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quarta-feira, junho 26, 2024

A Carta das Nações Unidas faz hoje 79 anos

    
A Carta das Nações Unidas de 1945 é o tratado fundador das Nações Unidas, uma organização intergovernamental. A Carta da ONU articulou um compromisso de defender os direitos humanos dos cidadãos e delineou um amplo conjunto de princípios relacionados à obtenção de "padrões de vida mais altos", abordando "problemas económicos, sociais, de saúde e afins" e "respeito universal e observância direitos humanos e liberdades fundamentais para todos, sem distinção de raça, sexo, idioma ou religião." Como carta constitutiva, é um tratado constituinte e todos os membros estão vinculados a seus artigos. Além disso, o Artigo 103 da Carta afirma que as obrigações para com as Nações Unidas prevalecem sobre todas as outras obrigações do tratado.
A Carta foi discutida em detalhes durante a Conferência de São Francisco, iniciada em 25 de abril de 1945, e foi aberta para assinatura em 26 de junho de 1945. Foi assinada na cidade de São Francisco, Estados Unidos, por 50 dos 51 países membros originais (a Polónia, o outro membro original, que não estava representado na conferência, assinou dois meses depois).
Entrou em vigor em 24 de outubro de 1945, após ser ratificada pelos cinco membros permanentes originais do Conselho de Segurança das Nações Unidas - a República da China (após 1949, localizada em Taiwan e substituída, em 25 de outubro de 1971, pela República Popular da China), o Governo Provisório da República da França (posteriormente substituída pela Quarta República e depois pela Quinta República), a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (posteriormente substituída pela Federação Russa), o Reino Unido e os Estados Unidos - e a maioria dos outros signatários
  

domingo, junho 23, 2024

Alan Turing nasceu há 112 anos

   

Alan Mathison Turing (Maida Vale, Londres, 23 de junho de 1912 - Wilmslow, Cheshire, 7 de junho de 1954) foi um matemático, lógico, criptoanalista e cientista da computação britânico. Foi influente no desenvolvimento da ciência da computação e na formalização do conceito de algoritmo e computação com a máquina de Turing, desempenhando um papel importante na criação do computador moderno e também é pioneiro na inteligência artificial e na ciência da computação. É conhecido como o pai da computação.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Turing trabalhou para a inteligência britânica em Bletchley Park, num centro especializado em quebra de códigos. Por um tempo ele foi chefe do Hut 8, a secção responsável pela criptoanálise da frota naval alemã. Planeou uma série de técnicas para quebrar os códigos alemães, incluindo o método da bomba eletromecânica, uma máquina eletromecânica que poderia encontrar definições para a máquina Enigma.
Após a guerra, trabalhou no Laboratório Nacional de Física do Reino Unido, onde criou um dos primeiros projetos para um computador com um programa armazenado, o ACE. Posteriormente, Turing interessou-se pela química. Escreveu um artigo sobre a base química da morfogénese e previu reações químicas oscilantes como a Reação de Belousov-Zhabotinsky, que foram observadas pela primeira vez na década de 60.
A homossexualidade de Turing resultou num processo criminal em 1952, pois atos homossexuais eram ilegais no Reino Unido na época, e ele aceitou o tratamento com hormonas femininas e castração química, como alternativa à prisão. Morreu em 1954, algumas semanas antes de seu aniversário, devido a um aparente autoadministrado envenenamento por cianeto, apesar de sua mãe (e alguns outros) terem considerado a sua morte acidental. Em 10 de setembro de 2009, após uma campanha de Internet, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown fez um pedido oficial de desculpas público, em nome do governo britânico, devido à maneira pela qual Turing foi tratado após a guerra. Em 24 de dezembro de 2013 Alan Turing recebeu uma anulação real, da rainha Isabel II, da condenação por homossexualidade.
 

 

sábado, junho 22, 2024

A França capitulou há 84 anos...

Imagem da carruagem do armistício, utilizada para a assinatura deste armistício (e do Armistício de 11 de novembro de 1918)
   
O armistício de 22 de junho de 1940 ou Segundo Armistício de Compiègne, foi um acordo que se sucedeu ao cessar-fogo e fim de hostilidades entre as autoridades do Terceiro Reich e os representantes da República Francesa, no decorrer da Segunda Guerra Mundial, que foi assinado em Rethondes nessa data, na chamada carruagem do armistício (a mesma onde se tinha assinado o armistício de 11 de novembro de 1918 que pôs fim à Primeira Guerra Mundial).
O armistício estabeleceu as condições oficiais da ocupação alemã da França, que ficou dividida em duas grandes zonas, a zona ocupada, sob controle alemão, e a chamada zona livre, sob a autoridade da França de Vichy.
Além das zonas citadas, distingue-se ainda o departamento do Norte que fica unido ao Governo Militar alemão na Bélgica, uma chamada «zona reservada» a leste (Alsácia e Lorena), a chamada «zona proibida» ao longo do litoral no Canal da Mancha e do Oceano Atlântico e uma pequena zona de ocupação italiana.
O avanço aliado depois do desembarque na Normandia permitiu desde junho de 1944 restabelecer a soberania francesa sobre o seu território nacional e pôr fim ao regime colaboracionista do marechal Philippe Pétain.
    

Mapa da França resultante das cláusulas do Armistício: a vermelho, a costa proibida sob jurisdição militar alemã; a amarelo, a zona de ocupação militar alemã; a rosa a zona sob administração do Governo Militar alemão de Bruxelas; a laranja a zona de acesso restringido no leste; a azul a  Alsácia e Lorena, incorporadas de facto a Alemanha; a verde, a zona de ocupação italiana; a branco, a chamada zona livre administrada pela França de Vichy
    

Hitler invadiu a União Soviética há 83 anos

 



Operação Barbarossa

Data 22 de junho de 1941
Local Polónia, Bielorrússia, Ucrânia, Moldávia, Lituânia, Letónia, Estónia, Oeste da Rússia
Resultado As forças do Eixo conquistam grande parte do território soviético e causam pesadas baixas ao Exército Vermelho, mas uma campanha como a da Blitzkrieg falhou.
Combatentes
 Alemanha
 Finlândia
 Itália
 Romênia
 Hungria
Flag of Slovakia (1939–1945).svg Eslováquia
 Croácia
 União Soviética
Comandantes
Alemanha Nazista Adolf Hitler
Hermann Göring
Franz Halder
Walther von Brauchitsch
Wilhelm Ritter von Leeb
Fedor von Bock
Gerd von Rundstedt
Reino da Romênia Ion Antonescu
Finlândia Gustaf Mannerheim
Reino de Itália (1861–1946) Benito Mussolini
Reino da Hungria (1920-1946) Miklós Horthy
República Eslovaca (1939-1945) Jozef Tiso
Estado Independente da Croácia Ante Pavelić
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Josef Stalin
Gueorgui Júkov
Aleksandr Vasilyevskiy
Semyon Budyonny
Kliment Voroshilov
Semyon Timoshenko
Markian Popov
Fyodor Kuznetsov
Dmitry Pavlov Executado
Ivan Tyulenev
Mikhail Kirponos
Forças
~3.9 milhões (incluindo reservas)
3.600 veículos blindados
4.389 aeronaves
46.000 peças de artilharia
~3,2 milhões inicialmente (após mais de 5 milhões)
12-15.000 veículos blindados,
35-40.000 aeronaves (11.357 prontas para o combate no dia 22 de junho de 1941)
Baixas
250.000 mortos
500.000 feridos
25.000 desaparecidos 2.093 aeronaves destruídas
2.758 blindados destruídos
802.191 mortos
3.000.000 feridos
3.300.000 capturados 21.200 aeronaves destruídas
20.500 veículos blindados perdidos

 

A Operação Barbarossa (em alemão: Unternehmen Barbarossa) foi o nome de código pelo qual ficou conhecida a operação militar alemã para invadir a União Soviética, iniciada a 22 de junho de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, rompendo assim com o Pacto Ribbentrop-Molotov (ou tratado de não-agressão) acordado entre os dois Estados cerca de dois anos antes.

Considerada a maior e mais feroz campanha militar da história em termos de mobilização de tropas e baixas sofridas, onde 4,5 milhões de soldados do Eixo invadiram a União Soviética numa frente de 2.900 km sendo também utilizados 600.000 veículos motorizados e 750.000 cavalos. Os planos para a Operação Barbarossa iniciaram no dia 18 de dezembro de 1940, sendo o seu nome devido ao monarca Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano-Germânico, um dos líderes da Terceira Cruzada no século XII.
O objetivo inicial da Operação Barbarossa era uma rápida tomada da parte europeia da União Soviética a oeste da linha que liga as cidades de Arkhangelsk e Astrakhan, chamada de linha A-A na Diretiva nº 21 de Adolf Hitler. Até ao final do mês de janeiro de 1942, o avanço alemão foi paralisado pelo Exército Vermelho. Embora não tenha alcançado o objetivo desejado de uma conquista total do território inimigo e a vitória sobre este, as tropas alemãs haviam conseguido tomar as mais importantes áreas económicas do território soviético, concentradas principalmente na Ucrânia. Fora estes sucessos alcançados, os alemães não conseguiram formar novamente uma força ofensiva que chegasse até Moscovo.
Com o falhar da Operação Barbarossa, ficaram complicadas as futuras operações dentro do território soviético, tendo todas estas tentativas falhado, como a continuação do Cerco de Leninegrado, Operação Nordlicht, e a Batalha de Estalinegrado, entre outras batalhas no território soviético ocupado.
Com o falhar da Operação Barbarossa, foi aberto um novo fronte na Segunda Guerra, a Frente Oriental, onde foram concentradas mais forças do que em qualquer outro teatro de guerra da história, sendo assim, ficou inevitável que neste fronte ocorressem algumas das maiores batalhas, baixas e atrocidades, trazendo o horror para as forças alemães e soviéticas que ali se enfrentavam, influenciando decisivamente no curso da guerra e da história do século XX.
   

quarta-feira, junho 19, 2024

Os norte-americanos andaram ao tiro ao patos nas Marianas há oitenta anos...

O porta-aviões Zuikaku e mais dois destroyers japoneses sendo atacados
      
A Batalha do Mar das Filipinas foi uma batalha aeronaval que teve lugar durante a Guerra do Pacífico, na Segunda Guerra Mundial. Envolveu a Marinha Imperial Japonesa e a Marinha dos Estados Unidos da América, e teve como palco o Mar das Filipinas, próximo das Ilhas Marianas, entre os dias 19 e 20 de junho de 1944, durante a ocupação pelas tropas norte-americanos da ilha de Saipan para posteriormente invadir as ilhas de Guam e Tinian, as três maiores ilhas que compõem as Ilhas Marianas do Norte.
Esta batalha, que se enquadra no âmbito da operação Forager, foi finalizada por um completo desastre das forças armadas japonesas, que perderam quase a totalidade da sua aviação naval embarcada, assim como metade dos porta-aviões participantes da batalha. Tanto é que chegou ao ponto de os pilotos americanos chamarem à batalha: "The Great Marianas Turkey Shoot" (em português: O tiro aos patos das Marianas).
Como resultado, a Marinha Imperial japonesa perdeu a parte principal de suas forças de combate em termos de aviação naval.
       

segunda-feira, junho 17, 2024

Heinz Guderian, um dos criadores da Blitzkrieg, nasceu há 136 anos

  
Heinz Wilhelm Guderian (Kulm, 17 de junho de 1888 - Schwangau, 14 de maio de 1954) foi um general alemão durante a Segunda Guerra Mundial que, após o conflito, se tornou um autor bem sucedido ao escrever as suas memórias. Um pioneiro na defesa da tática da "blitzkrieg", ele desempenhou um papel central no desenvolvimento do conceito das divisões panzer (uma das táticas de vanguarda da ideia da guerra mecanizada). Em 1936, ele tornou-se Inspetor de Tropas Motorizadas.

No começo da Segunda Grande Guerra, Guderian liderou um corpo de blindados na invasão da Polónia, em 1939. No ano seguinte, durante a invasão da França, ele comandou as unidades blindadas que atacaram os franceses pela floresta das Ardenas e sobrepujaram as forças Aliadas na Batalha de Sedan. Ele liderou o 2º Exército Panzer durante a Operação Barbarossa, a invasão alemã da União Soviética. A operação terminou em fracasso na Batalha de Moscovo e Guderian foi dispensado do serviço ativo.

No começo de 1943, Adolf Hitler apontou Guderian para a nova posição de Inspetor-Geral de Tropas Motorizadas. Neste papel, ele tinha a responsabilidade de reconstruir e treinar novas Divisões Panzer mas teve pouco sucesso devido ao declínio e deterioração da economia de guerra alemã. Em 1944, Guderian foi apontado então como Chefe Interino do Estado-Maior do Alto Comando do Exército, imediatamente após o atentado de 20 de julho contra Hitler. Ele negou envolvimento com movimentos antinazis dentro do exército, embora houvesse evidências circunstanciais de que ele de facto os apoiasse. Contudo, Guderian foi um nazi fervoroso, tendo afirmado, no fim da guerra, que os princípios básicos da teoria nazi tinham sido "ótimos".

Em 1944, Guderian foi colocado no comando da "Corte de Honra" de Hitler, que, após a tentativa de assassinato de Hitler, foi usada para demitir oficiais das forças armadas para que pudessem ser julgados no "Tribunal do Povo" e executados. Segundo vários historiadores, ele teria tido conhecimento da conjura contra Hitler, e convidado a integrá-la, recusou, seguindo o método de "esperar para ver". Ele passou então a ser o conselheiro pessoal de Hitler para a Frente Oriental e ficou, à vista popular, extremamente associado ao regime nazi. As tropas de Guderian executaram com cruel precisão a chamada "Ordem dos Comissários" durante a Operação Barbarossa, e ele foi implicado na comissão de represálias após a Revolta de Varsóvia de 1944.

Heinz Guderian rendeu-se às forças dos Estados Unidos, em 10 de maio de 1945, e permaneceu sob custódia até 1948. Ele foi solto sem ser indiciado por qualquer crime e aposentou-se do serviço ativo e começou a escrever as suas memórias. Intitulada Erinnerungen eines Soldaten (traduzido literalmente como "Memórias de um Soldado", mas em inglês foi lançado como Panzer Leader, ou "Líder de Tanque"), sua autobiografia tornou-se um bestseller, que é um sucesso de vendas até os dias atuais. Os livros de Guderian perpetuaram vários mitos do pós-guerra, incluindo o da teoria da "Wehrmacht limpa". No seu livro, Guderian apresenta-se como o único originador das doutrinas de blindados das forças panzer alemãs, enquanto omite qualquer menção da sua relação com Hitler e o regime nazi, ou de seu envolvimento com crimes de guerra. Guderian faleceu em 1954 e foi enterrado na cidade de Goslar.
   

quarta-feira, junho 12, 2024

Anne Frank nasceu há 95 anos...

  
Annelisse Maria Frank, mais conhecida como Anne Frank (Frankfurt am Main, 12 de junho de 1929 - Bergen-Belsen, 31 de março de 1945), foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do holocausto, que morreu aos quinze anos de idade num campo de concentração. Ela tornou-se mundialmente famosa com a publicação póstuma do seu Diário, no qual escrevia as experiências do período em que sua família se escondeu da perseguição aos judeus dos Países Baixos. O conjunto de relatos, que recebeu o nome de Diário de Anne Frank, foi publicado pela primeira vez em 1947 e é considerado um dos livros mais importantes do século XX.
Embora tenha nascido na cidade alemã de Frankfurt am Main, Anne passou a maior parte da vida em Amesterdão, nos Países Baixos. A sua família mudou para lá em 1933, ano da ascensão dos nazis ao poder. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o território holandês foi ocupado e a política de perseguição do Reich foi estendida à população judaica residente no país. A família de Anne passou a se esconder em julho de 1942, abrigando-se em anexos secretos de um edifício comercial.
Durante o período no chamado "anexo secreto", Anne escrevia no diário suas intimidades e também o quotidiano das pessoas ao seu redor. Lá permaneceu por dois anos até que, em 1944, um delator desconhecido revelou o esconderijo às autoridades nazis. O grupo foi, então, levado para campos de concentração. Anne Frank e sua irmã Margot foram transferidas para o campo de Bergen-Belsen, onde morreram de tifo em Março de 1945.
Otto Frank, pai de Anne e único sobrevivente da família, retornou a Amesterdão depois da guerra e teve acesso ao diário da filha. Seus esforços levaram à publicação do material em 1947. O diário, que foi dado a Anne no seu aniversário de 13 anos, narra sua vida de 12 de junho de 1942 até 1 de agosto de 1944. É, atualmente, um dos livros mais traduzidos em todo o mundo.
     

segunda-feira, junho 10, 2024

Lídice - não esquecemos nem perdoamos...


 

Canção de Lídice

Irmão, é a a hora
Apronta-te agora
Passa a outras mãos a invisível bandeira!
No morrer não diferente do que na vida inteira,
Não irás render-te a estes, companheiro bravo.
Estás hoje vencido, e és por isso hoje escravo.
Mas a guerra só acaba co'a última batalha
A guerra não acaba antes da última batalha.

Irmão, é a a hora
Apronta-te agora
Passa a outras mãos a invisível bandeira!
Violência ou Justiça e a balança vacila
Mas, passada a servidão, outro dia cintila.
Estás hoje vencido, mas a coragem não te falta. 
Que a guerra só acaba co'a última batalha
Que a guerra não acaba antes da última batalha.

 


in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

A infâmia de Lidice foi há oitenta e dois anos...

 
Poster da propaganda de guerra britânica sobre Lídice
  
Lídice (Lidice em língua checa, Liditz em alemão) é um pequena cidade da antiga Checoslováquia, hoje República Checa, famosa durante a Segunda Guerra Mundial quando foi totalmente destruída e a grande maioria de seus habitantes assassinados pelos alemães, a 10 de junho de 1942, como vingança pela morte de seu comandante e segunda maior autoridade nas SS nazis, Reinhard Heydrich.
  
Massacre e genocídio
Em 27 de maio de 1942, Heydrich, então designado como Protetor do Terceiro Reich na Boémia e Morávia, área ocupada pelas tropas nazis há m
ais de três anos, dirigia-se da vila onde morava para seu escritório no centro de Praga, capital do país. Numa esquina perto de seu local de destino, o carro em que viajava foi emboscado a tiros por dois integrantes da resistência checa, treinados na Inglaterra e lançados de para-quedas sobre a Checoslováquia. Atingido pelos tiros no atentado, o oficial da SS protegido de Himmler e Hitler e um dos mais cruéis da SS, um dos idealizadores da Solução Final, morreria uma semana depois, de infeção generalizada no hospital.
Enraivecido pela morte de um de seus seguidores mais leais, Hitler ordenou ao substituto de Heydrich que fizesse de tudo e não poupasse vidas para achar os responsáveis pela morte do oficial nazi e se vingar dos checos.
Seguiu-se uma retaliação sangrenta e generalizada das tropas nazis contra a população civil checa. Em 10 de junho, aconteceria aquela que se tornaria a mais tristemente famosa por sua crueldade. A pequena vila de Lídice, uma comunidade de mineiros, perto da capital, foi cercada pelas tropas nazis, impedindo a saída de seus moradores. Todos os habitantes homens com mais de quinze anos foram separados de mulheres e crianças, colocados em um celeiro e fuzilados em pequenos grupos no dia seguinte. As mulheres e crianças da cidade foram todas enviadas para o campo de concentração feminino de Ravensbruck, onde a grande maioria viria a morrer de tifo e exaustão pelos trabalhos forçados. Após o assassinato e o desterro de toda a população, a cidade inteira foi demolida com explosivos e deixada apenas em terra, aplainada por tratores. Os alemães espalharam grãos e cevada pelo chão de toda a área para transformá-la em pasto e riscaram-na dos mapas da Europa. Cerca de 340 habitantes de Lídice morreram no massacre alemão, 173 homens, 60 mulheres e provavelmente 88 crianças. Uma outra pequena aldeia de Lezaky a este de Praga, também foi destruída e seus habitantes executados.
A vingança alemã causou perto de 1500 mortes em toda a Checoslováquia e se estendeu a parentes e amigos de resistentes, integrantes da elite do país suspeitos de deslealdade e factos como o de Lídice, que foi escolhida para o massacre por ser reconhecidamente uma vila hostil aos conquistadores e suspeita de ser ponto de reunião dos assassinos de Heydrich (que acabariam suicidando-se em Praga, quando estavam prestes a serem presos pela SS).
Diferente de outros crimes de guerra que os nazis cometiam na época e mantinham em segredo, a propaganda alemã fez questão de anunciar publicamente ao mundo os eventos de Lídice, como uma ameaça e um aviso à população cativa da Europa então ocupada pela Alemanha. A notícia causou uma onda de terror e indignação mundial e a propaganda britânica aproveitou o facto para alardear os crimes do III Reich e fez um filme sobre o genocídio, “A Vila Silenciosa”.
  

O local onde se situava a vila de Lídice, hoje um cemitério sagrado e um memorial nacional
  
Lídice hoje
Lídice tornou-se um símbolo da crueldade nazi durante a guerra e diversos países batizaram cidades e vilas com o seu nome, para que ela jamais fosse esquecida, como era a intenção de Adolf Hitler, inclusive no Brasil, no estado do Rio de Janeiro. Mulheres nascidas no pós-guerra também foram batizadas com o nome de Lídice por seus pais.
Mesmo tendo sido totalmente apagada do mapa, Lídice foi novamente reconstruida e ampliada em 1949, a setecentos metros da área onde havia a vila destruída pelos nazis, mantida intocada, como um cemitério sagrado, e o terreno onde existiu é marcado apenas por um memorial - onde arde uma chama eterna - sendo um monumento nacional mantido pelo governo checo.
  

sexta-feira, junho 07, 2024

A Batalha de Midway terminou há oitenta e dois anos

 USS Yorktown sendo atingido por aviões japoneses
   
A Batalha de Midway foi uma batalha aeronaval, travada em junho de 1942 (de 4 a 7 de junho de 1942) no Oceano Pacífico, entre as forças dos Estados Unidos e do Japão, durante a Segunda Guerra Mundial, seis meses depois do ataque japonês a Pearl Harbor, que marcou o início da Guerra do Pacífico.
O resultado da batalha foi uma decisiva e crucial vitória para os norte-americanos, lembrada como o mais importante confronto naval da Segunda Guerra, marcando o ponto de viragem no conflito e causando aos japoneses a perda de quatro porta-aviões e dois cruzadores da sua frota, além de duzentos pilotos navais, na frustrada tentativa de invadir e ocupar o atol de Midway, enfraquecendo permanentemente a sua capacidade de combate no mar e no ar e retirando-lhes a iniciativa militar no resto da II Grande Guerra.

Alan Turing morreu há setenta anos...

  
Alan Mathison Turing (Maida Vale, Londres, 23 de junho de 1912 - Wilmslow, Cheshire, 7 de junho de 1954) foi um matemático, lógico, criptoanalista e cientista da computação britânico. Foi influente no desenvolvimento da ciência da computação e na formalização do conceito de algoritmo e computação com a máquina de Turing, desempenhando um papel importante na criação do computador moderno e também é pioneiro na inteligência artificial e na ciência da computação. É conhecido como o pai da computação.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Turing trabalhou para a inteligência britânica em Bletchley Park, num centro especializado em quebra de códigos. Por um tempo ele foi chefe do Hut 8, a seção responsável pela criptoanálise da frota naval alemã. Planeou uma série de técnicas para quebrar os códigos alemães, incluindo o método da bomba eletromecânica, uma máquina eletromecânica que poderia encontrar definições para a máquina Enigma.
Após a guerra, trabalhou no Laboratório Nacional de Física do Reino Unido, onde criou um dos primeiros projetos para um computador com um programa armazenado, o ACE. Posteriormente, Turing interessou-se pela química. Escreveu um artigo sobre a base química da morfogénese e previu reações químicas oscilantes como a Reação de Belousov-Zhabotinsky, que foram observadas pela primeira vez na década de 60.
A homossexualidade de Turing resultou num processo criminal em 1952, pois atos homossexuais eram ilegais no Reino Unido na época, e ele aceitou o tratamento com hormonas femininas e castração química, como alternativa à prisão. Morreu em 1954, algumas semanas antes de seu aniversário, devido a um aparente autoadministrado envenenamento por cianeto, apesar de sua mãe (e alguns outros) terem considerado a sua morte acidental. Em 10 de setembro de 2009, após uma campanha de Internet, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown fez um pedido oficial de desculpas público, em nome do governo britânico, devido à maneira pela qual Turing foi tratado após a guerra. Em 24 de dezembro de 2013, Alan Turing recebeu o perdão real, da rainha Isabel II, da condenação por homossexualidade.
  

quinta-feira, junho 06, 2024

O Dia D foi há oitenta anos...!

O Dia D


Desembarque na praia de Omaha, na Normandia, 6 de junho de 1944, durante a Operação Neptuno
Data 6 de junho, 1944
Local Normandia França
Resultado Vitória Aliada - a França é libertada dos Nazis
Combatentes
 Estados Unidos
 Reino Unido
 Canadá
 França Livre
Polónia
 Noruega
 Austrália
 Nova Zelândia
 Luxemburgo
 Dinamarca
 Bélgica
 Grécia
 Checoslováquia
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Alemanha nazi
Comandantes
Estados Unidos Dwight D. Eisenhower
Reino Unido Bernard Montgomery
Estados Unidos Omar Bradley
Reino Unido Trafford Leigh-Mallory
Reino Unido Arthur Tedder
Reino Unido Miles Dempsey
Reino Unido Bertram Ramsay
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Gerd von Rundstedt
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Erwin Rommel
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Friedrich Dollmann
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Hans von Salmuth
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Wilhelm Falley  
Forças
326.000 (em 11 de junho) 200.000 (até 6 de junho)
Baixas
37.000 mortos, 172.000 feridos/desaparecidos 200.000 mortos/feridos, 200.000 capturados


Os desembarques da Normandia foram operações durante a invasão da Normandia pelos Aliados, também conhecida como Operação Overlord e Operação Neptuno, durante a Segunda Guerra Mundial. O desembarque começou na terça-feira, 6 de junho de 1944 (Dia D), com início às 00.15 horas (UTC+2). No planeamento, o Dia D foi o termo usado para o dia de desembarque real, que era dependente de aprovação final.
O assalto foi realizado em duas fases: uma aterragem de assalto aéreo de 24 mil britânicos, norte-americanos, canadianos e tropas livres de franceses aerotransportados pouco depois da meia-noite e um desembarque anfíbio da infantaria aliada e divisões blindadas na costa da França, com início às 06.30 da manhã. Havia também as operações de engodo montado sob os nomes de código Operação Glimmer e Operação Tributável, para distrair as forças da Alemanha nazi das áreas de pouso real.
A operação foi a maior invasão anfíbia de todos os tempos, com o desembarque de mais de 160 mil tropas em 6 de junho de 1944. 195.700 pessoas das marinhas navais e mercantes aliadas em mais de 5.000 navios foram envolvidos na operação. Soldados e material foram transportados a partir do Reino Unido por aviões carregados de tropas e navios, desembarques de assalto, suporte aéreo, interdição naval do Canal Inglês e fogo naval e de apoio. Os desembarques ocorreram ao longo de um trecho de 80 km na costa da Normandia dividida em cinco setores: Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword.