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quinta-feira, junho 20, 2024

Jean Moulin, mítico chefe da resistência francesa, nasceu há 124 anos

       
Jean Moulin (Béziers, 20 de junho de 1899 - Metz, 8 de julho de 1943) foi um herói francês da resistência. Durante a Segunda Guerra Mundial foi encarregado pelo general Charles de Gaulle de unificar os movimentos de resistência contra a ocupação alemã na França.
Enveredando pela carreira administrativa, conheceu um percurso admirável e algo fulgurante. Em 1926, é o sub-prefeito mais jovem da França e, 11 anos mais tarde, o prefeito mais novo, quando da sua nomeação para o departamento de Aveyron. Nestas funções, em junho de 1940, durante a ocupação, negou-se a assinar um documento que os nazis lhe apresentaram, que acusava as tropas francesas de cor (das colónias africanas) de cometerem atrocidades. Perante esta recusa, o governo colaboracionista de Vichy destituiu-o das suas funções, o que o impeliu a partir para Londres nos finais de 1941.
Na capital britânica, De Gaulle nomeou-o delegado pela zona não ocupada de França, tendo como missão reunir e organizar os vários movimentos de resistência, às ordens do Comité de Londres. A atuação de Moulin levou à formação, em maio de 1943, do Conselho Nacional da Resistência, do qual foi o primeiro presidente.

No mesmo ano, por uma traição, cai nas mãos da Gestapo, na localidade de Caluire, juntamente com outros chefes das principais organizações da Resistência, no primeiro dia do verão de 1943. Foi levado e preso na prisão de Montluc, onde foi interrogado e torturado, mas com a firme resistência de Moulin em não fornecer informações, foi transferido para Alemanha onde morreu durante a transferência, em 8 de julho.

No Panteão de Paris desde 1964 há um cenotáfio em sua homenagem, o qual todavia não contém seus restos mortais - que nunca foram encontrados.

 
   

domingo, junho 16, 2024

Werner von Braun morreu há 47 anos...

   
Wernher Magnus Maximilian von Braun (Wirsitz, 23 de março de 1912 - Alexandria, 16 de junho de 1977) foi um engenheiro alemão e uma das principais figuras no desenvolvimento do foguete V-2 na Alemanha nazi e do foguetão Saturno V nos Estados Unidos da América.
Um pioneiro e visionário das viagens espaciais, é mundialmente conhecido pela sua liderança do projeto aeroespacial americano durante a Corrida Espacial, tendo trabalhado como projetista chefe do primeiro foguete de grande porte movido a combustível líquido produzido em série, o Aggregat 4, e por liderar o desenvolvimento do foguete Saturno V, que levou os astronautas dos EUA à Lua, em julho de 1969. A sua contraparte e rival, do lado soviético, foi o engenheiro Sergei Korolev.
Filho de um barão prussiano, demonstrou desde cedo grande inteligência e pendor técnico. Estudou engenharia mecânica no Instituto de Tecnologia Charlottenburg de Berlim. Antes e durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou no programa alemão de foguetes, alcançando progressos memoráveis. Em 1937, foi nomeado diretor do centro de experimentação de Peenemünde, onde foi responsável do aperfeiçoamento das bombas voadoras V-2, que seriam utilizados cerca de 4000 vezes principalmente na Inglaterra, em resposta aos milhares de bombardeamentos aéreos dos aliados sobre as cidades alemãs.
Com a derrota da Alemanha, e vendo que os russos estavam levando para o seu território não só as instalações remanescentes de Peenemünde, mas também a maior parte dos engenheiros alemães, decidiu entregar-se voluntariamente, com seus principais auxiliares, aos americanos. Entrou nos EUA através do (na época) secreto programa chamado Operação Paperclip.
Naturalizou-se cidadão dos EUA em 1955. Entrou na NASA em 1960, tornando-se diretor do Centro Espacial de voo Marshall de 1960 à 1970, onde dirigiu os programas de voos tripulados: Mercury, Gemini e Apollo. É o pai do foguete Saturno V que levou os astronautas dos EUA à Lua.
Em 1972, deixou a NASA para se tornar diretor adjunto da empresa Fairchild Industries. Nos EUA, é respeitado como um dos heróis do programa espacial. Morreu em 1977 de cancro no pâncreas.
  

quarta-feira, junho 12, 2024

Anne Frank nasceu há 95 anos...

  
Annelisse Maria Frank, mais conhecida como Anne Frank (Frankfurt am Main, 12 de junho de 1929 - Bergen-Belsen, 31 de março de 1945), foi uma adolescente alemã de origem judaica, vítima do holocausto, que morreu aos quinze anos de idade num campo de concentração. Ela tornou-se mundialmente famosa com a publicação póstuma do seu Diário, no qual escrevia as experiências do período em que sua família se escondeu da perseguição aos judeus dos Países Baixos. O conjunto de relatos, que recebeu o nome de Diário de Anne Frank, foi publicado pela primeira vez em 1947 e é considerado um dos livros mais importantes do século XX.
Embora tenha nascido na cidade alemã de Frankfurt am Main, Anne passou a maior parte da vida em Amesterdão, nos Países Baixos. A sua família mudou para lá em 1933, ano da ascensão dos nazis ao poder. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o território holandês foi ocupado e a política de perseguição do Reich foi estendida à população judaica residente no país. A família de Anne passou a se esconder em julho de 1942, abrigando-se em anexos secretos de um edifício comercial.
Durante o período no chamado "anexo secreto", Anne escrevia no diário suas intimidades e também o quotidiano das pessoas ao seu redor. Lá permaneceu por dois anos até que, em 1944, um delator desconhecido revelou o esconderijo às autoridades nazis. O grupo foi, então, levado para campos de concentração. Anne Frank e sua irmã Margot foram transferidas para o campo de Bergen-Belsen, onde morreram de tifo em Março de 1945.
Otto Frank, pai de Anne e único sobrevivente da família, retornou a Amesterdão depois da guerra e teve acesso ao diário da filha. Seus esforços levaram à publicação do material em 1947. O diário, que foi dado a Anne no seu aniversário de 13 anos, narra sua vida de 12 de junho de 1942 até 1 de agosto de 1944. É, atualmente, um dos livros mais traduzidos em todo o mundo.
     

segunda-feira, junho 10, 2024

Lídice - não esquecemos nem perdoamos...


 

Canção de Lídice

Irmão, é a a hora
Apronta-te agora
Passa a outras mãos a invisível bandeira!
No morrer não diferente do que na vida inteira,
Não irás render-te a estes, companheiro bravo.
Estás hoje vencido, e és por isso hoje escravo.
Mas a guerra só acaba co'a última batalha
A guerra não acaba antes da última batalha.

Irmão, é a a hora
Apronta-te agora
Passa a outras mãos a invisível bandeira!
Violência ou Justiça e a balança vacila
Mas, passada a servidão, outro dia cintila.
Estás hoje vencido, mas a coragem não te falta. 
Que a guerra só acaba co'a última batalha
Que a guerra não acaba antes da última batalha.

 


in Poemas (2007) - Bertold Brecht (tradução de Paulo Quintela)

A infâmia de Lidice foi há oitenta e dois anos...

 
Poster da propaganda de guerra britânica sobre Lídice
  
Lídice (Lidice em língua checa, Liditz em alemão) é um pequena cidade da antiga Checoslováquia, hoje República Checa, famosa durante a Segunda Guerra Mundial quando foi totalmente destruída e a grande maioria de seus habitantes assassinados pelos alemães, a 10 de junho de 1942, como vingança pela morte de seu comandante e segunda maior autoridade nas SS nazis, Reinhard Heydrich.
  
Massacre e genocídio
Em 27 de maio de 1942, Heydrich, então designado como Protetor do Terceiro Reich na Boémia e Morávia, área ocupada pelas tropas nazis há m
ais de três anos, dirigia-se da vila onde morava para seu escritório no centro de Praga, capital do país. Numa esquina perto de seu local de destino, o carro em que viajava foi emboscado a tiros por dois integrantes da resistência checa, treinados na Inglaterra e lançados de para-quedas sobre a Checoslováquia. Atingido pelos tiros no atentado, o oficial da SS protegido de Himmler e Hitler e um dos mais cruéis da SS, um dos idealizadores da Solução Final, morreria uma semana depois, de infeção generalizada no hospital.
Enraivecido pela morte de um de seus seguidores mais leais, Hitler ordenou ao substituto de Heydrich que fizesse de tudo e não poupasse vidas para achar os responsáveis pela morte do oficial nazi e se vingar dos checos.
Seguiu-se uma retaliação sangrenta e generalizada das tropas nazis contra a população civil checa. Em 10 de junho, aconteceria aquela que se tornaria a mais tristemente famosa por sua crueldade. A pequena vila de Lídice, uma comunidade de mineiros, perto da capital, foi cercada pelas tropas nazis, impedindo a saída de seus moradores. Todos os habitantes homens com mais de quinze anos foram separados de mulheres e crianças, colocados em um celeiro e fuzilados em pequenos grupos no dia seguinte. As mulheres e crianças da cidade foram todas enviadas para o campo de concentração feminino de Ravensbruck, onde a grande maioria viria a morrer de tifo e exaustão pelos trabalhos forçados. Após o assassinato e o desterro de toda a população, a cidade inteira foi demolida com explosivos e deixada apenas em terra, aplainada por tratores. Os alemães espalharam grãos e cevada pelo chão de toda a área para transformá-la em pasto e riscaram-na dos mapas da Europa. Cerca de 340 habitantes de Lídice morreram no massacre alemão, 173 homens, 60 mulheres e provavelmente 88 crianças. Uma outra pequena aldeia de Lezaky a este de Praga, também foi destruída e seus habitantes executados.
A vingança alemã causou perto de 1500 mortes em toda a Checoslováquia e se estendeu a parentes e amigos de resistentes, integrantes da elite do país suspeitos de deslealdade e factos como o de Lídice, que foi escolhida para o massacre por ser reconhecidamente uma vila hostil aos conquistadores e suspeita de ser ponto de reunião dos assassinos de Heydrich (que acabariam suicidando-se em Praga, quando estavam prestes a serem presos pela SS).
Diferente de outros crimes de guerra que os nazis cometiam na época e mantinham em segredo, a propaganda alemã fez questão de anunciar publicamente ao mundo os eventos de Lídice, como uma ameaça e um aviso à população cativa da Europa então ocupada pela Alemanha. A notícia causou uma onda de terror e indignação mundial e a propaganda britânica aproveitou o facto para alardear os crimes do III Reich e fez um filme sobre o genocídio, “A Vila Silenciosa”.
  

O local onde se situava a vila de Lídice, hoje um cemitério sagrado e um memorial nacional
  
Lídice hoje
Lídice tornou-se um símbolo da crueldade nazi durante a guerra e diversos países batizaram cidades e vilas com o seu nome, para que ela jamais fosse esquecida, como era a intenção de Adolf Hitler, inclusive no Brasil, no estado do Rio de Janeiro. Mulheres nascidas no pós-guerra também foram batizadas com o nome de Lídice por seus pais.
Mesmo tendo sido totalmente apagada do mapa, Lídice foi novamente reconstruida e ampliada em 1949, a setecentos metros da área onde havia a vila destruída pelos nazis, mantida intocada, como um cemitério sagrado, e o terreno onde existiu é marcado apenas por um memorial - onde arde uma chama eterna - sendo um monumento nacional mantido pelo governo checo.
  

Hoje é dia de recordar os oitenta anos do crime nazi de Oradour-sur-Glane...

Ruínas queimadas e carcaças de veículos no memorial intocado de Oradour-sur-Glane
    
Oradour-sur-Glane é uma comuna francesa, situada no departamento de Haute-Vienne, na região do Limousin.
A cidade tornou-se famosa por ter sido o local de um dos maiores massacres cometidos pelos soldados nazis das Waffen-SS durante a Segunda Guerra Mundial.
Dias após o desembarque das tropas aliadas na Normandia em 6 de junho de 1944, no que ficou conhecido como Dia D, tropas alemães estacionadas na França dirigiam-se aos locais de desembarque para travar combate com as forças aliadas. Uma delas, a 2ª Divisão Panzer SS Das Reich, da Waffen-SS, as tropas de combate de elite da SS, atravessava boa parte do país, em direção à costa, tendo sido diversas vezes fustigada no caminho por sabotagens e ações da resistência francesa, os maquis.
  
Massacre
Em 10 de junho de 1944, nas proximidades da vila de Oradour-sur-Glane, o comandante de um dos batalhões da divisão, Sturmbannführer Adolf Diekmann, comunicou aos seus oficiais subordinados que havia sido avisado por dois civis franceses da região que um oficial SS havia sido preso pelos guerrilheiros na cidade e seria executado e queimado publicamente nos próximos dias.
No começo da tarde, os pelotões da SS cercaram e fecharam a cidadezinha de Oradour e o comando convocou toda a população para a praça principal a fim de fazer uma verificação de documentos. Homens e mulheres foram separados, os homens levados a celeiros e garagens das redondezas e as mulheres e crianças fechadas na igreja do lugar.
Nos celeiros, onde os habitantes masculinos eram esperados por metralhadoras montadas em tripés, todos foram fuzilados e os celeiros queimados com os  seus corpos dentro. Dos 195 homens de Oradour presos, apenas cinco escaparam. Enquanto isso, outros SS atiraram tochas incendiárias para dentro da igreja, onde se encontravam fechadas as mulheres e crianças, causando um incêndio generalizado.
Os sobreviventes que tentavam escapar pelas janelas eram metralhados por soldados colocados em posição do lado de fora. Apenas uma mulher, Marguerite Rouffanche, conseguiu escapar entre as 452 mulheres e crianças que morreram carbonizadas na chacina, fugindo por um buraco de janela partido pelo fogo, sem ser percebida. Após a imolação, a tropa queimou a cidade até às fundações. No total, 642 habitantes de Oradour foram mortos pelas Waffen-SS em algumas horas, de um total de pouco mais de mil habitantes.
     

Dentro da igreja, conservada em ruínas, exatamente como ficou em 1944, 452 mulheres e crianças foram queimadas vivas pelas tropas das SS
     
Protestos
A barbárie causou uma onda de protestos dentro das próprias forças alemãs, incluindo o Marechal Erwin Rommel e o governo francês aliado dos nazis em Vichy, na França não-ocupada. O comando da divisão considerou que o comandante Dieckman havia extrapolado em muito as suas ordens - fazer 30 franceses de reféns e usá-los como moeda de troca pelo suposto oficial nazi prisioneiro - e abriu uma investigação judicial militar. Diekman não chegou a ser julgado, morrendo em combate pouco dias depois do massacre, juntamente com a maior parte dos criminosos que destruíram Oradour-sur-Glane.
Após a guerra, o Presidente Charles De Gaulle decidiu que a cidade não seria reconstruída, permanecendo suas ruínas como um memorial à crueldade da ocupação nazi na França. Em 1999. Jacques Chirac ergueu um centro da memória em Oradour, e nomeou oficialmente a vila como 'cidade-mártir'.
Assim como a sua cidade-irmã em martírio, Lídice, na Checoslováquia, a nova Oradour-sur-Glane é uma pequena comuna de pouco mais de 2.000 habitantes, construída a pequena distância das ruínas silenciosas da cidade-mártir francesa da Segunda Guerra Mundial.
 
As ruínas tombadas e transformadas em memorial da cidade-mártir nos dias de hoje
      
Requiem por Oradour-sur-Glane
A tragédia de Oradour foi contada na televisão mundial em documentário na aclamada série da BBCinglesa, The World at War (O Mundo em Guerra) de 1974. Na voz de Laurence Olivier, o primeiro capítulo da série abre com imagens feitas de helicóptero sobre a cidade vazia e silenciosa e a narração grave:

Por esta estrada, num dia de verão de 1944, os soldados vieram. Ninguém vive aqui agora. Eles aqui ficaram por algumas horas. Quando eles se foram, a comunidade que existia há mil anos, havia morrido. Esta é Oradour-sur-Glane, na França. No dia em que os soldados vieram, a população foi reunida. Os homens foram levados para garagens e celeiros, as mulheres e crianças foram conduzidas por esta rua e trancadas dentro desta igreja. Aqui, elas escutaram os tiros que matavam seus homens. Então, elas foram mortas também. Algumas semanas depois, muitos daqueles que cometeram essas mortes, foram também mortos, em batalha.
Nunca reconstruiram Oradour. As suas ruínas são um memorial. O seu martírio soma-se a milhares e milhares de outros martírios na Polónia, na Rússia, em Burma, na China, em..... um Mundo em Guerra.         

quinta-feira, junho 06, 2024

O Dia D foi há oitenta anos...!

O Dia D


Desembarque na praia de Omaha, na Normandia, 6 de junho de 1944, durante a Operação Neptuno
Data 6 de junho, 1944
Local Normandia França
Resultado Vitória Aliada - a França é libertada dos Nazis
Combatentes
 Estados Unidos
 Reino Unido
 Canadá
 França Livre
Polónia
 Noruega
 Austrália
 Nova Zelândia
 Luxemburgo
 Dinamarca
 Bélgica
 Grécia
 Checoslováquia
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Alemanha nazi
Comandantes
Estados Unidos Dwight D. Eisenhower
Reino Unido Bernard Montgomery
Estados Unidos Omar Bradley
Reino Unido Trafford Leigh-Mallory
Reino Unido Arthur Tedder
Reino Unido Miles Dempsey
Reino Unido Bertram Ramsay
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Gerd von Rundstedt
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Erwin Rommel
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Friedrich Dollmann
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Hans von Salmuth
Flag of the NSDAP (1920–1945).svg Wilhelm Falley  
Forças
326.000 (em 11 de junho) 200.000 (até 6 de junho)
Baixas
37.000 mortos, 172.000 feridos/desaparecidos 200.000 mortos/feridos, 200.000 capturados


Os desembarques da Normandia foram operações durante a invasão da Normandia pelos Aliados, também conhecida como Operação Overlord e Operação Neptuno, durante a Segunda Guerra Mundial. O desembarque começou na terça-feira, 6 de junho de 1944 (Dia D), com início às 00.15 horas (UTC+2). No planeamento, o Dia D foi o termo usado para o dia de desembarque real, que era dependente de aprovação final.
O assalto foi realizado em duas fases: uma aterragem de assalto aéreo de 24 mil britânicos, norte-americanos, canadianos e tropas livres de franceses aerotransportados pouco depois da meia-noite e um desembarque anfíbio da infantaria aliada e divisões blindadas na costa da França, com início às 06.30 da manhã. Havia também as operações de engodo montado sob os nomes de código Operação Glimmer e Operação Tributável, para distrair as forças da Alemanha nazi das áreas de pouso real.
A operação foi a maior invasão anfíbia de todos os tempos, com o desembarque de mais de 160 mil tropas em 6 de junho de 1944. 195.700 pessoas das marinhas navais e mercantes aliadas em mais de 5.000 navios foram envolvidos na operação. Soldados e material foram transportados a partir do Reino Unido por aviões carregados de tropas e navios, desembarques de assalto, suporte aéreo, interdição naval do Canal Inglês e fogo naval e de apoio. Os desembarques ocorreram ao longo de um trecho de 80 km na costa da Normandia dividida em cinco setores: Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword.
       

terça-feira, junho 04, 2024

O Milagre de Dunquerque acabou há 84 anos...

Evacuação das Tropas Aliadas

   
A Evacuação de Dunquerque, Milagre de Dunquerque ou Operação Dínamo, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial. Quase trezentos e quarenta mil soldados aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho, da cidade francesa de Dunquerque até a cidade inglesa de Dover; um desastre decorrente da invasão da França pela forças nazis em 10 de maio de 1940, que avançou rapidamente devido a falta de efetiva resistência aliada.
Comandada pelo vice-almirante Bertram Ramsay, a intenção inicial era evacuar cerca de 45 mil homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas, em breve, o objetivo foi alterado para resgatar 120 mil homens em cinco dias.
Os exércitos britânicos, francês e belga, desdobrados ao longo de uma frente de 250 km, curvados para dentro do Canal da Mancha, estavam cercados pelos alemães. E as tropas, exaustas, empurradas constantemente para trás pelo Panzers inimigos, apertavam nervosamente os fuzis e esperavam em silencioso terror. A retirada era inevitável. De facto, na manhã de 26 de maio de 1940, Anthony Eden, Ministro da Guerra, havia autorizado um recuo geral para a costa, mas o General John Vereker, 6º Visconde de Gort, o franco e vigoroso Comandante-chefe da Força Expedicionária Britânica, na França, tinha as suas dúvidas.
A perspetiva da derrota viera com surpreendente e terrível rapidez. Durante oito meses, muitos dos 390.000 homens do exército de Lord Gort tinham desfrutado de uma boa vida. Iludidos de que a Linha Maginot, com seus 400 km para o sul, era inexpugnável, haviam construído 400 casamatas de concreto armado, cavado trincheiras e fossos antitanques nos moldes semelhantes àqueles da Primeira Guerra Mundial, à espera dos alemães. Subitamente, em 10 de maio, dez divisões blindadas alemãs e 117 divisões de infantaria irromperam pela neutra Holanda, esmagando suas defesas, sucedendo-se o mesmo com a Bélgica e com o Luxemburgo, também neutros. Pouco depois sete divisões rompiam as linhas do exército francês em Sedan, atravessando facilmente as florestas e as colinas das Ardenas.
Os ingleses acorreram em socorro, atravessando a Bélgica com a expectativa de realização de grandes feitos, porém a campanha revelou-se um pesadelo e a posição aliada se tornou insustentável.
A partir da ordem de Sir Eden, originou-se um deslocamento de tropas sem precedentes até então. Milhares de soldados, sob fogo cerrado das divisões alemães, deslocaram-se ao longo desta linha em direção ao mar. A retirada de um número tão grande de soldados e equipamentos era, por si só, uma tarefa monumental, sob ataque pesado do inimigo então era algo que se mostrava surreal. Acompanhando a esta movimentação estava a temível Luftwaffe em todo seu esplendor, que praticamente sem resistência no ar, bombardeava sem pudor nenhum as tropas em retirada.


Cenas do resgate em Dunquerque
  
O erro
A retirada só foi efetivada devido a um erro estratégico, cuja motivação é desconhecida, sendo até hoje um mistério para os historiadores da Segunda Guerra Mundial.
A evacuação, mesmo de uma pequena parte da Força Expedicionária Britânica, constituiria um fato surpreendente, pois Dunquerque só se manteve graças a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã. Em 23 de maio, quando seus tanques já se encontravam a 20 Km de Dunquerque, o então General Gerd von Rundstedt, baixou um ordem : "Deter-se na linha do Canal A e instalar-se".
Ao contrário dos audazes comandantes das divisões Panzers, como Rommel, o prudente Rundstedt, de 65 anos, não aceitava o novo conceito no emprego de tanques. Mais uma vez durante a Campanha das Ardenas, ele havia ordenado várias paradas, com receio de que as Divisões Blindadas se distanciassem muito das tropas de infantaria, que viriam logo atrás, para apoio e consolidação do terreno. Somado a isto, seu entendimento era de que a planície pantanosa do Flandres não era propícia ao emprego de blindados, o que poderia atolar os Panzers e prejudicar o plano original, que era a ação sobre o coração da França.
Em 28 de maio, além das embarcações a ajudar na operação, foram chamados mais dez contratorpedeiros que tentaram naquela manhã uma nova operação de resgate. Vários milhares acabaram por ser resgatados, embora os contratorpedeiros não puderam se aproximar o necessário da praia. Outras operações de resgate no resto do dia 28 tiveram mais sucesso, tendo resgatado mais 16 000 homens, mas as operações aéreas alemãs aumentaram e várias embarcações foram afundadas ou bastante danificadas, incluindo nove contratorpedeiros. Durante a Operação Dínamo, a RAF perdeu 177 aviões e a Luftwaffe 132, sobre Dunquerque.
Em 29 de maio, a divisão panzer alemã que se aproximava parou em Dunquerque, deixando assim o resto da batalha para a infantaria e força aérea. Na tarde do dia 30, um outro grande grupo de embarcações menores conseguiu resgatar 30 mil homens. No dia 31 de maio, as forças aliadas estavam comprimidas num espaço de 5 km desde De Panne, Bray-Dunes a Dunquerque; nesse dia mais de 68 mil soldados foram evacuados, e outros 10 mil, durante a noite. Em 1 de junho, outros 65 mil foram resgatados e as operações continuaram até 4 de junho.
Um total de cinco nações fizeram parte da evacuação de Dunquerque: Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos e Polónia.
   
Data Tropas evacuadas das praias Tropas evacuadas do Porto de Dunquerque Total
27 - 7.669 7.669
28 5.930 11.874 17.804
29 13.752 33.558 47.310
30 29.512 24.311 53.823
31 22.942 45.072 68.014
1 17.348 47.081 64.429
2 6.695 19.561 26.256
3 1.870 24.876 26.746
4 622 25.553 26.175
Totail 98.780 239.446 338.226
    

O Carniceiro de Praga morreu há oitenta e dois anos...

   
Reinhard Tristan Eugen Heydrich (Halle an der Saale, 7 de março de 1904 - Praga, 4 de junho de 1942) foi um dos líderes da Schutzstaffel durante o regime nacional-socialista na Alemanha. Chegou a alcançar o posto de Obergruppenführer dentro da SS, a temida tropa de choque nazi. Reinhard liderou a RSHA e foi, curiosamente, durante dois anos presidente da Interpol.
Tinha a patente de SS-Obergruppenführer und General der Polizei (Líder de Grupo Sénior e Chefe da Polícia) tal como chefe do Reichssicherheitshauptamt (Gabinete Central de Segurança do Reich; incluindo a Gestapo, Kripo e SD). Também era Stellvertretender Reichsprotektor (Protector) da Boémia e Morávia, atual República Checa. Heydrich prestou serviço como presidente da Comissão da Polícia Criminal Internacional (ICPC; mais tarde conhecida como Interpol), e esteve à frente da Conferência de Wannsee em janeiro de 1942, a qual formalizou os planos para a Solução Final e a Questão Judaica - a deportação e o genocídio de todos os judeus na Europa ocupada pelo regime nazi.
Muitos historiadores descrevem-no como uma das figuras mais sombrias da elite nazi; Adolf Hitler descreveu-o como "o homem com coração de ferro". Heydrich foi um dos fundadores da Sicherheitsdienst (SD), uma organização de informação encarregada de encontrar e neutralizar a resistência ao Partido Nazi através de detenções, deportações e assassinatos. Ajudou a organizar a Kristallnacht, uma série de ataques coordenados contra os judeus em toda a Alemanha nazi e partes da Áustria em 9–10 de novembro de 1938. Os ataques, efetuados por membros das SA e civis, representaram um presságio ao Holocausto. Quando chegou a Praga, Heydrich procurou eliminar a a oposição à ocupação nazi suprimindo a cultura checa e deportando e executando os membros da resistência checa. Foi diretamente responsável pelo Einsatzgruppen, grupos de intervenção especiais que assassinaram mais de dois milhões de pessoas, incluindo 1,3 milhões de judeus, através de execuções em massa e gaseamentos.
Heydrich foi alvo de um atentado em Praga, no dia 27 de maio de 1942, por uma equipa de soldados checos e eslovacos, treinados pelos britânicos, enviados pelo governo checo-eslovaco no exílio para o matar, na Operação Antropóide. Heydrich morreu uma semana depois, dos ferimentos sofridos. Os serviços de informação falsearam as ligações dos assassinos às vilas de Lídice e Ležáky. Lídice foi completamente destruída; todos os homens e crianças acima dos 16 anos de idade foram executados, e quase todas as crianças foram enviadas para campos de concentração nazis.
   

sábado, junho 01, 2024

Israel executou o nazi Adolf Eichmann há sessenta e dois anos...

No julgamento em 1961
 
Otto Adolf Eichmann (Solingen, 19 de março de 1906 – Ramla, 1 de junho de 1962) foi um SS-Obersturmbannführer (tenente-coronel) nazi e um dos principais organizadores do Holocausto. Eichmann foi designado pelo SS-Obergruppenführer (general/tenente-general) Reinhard Heydrich para gerir a logística das deportações em massa dos judeus para os guetos e campos de extermínio das zonas ocupadas pelos alemães na Europa de Leste durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1960, foi raptado na Argentina pela Mossad, os serviços secretos de Israel. No seguimento dum muito publicitado julgamento em Israel, foi considerado culpado de crimes de guerra e enforcado em 1962.

Depois de frequentar a escola, onde foi um aluno mediano, Eichmann trabalhou na empresa de mineração do seu pai na Áustria, para onde a família foi viver em 1914. A partir de 1927, trabalhou como técnico comercial da área do petróleo, juntando-se ao Partido Nazi e às SS em 1932. Após regressar à Alemanha em 1933, entrou para o Sicherheitsdienst (SD; Serviço de Segurança), onde foi nomeado para chefe do departamento responsável pelas questões judaicas — em particular a emigração, a qual os nazis forçaram através da violência e pressão económica. No início da guerra, em setembro de 1939, Eichmann e o seu pessoal concentraram os judeus em guetos nas grandes cidades, esperando que fossem transportados para o leste e para territórios ultramarinos. Eichmann elaborou planos para colocar os judeus em reservas, primeiramente em Nisko, no sudeste da Polónia e, mais tarde, em Madagáscar, mas nenhum deles seguiu em frente.

Quando os nazis deram início à invasão da União Soviética em 1941, a política em relação aos judeus foi alterada passando de emigração para extermínio. Para coordenar o planeamento do genocídio, Heydrich recebeu os responsáveis administrativos do regime na Conferência de Wannsee em 20 de Janeiro de 1942. Eichmann reuniu informação para Heydrich, esteve presente na reunião e preparou as minutas. Eichmann e o seu pessoal ficaram responsáveis pela deportação dos judeus para os campos de extermínio, onde as vítimas foram gaseadas. Depois da invasão alemã da Hungria em março de 1944, Eichmann supervisionou a deportação de grande parte da população judia daquele país. Muitas das vítimas foram enviadas para Auschwitz, onde entre 75 e 90 por cento foi executada à chegada. Quando os transportes cessaram, em julho de 1944, 437.000 dos 725.000 judeus húngaros tinham sido mortos. O historiador Richard J. Evans estima que entre 5,5 e 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelos nazis. Eichmann afirmou, no final da guerra, que "daria saltos na sua sepultura de tanto rir porque, sentir que tinha cinco milhões de pessoas na sua consciência, seria para ele uma fonte de extraordinária satisfação."

Depois da derrota da Alemanha em 1945, Eichmann fugiu para a Áustria. Ali viveu até 1950, mudando-se para a Argentina, usando documentos falsos. As informações recolhidas pela Mossad possibilitaram confirmar a localização de Eichmann, em 1960. Uma equipa da Mossad e agentes da Shin Bet sequestraram Eichmann e levaram-no para Israel para ser julgado por 15 crimes, incluindo crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes contra o povo judeu. Considerado culpado de muitas das acusações, foi condenado à morte e executado a 1 de junho de 1962. O julgamento foi seguido pelos meios de comunicação e serviu de inspiração para vários livros, incluindo o de Hannah Arendt, Eichmann em Jerusalém, no qual Arendt descreve Eichmann com a frase "a banalidade do mal".
 

segunda-feira, maio 27, 2024

O Carniceiro de Praga foi alvo de um atentado há 82 anos

 
Reinhard Tristan Eugen Heydrich (Halle an der Saale, 7 de março de 1904 - Praga, 4 de junho de 1942) foi um dos líderes da Schutzstaffel durante o regime nacional-socialista na Alemanha. Chegou a alcançar o posto de Obergruppenführer dentro da SS, a temida tropa de choque nazi. Reinhard liderou a RSHA e foi por dois anos presidente da Interpol.
Era conhecido pela alcunha Protektor, por ter assumido o cargo de protetor dos territórios da Boémia e Morávia (nome pelo qual ficou conhecida a ex-Checoslováquia, anexada pelos nazis em 1939), em 1941, quando Konstantin von Neurath se revelou incapaz de reprimir as manifestações dos patriotas checos. Os horrores que ali cometeu e o terror que infundiu às pessoas valeram-lhe um cognome: o Carniceiro de Praga.
Hoje, poucos duvidam da sua perícia à frente do Sicherheitsdienst (SD - Serviço de Segurança), vinculada às SS e com o objetivo de investigar, prender e eliminar toda a oposição ao regime nazi, em especial nos países ocupados. O SD, sob Heydrich, perseguiu comunistas, judeus e outros grupos religiosos que recusaram aderir ao nazismo, como as Testemunhas de Jeová. Além disso, Heydrich atuou como uma espécie de supervisor da "Solução Final" (Endlösung, em alemão), eufemismo pelo qual os nazis se referiam ao plano de extermínio da comunidade judaica. Nessa altura, ele foi incumbido por Hitler de exercer o seu trabalho in loco na Checoslováquia ocupada, onde se sabia da existência de um movimento de resistência nacional.
Na juventude, ganhou reputação pela sua habilidade desportiva – era um exímio esgrimista – e musical, ao ponto de seus pais terem sonhado com a possibilidade de ver o jovem Reinhard tornar-se um violinista famoso.
     
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Uma vez na Checoslováquia ocupada pelos nazis, Heydrich passou a exercer o seu poder tirânico através de assassinatos, prisões, torturas e quaisquer métodos similares que fossem necessários para controlar o movimento da resistência Checa, liderado desde Londres pelo ex-presidente do país, Eduard Benes. A política de Peitsche und Zücker (tradução: chicote e açúcar) fez de Heydrich, rapidamente, uma figura tão ou mais odiada pelos checoslovacos do que o próprio Adolf Hitler. A 27 de maio de 1942, dois militares checos, Jan Kubis e Josef Gabcik, membros do comando Anthropoid, encarregaram-se de protagonizar um atentado contra a vida de Heydrich. Ambos saltaram de pára-quedas meses antes, numa área próxima de Praga, e logo se dedicaram a procurar um local ideal para executar os seus planos. A tentativa de assassinato resultaria em parte graças à arrogância de Heydrich, que insistia em se deslocar pelas ruas de Praga num carro descapotável – contrariando as advertências de seus subordinados, que recomendavam que o Protektor utilizasse carros blindados.
Na manhã de 27 de maio de 1942, Heydrich saiu no seu carro, acompanhado pelo seu motorista, para apanhar um avião até Berlim. Kubis e Gabcik esperavam a postos numa curva entre as ruas Kirchmayer e V Holesóvickach, onde supostamente o carro passaria devagar. Gabcik utilizava uma pistola-metralhadora Sten de fabricação britânica, que deveria disparar contra o Mercedes-Benz do Protektor – mas a arma encravou. Reagindo à falha da arma do companheiro, Kubis lançou uma bomba artesanal, atingindo o carro de Heydrich, e ferindo-o gravemente quando Heydrich saía do carro para acertar contas com Gabcik – os dois receberam intenso treino no quartel de Dovercourt, Reino Unido, antes de executarem a sua missão. Com o impacto da explosão da granada, Heydrich teve o baço perfurado por estilhaços tendo mais tarde, devido a infeção, ficado com septicemia.