como muitas destas actividades são dirigidas aos jovens, um grupo de estudantes portugueses do Ensino Secundário que realizaram estágios em instituições científicas no último Verão atribuirá o Prémio Ciência Viva.

O Pavilhão do Conhecimento espera a sua visita!

Programa detalhado em www.cienciaviva.pt

SCT 2007 - Tertúlia on-line VI



Lição sobre a água


Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e a alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas que, por isso,
se denominam máquinas de vapor.

É um bom dissolvente.
Embora com excepções mas de um modo geral,
dissolve tudo bem, bases e sais.
Congela a zero graus centesimais
e ferve a 100, quando à pressão normal.

Foi neste líquido que numa noite cálida de Verão,
sob um luar gomoso e branco de camélia,
apareceu a boiar o cadáver de Ofélia
com um nenúfar na mão.

in Linhas de Força - António Gedeão

quarta-feira, novembro 21, 2007

SCT 2007 - Tertúlia on-line V



Poema do homem novo

Niels Armstrong pôs os pés na Lua
e a Humanidade saudou nele
o Homem Novo.
No calendário da História sublinhou-se
com espesso traço o memorável feito.

Tudo nele era novo.
Vestia quinze fatos sobrepostos.
Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,
um colante poroso de rede tricotada
para ventilação e temperatura próprias.
Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,
catorze, no total,
de película de nylon
e borracha sintética.
Envolvendo o conjunto, do tronco até aos pés,
na cabeça e nos braços,
confusíssima trama de canais
para circulação dos fluidos necessários,
da água e do oxigénio.

A cobrir tudo, enfim, como um balão ao vento,
um envólucro soprado de tela de alumínio.
Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,
auscultadores e microfones,
e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,
luvas com luz nos dedos.

Numa cama de rede, pendurada
das paredes do módulo,
na majestade augusta do silêncio,
dormia o Homem Novo a caminho da Lua.

Cá de longe, na Terra, num borborinho ansioso,
bocas de espanto e olhos de humidade,
todos se interpelavam e falava,
do Homem Novo,
do Homem Novo,
do Homem Novo.

Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.
caminhava hesitante e cauteloso,
pé aqui,
pé ali,
as pernas afastadas,
os braços insuflados como balões pneumáticos,
o tronco debruçado sobre o solo.

Lá vai ele.
Lá vai o Homem Novo
medindo e calculando cada passo,
puxando pelo corpo como bloco emperrado.
Mais um passo.
Mais outro.

Num sobre-humano esforço
levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.
com redobrado alento avança mais um passo,
e a Humanidade inteira, com o coração pequeno e ressequido
viu, com os olhos que a terra há-de comer,
o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,
exactamente como faria o Homem Velho.

in Novos Poemas Póstumos (1990)

25 Real Life Cavemen

Did you know that millions of people worldwide live underground? In fact, over twenty million people live in caves in China alone. These numbers don’t count the numbers of individuals who work in underground laboratories, urban cities, and on construction sites as more and more underground facilities are being built.Some individuals live underground or in caves because they’re simply following the paths of their ancestors. Others, like Gerald Fitzpatrick, have taken on the task of refurbishing underground facilities like this missile silo located in Champion, New York. Still others desire a move beneath the ground in order to avoid overcrowded cities and ground surface pollution. Some of these individuals are minimalists, and others live high on the hog. Finally, there are the survivalists - individuals who want to hunker down in some flat space in Middle America.

The following list, which is in no particular order, includes real modern-day cavemen, but it also looks at the other millions of people who reside in underground housing projects, urban cities, and other cave-like structures. Don’t feel left out - plenty of these habitats are for sale!

Andalusian Cave Houses - Caves are being rediscovered and refurbished like never before and the resident cave market is booming in Guadix Village, Granada Province, Spain. From Guadix to Galera and all across the Altiplano area near the Sierra Nevada, beautiful homes are carved out of the Andalusian mountainous rocks. The 21st century Andalusian cave house is well equipped with necessary water and electricity supplies; many have phones (and in some cases broadband connection), while others even come complete with Jacuzzi and swimming pool. Want to purchase a cave dwelling? You can find many houses in the region for sale (like the one shown here).

Dongzhong Cave Students - Primary school students at a Miao village in Ziyun county, southwest China’s Guizhou province attend classes at the Dongzhong (literally meaning “in cave”). The actual school is built inside a natural cave that was carved out of a mountain naturally by winds, water, and seismic shifts. Although the buildings are used, classes often are held “outside” in the cave.

Tunisian Troglodytes - You can find troglodytes (cave dwellers) in desert villages spread around North Africa; however, Matmata and Bulla Regia, both in Tunisia, serve as prime examples of this type of dwelling. Troglodytes are believed to be a relatively recent invention in Saharan architecture, dating from about 1200 AD. While the structures proved to be a success, their uses are limited. This area is also popular for nomads and their Bedouin tents and for ‘regular’ housing. Matmata is home to Sidi Driss, the only troglodyte hotel. This building was used as the actual house of Uncle Owen and Aunt B, the underground home of Luke Skywalker in the “Star Wars” movies.

Tunisian Takeover - On the opposite side of the coin, some Tunisian desert people have become inhabitants of the futuristic houses built by George Lucas and company. This set, built in the 1970s, is located a mere three-hour drive from Matmata, mentioned in #3. The dwellers who reside on this movie set may actually help the set from being destroyed or marred with graffiti, as they welcome guests and offer tea in very passive and lean surroundings.
Coober Pedy - Coober Pedy, located in South Australia, is the “Opal Capital of the World.” Many of the residents live underground in dug-out modern homes to escape the outside desert heat. Crocodile Harry, one of Coober Pedy’s most infamous characters, resides in one of the most bizarre dugouts. Many people know him through the Lonely Planet’s Guidebook to Australia. Others may recognize his home from the underground scenes of “Mad Max-Beyond the Thunderdome.”

The Man in the Hole - Dan Price is a “modern day hobbit” who lives undergound in an eight-foot circular space near Joseph, Oregon. Although Price has access to underground electricity that powers his lamps and photocopier, he plans to go completely off the grid as he makes a switch to propane within the upcoming year. He’s worked it out so that he can survive on $5,000 per year (including his land rent of $100 per year), and he makes his money through subscriptions to his publication, Moonlight Chronicles. Other supplies are garnered through various corporate entities that sponsor his minimalist quest.

The Geotropolis Concept - Since the last acre in Tokyo went for US$7.8, the Japanese must become more creative about how to house residents. Since the price of property is now so expensive, it makes economic sense to build underground. More than 50 meters under the earth in the western part of Tokyo, researchers are working on the development of a comfortable subterranean living environment. This SubTerranean Urban Development (STUD) project, which began in 1989, is conducted by Tokyu Construction Co., Ltd. Their lab is located at the end of that 50-meter tunnel, where they develop new technologies that will ensure safety and comfort for underground living.

Gamirasu Cave House Hotel - Gamirasu is located in in Ayvali Village near Ürgüp in the heart of Cappadocia, Turkey. This eleven-room hotel was restored from a one-thousand-year-old Byzantine monastic retreat, and it provides the chance for any international traveler to become a part-time cave dweller. It offers modern conveniences without distracting from the historic ambiance of the area. You can also view a Christian Byzantine Church, but you will need to wait a number of years before you can tour the underground city located just across from the hotel, as that city has yet to be excavated.

Underground Housing - If you want to build a home that will protect you from hurricanes, tornados, mobs, and atomic fallout, then you might consider an underground home designed by modern-day underground idealist, Mike Oehler. If you can’t hire Mike, you can order his book, which shows you how to build underground homes from $50 and up. You will learn how to build a house under flat land, drain the house using gravity, and ways to pass or otherwise deal with the building codes.

Yaodong Cave Dwellings - the yaodong cave dwellings stretch across six provinces in north central China, and almost 20 million people currently living in traditional cave dwellings across the entire northwest Chinese landscape. This architecture currently is being replicated as sustainable and affordable housing for many residents. This particular region in China serves as a model for this architecture, because its yaodongs once served as the early headquarters of a rebel leader named Mao Tse-Tung.

Bill Gates’ House - This mansion is a large earth-sheltered abode built into the side of a hill overlooking Lake Washington in Medina, Washington. According to Wikipedia, The house is a modern design in the Pacific lodge style, with classic features such as a large private library and a domed reading room. The house occupies 50,000 square feet on a 5.15-acre lot. Garage space and outbuildings may occupy an additional 16,000 square feet. Property records indicate eight bedrooms and four building levels.

Dennis Weaver’s Earthship - Dennis Weaver, the late actor-environmentalist, built an earthship near Ridgway, Colorado. An earthship uses tires, aluminum cans, and other recycled material as part of the overall structure, and all or a portion of the home may be built underground. This house uses solar mass to conserve heat and solar power. The home is now for sale.

The Underground House: This is Cumbria’s first underground home (U.K.), built in an old, disused quarry site. The house has been built into the hole left by the removal of stone from the quarry, making it invisible from behind or the sides. All that can be seen from the front are the double height conservatory and a small array of photovoltaic tiles above the front door, as seen at right in the photo. Combining the shelter of the earth with high levels of insulation means that the house needs no heating whatsoever – all of the heat it needs is available from the sun alone.

Underground Hobbit House: This link leads to pictures and the story of an owner-built home inspired by “The $50 and up Underground House” book (by Mike Oehler - see #8). Using log pole and heavy timber framing with about 18″ of soil and compost on the roof, this underground family uses simple sheds for drainage. The inside photos reveal a comfortable ski-lodge type atmosphere. Follow the link on the Hobbit House page to the forums, where you can find more images of this hand-built underground home.

Amundsen-Scott South Pole Station - The original South Pole station, now referred to as “Old Pole,” was built partially underground in 1956 in order to protect its inhabitants from the worst imaginable weather. As with all structures at the South Pole, the original station caused wind-blown snow to build up in the surrounding area. This snow accumulation resulted in the structure being further buried by about four feet of snow per year. The station, abandoned since 1975, is now deeply buried, and the pressure has caused the mostly wooden roof to cave in. The site is therefore a hazardous area and off limits to all visitors. The station was relocated and rebuilt in 1975 as a geodesic dome 50 meters wide and 16 meters high, with 14×24 m steel archways, modular buildings, fuel bladders, and equipment (shown here). But, that building is also becoming buried and unsafe, so another building was constructed in 1999 - this time above ground and with rounded corners so that the wind will scour away the snow and keep the building from being buried under the annual eight inches of accumulated snow.

The Caves - You, too, can be a caveman with a dining experience for those who stay at The Caves resort in Negril, Jamaica. Enjoy a “Cocktail Cliffhanger” while you listen to the waves and wait for your dinner to be served in this seaside grotto. While the cottages are above ground and built from conventional materials, the restaurant is nestled in one of the local seaside caves.
Alice City - This is another Japanese project, spearheaded by the Taisei Corporation. This $4 billion project would incorporate a very wide and deep shaft, within which would be built levels for habitation, all looking in toward a hollow core topped with a huge skylight. The cost is negligible, considering the cost of the last acre for sale in Tokyo (see #6). Named for Alice in Wonderland, This office/shopping/living space will carry absolutely no heating costs and inhabitants and workers can avoid above-ground pollution. According to Dr. Tomorrow, this concept and the expertise acquired to build this underground “city” will bode well for the Japanese, who may be called upon to help other burgeoning cities to meet population demands.

Montreal’s Underground City - This “La ville souterraine” (French) is the largest underground network in the world (others situated in places such as China, Paris, Germany, etc.), with 32 kilometers of tunnel that cover more than 41 city blocks (about 12 square kilometers). More than 2,000 shops and 40 cinemas line the passageways. Tourists often visit various attractions in the underground city, which is used by an average of half a million Montrealers per day. Eight metro stations link to smaller networks that are not yet part of the central network, such as Berri UQAM in the eastern part of downtown, and Pie-IX which links venues from the 1976 Summer Olympics. Additionally, other underground networks exist that are not part of the metro system, such as the La Cité housing and retail complex. You can view a map [PDF] to learn more about how far this underground “city” extends.

Sassi di Matera - Literally, the “Stones of Matera,” Sassi are houses dug into the rock itself in Italy, known locally as “Tufo.” This is the city where Mel Gibson staged his film, “The Passion of the Christ,” a perfect setting as the city looks as though it woke up after a long nap that began about 2,000 years ago. From the photograph, it appears that you’re looking at a ‘regular’ ancient city, because the facades are actually built with bricks, however, as soon as you cross the threshold, you discover that you are inside the mountain.

ICBM Missile Silo Living - You’d need to be a fairly well-to-do caveman to purchase this refurbished ICBM missile silo in Kansas for $1.5million. It went up for auction on eBay in 2001, with a total of 16,000 sq. ft underground floor space and a. 4,000 sq. ft. launch control building that was refurbished into living space. Did you know that you could fit an 1100-gallon hot tub, sauna, kitchen, 3 large carpeted living areas, a home theatre and more into an underground silo? Above ground, the twenty-eight acres included with this purchase included 15 fresh water wells, water pumping windmill, fruit, nut and pine trees and two sewage disposal systems. Primitive, right?

The Hockerton Housing Project - Become one of the first ‘cavemen’ to reside in the UK’s first earth sheltered, self-sufficient ecological housing development. HHP residents generate their own clean energy, harvest their own water and recycle waste materials causing no pollution or carbon dioxide emissions. The houses are amongst the most energy efficient, purpose built dwellings in Europe. Take some time to learn how the modern caveman lives, as HHP also runs a wide variety of events based at the project, from basic tours to all day technical workshops, from art events to venue hire.

Beckham Creek Cave Haven - How would you like to vacation in a cave that holds a living area, pool room, and kitchen, along with a venue that can handle a wedding or some other special event? This 2,000 sq. ft. cave house is located in the Buffalo National River country with all the wild beauty of the Ozark countryside in Arkansas. The home is a multi-level five-bedroom facility that offers a family or small group complete privacy for a getaway. The kitchen, which holds a grill, microwave, bread maker, and even two refrigerators, is located toward the front of the cave dwelling, where huge windows provide plenty of light, and where it’s convenient to haul in all those cave-dwelling groceries from the parking lot.

Malcolm Wells - This man often is proclaimed as the ‘father of modern earth-sheltered architecture.’ Whether you agree with this sentiment or not, his Web site holds plenty of valuable information for anyone who wants to build an underground structure. But, be prepared for his purist tendencies, as he states that, “…A building should consume its own waste, maintain itself, match nature’s pace, provide wildlife habitat, moderate climate and weather and be beautiful. That’s a series of pass/fail evaluation criteria….” No matter - most folks who want to build underground structures probably would agree with this man’s ecological perspective.

Stover House - Andy Davis is a regular guy who lives underground in a Springfield, Illinois suburb. His disguise is so good that his home looks like a regular home from the front. But, once inside, you discover that some parts of this home are as deep as twenty-two feet underground. The spacious 8,000-square-foot home allows the living room, family room and dining room to soak in the morning sun. Ceramic tiles absorb the heat while the white walls allow for maximum light. As you burrow deeper into the ground, you’ll discover a cozy den and reading room that gets much of its light from a fireplace.

The Mars Homestead Project - Cavemen in the future may live in cave-like structures on other planets. The Mars Homestead Project, the main project of the Mars Foundation, is developing a unified plan for building the first habitat on Mars by exploiting local materials. One consideration for this project is underground living, which would help to insure that residents are sheltered from the high-radiation environment. According to the Caves of Mars, a NASA Institute for Advanced Concepts funded program, natural subsurface cavities and subsurface constructs present the most mission effective habitat alternative for future human missions.


Retirado de AQUI.

Convite - Pré-História do Espichel


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Fonte - GEOPOR

Entrevista à Doutora Maria Helena Henriques - AIPT

Maria Helena Henriques - Coordenadora do Comité Português do AIPT

Maria Helena Henriques (nascida em Lisboa, em 1960), docente universitária na Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade de Coimbra, é licenciada em Jornalismo e Geologia com doutoramento nesta área. Coordenadora do Comité Português do Ano Internacional do Planeta Terra 2008, com vários trabalhos publicados, elaborou diversos guiões de exposições sobre Geologia.

Foi autora do guião da Sala de Geologia Museu da Pedra do Município de Cantanhede, distinguido com a “Menção Honrosa de Melhor Museu Português” (biénio 2000/2001). Salientam-se também o “Prémio Geoconservação 2006” pelo projecto “O Museu da Pedra e a Educação para a Geoconservação”, de que foi signatária na qualidade de geóloga e colaboradora do Museu da Pedra e o “Prémio da Ordem dos Farmacêuticos” pelo seminário “Saúde, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável”.

Educação - O conhecimento sobre o potencial das Ciências da Terra e o seu contributo para a vida dos cidadãos e para a salvaguarda do nosso planeta estarão em foco durante Ano Internacional do Planeta Terra (AIPT) 2008, inserido na Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável. Que objectivos gerais salientaria no âmbito deste ano temático, cujas actividades abarcam o triénio 2007-2009?

Maria Helena Henriques (M.H.H.) - O objectivo central do Ano Internacional do Planeta Terra é aproximar o cidadão das Geociências, isto é, demonstrar aos cidadãos em sentido lato e, sobretudo àqueles que têm responsabilidades no mundo político, empresarial, educativo e mediático, que é fundamental valorizar o conhecimento em Geociências. Estamos a desenvolver uma relação extremamente perigosa entre nós e o nosso planeta, através de uma exploração desenfreada dos seus recursos, que poderá conduzir a um agravamento da nossa qualidade de vida na Terra e até à extinção na nossa própria espécie.

As Geociências e os Geocientistas, por conhecerem melhor que ninguém os processos que modelam o planeta, têm de ser ouvidos na hora de tomar decisões sobre temáticas ambientais de interesse social como as que estão contempladas no AIPT: águas subterrâneas, solos, recursos, desastres naturais, oceanos, biodiversidade ou alterações climáticas.


Educação
- Que iniciativas poderia avançar do programa de divulgação do AIPL, em particular no que respeita à educação em Geociências?


M.H.H. - Temos mais de meia centena de autarquias que integraram o Comité do AIPT, isto é, que se comprometeram a desenvolver acções de divulgação em Geociências junto dos seus munícipes, quer através dos respectivos departamentos de educação ou de ambiente e em articulação com as escolas básicas quer através de museus municipais que tutelam. Por outro lado, e ao nível da educação não-formal, também a Agência Ciência Viva é nossa parceira e está em curso um projecto específico no âmbito do AIPT – o “Rocha Amiga”. De igual forma, podemos contar com acções de divulgação protagonizadas por associações de defesa do ambiente, por associações de índole cultural e, naturalmente, por instituições de Ensino Superior que, de forma cada vez mais visível, tentam aproximar o mundo académico do mundo dos cidadãos.

Neste domínio, há que destacar a realização da terceira edição do Congresso dos Jovens Geocientistas, que se realiza na Universidade de Coimbra no dia 22 de Abril de 2008, Dia Mundial da Terra e que, tradicionalmente, acolhe várias centenas de alunos dos ensinos Básico e Secundário que ali apresentam, à semelhança dos cientistas seniores, os resultados de investigação científica que levam a cabo com os respectivos professores.

Não posso deixar de mencionar também um outro projecto que vai ter uma forte expressão mediática. Trata-se de um road-show sobre sustentabilidade na Terra, que vai percorrer o País a partir de Janeiro de 2008, em articulação com as autarquias e a com a comunidade científica, e que vai levar à instalação de uma tenda gigante no centro das cidades com exposições, debates e espectáculos multimédia, tudo em torno do Planeta e seus recursos.


Educação - A tradução para Português das doze brochuras sobre o Ano Internacional do Planeta Terra constituiu um dos primeiros objectivos do Comité Português para o AIPT. Este é já um dos recursos ao dispor dos professores no site oficial português dedicado ao AIPT. Que mensagem deixaria a todos os que pretendam juntar-se a esta celebração mundial?

M.H.H. - A mensagem é um alerta: é preciso conhecer melhor o planeta e a sua dinâmica para estabelecermos uma relação sustentável com ele. As Geociências podem dar um contributo determinante nesta matéria e os geocientistas estão disponíveis para o fazer.


Educação - Em que medida este ano poderá contribuir para uma maior sensibilização junto dos jovens, empresários e decisores para os problemas que se crê estarem na origem das alterações climáticas que afectam cada vez mais regiões do mundo?

Quando uma grande empresa ou um responsável de uma instituição política se associa ao Comité, isso significa que compreendeu o valor da mensagem do AIPT e que está disponível para a defender em cada decisão que toma no seu quotidiano. A adesão de empresas associadas ao sector dos transportes públicos, da produção de hidrocarbonetos e de energia é um grande trunfo para nós e dá-nos garantias de que as preocupações ambientais em torno das alterações climáticas não se circunscrevem ao mundo académico. Esta preocupação já intersecta o mundo político e empresarial, de acordo com os preceitos da Década das Nações Unidas da Educação para Desenvolvimento Sustentável, actualmente a decorrer e na qual o AIPT se insere.


Educação - O “potencial para o desenvolvimento de países” é um dos requisitos do programa científico do ano temático. Em concreto, que iniciativas poderão concorrer para a sua concretização?

M.H.H. - É necessário que os governos invistam na produção de conhecimento em Geociências. Isso é um capital fundamental para o desenvolvimento dos países, sobretudo dos que estão em desenvolvimento. Sem esse investimento, como se poderão resolver os problemas sociais e políticos decorrentes da luta pela água potável, por exemplo? A nível nacional, e dada a dependência que temos de petróleo, é com agrado que registamos a assinatura de um protocolo entre o consórcio Petrobras-Galp-Partex com universidades portuguesas e brasileiras no sentido de apoiar a investigação em Portugal em Geologia do Petróleo, bem como o mestrado nessa área que este ano arrancou na Universidade de Coimbra.


Educação - Da sua experiência de trabalho, em particular no que respeita à colaboração com museus, que importância atribui à organização de visitas de estudo a estes espaços no âmbito das actividades escolares desde o Ensino Pré-Escolar, passando pelo Secundário e até ao Superior?

M.H.H. - A visita a exposições patentes em museus é fundamental na educação de cidadãos, sobretudo em idade escolar. Mas é preciso que essas visitas sejam preparadas e articuladas com as actividades curriculares correntes. Não basta um grupo escolar visitar um museu, tirar umas fotografias e “acabou-se”. É necessário que os professores preparem a visita com a actividades prévias na escola, actividades que estejam correlacionadas com o tema da exposição; que a visita em si também inclua actividades educativas e que, no pós-visita, já em contexto escolar, haja algum tipo de avaliação das actividades desenvolvidas. Isto implica um enorme investimento por parte dos professores e dos Serviços Educativos dos Museus, em regime de trabalho cooperativo, a que não estamos habituados em Portugal. Mas esta articulação faz toda a diferença em termos de aprendizagem.


Educação - Como docente universitária, como vê a preparação no domínio das Ciências dos alunos que chegam ao Ensino Superior? Especificamente, que pontos salientaria pela positiva e quais os aspectos a melhorar?

M.H.H. - A maioria dos alunos em Geociências entra em Geologia ou em Engenharia Geológica porque quer e, naturalmente, para além do conhecimento académico, destaco o interesse e a motivação que já trazem, o que torna a nossa actividade docente muito estimulante, claro.

Hoje, apesar de tudo, sabe-se muito mais sobre sismos, vulcões e dinossauros do que quando entrei na Faculdade. O cidadão comum interessa-se muito mais por esses temas do que há trinta anos atrás. O papel dos media nesse aspecto tem sido fundamental, apesar de nos ignorarem sistematicamente quando ocorre algum tipo de desastre natural ou nos confundirem com arqueólogos quando é anunciada alguma descoberta de fósseis. Mas eu acho que, tal como há trinta anos, continua a registar-se uma enorme distância entre o mundo dos académicos e o mundo dos professores, o mundo dos que elaboram os currículos e o mundo dos que fazem os manuais escolares. É difícil o encontro entre esses protagonistas que, afinal, são os maiores responsáveis pelo que se ensina e aprende em matéria de Ciências.


Educação - O que se poderá esperar no âmbito da cooperação prevista entre o AIPT e outros anos internacionais como o Ano Polar Internacional, o Ano internacional da Heliofísica e o 50.º aniversário da comemoração do Ano Internacional Geofísico?

M.H.H. - Estamos disponíveis e interessados nessa cooperação. As Ciências não devem desenvolver-se de forma disciplinar, mas sim de forma transdisciplinar. Só assim se poderá contribuir para a resolução dos problemas ambientais que afectam a sociedade.


Educação - Finalmente, em que medida o AIPT poderá marcar um “registo” positivo no nosso planeta, ou seja, neste ano a ele dedicado, o que poderá o planeta Terra esperar, em concreto, de melhor para o seu futuro, preservação e continuidade, fruto da contribuição das gerações que nele participaram activamente?

M.H.H. - Poderá esperar uma nova atitude por parte de um número crescente de indivíduos da espécie humana, aquela que mais perturbações provocou à sua própria geodinâmica. Se, de cada vez que votamos num nosso representante político, lhe exigirmos atitudes consentâneas com os objectivos dos AIPT e se, de cada vez que compramos um serviço ou produto, seleccionarmos aquele ou aqueles que menos danos provocam à Terra, estamos a construir esse “registo”. Se tivermos esta consciência, terá valido a pena implementar em Portugal o AIPT.

Novembro de 2007
Entrevista de: Alexandra Aguiar

in Educação - AQUI (site da Texto Editores)

SCT 2007 - Tertúlia on-line IV



Poema para Galileo


Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,

aquele teu retrato que toda a gente conhece,

em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce

sobre um modesto cabeção de pano.

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.

(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.

Disse Galeria dos Ofícios.)

Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.



Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…

Eu sei… eu sei…

As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.

Ai que saudade, Galileo Galilei!



Olha. Sabes? Lá em Florença

está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.

Palavra de honra que está!

As voltas que o mundo dá!

Se calhar até há gente que pensa

que entraste no calendário.



Eu queria agradecer-te, Galileo,

a inteligência das coisas que me deste.

Eu,

e quantos milhões de homens como eu

a quem tu esclareceste,

ia jurar- que disparate, Galileo!

- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça

sem a menor hesitação-

que os corpos caem tanto mais depressa

quanto mais pesados são.



Pois não é evidente, Galileo?

Quem acredita que um penedo caia

com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?

Esta era a inteligência que Deus nos deu.



Estava agora a lembrar-me, Galileo,

daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo

e tinhas à tua frente

um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo

a olharem-te severamente.

Estavam todos a ralhar contigo,

que parecia impossível que um homem da tua idade

e da tua condição,

se tivesse tornado num perigo

para a Humanidade

e para a Civilização.

Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,

e percorrias, cheio de piedade,

os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.



Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,

desceram lá das suas alturas

e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,

nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.

E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual

conforme suas eminências desejavam,

e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal

e que os astros bailavam e entoavam

à meia-noite louvores à harmonia universal.

E juraste que nunca mais repetirias

nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,

aquelas abomináveis heresias

que ensinavas e descrevias

para eterna perdição da tua alma.

Ai Galileo!

Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo

que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,

andavam a correr e a rolar pelos espaços

à razão de trinta quilómetros por segundo.

Tu é que sabias, Galileo Galilei.



Por isso eram teus olhos misericordiosos,

por isso era teu coração cheio de piedade,

piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos

a quem Deus dispensou de buscar a verdade.

Por isso estoicamente, mansamente,

resististe a todas as torturas,

a todas as angústias, a todos os contratempos,

enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,

foram caindo,

caindo,

caindo,

caindo,

caindo sempre,

e sempre,

ininterruptamente,

na razão directa do quadrado dos tempos.

terça-feira, novembro 20, 2007

SCT 2007 - Tertúlia on-line III

Semana da Ciência e Tecnologia 2007 - Tertúlia on-line II


Rómulo Vasco da Gama de Carvalho/António Gedeão
(Lisboa, 24.11.1906 - Lisboa, 17.02.1997)


Filho de um funcionário dos correios e telégrafos e de uma dona de casa, Rómulo Vasco da Gama de Carvalho nasceu a 24 de Novembro de 1906 na lisboeta freguesia da Sé. Aí cresceu, juntamente com as irmãs, numa casa modesta da rua do Arco do Limoeiro (hoje rua Augusto Rosa), no seio de um ambiente familiar tranquilo, profundamente marcado pela figura materna, cuja influência foi decisiva para a sua vida.

Na verdade, a sua mãe, apesar de contar somente com a instrução primária, tinha como grande paixão a literatura, sentimento que transmitiu ao filho Rómulo, assim baptizado em honra do protagonista de um drama lido num folhetim de jornal. Responsável por uma certa atmosfera literária que se vivia em sua casa, é ela que, através dos livros comprados em fascículos, vendidos semanalmente pelas casas, ou, mais tarde, requisitados nas livrarias Portugália ou Morais, inicia o filho na arte das palavras. Desta forma Rómulo toma contacto com os mestres - Camões, Eça, Camilo e Cesário Verde, o preferido - e conhece As Mil e Uma Noites, obra que viria a considerar uma da suas bíblias.

Criança precoce, aos 5 anos escreve os primeiros poemas e aos 10 decide completar "Os Lusíadas" de Camões. No entanto, a par desta inclinação flagrante para as letras, quando, ao entrar para o liceu Gil Vicente, toma pela primeira vez contacto com as ciências, desperta nele um novo interesse, que se vai intensificando com o passar dos anos e se torna predominante no seu último ano de liceu.

Este factor será decisivo para a escolha do caminho a tomar no ano seguinte, aquando da entrada na Universidade, pois, embora a literatura o tenha acompanhado durante toda a sua vida, não se mostrava a melhor escolha para quem, além de procurar estabilidade, era extremamente pragmático e se sentia atraído pelas ciências justamente pelo seu lado experimental. Desta forma, a escolha da área das ciências, apesar de não ter sido fácil, dá-se.

E assim, enquanto Rómulo de Carvalho estuda Ciências Fisico-Químicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, as palavras ficam guardadas para quando, mais tarde, surgir alguém que dará pelo nome de António Gedeão.

Em 1932, um ano depois de se ter licenciado, forma-se em ciências pedagógicas na faculdade de letras da cidade invicta, prenunciando assim qual será a sua actividade principal daí para a frente e durante 40 anos - professor e pedagogo.

Começando por estagiar no Liceu Pedro Nunes e ensinar durante 14 anos no Liceu Camões, Rómulo de Carvalho é, depois, convidado a ir leccionar para o liceu D. João III, em Coimbra, permanecendo aí até, passados oito anos, regressar a Lisboa, convidado para professor metodólogo do grupo de Físico-Químicas do Liceu Pedro Nunes.

Exigente, comunicador por excelência, para Rómulo de Carvalho ensinar era uma paixão. Tal como afirmava sem hesitar, ser Professor tem de ser uma paixão - pode ser uma paixão fria mas tem de ser uma paixão. Uma dedicação. E assim, além da colaboração como co-director da "Gazeta de Física" a partir de 1946, concentra, durante muitos anos, os seus esforços no ensino, dedicando-se, inclusivé, à elaboração de compêndios escolares, inovadores pelo grafismo e forma de abordar matérias tão complexas como a física e a química. Dedicação estendida, a partir de 1952, à difusão científica a um nível mais amplo através da colecção Ciência Para Gente Nova e muitos outros títulos, entre os quais Física para o Povo, cujas edições acompanham os leigos interessados pela ciência até meados da década de 1970. A divulgação científica surge como puro prazer - agrada-lhe comunicar, por escrito e com um carácter mais amplo, aquilo que, enquanto professor, comunicava pela palavra.

A dedicação à ciência e à sua divulgação e história não fica por aqui, sendo uma constante durante toda a sua a vida. De facto, Rómulo de Carvalho não parou de trabalhar até ao fim dos seus dias, deixando, inclusive trabalhos concluídos, mas por publicar, que por certo vêm engrandecer, ainda mais, a sua extensa obra científica.

Apesar da intensa actividade científica, Rómulo de Carvalho não esquece a arte das palavras e continua, sempre, a escrever poesia. Porém, não a considerando de qualidade e pensando que nunca será útil a ninguém, nunca tenta publicá-la, preferindo destruí-la.

Só em 1956, após ter participado num concurso de poesia de que tomou conhecimento no jornal, publica, aos 50 anos, o primeiro livro de poemas Movimento Perpétuo. No entanto, o livro surge como tendo sido escrito por outro, António Gedeão, e o professor de física e química, Rómulo de Carvalho, permanece no anonimato a que se votou.

O livro é bem recebido pela crítica e António Gedeão continua a publicar poesia, aventurando-se, anos mais tarde, no teatro e,depois, no ensaio e na ficção.

A obra de Gedeão é um enigma para os críticos, pois além de surgir, estranhamente, só quando o seu autor tem 50 anos de idade, não se enquadra claramente em qualquer movimento literário. Contudo o seu enquadramento geracional leva-o a preocupar-se com os problemas comuns da sociedade portuguesa, da época.

Nos seus poemas dá-se uma simbiose perfeita entre a ciência e a poesia, a vida e o sonho, a lucidez e a esperança. Aí reside a sua originalidade, difícil de catalogar, originada por uma vida em que sempre coexistiram dois interesses totalmente distintos, mas que, para Rómulo de Carvalho e para o seu "amigo" Gedeão, provinham da mesma fonte e completavam-se mutuamente.

A poesia de Gedeão é, realmente, comunicativa e marca toda uma geração que, reprimida por um regime ditatorial e atormentada por uma guerra, cujo fim não se adivinhava, se sentia profundamente tocada pelos valores expressos pelo poeta e assim se atrevia a acreditar que, através do sonho, era possível encontrar o caminho para a liberdade. É deste modo que "Pedra Filosofal", musicada por Manuel Freire, se torna num hino à liberdade e ao sonho.E, mais tarde, em 1972, José Nisa compõe doze músicas com base em poemas de Gedeão e produz o álbum "Fala do Homem Nascido".

O professor Rómulo de Carvalho, entretanto,após 40 anos de ensino,em 1974, motivado em parte pela desorganização e falta de autoridade que depois do 25 de Abril tomou conta do ensino em Portugal decide reformar-se. Exigente e rigoroso, não se conforma com a situação. Nessa altura é convidado para leccionar na Universidade mas declina o convite.

Incapaz de ficar parado, nos anos seguintes dedica-se por inteiro à investigação publicando numerosos livros, tanto de divulgação científica, como de história da ciência. Gedeão também continua a sonhar, mas o fim aproxima-se e o desejo da morrer determina, em 1984, a publicação de Poemas Póstumos.

Em 1990, já com 83 anos, Rómulo de Carvalho assume a direcção do Museu Maynense da Academia das Ciências de Lisboa, sete anos depois de se ter tornado sócio correspondente da Academia de Ciências, função que desempenhará até ao fim dos seus dias.

Quando completa 90 anos de idade, a sua vida é alvo de uma homenagem a nível nacional. O professor, investigador, pedagogo e historiador da ciência, bem como o poeta, é reconhecido publicamente por personalidades da política, da ciência, das letras e da música.

Infelizmente, a 19 de Fevereiro de 1997 a morte leva-nos Rómulo de Carvalho. Gedeão, esse já tinha morrido alguns anos antes, aquando da publicação de Poemas Póstumos e Novos Poemas Póstumos.

Avesso a mostrar-se, recolhido, discreto, muito calmo, mas ao mesmo tempo algo distante, homem de saberes múltiplos e de humor subtil, Rómulo de Carvalho que nunca teve pressa, mas em vida tanto fez, deixa, em morte, uma saudade imensa da parte de todos quantos o conheceram e à sua obra.

in http://www.citi.pt/

Caricatura in Blog Desenhos do Rui

Ano Internacional do Planeta Terra - Site Oficial


O que é o AIPT

Em 22 de Dezembro de 2005, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Resolução 60/192 proclamando 2008 como Ano Internacional do Planeta Terra (AIPT). O slogan escolhido “Ciências da Terra para a Sociedade” é bem elucidativo do principal objectivo desta iniciativa: promover a importância das Ciências da Terra em todos os domínios da Sociedade, destacando o seu papel na resolução de muitos dos problemas que afectam a Humanidade.

As comemorações do AIPT, a nível internacional, estão organizadas em duas vertentes distintas: um programa científico centrado em dez temas principais e um programa de divulgação (mais informações em www.esfs.org). Embora centradas em 2008, as comemorações do AIPT irão decorrer durante o triénio 2007–2009.

Temas principais que serão abordados durante o AIPT:
  • Água Subterrânea
  • Desastres naturais
  • Terra e Saúde
  • Alterações climáticas
  • Recursos
  • Megacidades
  • O interior da Terra
  • Oceano
  • Solo
  • Terra e Vida

Site oficial português do Ano Internacional do Planeta Terra (AIPT)


Organização em Portugal

O AIPT tem o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa.

O Comité Português para o AIPT foi criado sob a égide da Comissão Nacional da UNESCO e enquadra-se na Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014), estando organizado em três Comissões.

Comissão de Honra

  • Primeiro-Ministro
  • Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
  • Ministra da Cultura
  • Ministro da Economia e da Inovação
  • Ministra da Educação
  • Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações
  • Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros
  • Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional
  • Presidente do Governo Regional da Madeira
  • Presidente do Governo Regional dos Açores
  • Secretário de Estado do Ambiente
  • Secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades
  • Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação
  • Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian
  • Presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia
  • Presidente do Grupo de Parlamentares Conexo da UNESCO
  • Secretário Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
  • Presidente da Fundação Mário Soares


Comissão de Representantes *

  • Academia de Ciências de Lisboa
  • Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica - Ciência Viva
  • Agência Portuguesa do Ambiente (ex -Instituto do Ambiente)
  • Almargem - Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve
  • Associação Bandeira Azul da Europa (secção portuguesa da Foundation for Environmental Education, ABAE/FEEP)
  • Associação para a Defesa e Divulgação do Património Geológico do Alentejo e Algarve - DPGA
  • Associação Portuguesa de Geógrafos
  • Associação Portuguesa de Geólogos
  • Associação Portuguesa de Meteorologia e Geofísica
  • Biocant - Centro de Inovação em Biotecnologia
  • Câmara Municipal da Figueira da Foz
  • Câmara Municipal da Lourinhã
  • Câmara Municipal da Maia
  • Câmara Municipal da Póvoa do Varzim
  • Câmara Municipal da Trofa
  • Câmara Municipal de Águeda
  • Câmara Municipal de Alcanena
  • Câmara Municipal de Aljezur
  • Câmara Municipal de Alvaiázere
  • Câmara Municipal de Arouca
  • Câmara Municipal de Arronches
  • Câmara Municipal de Arruda
  • Câmara Municipal de Baião
  • Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto
  • Câmara Municipal de Caminha
  • Câmara Municipal de Cantanhede
  • Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães
  • Câmara Municipal de Castro Verde
  • Câmara Municipal de Coimbra
  • Câmara Municipal de Esposende
  • Câmara Municipal de Faro
  • Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos
  • Câmara Municipal de Fronteira
  • Câmara Municipal de Guimarães
  • Câmara Municipal de Loulé
  • Câmara Municipal de Manteigas
  • Câmara Municipal de Montemor-o-Novo
  • Câmara Municipal de Montemor-o-Velho
  • Câmara Municipal de Moura
  • Câmara Municipal de Nisa
  • Câmara Municipal de Ourém
  • Câmara Municipal de Peniche
  • Câmara Municipal de Ponta Delgada
  • Câmara Municipal de Ponte de Lima
  • Câmara Municipal de Ponte de Sor
  • Câmara Municipal de Portimão
  • Câmara Municipal de Santarém
  • Câmara Municipal de Seia
  • Câmara Municipal de Sever do Vouga
  • Câmara Municipal de São Roque do Pico (Açores)
  • Câmara Municipal de Sever do Vouga
  • Câmara Municipal de Sintra
  • Câmara Municipal de Vila do Conde
  • Câmara Municipal de Viseu
  • Câmara Municipal do Alandroal
  • Câmara Municipal do Alvito
  • Câmara Municipal do Barreiro
  • Centro de Estudos da Macaronésia (Univ. da Madeira)
  • Centro de Interpretação da Serra da Estrela (Câmara Municipal de Seia)
  • Centro de Interpretação Geológica de Canelas - Arouca
  • Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve (CIMA)
  • Centro de Recursos Minerais, Mineralogia e Cristalografia (Creminer - Lab. Associado ISR)
  • Clube Literário do Porto
  • Comissão Nacional do Programa MAB - UNESCO
  • Direcção Regional do Ambiente e do Mar dos Açores
  • E.Value – Estudos e Projectos de Ambiente e Economia, Lda
  • EMAFEL - Empresa Municipal de Ambiente de Felgueiras
  • Galopim de Carvalho (Prof.)
  • Geoparque Naturtejo da Meseta Meridional
  • GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente
  • Instituto da Água
  • Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB)
  • Instituto de Meteorologia
  • Instituto de Oceanografia - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
  • Instituto dos Museus e da Conservação
  • Instituto Hidrográfico
  • Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI)
  • Instituto Politécnico de Castelo Branco (Escola Superior de Educação)
  • Instituto Politécnico de Coimbra (Escola Superior de Educação)
  • Instituto Politécnico de Viseu (escola Superior de Tecnologia)
  • Instituto Superior Técnico - Depto. de Engenharia Civil e Arquitectura
  • Instituto Superior Técnico - Depto. de Engenharia de Minas e Geo-recursos
  • Instituto Superior Técnico - Depto. de Física
  • 2º Jardim-Escola João de Deus de Coimbra
  • Kiwanis Clube da Figueira da Foz
  • Liga para a Protecção da Natureza (LPN)
  • LUDICOM - Comunicação e Marketing, Lda.
  • Museu da Ciência (Universidade de Coimbra)
  • Museu de Arte Pré-Histórica de Mação / Instituto Politécnico de Tomar
  • Museu Nacional de História Natural (Mineralogia e Geologia)
  • ProGEO Portugal
  • QUERCUS
  • Sociedade de Geografia de Lisboa
  • Sociedade Geológica de Portugal
  • Sociedade Portuguesa de Geotecnia
  • Tapada Nacional de Mafra
  • Universidade de Aveiro: Depto. de Ambiente e Ordenamento
  • Universidade de Aveiro: Depto. de Didáctica e Tecnologia Educativa
  • Universidade de Aveiro: Depto. de Geociências
  • Universidade de Coimbra: Depto. de Ciências da Terra
  • Universidade de Coimbra: Depto. de Engenharia Civil
  • Universidade de Coimbra: Reitoria
  • Universidade de Évora: Reitoria
  • Universidade de Lisboa: Reitoria
  • Universidade de Lisboa: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
  • Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro: Depto. de Geologia
  • Universidade do Algarve: Reitoria
  • Universidade do Algarve: Área Departamental do Ambiente e das Ciências da Terra da Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente
  • Universidade do Minho: Depto. de Ciências da Terra
  • Universidade do Minho: Reitoria
  • Universidade do Porto: Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação
  • Universidade dos Açores: Depto. de Geociências - Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos
  • Universidade Nova de Lisboa: Faculdade de Ciências e Tecnologia

* Lista de Entidades Participantes ainda em construção

Comissão Executiva

  • Professor Doutor António Ribeiro (Sociedade Geológica de Portugal)
  • Professor Doutor Artur Sá (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro)
  • Dra. Elizabeth Silva (Comissão Nacional da UNESCO; Técnica Superior responsável pelo Sector da Ciência; Ponto Focal para a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável - DEDS)
  • Professora Doutora Delminda Moura (Universidade do Algarve)
  • Emb. Fernando Andresen Guimarães (Presidente da Comissão Nacional da UNESCO)
  • Professor Doutor José Brilha (Universidade do Minho; Associação Portuguesa de Geólogos; ProGeo Portugal)
  • Dra. Manuela Galhardo (Secretária Executiva da Comissão Nacional da UNESCO)
  • Professora Doutora Maria Helena Paiva Henriques - Coordenadora (Universidade de Coimbra; membro da IUGS)
  • Professor Doutor Mário Cachão (Universidade de Lisboa; membro do Grupo Português da ProGEO)
  • Professor Doutor Miguel Ramalho (Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação - INETI)

Observadores

  • Drª. Fernanda Sepúlveda (Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior/FCT)
  • Dr. António Silva (Ministério do Ambiente/Instituto Geográfico Português)
  • Drª. Raquel Mota (Ministério da Educação/Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular)

Site oficial português do Ano Internacional do Planeta Terra (AIPT)

Geocultura - semar para colher

Geocultura: Semear para colher

Eventos da Semana da Ciência e Tecnologia 2007 no GeoFCUL

Que ciência se faz em Portugal?
Quem são os nossos cientistas?
Como trabalham?
O que investigam?
Que resultados obtêm?

Todos os anos, em Novembro, durante a Semana da Ciência e da Tecnologia, sob os auspícios da Agência Ciência Viva, instituições científicas, universidades, escolas, associações e museus abrem as portas para que estas e outras perguntas possam ser respondidas, dando a conhecer as actividades que desenvolvem, através de um contacto directo com o público.

No âmbito da Semana da Ciência e Tecnologia 2007, este ano, no GeoFCUL, realiza-se um ciclo de palestras sob a designação geral de:

Geocultura: semear para colher
Todas as palestras se realizam no edifício C6 da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, ao Campo Grande (Metro Cidade Universitária ou Campo Grande).
Entrada livre.

Programa do Ciclo

Dia 20 de Novembro
16.00 - Sala 6.2.56 - Álvaro Pinto: O Reino dos Minérios

Dia 21 de Novembro
10.00 - Sala 6.2.53 - Nuno Pimentel: A Geologia do Petróleo

Dia 22 de Novembro
10.30 - Sala 6.2.56 - César Andrade: A erosão na Costa da Caparica: problemas e soluções
14.00 - Sala 6.2.56 - Isabel Moitinho: A Geologia do Túnel do Rossio

Dia 23 de Novembro
11.00 - Sala 6.2.56 - Isabel Ribeiro da Costa: Portugal ao Microscópio
14.00 - Sala 6.2.56 - Maria do Rosário Carvalho e Maria Catarina Silva: A água que não se vê: Como se protege?
16.00 - Sala 6.2.56 - Fernando Barriga: Jazigos submarinos de metais básicos: onde estão os exemplos actuais?



Fonte - Blog Profundezas

O Triste Caso das Ladeiras Misteriosas

Via Blog De Rerum Natura, publicamos o seguinte post:



Quem já não ouviu falar de estradas em que os carros em ponto morto sobem onde deveriam descer? Pessoalmente nunca vi, mas já ouvi falar de uma ladeira misteriosa no Algarve perto de Boliqueime, e de outra no Minho, perto de Braga. Este vídeo, legendado em português pelo professor de Ciências Físico-Químicas Carlos Portela (o seu blog sobre vídeos de ciência está aqui e uma lista de vídeos por ordem de número de visualizações está aqui), mostra que se trata de uma mera ilusão de óptica.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Semana da Ciência e Tecnologia 2007 - Tertúlia on-line I


Tertúlia On-Line de Comemoração da Semana da Ciência e Tecnologia e do Aniversário do Nascimento de Rómulo de Carvalho

Na semana em que se comemoram os 101 anos do nascimento de Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, nome do cientista e pedagogo também conhecido pelo pseudónimo literário de António Gedeão, o Blog associa-se às comemorações da Semana da Ciência e Tecnologia e do Dia Nacional da Cultura Científica, promovidas pela Ciência Viva, através da divulgação de alguma poesia deste autor.



Pedra filosofal

Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
É tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral
pináculo de catedral
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo de Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Columbina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.

in Movimento Perpétuo, 1956