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quinta-feira, junho 13, 2024

Álvaro Cunhal morreu há dezanove anos...

     
Álvaro Barreirinhas Cunhal (Coimbra, 10 de novembro de 1913 - Lisboa, 13 de junho de 2005) foi um político e escritor português, conhecido por ser um resistente ao Estado Novo, e ter dedicado a vida ao ideal comunista e ao seu partido: o Partido Comunista Português.
        
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Além das suas funções na direção partidária, foi romancista e pintor, escrevendo sob o pseudónimo de Manuel Tiago, o que só revelou em 1995.
    

 

(imagem daqui)

sexta-feira, junho 07, 2024

Imre Nagy nasceu há 128 anos...

   
Imre Nagy (Kaposvár, 7 de junho de 1896 - 16 de junho de 1958) foi um líder comunista húngaro. Combateu pelo exército da Áustria-Hungria na Primeira Guerra Mundial e trabalhou depois na secção húngara do Comintern.
Depois da ocupação da Hungria pelos soviéticos, em 1945, na sequência da Segunda Guerra Mundial, Nagy tornou-se o ministro da agricultura e ministro da justiça durante a época das purgas (1948-1953), mas pertenceu à liderança da ala reformista do Partido Comunista Húngaro após a morte de Estaline.
Em outubro de 1956, tornou-se primeiro-ministro durante a revolução e concordou com medidas radicais anti-soviéticas. Depois de as tropas soviéticas ocuparem a Hungria e esmagado pela força a Revolução Húngara de 1956, Nagy foi executado e enterrado secretamente em 1958.
            
 
(imagem daqui)
 

quinta-feira, maio 30, 2024

Mário Lago, ator e cantor, morreu há vinte e dois anos...

 

Mário Lago (Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1911 - Rio de Janeiro, 30 de maio de 2002) foi um advogado, poeta, radialista, compositor e ator brasileiro.
Autor de sambas populares como "Ai, que saudades da Amélia" e "Atire a primeira pedra", ambos em parceria com Ataulfo Alves, fez-se popular entre as décadas de 40 e 50.
  
Biografia
Filho do maestro Antônio Lago e de Francisca Maria Vicencia Croccia Lago, e neto do anarquista e flautista italiano Giuseppe Croccia, formou-se em Direito na Universidade do Brasil, em 1933, tendo-se nesta época tornado marxista. A opção pelas ideais comunistas fizeram com que fosse preso em sete ocasiões - 1932, 1941, 1946, 1949, 1952, 1964 e 1969.
Foi casado com Zeli, filha do militante comunista Henrique Cordeiro, que conhecera numa manifestação política, até a morte dela em 1997. O casal teve cinco filhos: Antônio Henrique, Graça Maria, Mário Lago Filho, Luiz Carlos (em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes) e Vanda.
Torcedor do Fluminense, chegou a declarar, na época do 1º descido de divisão do clube, que a virada de mesa em favor do tricolor carioca havia sido uma atitude vergonhosa de todos os responsáveis, envolvidos no esquema. Ele afirmava veementemente, que a equipa deveria ter voltado à divisão de elite do Campeonato Brasileiro no campo.

Carreira artística
Começou pela poesia, e teve o seu primeiro poema publicado aos 15 anos. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na década de 30, na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde iniciou a sua militância política no Centro Acadêmico Cândido de Oliveira, então fortemente influenciado pelo Partido Comunista do Brasil, à época PCB, atual PCdoB. Durante a década de 1930, a então principal Faculdade de Direito da capital da República era um celeiro de arte aliada à política, onde estudaram Lago e seus contemporâneos Carlos Lacerda, Jorge Amado, Lamartine Babo entre outros.
Depois de formado, exerceu a profissão de advogado por apenas alguns meses. Envolveu-se com o teatro de revista, escrevendo, compondo e atuando. A sua estreia como letrista de música popular foi com "Menina, eu sei de uma coisa", parceria com Custódio Mesquita, gravada em 1935 por Mário Reis. Três anos depois, Orlando Silva realizou a famosa gravação de "Nada além", da mesma dupla de autores.
As suas composições mais famosas são "Ai que saudades da Amélia", "Atire a primeira pedra", ambas em parceria com Ataulfo Alves; "É tão gostoso, seu moço", com Chocolate, "Número um", com Benedito Lacerda, o samba "Fracasso" e a marcha carnavalesca "Aurora", em parceria com Roberto Roberti, que ficou consagrada na interpretação de Carmen Miranda.
Em "Amélia", a descrição daquela mulher idealizada, ficou tão popular que "Amélia" tornou-se sinónimo de mulher submissa, resignada e dedicada aos trabalhos domésticos.
Na Rádio Nacional, Mário Lago foi ator de Rádio, ele atuou na radionovela, especial da Semana Santa, a 27 de março de 1959: A Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo, interpretando Herodes, e também roteirista, escrevendo a radionovela "Presídio de Mulheres". Mas só ficou conhecido do grande público mais tarde, pela televisão, quando passou a atuar em novelas da Rede Globo, como "Selva de Pedra", "O Casarão", "Nina", "Elas por Elas" e "Barriga de Aluguel", entre outras. Também atuou em peças de teatro e filmes, como "Terra em Transe", de Glauber Rocha.
Mário esteve na União Soviética, em 1957, a convite da Radio Moscovo, para participar da reestruturação do programa Conversando com o Brasil, do qual participavam artistas e intelectuais brasileiros. Mas os programas radiofónicos produzidos no Brasil, que Mário mostrou aos soviéticos, foram por eles qualificados de "burgueses" e "decadentes". A avaliação que Mário Lago fez da União Soviética também não foi das melhores. Ali, segundo ele, a produção cultural sofria pelo excesso de gravidade e autoritarismo. Apesar da deceção com a experiência soviética, Mário Lago jamais abandonou a militância política.
Em 1964, foi um dos nomes a encabeçar a lista dos que tiveram seus direitos políticos cessados pelo regime militar, e perdeu as suas funções na Rádio Nacional.
Em 1989, ligou-se ao Partido dos Trabalhadores e atuou como âncora dos programas eleitorais do então candidato do partido, Luís Inácio Lula da Silva, à presidência da República, em 1998.
Autor dos livros Chico Nunes das Alagoas (1975), Na Rolança do Tempo (1976), Bagaço de Beira-Estrada (1977) e Meia Porção de Sarapatel (1986), foi biografado em 1998 por Mônica Velloso na obra: Mário Lago: boêmia e política.
No carnaval de 2001, Mário Lago foi tema do desfile da escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz.
Em dezembro de 2001, recebeu uma homenagem especial por sua carreira durante a entrega do Melhores do Ano do Domingão do Faustão, que, no ano seguinte, ganharia o nome de Troféu Mário Lago, sendo anualmente concedido aos grandes nomes da teledramaturgia.
Em janeiro de 2002, o presidente da Câmara, Aécio Neves, foi à sua residência no Rio para lhe entregar, solenemente, a Ordem do Mérito Parlamentar. Na sua última entrevista ao Jornal do Brasil, Mário revelou que estava escrevendo sua própria biografia. Estava certo de que chegaria aos 100 anos, dizia Mário, "Fiz um acordo com o tempo. Nem ele me persegue, nem eu fujo dele".

Morte
Morreu no dia 30 de maio de 2002, aos noventa anos de idade, na sua casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro, de enfisema pulmonar. Para o velório foi aberto o palco do Teatro João Caetano onde vivera importantes momentos de sua carreira de ator. Até o fim de sua vida manteve intensa atividade política e mesmo doente chegou a trabalhar na campanha presidencial, apoiando o então candidato Luís Inácio Lula da Silva. Por ter sido estudante do Colégio Pedro II da Unidade São Cristóvão, hoje em dia existe, em sua homenagem, dentro do colégio o Teatro Mário Lago, onde ali se faz apresentações culturais de todas as unidades do colégio desde teatro até apresentações dos corais das unidades. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.

 


terça-feira, maio 07, 2024

Tito nasceu há cento e trinta e dois anos...

  
Marechal Josip Broz Tito (Kumrovac, 7 de maio de 1892 - Liubliana, 4 de maio de 1980) foi um militar, revolucionário comunista e estadista jugoslavo, líder dos guerrilheiros da resistência no seu país, denominados partisans, durante a Segunda Guerra Mundial, sendo o maior responsável pela resistência armada às forças do Eixo e aos nazi-fascistas croatas e sérvios, mesmo sem apoio político e material dos Aliados. Posteriormente, Tito tornar-se-ia presidente da Jugoslávia, cargo que exerceu entre 1953 e 1980, até à morte. Figura importante e controversa da Guerra Fria, Tito fora criticado e elogiado por ambos os lados do globo. Símbolo de união entre os povos da Jugoslávia por ter mantido a paz entre as diferentes etnias dos Balcãs, palco de históricos conflitos separatistas, Tito também é considerado um ditador cruel e autoritário, que sufocou os anseios de independência e liberdade dos diferentes povos de seu país, apesar do seu carisma característico, que lhe rendeu o apoio do povo jugoslavo, fazendo dele uma das figuras mais populares do seu tempo. No resto do mundo, Tito é respeitado e admirado pela sua luta contra os nazis, e principalmente por ter sido um líder com a força, coragem e capacidade de manter o seu país livre de influências estrangeiras durante a Guerra Fria, fosse da União Soviética ou dos Estados Unidos, além de ter defendido a união e soberania dos países do chamado terceiro mundo. Tito foi um cidadão do mundo e reconhecido aventureiro, vivendo em diversas nações europeias, como Croácia, Eslovénia, Sérvia, República Checa, Áustria, Alemanha e Rússia, onde foi preso, conseguiu escapar e ainda lutou para derrubar o Czar. Era um dos mais conhecidos adeptos do Estado laico. O seu funeral atraiu centenas de líderes mundiais, sendo o funeral com maior participação em toda a história até então, superado apenas pelo do papa João Paulo II, vinte e cinco anos mais tarde. Após a sua morte, diferenças, ódio e ressentimentos entre diferentes grupos étnicos desencadearam o maior conflito bélico europeu após a Segunda Guerra Mundial, desmembrando as repúblicas jugoslavas, e levando a guerras e impasses que perduram até hoje na região, como o caso de Kosovo.
Filho de pai croata e mãe eslovena, Tito nasceu no Império Austro-Húngaro. No serviço militar destacou-se, tornando-se o mais jovem sargento-major dentro do exército do país. Após ter sido gravemente ferido e capturado pelos russos durante a Primeira Guerra Mundial, Josip foi enviado para um campo de trabalhos forçados nos Urais. Mais tarde, ele participaria da Revolução de Outubro, que derrubou o czarismo na Rússia, e posteriormente se juntaria à Guarda Vermelha na cidade de Omsk. Ao regressar para a terra natal, Tito se deparou com o recém-instaurado Reino da Jugoslávia, onde ingressaria na Liga dos Comunistas.
Em 1939, tornou-se chefe da Liga, cargo que exerceria até a morte, e lutou na Segunda Guerra Mundial, chefiando o movimento guerrilheiro Jugoslavo, os chamados partisans. Após a guerra, Tito tornou-se primeiro-ministro e mais tarde o Presidente da República Socialista Federativa da Jugoslávia. A partir de 1943, passou a carregar a patente de Marechal, tornando-se o comandante supremo do exército jugoslavo. Com grande reputação em ambos os blocos da Guerra Fria, por sua posição neutra, Tito passou a ser constantemente elogiado e congratulado com 98 condecorações, tanto por reconhecimento como pelo interesse em obter o apoio jugoslavo.
Tito foi o arquiteto da nova Jugoslávia, a república socialista que existiu entre a Segunda Guerra Mundial e 1991. Apesar de ter sido um dos fundadores do Cominform, o departamento que reunia as nações socialistas do globo, Tito foi o único membro da organização a desafiar a hegemonia da União Soviética sobre as demais nações do bloco. Defensor de uma rota independente em direção ao socialismo, ideologia que ganhou o nome de Titoísmo, ele foi um dos fundadores do Movimento Não Alinhado, que era contrário a um alinhamento aos dois blocos denominados "hostis" - NATO e Pacto de Varsóvia. Com o sucesso de suas políticas diplomáticas e económicas, Tito foi capaz de comandar a explosão económica e a expansão da Jugoslávia nos anos 60 e 70. As suas políticas internas incluíam a supressão do sentimento separatista e a promoção da irmandade e unidade entre as seis nações jugoslavas.

 


sábado, maio 04, 2024

Vasco Granja morreu há quinze anos...

Vasco Granja no Salão da BD 2003, na Exponor
     
Vasco Granja (Campo de Ourique, Lisboa, 10 de julho de 1925 - Cascais, 4 de maio de 2009) foi um apresentador de televisão português, reconhecido pelo seu grande contributo para a divulgação da animação e da banda desenhada em Portugal.
  
Biografia
De seu nome completo Vasco de Oliveira Granja, nasceu a 10 de julho de 1925, no bairro de Campo de Ourique, em Lisboa em Portugal, vindo a falecer em Cascais, na madrugada do dia 4 de maio de 2009. Estudou na escola 12 do Bairro Alto, em Lisboa, e na Escola Industrial Machado de Castro, a qual abandonou após uma reprovação na disciplina de álgebra, no quarto ano.
Aos 15 anos de idade, encontrou o seu primeiro emprego, nos Armazéns do Chiado. Era responsável pelas amostras de seda que eram oferecidas às clientes. Algum tempo mais tarde, foi transferido para o departamento de publicidade, quando notaram que tinha um grande gosto pela leitura. Pintava cartazes com anúncios para as montras.
Como o ordenado não era suficiente, mudou de emprego, tendo ido trabalhar para a Foto Áurea, na Rua do Ouro, em Lisboa, estabelecimento esse que hoje já não existe. Nessa altura, visitava com frequência a Biblioteca Nacional, que estava aberta aos jovens. Interessava-se já por museus, pintura e pelo desporto, tendo sido sócio do Benfica durante algum tempo.
Durante a sua infância, apaixonou-se pelo cinema. Como na altura não existia classificação etária nos cinemas, percorreu todos os que existiam em Lisboa.
Casou-se com Maria Inácia, uma jovem de família oriunda do Ribatejo, que conheceu num baile em Lisboa. Tiveram uma filha e duas netas.
No decorrer dos anos 50, durante o regime do estado novo em Portugal, associou-se ao movimento cineclubista. Em Lisboa, participava no aluguer de salas e na projeção de filmes obtidos através das embaixadas, em formato de 16 milímetros. Os filmes tinham sempre que passar pela censura. Apesar disso, conseguiam mostrar filmes do neo-realismo italiano. Em 1952, foi detido pela PIDE, em consequência do dinheiro dos bilhetes para os filmes se destinar a financiar o movimento de resistência ao regime do Estado Novo. Esteve preso durante seis meses, na prisão do Aljube.
Em 1960, esteve presente no festival de animação de Annecy, em França, a representar Portugal. Durante essa viagem, a primeira fora do seu país, ganhou uma nova paixão pela animação. O cineasta canadiano de animação Norman McLaren tornou-se o seu maior ídolo. Viria a conhecê-lo pessoalmente.
Durante os anos 60, foi novamente detido pela PIDE, devido à sua ligação na altura ao Partido Comunista Português, mais concretamente à célula comunista dos cineclubes. Esteve preso durante 16 meses, tendo cumprido parte desse tempo em Peniche. Na prisão, foi submetido a várias torturas físicas e psicológicas, como a tortura do sono.
Em 1974, deu início a um novo programa de televisão, denominado "Cinema de Animação", na RTP, que viria a durar 16 anos, com mais de mil programas transmitidos. Nesses programas, dava a conhecer a animação de todo o mundo, desde aquela que era realizada nos países do leste da Europa, até à proveniente da América do Norte. Pretendia, com o seu programa, divulgar, para além da própria animação, uma mensagem de paz, que considerava estar presente em muitos dos filmes da Europa de Leste que transmitia.
Ainda em 1974, foi membro do júri do Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême.
Em 1975, criou um curso de cinema de animação, a partir do qual viria a nascer a Associação Portuguesa de Cinema de Animação.
Em 1980, foi membro do júri da quarta edição do Animafest, o Festival Mundial de Animação de Zagreb, realizado na então Jugoslávia. Participara já como observador neste festival na edição de 1974, logo após o 25 de Abril.
Permaneceu na RTP até 1990.
Teve uma breve aparição no programa humorístico de televisão Herman Enciclopédia, em 1998, durante a qual parodiava os seus próprios programas sobre animação.
A Festa do Avante de 2006, organizada pelo Partido Comunista Português, contou com a sua participação na seleção de filmes de animação de diversas origens, com particular destaque para películas oriundas da antiga Checoslováquia.
     

quinta-feira, maio 02, 2024

Joseph McCarthy morreu 67 anos

 
Joseph Raymond McCarthy (14 de novembro de 1908, Grand Chute, Wisconsin2 de maio de 1957, Bethesda, Maryland) foi um político norte-americano, membro inicialmente do Partido Democrata, e mais tarde do Partido Republicano. McCarthy foi senador do Estado de Wisconsin entre 1947 e 1957.
Nascido e criado numa quinta em Wisconsin, McCarthy graduou-se em Direito em 1935 e em 1939 foi eleito o mais jovem juiz da história do estado. Aos 33 anos, McCarthy inscreveu-se como voluntário no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos e serviu durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1946  foi eleito para o Senado dos Estados Unidos e depois de três anos sem grande destaque, em fevereiro de 1950 McCarthy, subitamente, destacou-se no cenário nacional ao afirmar num discurso que tinha uma lista dos "membros do Partido Comunista e dos membros de uma rede de espionagem" do Departamento de Estado norte-americano. Devido as tensões da Guerra Fria que alimentaram temores de subversão comunista generalizada, a declaração de McCarthy transformou-o numa figura pública mais visível. Passou a ser conhecido pelas suas declarações de que havia um grande número de comunistas, espiões soviéticos e simpatizantes dentro do governo federal norte-americano.
      
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McCarthy morreu a 2 de maio de 1957, aos 48 anos, depois de ter sido internado no National Naval Medical Center para tratar uma hepatite aguda. O seu corpo encontra-se sepultado em Saint Marys Cemetery, Appleton City, Condado de Outagamie, Wisconsin nos Estados Unidos.

segunda-feira, abril 15, 2024

Khrushchov, o homem que teve a coragem de denunciar os crimes de Estaline, nasceu há cento e trinta anos...

  
Nikita Sergueievitch Khrushchov
(também grafado Khrushchev ou Cruschev, Kalinovka, Oblast de Kursk, 15 de abril de 1894 - Moscovo, 11 de setembro de 1971) foi secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) entre 1953 e 1964 e líder político do mundo comunista até ser afastado do poder por causa da sua perspetiva reformista e substituído na direção da URSS pelo político Leonid Brejnev.
  
Biografia
Khrushchov nasceu na pequena vila de Kalinovka, perto da cidade de Kursk, na então Rússia imperial no fim do século XIX. Ainda criança, sua família mudou-se para a cidade de Donetsk, na Ucrânia, onde recebeu apenas dois anos de educação escolar; apesar de ser considerada uma criança inteligente, Nikita só receberia instrução completa já na casa dos vinte anos.
Na sua adolescência e juventude, trabalhou em fábricas e minas e após a revolução bolchevique de 1917 integrou-se no Exército Vermelho, tornando-se membro do Partido Comunista em 1918 passando a exercer diversas atividades políticas na Ucrânia, durante os anos 20.
Nos anos 1930, Khrushchov foi transferido para Moscovo, continuando a exercer funções de comando dentro da burocracia governamental soviética e em 1939 entrou para o Politburo, o órgão máximo do Partido Comunista da URSS.
Durante a II Guerra Mundial, ficou famoso como comissário político (maior autoridade do Partido Comunista na região) de Estaline durante a sangrenta Batalha de Estalingrado, que virou a sorte da guerra em favor da União Soviética, e após esse triunfo passou o resto do conflito como principal líder político no sul do país.
Com a morte de Estaline em 1953, Khrushchov chegou ao poder como líder do PCUS, vencendo uma sangrenta disputa interna com políticos poderosos da era estalinista - como Gueórgui Malenkov, Lazar Kaganovitch, Viatcheslav Molotov e Nikolai Bulganin. A disputa culminou na prisão e execução de Laurenti Béria, o líder da temida NKVD - a polícia política da URSS - e Ministro do Interior.
Khrushchov iniciou uma série de reformas no país, priorizando a fabricação de bens de consumo para a população soviética ao invés da ênfase no desenvolvimento da indústria pesada.
Em 23 de fevereiro de 1956, durante o XX Congresso do PCUS, Khrushchov chocaria a nação e o mundo ao fazer seu famoso “discurso secreto”, no qual acusava José Estaline do crime de genocídio durante as grandes purgas realizados nos anos 30 na URSS e denunciava o culto da personalidade que o cercava.
O seu ato acabou afastando-o dos líderes soviéticos mais conservadores, mas ele acabou derrotando-os numa disputa interna que visava derrubá-lo do poder em 1957.
Em 1958, Khrushchov substituiu Nikolai Bulganin como primeiro-ministro da União Soviética. Ao se tornar o líder incontestado da URSS, teve condições para dar maior agilidade ao processo de implementação das suas reformas.
Khrushchov era um líder pouco diplomático, de instrução apenas básica, a quem faltavam entendimento e conhecimento da história e do mundo fora de suas fronteiras, apesar de reconhecidamente inteligente por seus adversários, dentro e fora da URSS. Ficou conhecido no período da Guerra Fria por suas atitudes anticonvencionais e grosseiras, famoso por interromper oradores de outros países em eventos internacionais para insultá-los e por suas atitudes insólitas como tirar os sapatos e batê-los na mesa de discussões durante sessões do Conselho de Segurança das Nações Unidas ou brandir uma bota na cara do líder chinês Mao Tsé Tung ou ainda fazer comentários xenófobos e racistas sobre o povo búlgaro para o próprio primeiro-ministro da Bulgária.
Em 1959 foi-lhe atribuído o Prémio Lenine da Paz. Neste mesmo ano, em visita aos EUA, um repórter anónimo perguntou-lhe: "O que o senhor fez durante a época de Estaline?" Sem conseguir identificar o autor da pergunta, Khrushchov respondeu:
Bem, fiz o mesmo que a pessoa que perguntou acabou de fazer. Fiquei de boca fechada.
Conjuntamente com erros estratégicos, tanto na condução da economia agrícola soviética, como na derrota política sofrida frente aos Estados Unidos na crise dos mísseis de Cuba (1962), o seu comportamento e suas atitudes humilhavam os seus camaradas do Politburo e acabaram por causar a sua queda.
A 14 de outubro de 1964, Khrushchov foi derrubado do poder na União Soviética pelos seus adversários do Politburo, acusado de erros políticos graves e desorganização da economia soviética, a principal acusação foi de se meter numa guerra armamentista, iniciada pela invasão da Baía dos Porcos, cuja atribuição, segundo os soviéticos, foi única e exclusiva de John F. Kennedy, iniciando-se a chamada Guerra Fria. Khrushchov seria substituído por Leonid Brejnev e passaria os restantes sete anos de sua vida em prisão domiciliar, até morrer, em Moscovo, a 11 de setembro de 1971.
Foi sepultado no Cemitério Novodevichy, em Moscovo, na Rússia.
   

quinta-feira, abril 11, 2024

Enver Hoxha, uma espécia de afonso-costa albanês que fingiu que tinha criado um estado ateu, morreu há 39 anos


Enver Halil Hoxha
(Gjirokastër, 16 de outubro de 1908  - Tirana, 11 de abril de 1985) foi o ditador da Albânia desde o fim da Segunda Guerra Mundial até à sua morte, em 1985, na função de primeiro secretário do Partido do Trabalho da Albânia - PPSH (Partido Comunista). Ele também atuou como primeiro-ministro da Albânia de 1944 a 1954, ministro da Defesa de 1944 a 1953, ministro das Relações Exteriores de 1946 a 1953, líder da Frente Democrática, de 1945 até à sua morte, e comandante-em-chefe das Forças Armadas albanesas desde 1944 até à sua morte.
A liderança de Hoxha foi caracterizada pelo isolacionismo e sua aderência firme e manifesta ao Marxismo-Leninismo antirrevisionista da metade da década de 70 em diante. Após sua rutura com o maoísmo, no final da década de 70 e início da década de 80, inúmeros partidos maoístas declararam-se hoxhaístas. A Conferência Internacional dos Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas (Unidade e Luta) é a mais conhecida coligação de tais partidos hoje em dia.

Direitos humanos
Certas cláusulas na Constituição de 1976 restringiam efetivamente o exercício das liberdades políticas que o governo interpretava como sendo contrárias à ordem estabelecida. Além disso, o governo negava à população o acesso a qualquer informação que não fosse aquela disseminada pelos media controlados pelo governo. A Sigurimi (polícia secreta albanesa) rotineiramente violava a privacidade de pessoas, lares e meios de comunicação e efetuava prisões arbitrárias.
Internamente, a Sigurimi certificou-se de copiar os métodos repressivos do NKVD, MGB, KGB e da alemã oriental Stasi. “As suas atividades permeavam a sociedade albanesa ao ponto de que um a cada três cidadãos ou já havia cumprido pena em campos de trabalho forçado ou já havia sido interrogado por oficiais da Sigurimi”. Para eliminar a dissidência, o governo aprisionou milhares em campos de trabalhos forçados ou os executou por crimes como traição ou por sabotar a ditadura do proletariado. Viajar para o exterior foi proibido após 1968 para todas as pessoas, exceto aqueles que viajavam a negócios oficiais. A cultura da Europa Ocidental foi vista com profunda suspeita, resultando em prisões e na proibição de material estrangeiro não-autorizado. A arte foi remodelada para refletir o estilo do realismo socialista. O uso de barbas foi proibido por ser considerado anti-higiénico e para reduzir a influência do islão (muitos Imãs e Babas possuíam barbas) e da fé ortodoxa.
Todos os albaneses deveriam ter permissões para a aquisição de carros (que não eram considerados como propriedade privada), refrigeradores e máquinas de escrever, entre outras coisas. O sistema de justiça frequentemente se degenerava em farsas judiciárias. “…[o réu] não tinha a permissão de interrogar as testemunhas e, apesar de ter a permissão de fazer as suas objeções a certos aspetos do caso, suas objeções eram rejeitadas pelo promotor, que dizia “Sente-se e fique quieto, nós sabemos melhor do que você”. Com o objetivo de amenizar o perigo de dissidência política e mais exilados, os parentes do acusado muitas vezes eram presos, condenados ao ostracismo e acusados de serem “inimigos do povo”.
Tortura era frequentemente usada para obter confissões:
Um emigrante, por exemplo, testemunhou ter sido amarrado pelas suas mãos e pés por um mês e meio e agredido com um cinto, com os punhos ou botinas por períodos de duas ou três horas a cada dois ou três dias. Um outro foi detido em uma cela de um metro por oito metros em uma delegacia local e mantido em confinamento solitário por um período de cinco dias, marcado por duas sessões de espancamento até assinar sua confissão; ele foi levado ao quartel-general da “Sigurimi”, onde foi mais uma vez torturado e interrogado, apesar de sua prévia confissão, até seu julgamento de três dias de duração. Ainda uma outra testemunha foi confinada por mais de um ano em uma cela subterrânea de três metros quadrados. Durante este tempo, ele foi interrogado em intervalos irregulares e submetido a varias formas de tortura física e psicológica. Ele foi acorrentado a uma cadeira, espancado e submetido a choques elétricos. Mostraram a ele uma bala que supostamente era para ele e disseram-lhe que os motores de carros que ele ouvia levavam vítimas para a execução, a próxima das quais seria a dele.

"Existiam seis instituições para presos políticos e quatorze campos de trabalho forçado onde prisioneiros políticos e criminosos comuns trabalhavam juntos. Estima-se que havia aproximadamente 32.000 pessoas aprisionadas na Albânia em 1985."
O Artigo 47 do Código Criminal Albanês dizia que a “fuga para fora do Estado, assim como a recusa em retornar à pátria por uma pessoa que foi enviada para trabalhar ou teve permissão de viajar temporariamente para fora do Estado” constitui um crime de traição, punível com uma sentença mínima de dez anos ou até mesmo a morte.
Uma cerca eletrificada de metal fica de 600 metros a um quilometro da fronteira real. Qualquer pessoa que tocar a cerca, não só correrá o risco de eletrocussão, mas também acionará os alarmes e as sirenes que alertarão os guardas estacionados em intervalos de aproximadamente um quilometro ao longo da cerca. Dois metros de solo em cada lado da cerca estão limpos de vegetação, a fim de que se verifique as pegadas de fugitivos ou de infiltradores. A área entre a cerca e a fronteira real está fechada com armadilhas como anéis de arame, produtores de ruídos consistindo de finos pedaços de tiras de metal atados a duas ripas de madeira com pedras em um recipiente de lata que fazem ruídos caso pisados e faróis que são ativados com o contacto, iluminando os possíveis fugitivos durante a noite.
 
Religião e ateísmo
A Albânia, sendo o estado mais predominantemente muçulmano na Europa devido à influência turca, identificava, assim como o Império Otomano, religiões com etnias. No Império Otomano muçulmanos eram vistos como “turcos”, ortodoxos orientais eram vistos como “gregos” e católicos como “latinos.” Hoxha via isto como um sério problema, achando que isto inflamava tanto os separatistas gregos no Épiro Setentrional e também dividia a nação de um modo geral. A Lei de Reforma Agrária de 1945 confiscou grande parte da propriedade da igreja no país. Os católicos foram a primeira comunidade religiosa a ser alvo, já que o Vaticano foi visto como um agente do fascismo e do anticomunismo. Em 1946, a Ordem Jesuíta e em 1947 os Franciscanos foram banidos. O Decreto Nº. 743 (Sobre as Religiões) afetou uma igreja nacional e proibiu líderes religiosos de se associarem com potências estrangeiras.
O Partido focou-se na educação ateísta nas escolas. Esta tática foi eficaz, principalmente devido à política de aumento da taxa de natalidade encorajada após a guerra. Durante períodos sagrados como o Ramadão ou a Quaresma, muitos alimentos proibidos (laticínios, carne, etc.) foram distribuídos em escolas e fábricas e as pessoas que recusavam a comer tais comidas eram denunciadas. A partir de 6 de fevereiro de 1967, o Partido começou uma nova ofensiva contra as religiões. Hoxha, que havia declarado uma “Revolução Cultural e Ideológica” após ter sido parcialmente inspirado pela Revolução Cultural chinesa, encorajou estudantes e trabalhadores comunistas a usarem táticas mais enérgicas para promover o ateísmo, apesar do uso de violência ter sido inicialmente condenado.
De acordo com Hoxha, o surgimento de atividade antirreligiosa começou com a juventude. O resultado deste “movimento espontâneo, não provocado” foi o encerramento de 2.169 igrejas e mesquitas na Albânia. O ateísmo de estado se tornou a política oficial e a Albânia foi declarada o primeiro estado ateu do mundo. Nomes de vilas e cidades de inspiração religiosa foram mudados, tal como nomes pessoais. Durante este período, nomes de inspiração religiosa também foram declarados ilegais. O “Dicionário de Nomes do Povo”, publicado em 1982, continha 3.000 nomes seculares que eram permitidos. Em 1992, Monsenhor Dias, o Núncio Papal para a Albânia nomeado pelo Papa João Paulo II, disse que dos trezentos padres católicos presentes na Albânia antes dos comunistas chegarem ao poder, apenas trinta sobreviveram. Toda prática religiosa e clerical foi banida e aquelas figuras religiosas que se recusassem a abrir mão das suas posições eram presas ou forçadas a se esconderem.
    
        

sexta-feira, março 22, 2024

Óscar Lopes morreu há onze anos...

(imagem daqui)


Óscar Luso de Freitas Lopes (Matosinhos, Leça da Palmeira, 2 de outubro de 1917Matosinhos, 22 de março de 2013) foi um deputado e professor português que desenvolveu a sua atividade docente e de investigação nas áreas da literatura e da linguística.

Óscar Lopes era filho do folclorista Armando Lopes e da violoncelista Irene Freitas.

Irmão de Maria Mécia de Freitas Lopes (Leça), esposa de Jorge de Sena e organizadora do espólio literário deste, e de Rui Silvino de Freitas Lopes (1922), tenente-coronel do exército. 

 

A formação

Óscar Lopes, licenciou-se em Filologia Clássica, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e em Ciências Histórico-Filosóficas, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Apreciador da música, cursou igualmente o Conservatório de Música do Porto

 

A atividade docente

Foi professor efetivo do Liceu Nacional de Vila Real e dos liceus Alexandre Herculano e Rodrigues de Freitas, do Porto, entre 1941 e 1974; neste último orientou o grupo de estudantes que formava o corpo redator do jornal académico O Mensageiro, iniciado em 1952.

Em 1975 ingressou, como professor catedrático, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde se jubilou.

Na Universidade do Porto desempenhou, entre outros cargos, o de vice-reitor da Universidade (1974-1975) e o de diretor da Faculdade de Letras (1974-1977). 

 

A intervenção cívica

Óscar Lopes pertenceu ao Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF), ao Movimento de Unidade Democrática (MUD), ao Movimento Nacional Democrático (MND), à Comissão Democrática Eleitoral (CDE) e à Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos.

Militante do Partido Comunista Português desde 1945, Óscar Lopes fez parte do seu Comité Central entre 1976 e 1996. Foi deputado à Assembleia da República Portuguesa pelo PCP, candidato nas listas da FEPU, APU e da Coligação Democrática Unitária. Foi também eleito na Assembleia Municipal do Porto.

Devido à sua atividade como opositor político ao regime do Estado Novo foi detido pela polícia política em 1955 no processo dos Partidários da Paz e, em diversas situações, impedido de sair do país para participar em reuniões científicas no estrangeiro.

Foi candidato à Assembleia Nacional nas listas da oposição ao regime do Estado Novo em 1973.

Membro ativo da Sociedade Portuguesa de Escritores, encerrada pelo Estado Novo, Óscar Lopes fez parte da comissão promotora da constituição da Associação Portuguesa de Escritores, de que foi presidente.

Foi um dos criadores da Universidade Popular do Porto, em 1979.

 

O crítico literário e historiador da literatura

Crítico literário, Óscar Lopes publicou uma vasta colaboração em diversos jornais e revistas, onde se destacam a Seara Nova, a Vértice, o Mundo Literário (1946-1948), a Colóquio/Letras e o suplemento literário de O Comércio do Porto.

A História da Literatura Portuguesa, escrita em colaboração com António José Saraiva, e publicada pela primeira vez em 1955, é há muitos anos uma referência para o ensino desta disciplina. 

 

O linguista

A sua Gramática Simbólica do Português, editada em 1971 e reeditada em 1972, abriu os caminhos da moderna linguística portuguesa.

Em 1976, já professor da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, deu o impulso fundador ao Centro de Linguística da Universidade do Porto. Nesta faculdade lecionou exclusivamente disciplinas da área da linguística, tendo a primeira sido a de Linguística Matemática Computacional.

 

quarta-feira, março 20, 2024

Graciliano Ramos morreu há setenta e um anos...

 
Graciliano Ramos de Oliveira
(Quebrangulo, 27 de outubro de 1892 - Rio de Janeiro, 20 de março de 1953) foi um romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro do século XX, mais conhecido pelo seu livro Vidas Secas (1938).

Nascido numa grande família de classe média, viveu os primeiros anos de sua infância migrando para diversas cidades da Região Nordeste do Brasil. Trabalhou como jornalista na cidade do Rio de Janeiro, onde escreveu para O Malho e Correio da Manhã, até regressar para o Nordeste em 1915, devido a tragédia familiar em que perdeu quatro irmãos, vítimas de peste bubónica. Fixou-se na cidade de Palmeira dos Índios, onde se casou, e, em 1927, foi eleito prefeito, cargo que exerceu por dois anos. Logo voltou a escrever e publicou o seu primeiro romance, Caetés, em 1933. Vivendo em Maceió durante a maior parte da década de 30, trabalhou na Imprensa Oficial e publicou São Bernardo (1934). Foi preso na capital alagoana em março de 1936, acusado de ser militante comunista. Esse incidente o inspiraria a publicar duas de suas principais obras: Angústia (1936) e o texto "Baleia", que daria origem à Vidas Secas em 1938. Já na década de 40, ingressou no Partido Comunista Brasileiro ao lado do militar e político Luís Carlos Prestes. Nos anos posteriores realizaria viagens a países europeus, incluindo a União Soviética em 1952. Morreu em 20 de março do ano seguinte, aos 60 anos, no Rio de Janeiro. Suas obras póstumas notáveis incluem Memórias do Cárcere, a crónica Viagem e o livro de contos Histórias de Alexandre.

Tradutor de obras em inglês e francês e honrado com diversos prémios em vida, a obra de Graciliano Ramos recebeu riqueza da crítica literária e atenção do mundo académico. O seu romance modernista, também reconhecido como regionalista, Vidas Secas, é visto como um clássico da literatura brasileira.

Encontra-se colaboração da sua autoria na revista luso-brasileira Atlântico.
  
Escultura de homenagem a Graciliano Ramos, localizada na praia de Ponta Verde, em Maceió, Alagoas