terça-feira, setembro 12, 2006
Geologia de Caiaque 2006
Este ano a actividade foi feita em conjunto com outra, intitulada Sem chuva nos montes, secam-se as fontes (no Mondego em canoa), do Doutor Mário Quinta Ferreira (Instituto Pedro Nunes/Departamento de Ciências da Terra).
Pela minha parte levei 18 pessoas e dois caiaques (podendo assim entrar mais dois participantes extra...), incluindo vários professores (8), um Juiz, dois Arquitectos, um Enfermeiro, duas Advogadas, uma Jornalista, um Funcionário do MJ (no antigo serviço do Luís Costa...), uma Bibliotecária e uma Estudante, dando um certo colorido à coisa, pois as dúvidas e o interesse era muitos... Pena não termos levado algumas crianças, à garupa, pois elas tinham adorado...
Conforme prometido, levámos almoço a contar com os professores (incluindo um tinto Terras de Xisto, excelente, fruta, presunto, pão, sobremesas e chocolates, entre muitos outros, faltando apenas o prometido café...). Fomos ainda aproveitando as paragens para ir comendo a fruta que encontrávamos (ricas uvas, melhor só os figos do final...).
Desta vez a água era mais e havia alguma corrente, o que facilitou a navegação (a alguns - eu estive em sérias dificuldades devido às minhas costas). Também o contacto com a natureza (os peixes, os bivalves, os insectos, a frondosa vegetação) tudo foi interessante de observar.
Quanto à avaliação da actividade, podemos dizer que o folheto plastificado que nos foi oferecido, excelente, os outros materiais de apoio usados, as paragens (a possibilidade de ir ver restos da antiga lavagem, escombreira de escórias e forno de fundição da antiga mina do Zorro, no contacto Grupo das Beiras (ex-CXG) - Cristalofílico, foi excelente), o garimpo, as fotos aéreas observadas no estereoscópio de espelhos, a observação (dos minerais garimpados) à lupa e das propriedades magnéticas de alguns e, sobretudo, as paragens e explicações dos Doutores, tudo contribui para que esta fosse uma tarde memorável.
Já no final, fomos informados da realização, em Março de 2007, de um Congresso para Jovens Geocientistas, com alunos do Secundário (e que iremos divulgar, pessoalmente, em Leiria e, electronicamente, no Blog) e ficou acertada uma actividade em Leiria (uma ida ao interior da Mina da Guimarota, anteriormente estudada, à superfície, por professores da Universidade) para verificar o seu estado (risco de abatimento, libertação de gases, segurança na entrada, presença de morcegos, entre outros) com a colaboração do NEL - Núcleo de Espeleologia de Leiria, Bombeiros Municipais de Leiria, Geopedrados e DCT/UC - Departamento de Ciências da Terra - faltando apenas encontrar a data (final de Setembro) e o acordo do dono do terreno à realização da descida...
Resumindo e concluindo - a malta adorou...! Para o provar, nos posts seguintes, estão diversas fotos do evento...
NOTA: Aceitam inscrições para o ano que vem...? Please...
segunda-feira, setembro 11, 2006
Binóculos no LIDL
Binóculo 10 x 50 Bresser
- Objectiva 50 mm;
- Regulação dióptrica;
- Inclui: rosca de ligação a 1 tripé (não incluido);
- Reprodução de imagem clara e de grande contraste através dos prismas Bak 4;
- Mecanismo central anti-derrapante para uma focagem simples e precisa;
- Oculares LE com borrachas de protecção, ideal para utilizadores de óculos;
- 10 x ampliação;
- 50 x zoom óptico;
- Acessórios:
- mala de transporte com alça e presilha para cinto,
- fita para uso ao pescoço,
- pano de limpeza.
PS - Estão ainda à venda uns binóculos 10x10 (de tecto - vulgo de teatro...) e um monóculo extensível 25x30 (como o dos piratas). Para saber/perceber mais de binóculos, sugerimos a seguinte página - clicar no link.
ADENDA: o Dr. Guilherme de Almeida (astrónomo bastante conhecido, autor de alguns dos melhores livros sobre Astronomia e Unidades do Sistema Internacional publicados em Portugal) mandou-nos um simpático e-mail, recordando que, citamos, "na notação 10x50, o "50" é o diâmetro das objectivas em milímetros e não uma 'ampliação' obtida com zoom". Como nós publicámos os dados do site do LIDL sem modificação, clarificamos que, se calhar neste caso, poder-se-ia falar de uns binóculos 10-50x50, em que o 10-50 significa ampliação (amplificação angular para ser mais preciso, neste caso com zoom, o que não é muito recomendável para uns binóculos astronómicos...) e o 50 seguinte os mm de abertura das objectivas dos binóculos. Aproveitamos ainda para sugerir a leitura dos seguintes livros - seguir links:
- Ferreira, Máximo & Almeida, Guilherme - Introdução à Astronomia e às Observações Astronómicas;
- Almeida, Guilherme - Telescópios;
- Almeida, Guilherme & Ré, Pedro - Observar o Céu Profundo.
Visita (astronómica) à Feira e Espinho
Mas, falando de pormenores desta actividade de docentes, fomos primeiro ao Visionarium, em S.ª Maria da Feira, e começámos por uma boa visita aos Jardins (observando as experiência lúdicas e o modelo do Sistema Solar, dedicado a Carl Sagan), seguindo depois para o seu interior, onde a esmagadora maioria das experiências estava funcional...
Em seguida, como os meus formandos se tinham esquecido do almoço, fomos ao Restaurante Cruzeiro, de cozinha brasileira, e que valeu a pena o desvio e o tempo...
Já atrasados, dirigimo-nos então ao Centro Multimeios, de Espinho, onde vimos duas sessões diferentes do Planetário e a Cosmoteca, regressando então a casa.
Para saber (e ver) mais, podem consultar os posts originais do Blog AstroLeiria:
Os golpes do Multibanco
http://www.lusawines.com/public/prevencaoATM.swf
NOTA: depois de entrar no link anterior, usar as setas do canto superior direito para avançar ou ir clicando sucessivamente no quadradinhos de cima...
quinta-feira, setembro 07, 2006
Fotos da Observação Astronómica
Isto porque o máximo do eclipse (em que cerca de 19% da Lua ficava na Umbra - sombra terrestre), foi antes de a Lua ser visível (às 19.51) tendo-se posto o Sol às 19.58 e nascido a Lua às 19.59. Antes disso (não visível em Portugal) tinha começado às 17.42 horas a fase penumbral e a fase de Umbra às 19.04 horas.
Depois a fase em que foi visível a sombra terreste - umbra - na Lua, prolongou-se até às 20.38, tendo a fase penumbral (em que a parte superior da Lua ficou ligeiramente obscurecida) durado até à 22.00 horas.
Agora é só esperar pelo Eclipse de 03.03.2007, um Total da Lua, que será bem visível de Portugal.
Duas fotos do evento, na Escola Correia Mateus (autoria João Nelson Ferreira):
Sugestões de Leitura:
Crato, Nuno; Magalhães, António; Cidadão, António & Ré, Pedro (1999) - Eclipses, Gradiva, Colecção Fora Colecção, n.º 137, 1ª Edição, Lisboa.
NASA Eclipse Homepage - http://sunearth.gsfc.nasa.gov/eclipse/lunar.html (08.09.2006)
Actividades dos Geopedrados
Ontem estive (e dei parcialmente) numa Acção de Formação de Xadrez - ver aqui - hoje, no âmbito de uma Acção de Formação intitulada "Introdução ao Ensino Experimental de Astronomia nos Ensinos Básico e Secundário", dada em Leiria, iremos observar o final do Eclipse Parcial da Lua de 07.09.2006 (estão convidados - vejam pormenores aqui) e, ainda, no âmbito desta Acção, iremos amanhã ao Visionarium, em S.ª Maria da Feira, e ao Centro Multimeios, de Espinho.
Logo que possível mostraremos fotografias destas actividades e publicaremos as nossas impressões das mesmas...
O longo adeus a Plutão
A SAÍDA de Plutão da selecta lista de planetas não é um acto arbitrário dos astrónomos, é o resultado de uma descoberta que se soma a outras.
Raramente um debate científico terá sido tão dramaticamente seguido pelo público. Ao longo de semanas, vinha-se anunciando a possibilidade de Plutão ser relegado para uma classe menor do sistema solar. Mas o mais provável parecia ser o alargamento da lista de planetas. E a proposta primeiramente apresentada à assembleia da União Astronómica Internacional (IAU) salvaguardava o estatuto de Plutão, esse mítico nono planeta, jamais visitado e apenas entrevisto pelos melhores telescópios.
A meio do longo encontro da IAU em Praga, começou a perceber-se que os astrónomos estavam divididos e que era provável que, ao invés de ser aumentada, a lista de planetas fosse reduzida. E assim aconteceu de facto nessa tarde de 24 de Agosto. De braço no ar, os astrónomos reunidos em Praga aprovaram uma nova definição, que reduz para oito os astros considerados planetas.
Se formos ao início dos inícios, à astronomia da Antiguidade Clássica, reconhecemos planeta como sendo um astro errante que não segue o movimento uniforme das estrelas. O vocábulo, aliás, tem origem no grego planétes, que significava errante ou vagabundo. Errantes eram Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno, assim como o Sol e a Lua. Os planetas eram sete. A Terra não estava incluída. Só com Copérnico, Galileu e Kepler, se entende inequivocamente o sistema solar com o Sol no centro e astros a orbitá-lo. O Sol e a Lua deixaram de ser considerados planetas, juntando-se a Terra a este distinto grupo.
Com a invenção do telescópio vão-se descobrindo novos planetas: Úrano, em 1781, e Neptuno, em 1846. Entretanto, em 1801, descobre-se um astro em órbita entre Marte e Júpiter, que veio a ser chamado Ceres. A princípio, suspeitou-se tratar-se de um cometa, depois de um planeta. Mas, quando se descobriram muitos outros pequenos astros na mesma órbita, colocou-se um dilema: devia Ceres ser considerado um planeta, e portanto muitas dezenas de outros (mais tarde, centenas) também? Ou deviam Ceres e seus companheiros serem considerados planetas menores? Como se sabe, foi esta última ideia que vingou, com a designação de «asteróides».
Plutão só foi descoberto em 1930, depois de uma pesquisa épica. Durante décadas nada se passou. Até que, nos fins do século XX, começaram a descobrir-se astros que tinham uma órbita para lá de Neptuno, tal como Plutão, e confirmou-se que estes faziam todos parte de uma larga cintura, chamada de Kuiper, em honra ao astrónomo que postulara a sua existência. O dilema de Ceres repetiu-se: sendo Plutão apenas o primeiro astro conhecido dessa cintura, será que muitos outros de dimensão semelhante iriam ser descobertos?
Em 2002, descobriu-se Quaoar, com um diâmetro de 1.200 km. No ano seguinte, descobriu-se Sedna, com um diâmetro de quase 1.800 km. São dimensões muito inferiores às da Terra, que tem quase 13.000 km de diâmetro, ou mesmo da Lua, que tem 3.476 km. Mas são dimensões comparáveis às de Plutão, que tem 2.390 km. A descoberta mais séria foi depois feita por Michael Brown. Foi a de um astro que este designou por Xena (2003 UB313), e que há cerca de um ano se verificou ter um diâmetro que é vez e meia o de Plutão.
Manter Plutão na classe de planetas obrigaria a aí incluir também Xena tal como, possivelmente, Quaoar e Sedna. E tal como, seguramente, muitos outros que entretanto virão a ser descobertos.
Os astrónomos agora reunidos em Praga definiram planeta como sendo um astro que orbita o Sol, que tem massa suficiente para a sua gravidade o obrigar a assumir forma aproximadamente esférica e que consegue dominar gravitacionalmente a região da sua órbita. Plutão não cumpre este terceiro critério, a sua órbita cruza-se com a de Neptuno. Ficou classificado como «planeta anão».
Curiosamente, há cerca de um ano, em 4 de Agosto de 2005, noticiámos a descoberta de Xena com uma crónica intitulada «Descoberto menos um planeta». Tal foi de facto o efeito dessa descoberta: obrigar a uma redefinição de planeta. E essa redefinição, como era já então plausível, obrigou a despromover aquele astro que era, até há dias, o nono planeta do sistema solar.
Feito o balanço, o sistema solar não passou a ter menos astros. A reclassificação dos satélites do Sol é o resultado de grandes descobertas astronómicas. É o resultado do progresso da ciência.
Texto adaptado pelo autor de um inicialmente publicado pelo Expresso
quarta-feira, setembro 06, 2006
Outra poesia
“Navegando”
Sou navegador de uma estranha caravela,
Sou velejador da alma e do vento
Que trazes dentro,
Rei de um castelo encantado,
Senhor de uma sereia bela.
Nas asas de cada momento
Voa comigo a saudade do mar,
O encanto salgado do teu corpo
E, na onda caída a soluçar,
A cada instante caio morto.
Renasço nos teus braços absorto,
No regresso, e sonho embalado.
Cada espaço, cada pedaço de vida
Traz-me a tua alma como guarida.
Parto de novo embriagado de ti,
Bato asas e voo baixinho,
Não te quero acordar
Mas também não quero voar sozinho.
Estou aí! Nem sei se já parti!
- Olá! Adeus Amor.
João Carlos Silva Ribeiro
Triste mês de Agosto
É assim um mês triste, este Agosto de 2006, que, em vez de ser de descanso e de repouso, após um ano de trabalho, nos leva a repensar quem somos e o que fazemos aqui.
Mas a vida continua - aliás a morte é apenas uma das suas etapas... E quando, finalmente, se parte, fica um pouco da vida desses ausentes nos seus descendentes, e estes morrem um pouco, ao ficarem mais sós e mais compenetrados da fragilidade de uma vida.
Pois, como geólogos, sabemos que uma Vida dura um sopro de vento neste imenso Tempo que a Terra tem... Há que vivê-la como um Homem ou como Mulher, não como um ser rastejante e acéfalo que vegeta num mundo triste e resignado...
Hoje estamos um pouco infelizes e desconsolados, como criança que pede colo e não o obtem. Mas o tempo tudo cura ou tudo resolve - a vida continua...
sexta-feira, setembro 01, 2006
Sismo(s) no Algarve
Ocorreu, no dia 29.08.2006, um sismo no Algarve, com magnitude 3,1 na Escala de Richter e sentido em algumas localidades algarvias.
Podem obter mais informações, colsultar os sites do Instituto de Meteorologia, português, e no IGN, espanhol.