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quarta-feira, junho 26, 2024

Messier nasceu há 294 anos

   
Charles Joseph Messier (Badonviller, 26 de junho de 1730Paris, 12 de abril de 1817) foi um astrónomo francês, conhecido pela compilação e publicação, com a co-autoria de Pierre Méchain, de seu catálogo de objetos de céu profundo, uma lista de 110 objetos astronómicos como nebulosas, aglomerados estelares e galáxias que vieram a ser conhecidos como os "objetos Messier". Pretendia, com a publicação do catálogo, auxiliar a si mesmo e outros astrónomos e observadores em sua atividade astronómica principal durante a  sua carreira, a investigação de cometas, listando todos os objetos que pôde identificar e que poderiam ser facilmente confundidos com cometas em trânsito, mas que, na realidade, tinham naturezas completamente diferentes e eram fixos no céu noturno. Contudo, Messier, sem intenção, catalogou alguns dos astros mais interessantes para a atual astronomia amadora.
Tornou-se um observador do céu ao trabalhar para Joseph-Nicolas Delisle em seu observatório em Paris, aos 21 anos. Foi o primeiro astrónomo a dedicar-se quase exclusivamente à procura de cometas e, enquanto aguardava o retorno do cometa Halley, deparou-se com um falso positivo ao confundir uma nebulosa com o cometa. Para evitar novos enganos, começou a compilar os objetos fixos no céu profundo que poderiam ser facilmente confundidos com um cometa, objeto difuso e de fraco brilho. De 1758 a 1782, com a ajuda de Pierre Méchain após 1774, compilou 107 objetos entre nebulosas, aglomerados estelares e galáxias. Três objetos adicionais foram mais tarde adicionados ao catálogo, após a morte de Messier, completando 110 objetos ao todo.
Contudo, foi bem-sucedido na sua principal atividade astronómica, a descoberta e acompanhamento de cometas, Descobriu vinte ao todo, treze descobertos originalmente por ele e outras 7 co-descobertas independentes. Também foi membro de várias academias científicas espalhadas pela Europa, sendo membro estrangeiro da Royal Society e membro efetivo da Académie des Sciences. Em 1806, recebeu de Napoleão Bonaparte a Ordem Nacional da Legião de Honra e dedicou ao imperador francês o Grande Cometa de 1769, considerado "o último cometa astrologicamente apresentado ao público por um astrónomo ortodoxo".
   

Nebulosa do Caranguejo (M1), o primeiro objeto do Catálogo Messier

 

segunda-feira, junho 24, 2024

Fred Hoyle nasceu há 109 anos

       
Sir Fred Hoyle (Bingley, Yorkshire, 24 de junho de 1915 - Bournemouth, Dorset, 20 de agosto de 2001) foi um astrónomo britânico famoso por algumas teorias que iam de encontro à opinião científica corrente e um escritor de ficção científica, incluindo alguns livros co-escritos pelo filho, Geoffrey Hoyle. Fred Hoyle passou a maior parte da carreira no Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, de que foi diretor vários anos.
Uma antiga publicação de Hoyle faz um uso interessante do princípio antrópico. Tentando descobrir o funcionamento da nucleossíntese estelar, ele observou que uma reação nuclear particular, o processo triplo-alfa, que gerou o carbono, requereria que o núcleo do carbono tivesse uma energia bem específica para ocorrer. A grande quantidade de carbono no universo, que torna a vida tal como a conhecemos possível, demonstrou que essa reação nuclear tinha que funcionar. Baseado nessa noção, ele previu os níveis de energia do núcleo do carbono, que foram mais tarde comprovados em laboratório.
O seu colaborador, William Alfred Fowler, foi laureado com o Nobel de Física de 1983 (com Subrahmanyan Chandrasekhar), mas, por alguma razão, a contribuição original de Hoyle não foi levada em conta, e muitos ficaram surpreendidos que um astrónomo tão notável jamais recebesse o prémio. O próprio Fowler, num esboço autobiográfico, ressaltou os esforços pioneiros de Hoyle:
O conceito de nucleossíntese nas estrelas foi estabelecido primeiramente por Hoyle em 1946. Isso forneceu uma explicação para a existência de elementos mais pesados que o hélio no universo, basicamente mostrando que elementos críticos como o carbono poderiam ser produzidos nas estrelas e mais tarde incorporados em outras estrelas e planetas quando a estrela "morre". As novas estrelas formadas recentemente já são formadas com esses elementos pesados, e elementos ainda mais pesados são formados a partir deles. Hoyle estabeleceu a teoria de que outros elementos raros podiam ser explicados por supernovas, as explosões gigantes que ocorrem ocasionalmente no universo, cujas temperaturas e pressões seriam requeridas para criar tais elementos.
Nos seus últimos anos, Hoyle tornou-se um feroz crítico de teorias de evolução química para explicar a origem da vida de maneira natural. Com Chandra Wickramasinghe, Hoyle promoveu a teoria de que a vida surgiu no espaço, espalhando-se pelo universo por panspermia, e que a evolução na Terra é dirigida por um fluxo constante de vírus que chegam via cometas.
      
Prémios
  
Nomeados em sua homenagem
  • Asteroide 8077 Hoyle
  • Janibacter hoylei, espécie de bactéria descobertas pelos cientistas da ISRO
   

sábado, junho 22, 2024

A Inquisição condenou Galileu há 391 anos...

Cristiano Banti's 1857 painting Galileo facing the Roman Inquisition
    
Galileo Galilei (Pisa, 15 February 1564 – Arcetri, 8 January 1642), was an Italian physicist, mathematician, astronomer, and philosopher who played a major role in the Scientific Revolution. His achievements include improvements to the telescope and consequent astronomical observations and support for Copernicanism. Galileo has been called the "father of modern observational astronomy", the "father of modern physics", the "father of science" and "the Father of Modern Science".
His contributions to observational astronomy include the telescopic confirmation of the phases of Venus, the discovery of the four largest satellites of Jupiter (named the Galilean moons in his honour), and the observation and analysis of sunspots. Galileo also worked in applied science and technology, inventing an improved military compass and other instruments.
Galileo's championing of heliocentrism was controversial within his lifetime, when most subscribed to either geocentrism or the Tychonic system. He met with opposition from astronomers, who doubted heliocentrism due to the absence of an observed stellar parallax. The matter was investigated by the Roman Inquisition in 1615, and they concluded that it could be supported as only a possibility, not an established fact. Galileo later defended his views in Dialogue Concerning the Two Chief World Systems, which appeared to attack Pope Urban VIII and thus alienated him and the Jesuits, who had both supported Galileo up until this point. He was tried by the Inquisition, found "vehemently suspect of heresy", forced to recant, and spent the rest of his life under house arrest. It was while Galileo was under house arrest that he wrote one of his finest works, Two New Sciences, in which he summarised the work he had done some forty years earlier, on the two sciences now called kinematics and strength of materials.
   
(...)

Controversy over heliocentrism
Biblical references Psalm 93:1, 96:10, and 1 Chronicles 16:30 include text stating that "the world is firmly established, it cannot be moved." In the same manner, Psalm 104:5 says, "the Lord set the earth on its foundations; it can never be moved." Further, Ecclesiastes 1:5 states that "And the sun rises and sets and returns to its place."
Galileo defended heliocentrism, and claimed it was not contrary to those Scripture passages. He took Augustine's position on Scripture: not to take every passage literally, particularly when the scripture in question is a book of poetry and songs, not a book of instructions or history. He believed that the writers of the Scripture merely wrote from the perspective of the terrestrial world, from that vantage point that the sun does rise and set. Another way to put this is that the writers would have been writing from a phenomenological point of view, or style. So Galileo claimed that science did not contradict Scripture, as Scripture was discussing a different kind of "movement" of the earth, and not rotations.
By 1616 the attacks on the ideas of Copernicus had reached a head, and Galileo went to Rome to try to persuade Catholic Church authorities not to ban Copernicus' ideas. In the end, a decree of the Congregation of the Index was issued, declaring that the ideas that the Sun stood still and that the Earth moved were "false" and "altogether contrary to Holy Scripture", and suspending Copernicus's De Revolutionibus until it could be corrected. Acting on instructions from the Pope before the decree was issued, Cardinal Bellarmine informed Galileo that it was forthcoming, that the ideas it condemned could not be "defended or held", and ordered him to abandon them. Galileo promised to obey. Bellarmine's instruction did not prohibit Galileo from discussing heliocentrism as a mathematical fiction but was dangerously ambiguous as to whether he could treat it as a physical possibility. For the next several years Galileo stayed well away from the controversy. He revived his project of writing a book on the subject, encouraged by the election of Cardinal Maffeo Barberini as Pope Urban VIII in 1623. Barberini was a friend and admirer of Galileo, and had opposed the condemnation of Galileo in 1616. The book, Dialogue Concerning the Two Chief World Systems, was published in 1632, with formal authorization from the Inquisition and papal permission.
Dava Sobel explains that during this time, Urban had begun to fall more and more under the influence of court intrigue and problems of state. His friendship with Galileo began to take second place to his feelings of persecution and fear for his own life. At this low point in Urban's life, the problem of Galileo was presented to the pope by court insiders and enemies of Galileo. Coming on top of the recent claim by the then Spanish cardinal that Urban was soft on defending the church, he reacted out of anger and fear. This situation did not bode well for Galileo's defence of his book.
Earlier, Pope Urban VIII had personally asked Galileo to give arguments for and against heliocentrism in the book, and to be careful not to advocate heliocentrism. He made another request, that his own views on the matter be included in Galileo's book. Only the latter of those requests was fulfilled by Galileo. Whether unknowingly or deliberately, Simplicio, the defender of the Aristotelian Geocentric view in Dialogue Concerning the Two Chief World Systems, was often caught in his own errors and sometimes came across as a fool. Indeed, although Galileo states in the preface of his book that the character is named after a famous Aristotelian philosopher (Simplicius in Latin, Simplicio in Italian), the name "Simplicio" in Italian also has the connotation of "simpleton". This portrayal of Simplicio made Dialogue Concerning the Two Chief World Systems appear as an advocacy book: an attack on Aristotelian geocentrism and defence of the Copernican theory. Unfortunately for his relationship with the Pope, Galileo put the words of Urban VIII into the mouth of Simplicio. Most historians agree Galileo did not act out of malice and felt blindsided by the reaction to his book. However, the Pope did not take the suspected public ridicule lightly, nor the Copernican advocacy. Galileo had alienated one of his biggest and most powerful supporters, the Pope, and was called to Rome to defend his writings.
In September 1632, Galileo was ordered to come to Rome to stand trial. He finally arrived in February 1633 and was brought before inquisitor Vincenzo Maculani to be charged. Throughout his trial Galileo steadfastly maintained that since 1616 he had faithfully kept his promise not to hold any of the condemned opinions, and initially he denied even defending them. However, he was eventually persuaded to admit that, contrary to his true intention, a reader of his Dialogue could well have obtained the impression that it was intended to be a defence of Copernicanism. In view of Galileo's rather implausible denial that he had ever held Copernican ideas after 1616 or ever intended to defend them in the Dialogue, his final interrogation, in July 1633, concluded with his being threatened with torture if he did not tell the truth, but he maintained his denial despite the threat. The sentence of the Inquisition was delivered on June 22. It was in three essential parts:
  • Galileo was found "vehemently suspect of heresy", namely of having held the opinions that the Sun lies motionless at the centre of the universe, that the Earth is not at its centre and moves, and that one may hold and defend an opinion as probable after it has been declared contrary to Holy Scripture. He was required to "abjure, curse and detest" those opinions.
  • He was sentenced to formal imprisonment at the pleasure of the Inquisition. On the following day this was commuted to house arrest, which he remained under for the rest of his life.
  • His offending Dialogue was banned; and in an action not announced at the trial, publication of any of his works was forbidden, including any he might write in the future.
According to popular legend, after recanting his theory that the Earth moved around the Sun, Galileo allegedly muttered the rebellious phrase And yet it moves (italian: Eppur si muove) but there is no evidence that he actually said this or anything similar. The first account of the legend dates to a century after his death.
After a period with the friendly Ascanio Piccolomini (the Archbishop of Siena), Galileo was allowed to return to his villa at Arcetri near Florence in 1634, where he spent the remainder of his life under house arrest. Galileo was ordered to read the seven penitential psalms once a week for the next three years. However his daughter Maria Celeste relieved him of the burden after securing ecclesiastical permission to take it upon herself. It was while Galileo was under house arrest that he dedicated his time to one of his finest works, Two New Sciences. Here he summarised work he had done some forty years earlier, on the two sciences now called kinematics and strength of materials. This book has received high praise from Albert Einstein. As a result of this work, Galileo is often called the "father of modern physics". He went completely blind in 1638 and was suffering from a painful hernia and insomnia, so he was permitted to travel to Florence for medical advice.
   

quinta-feira, junho 20, 2024

Começou o verão...!

Solstício de verão no Hemisfério Norte
   
Na astronomia, solstício (do latim sol + sistere, que não se mexe) é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em dezembro e em junho. O dia e hora exatos variam de um ano para outro. Quando ocorre no verão significa que a duração do dia é a mais longa do ano. Analogamente, quando ocorre no inverno, significa que a duração da noite é a mais longa do ano.
No hemisfério norte o solstício de verão ocorre por volta do dia 21 de junho e o solstício de inverno por volta do dia 21 de dezembro. Estas datas marcam o início das respetivas estações do ano neste hemisfério. Já no hemisfério sul, o fenómeno é inverso: o solstício de verão ocorre em dezembro e o solstício de inverno ocorre em junho. Os momentos exatos dos solstícios, que também marcam as mudanças de estação, são obtidos por cálculos de astronomia (este ano é no dia 20 de junho, às 20.51 horas).
Devido à órbita elíptica da Terra, as datas nas quais ocorrem os solstícios não dividem o ano em um número igual de dias. Isto ocorre porque quando a Terra está mais próxima do Sol viaja mais rapidamente do que quando está mais longe, em conformidade com a segunda lei de Kepler.
Os trópicos de Câncer e Capricórnio são definidos em função dos solstícios. No solstício de verão do hemisfério sul, os raios solares incidem perpendicularmente à superfície da Terra no Trópico de Capricórnio. No solstício de verão do hemisfério norte, ocorre o mesmo fenómeno no Trópico de Câncer.
   

Georges Lemaître, o padre católico que era astrónomo e físico, morreu há 58 anos

        
Georges-Henri Édouard Lemaître (Charleroi, 17 de julho de 1894 - Lovaina, 20 de junho de 1966) foi um padre católico, astrónomo e físico belga.
Lemaître propôs o que ficou conhecido como teoria da origem do Universo do Big Bang, que ele chamava de "hipótese do átomo primordial", que posteriormente foi desenvolvida por George Gamow.
O asteróide 1565 Lemaître foi assim chamado em sua homenagem.
    
Biografia
Lemaître estudou Matemática e Ciências Físicas na Universidade de Lovaina. Entrou no seminário em 1920 para ser ordenado padre em 1923. Em seguida, interessa-se particularmente pela teoria da relatividade de Albert Einstein, que ele encontra diversas vezes. Trabalhou no Observatório de Cambridge sob a direção de Arthur Stanley Eddington, e depois no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, onde redige a sua tese sobre os campos gravitacionais da relatividade geral. Regressa à Bélgica em 1925, onde foi nomeado professor na Universidade de Lovaina, onde lecionaria até 1964.
   
Ciência
Em 1927, independentemente dos trabalhos de Alexander Friedmann, Georges Lemaître afirma que o universo está em expansão, baseando-se nos trabalhos de Vesto Slipher, o que foi mais tarde confirmado por Edwin Hubble. Foi o primeiro a formular a lei de proporcionalidade entre distância e velocidade de afastamento das galáxias. Esta lei, figurando no seu artigo de 1927, redigido em francês, não será traduzida na sua versão inglesa realizada por Arthur Eddington, e será descoberta empiricamente por Hubble alguns anos mais tarde. Nela, Lemaître propõe uma evolução a partir de um «átomo primitivo».
A hipótese de Lemaître estipula que todo o universo (não somente a matéria, mas também o próprio espaço) estava comprimido num único átomo chamado de "átomo primordial" ou "ovo cósmico". O estudioso afirmava que a matéria comprimida naquele átomo se fragmentou numa quantidade descomunal de pedaços e cada um acabou se fragmentando em outros menores sucessivamente até chegar aos átomos atuais numa gigantesca fissão nuclear.
Foi Lemaître portanto quem propôs a Teoria do Big Bang, mais tarde desenvolvida por George Gamow.
Essa teoria foi chamada sarcasticamente de «Big Bang» por Fred Hoyle, fervoroso defensor da teoria do universo estacionário, em 1948 ou 1950, durante uma transmissão de rádio.
Em 1965, um ano antes de sua morte e já doente num hospital, recebe com alegria a notícia de que a sua Teoria do Big Bang fora confirmada pelos experiências de Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson e era tida como a teoria padrão pela comunidade científica.
   

domingo, junho 16, 2024

Werner von Braun morreu há 47 anos...

   
Wernher Magnus Maximilian von Braun (Wirsitz, 23 de março de 1912 - Alexandria, 16 de junho de 1977) foi um engenheiro alemão e uma das principais figuras no desenvolvimento do foguete V-2 na Alemanha nazi e do foguetão Saturno V nos Estados Unidos da América.
Um pioneiro e visionário das viagens espaciais, é mundialmente conhecido pela sua liderança do projeto aeroespacial americano durante a Corrida Espacial, tendo trabalhado como projetista chefe do primeiro foguete de grande porte movido a combustível líquido produzido em série, o Aggregat 4, e por liderar o desenvolvimento do foguete Saturno V, que levou os astronautas dos EUA à Lua, em julho de 1969. A sua contraparte e rival, do lado soviético, foi o engenheiro Sergei Korolev.
Filho de um barão prussiano, demonstrou desde cedo grande inteligência e pendor técnico. Estudou engenharia mecânica no Instituto de Tecnologia Charlottenburg de Berlim. Antes e durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou no programa alemão de foguetes, alcançando progressos memoráveis. Em 1937, foi nomeado diretor do centro de experimentação de Peenemünde, onde foi responsável do aperfeiçoamento das bombas voadoras V-2, que seriam utilizados cerca de 4000 vezes principalmente na Inglaterra, em resposta aos milhares de bombardeamentos aéreos dos aliados sobre as cidades alemãs.
Com a derrota da Alemanha, e vendo que os russos estavam levando para o seu território não só as instalações remanescentes de Peenemünde, mas também a maior parte dos engenheiros alemães, decidiu entregar-se voluntariamente, com seus principais auxiliares, aos americanos. Entrou nos EUA através do (na época) secreto programa chamado Operação Paperclip.
Naturalizou-se cidadão dos EUA em 1955. Entrou na NASA em 1960, tornando-se diretor do Centro Espacial de voo Marshall de 1960 à 1970, onde dirigiu os programas de voos tripulados: Mercury, Gemini e Apollo. É o pai do foguete Saturno V que levou os astronautas dos EUA à Lua.
Em 1972, deixou a NASA para se tornar diretor adjunto da empresa Fairchild Industries. Nos EUA, é respeitado como um dos heróis do programa espacial. Morreu em 1977 de cancro no pâncreas.
  

sábado, junho 08, 2024

Johann Gottfried Galle nasceu há 212 anos


    
Johann Gottfried Galle (Radis, 9 de junho de 1812 - Potsdam, 10 de julho de 1910) foi um astrónomo alemão.
Em 23 de setembro de 1846, com a ajuda de Urbain Le Verrier, descobriu Neptuno, o oitavo planeta do Sistema Solar.
 

Fotografia feita pela sonda Voyager 2, ao passar pelo planeta em 1989
    

Jean-Dominique Cassini nasceu há 399 anos

    
Giovanni Domenico Cassini (Perinaldo, República de Génova, hoje Itália, 8 de junho de 1625 - Paris, 14 de setembro de 1712), também chamado Jean-Dominique Cassini ou Cassini I, foi um astrónomo e matemático francês de origem italiana.
Giovanni Cassini estudou no colégio dos Jesuítas em Génova e Bolonha, e em 1650 foi, sob a proteção do general e senador Cornelio Malvasia, o sucessor de Pater Bonaventura Cavalieri na Universidade de Bolonha como professor na cátedra de astronomia. Nesta função, lecionou, sob o controle da doutrina da Igreja Católica, geometria euclidiana e a astronomia de Ptolomeu. O seu interesse foi atraído principalmente pela aparição de cometas, que ele observava com muita atenção. Além disso, produziu precisas tabelas solares e observou os períodos de rotação de Vénus, Marte e Júpiter. Em 1669, foi chamado pelo rei Luís XIV para ser membro da Academia de Ciências de Paris, fundada em 1667.
Um ano depois, foi nomeado diretor do Observatório Astronómico de Paris. Apesar do observatório de Paris não ter a melhor localização para a realização de observações astronómicas, Cassini continuou as suas observações, descobrindo em 1671 e 1672 as luas de Saturno Jápeto e Reia, em 1675 uma parte escura dos anéis de Saturno, batizada com o seu nome (a divisão de Cassini, área escura que separa os anéis A e B de Saturno e que tem cerca de 5.000 km de largura) e, em 1684, dois outros satélites do planeta dos anéis: Tétis e Dione.
Em 1672 calculou com precisão a paralaxe solar, e em 1683 foi o primeiro a descrever a luz zodiacal. Cassini ficou cego em 1710, e dois anos depois, no dia 14 de setembro de 1712, faleceu em Paris.
Sucessores na direção do Observatório Astronómico de Paris foram o seu filho Jacques, o seu neto César François e o seu bisneto Jean Dominique.
A sonda espacial da missão Cassini-Huygens, com o seu nome, da NASA e da ESA chegou, em julho de 2004, a Saturno, para investigar o sistema de anéis do planeta.

quarta-feira, junho 05, 2024

John Couch Adams, um dos astrónomos que descobriu Neptuno, nasceu há 205 anos


 

Ainda estudante do St John's College (Cambridge), propôs a teoria que o notabilizou, segundo a qual as irregularidades observadas no movimento do planeta Urano seriam provocadas pela existência de um outro planeta, até então desconhecido. Mais tarde, conseguiu provar a sua hipótese e, consequentemente, a existência desse novo planeta, que foi denominado de Neptuno. Nessa descoberta, porém, Adams foi precedido por um outro astrónomo, o francês Urbain Le Verrier.
Durante a sua vida, Adams exerceu vários cargos importantes, como presidente da Royal Astronomical Society e diretor do Observatório de Cambridge. Também realizou estudos fundamentais sobre o magnetismo terrestre e a gravitação. Foi Professor Lowndeano de Astronomia e Geometria. Está sepultado no Ascension Parish Burial Ground.
        

terça-feira, maio 28, 2024

O astrónomo Frank Drake nasceu há 94 anos...


Frank Donald Drake (Chicago, 28 de maio de 1930Aptos, 2 de setembro de 2022) foi um astrónomo e astrofísico americano. Ele é conhecido por ter fundado o SETI e criado a equação de Drake.
Drake nasceu em Chicago e, durante a juventude, ele gostava de eletrónica e química. Ele afirma ter considerado a possibilidade de existência de vida em outros planetas com apenas 8 anos de idade, mas não teria discutido tal ideia com ninguém, devido às ideologias religiosas da época.
Ele começou a estudar astronomia na Universidade Cornell. As suas ideias sobre a possibilidade de vida extraterrestre foram reforçadas após ouvir uma palestra do astrofísico Otto Struve em 1951. Pouco depois, ele trabalhou brevemente como técnico de eletrónica da Marinha americana no USS Albany. Após o serviço militar, ele graduou-se em radioastronomia em Harvard.
Embora esteja intimamente ligado à pesquisa sobre civilizações extraterrestres, Drake começou a carreira como radioastrónomo no então recém-inaugurado National Radio Astronomy Observatory (Observatório Nacional de Rádio Astronomia dos Estados Unidos), em Green Banks, Virgínia Ocidental. Mais tarde trabalhou no Laboratório de Jato-Propulsão da NASA. Em suas pesquisas, ele descobriu a ionosfera e a magnetosfera de Júpiter. Como pesquisador, Drake envolveu-se com os primeiros estudos sobre os pulsars.
Nos anos 60, Drake supervisionou a conversão do Observatório de Arecibo em radiotelescópio. Em 1972, Drake projetou, com Carl Sagan, a Placa Pioneer, a primeira mensagem enviada ao espaço. Dois anos depois, ele escreveu a Mensagem de Arecibo. Mais tarde ele foi supervisor na produção do Disco de Ouro da Voyager.
Drake trabalhou como Professor de Astronomia na Universidade Cornell entre 1964 e 1984. Desde então, ele era Professor Emérito de Astronomia e Astrofísica na Universidade da Califórnia em Santa Cruz.
   
(...)
   
Frank Drake morreu a 2 de setembro de 2022, em sua casa, em Aptos, na Califórnia, de causas naturais, aos 92 anos.
   


A Equação de Drake, proposta por Frank Drake em 1961, foi formulada com o propósito de fornecer uma estimativa do número de civilizações na nossa Galáxia (Via Láctea) com as quais poderíamos ter hipóteses de estabelecer comunicação.
A Equação de Drake foi formulada como segue:
 

Onde:

N é o número de civilizações extraterrestres em nossa galáxia com as quais poderíamos ter chances de estabelecer comunicação.
e
R* é a taxa de formação de estrelas em nossa galáxia
fp é a fração de tais estrelas que possuem planetas em órbita
ne é o número médio de planetas que potencialmente permitem o desenvolvimento de vida por estrela que tem planetas
fl é a fração dos planetas com potencial para vida que realmente desenvolvem vida
fi é a fração dos planetas que desenvolvem vida inteligente
fc é a fração dos planetas que desenvolvem vida inteligente e que têm o desejo e os meios necessários para estabelecer comunicação
L é o tempo esperado de vida de tal civilização
Drake forneceu valores baseados nas suas pesquisas:
R* - estimado em 7/ano
fp – estimado em 0,5
ne – estimado em 2
fl – estimado em 0,33
fi – estimado em 0,01
fc – estimado em 0,01
L – estimado como sendo 10 000 anos
Segundo os dados de Drake, temos uma estimativa que resulta:
N = 7 × 0,5 × 2 × 0.33 × 0,01 × 0,01 × 10 000 = 2,31

As críticas feitas à equação baseiam-se sobretudo no facto de que vários fatores são baseados em conjeturas, sendo o seu valor nulo.
Outra crítica pertinente é a de que Drake não prevê que as civilizações possam sair da sua galáxia mãe para colonizar outras galáxias. Assim sendo entrariam também em conta as equações da dinâmica populacional.

sábado, maio 18, 2024

Omar Caiam, o poeta, matemático e astrónomo persa, nasceu há 976 anos

Pintura representando Omar Caiam, na tradução do Rubaiyat de Edward Fitzgerald

 

Giate Aldim Abu Fate Omar ibne Ibraim Caiam de Nixapur (Nixapur, Pérsia, 18 de maio de 1048 - Nixapur, 4 de dezembro de 1131), melhor conhecido como Omar Caiam, foi poeta, matemático e astrónomo persa dos séculos XI e XII. As numerosas transformações políticas e etnológicas no mundo islâmico trouxeram altos e baixos para o desenvolvimento da astronomia e da matemática. Conhecido no ocidente como poeta e autor do Rubaiyat, (em português, “quadras" ou "quartetos”), que ficariam famosos a partir da tradução de Edward Fitzgerald, em 1839. Muitas coisas se contam sobre Omar Caiam, porém de poucas podemos ter certeza. Sabemos que nasceu em meados do século XI em Nixapur, capital da província Persa do Coração, onde passou a maior parte de sua vida. Omar Caiam faleceu em 1131.
No ano de 1074 foi chamado por Malique Xá I para reformar o antigo calendário persa, o que fez com com um erro de um dia em 5000 anos. A reforma do calendário foi substituída mais tarde pelo calendário lunar islâmico.
Nixapur suportou guerras e terremotos e em 1221 foi saqueada pelos mongóis. O túmulo de Omar Caiam superou todas as calamidades e está conservado até hoje. No século XVII foi edificada a mesquita do sacerdote Maomé Maruque. Apoiados nela construíram três arcos, abaixo do arco central se encontra o túmulo de Omar Caiam.
A filosofia de Omar Khayyām era bastante diferente dos dogmas islâmicos oficiais. Concordou com a existência de Deus mas opôs-se à noção de que cada acontecimento e fenómeno particular era o resultado de intervenção divina. Em vez disso apoiou a visão que leis da natureza explicam todos fenómenos particulares da vida observada.
De todos os campos da matemática, a álgebra foi melhor trabalhada pelos árabes. Em suas mãos chegou a ter um aspeto novo bem distante das origens grega, babilónica e hindu.
A obra mais importante de Omar Caiam é precisamente um tratado sobre álgebra em que explica como resolver todas as equações de segundo e terceiro graus. Ele desaconselha, no prólogo do seu tratado, a leitura a quem não conheça os Elementos de Euclides bem como os primeiros livros das Cónicas de Apolónio. No mesmo texto, afirma que não se remeterá a nenhuma outra obra por julgar indispensável o estudo prévio das obras já citadas.
   
   


Noite, silêncio, folhas imóveis;
imóvel o meu pensamento.
Onde estás, tu que me ofereceste a taça?
Hoje caiu a primeira pétala.

Eu sei, uma rosa não murcha
perto de quem tu agora sacias a sede;
mas sentes a falta do prazer que eu soube te dar,
e que te fez desfalecer.

Acorda... e olha como o sol em seu regresso
vai apagando as estrelas do campo da noite;
do mesmo modo ele vai desvanecer
as grandes luzes da soberba torre do Sultão.

 

Omar Caiam

terça-feira, maio 14, 2024

A estação espacial norte-americana Skylab foi lançada para o espaço há 51 anos


 

Skylab designa a estação espacial norte-americana que foi lançada para o espaço a 14 de maio de 1973, a uma altitude de 435 km, e reentrou na atmosfera, destruindo-se, prematuramente, em 1979. O nome também designa a missão Skylab I, que colocou a estação em órbita, e as três missões tripuladas, Skylab II, III e IV que foram lançadas para trabalhar na estação espacial e usavam a nave Apollo.
A Skylab era composta de cinco partes: um telescópio (ATM); um adaptador para acoplagem múltipla (MDA); um módulo selado (AM); uma unidade de instrumentos (IU); e um espaço de trabalho orbital (OWS).
  
A missão Skylab I foi a responsável por colocar em órbita a estação/laboratório espacial Skylab. Foi uma missão não tripulada que usou o foguete Saturno V.
As três missões tripuladas da Skylab foram:
Todas as três missões tripuladas, devido a pequena carga, fizeram uso do foguete Saturno IB, menos potente e mais barato que o Saturno V.
   

segunda-feira, maio 06, 2024

Willem de Sitter nasceu há 152 anos

      
Willem de Sitter estudou matemática na Universidade de Groningen e depois integrou o Laboratório de Astronomia de Groninga. Trabalhou no observatório do Cabo na África do Sul (1897-1899), e em 1908 foi nomeado para a cátedra de astronomia da Universidade de Leiden. Foi diretor do Observatório de Leiden de 1919 até à sua morte.
De Sitter contribuiu a melhorar a compreensão da cosmologia. Uma de suas obras de destaque é a co-redação de um artigo com Albert Einstein, em 1932, no qual lançam a conjetura de que deveria haver no universo uma grande quantidade de matéria que não emitia luz, designada como matéria negra.
De Sitter ficou também célebre pelos seus estudos do planeta Júpiter.

   in Wikipédia

domingo, maio 05, 2024

A complicação que foram os primeiros tempos do sistema solar...

A Terra tem uma Lua graças a… Júpiter

 

 

Durante a “grande instabilidade planetária”, o maior planeta do nosso Sistema Solar pode ter tido uma mão na monumental colisão que se acredita ter criado a nossa Lua, verificou um estudo recente.

A monumental colisão que se acredita ter criado a Lua - um acontecimento cósmico que terá ocorrido entre 60 e 100 milhões de anos após o início do Sistema Solar - pode estar de mãos dadas com a “grande instabilidade planetária”, um grande evento que deixou Júpiter, bem como outros gigantes gasosos, a vaguear caoticamente pelo Sistema Solar.

Júpiter, o maior planeta do nosso Sistema Solar, poderá ter desempenhado um papel fundamental na formação da nossa lua, conclui um estudo publicado a 16 de abril na revista Science.

Historicamente, a grande instabilidade viu os gigantes gasosos, especialmente Júpiter, migrarem das suas posições originais, o que levou a perturbações orbitais significativas em todo o Sistema Solar. Esta migração está intimamente ligada a uma série de eventos cósmicos, incluindo aquele que provavelmente causou a formação da lua da Terra.

A nova hipótese sugere que os movimentos de Júpiter desestabilizaram a órbita de Theia, um protoplaneta do tamanho de Marte. Os investigadores acreditam que esta desestabilização precipitou a colisão de Theia com a Terra, lançando os detritos que eventualmente se aglutinaram para formar o nosso satélite natural.

A teoria é apoiada por estudos que ilustram as composições e origens de asteroides e cometas, que sugerem que o sistema solar primitivo foi um cenário de considerável tumulto, influenciado em grande parte pelas trajetórias migratórias dos planetas gigantes.

O enigma de como estes corpos celestes acabaram nas suas órbitas atuais centra-se na hipótese de a sua formação inicial ter ocorrido mais perto do Sol do que onde agora se encontram.

O “Modelo de Nice”, cujo nome deriva da cidade francesa onde foi desenvolvido, constitui a base da compreensão atual desta instabilidade orbital.

Este modelo associava originalmente a instabilidade a um período posterior da história do sistema solar, coincidindo com o Bombardeamento Pesado Tardio. No entanto, mudanças recentes no consenso científico colocam agora esta instabilidade muito mais cedo, possivelmente nos primeiros 100 milhões de anos de vida do sistema solar.

Este momento é crucial, uma vez que se alinha com o período de formação dos asteroides troianos de Júpiter, indicadores-chave dos padrões migratórios iniciais do planeta gigante.

O estudo centrou-se em meteoritos específicos conhecidos como condritos EL enstatite, cruciais para datar os acontecimentos da grande instabilidade porque a sua composição é muito semelhante à da Terra, sugerindo que tiveram origem na mesma região do sistema solar.

Surpreendentemente, estes meteoritos estão ligados à família de asteroides Athor, que se situam longe na cintura de asteroides, o que indica que foram deslocados pela mesma instabilidade que moveu Júpiter.

Utilizando simulações dinâmicas, os investigadores conseguiram mapear a forma como a migração de Júpiter pode ter atirado o progenitor da família Athor para a cintura de asteroides, 60 milhões de anos após a formação do sistema solar, momento consistente com a colisão entre a Terra e Theia, sugerindo uma ligação entre a viagem caótica de Júpiter e o nascimento da nossa lua.

Este momento é crucial, uma vez que se alinha com o período de formação dos asteroides troianos de Júpiter, indicadores-chave dos padrões migratórios iniciais do planeta gigante.

O estudo centrou-se em meteoritos específicos conhecidos como condritos EL enstatite, cruciais para datar os acontecimentos da grande instabilidade porque a sua composição é muito semelhante à da Terra, sugerindo que tiveram origem na mesma região do sistema solar.

Surpreendentemente, estes meteoritos estão ligados à família de asteroides Athor, que se situam longe na cintura de asteroides, o que indica que foram deslocados pela mesma instabilidade que moveu Júpiter.

Utilizando simulações dinâmicas, os investigadores conseguiram mapear a forma como a migração de Júpiter pode ter atirado o progenitor da família Athor para a cintura de asteroides, 60 milhões de anos após a formação do sistema solar, momento consistente com a colisão entre a Terra e Theia, sugerindo uma ligação entre a viagem caótica de Júpiter e o nascimento da nossa lua.

 

in ZAP

terça-feira, abril 30, 2024

Afinal o David Bowie tinha razão...

Sonda da ESA deteta “sinal de aranhas” em Marte

 

 


A ExoMars Trace Gas Orbiter, da Agência Espacial Europeia (ESA), detetou aquilo a que os astrónomos chamaram de “sinal de aranhas de Marte”.

As imagens, da região polar sul do Planeta Vermelho, mostram o que parecem ser aranhas gigantes na superfície do planeta. Não são animais, mas são características criadas no gelo à medida que o inverno marciano se transforma em primavera.

“Estas características pequenas e escuras formam-se quando a luz do sol da primavera incide sobre camadas de dióxido de carbono depositadas durante os meses escuros de inverno”, explicou a Agência Espacial Europeia (ESA), em comunicado.

“A luz solar faz com que o gelo de dióxido de carbono na parte inferior da camada se transforme em gás, que subsequentemente se acumula e parte as placas de gelo sobrejacentes. O gás liberta-se na primavera marciana, arrastando material escuro para a superfície à medida que avança e parte as camadas de gelo, que chegam a ter até um metro de espessura.”

À medida que o gás emerge, empurrando poeira e areia para cima, cria fontes gigantes que depois caem de volta para o planeta. Este fenómeno faz com que surjam as manchas escuras observadas na imagem, que se estendem entre 45 metros e 1 quilómetro de diâmetro.

Mas porque é que vemos “aranhas”? A resposta está na pareidolia, um fenómeno cognitivo enraizado na perceção humana.

Em termos evolutivos, a sobrevivência dos nossos ancestrais dependia da identificação rápida de ameaças. Esta tendência em discernir padrões reconhecíveis, mesmo em estímulos aleatórios, era um garante de sobrevivência.

É por isso que a inclinação para perceber formas familiares em contextos desconhecidos persiste como um vestígio do nosso passado evolutivo.

Jess Taubert, da Universidade de Queensland, corroborou essa evidência ao IFLScience, acrescentando que esta característica predispõe os humanos a interpretar erroneamente estímulos aleatórios, como os padrões de “aranha” em Marte.

 

in ZAP