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quinta-feira, dezembro 18, 2025

A Rainha Cristina da Suécia nasceu há 399 anos

   
Cristina (Estocolmo, 18 de dezembro de 1626Roma, 19 de abril de 1689) foi a Rainha da Suécia de 1632 até à sua abdicação, em 1654. Era a única filha do rei Gustavo II Adolfo e da sua esposa, Maria Leonor de Brandemburgo. Ela ascendeu ao trono sueco com apenas seis anos de idade, após a morte do seu pai, na Batalha de Lützen.

Sendo a filha de um defensor do protestantismo na Guerra dos Trinta Anos, Cristina causou escândalo ao abdicar em 1654 e ao converter-se ao catolicismo. Ela passou os seus anos restantes em Roma, tornando-se a líder da vida musical e teatral local. Como rainha sem um país, ela protegeu muitos artistas e projetos. Cristina morreu em 1689 e é uma das poucas mulheres enterradas no Vaticano.

Cristina era mal-humorada, inteligente e interessada em livros e manuscritos, religião, alquimia e ciência. Ela queria que Estocolmo se transformasse na "Atenas do Norte". Influenciada pela contrarreforma, ela cada vez mais se sentia atraída pela cultura barroca e mediterrânea que se desenvolveu longe do seu pais natal. O seu estilo de vida incomum e vestuário e comportamento masculino inspirariam vários romances, peças teatrais, óperas e filmes.
   
  

quarta-feira, dezembro 17, 2025

O saudoso Papa Francisco nasceu há 89 anos...

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Francisco (em castelhano: Francisco; em latim: Franciscus), nascido Jorge Mario Bergoglio (Buenos Aires, 17 de dezembro de 1936Vaticano, 21 de abril de 2025), foi o 266.º Papa da Igreja Católica, Bispo de Roma e Soberano da Cidade do Vaticano de 13 de março de 2013 até à data de sua morte.

Foi o primeiro Bispo de Roma a ser membro da Companhia de Jesus (Jesuítas), o primeiro nascido nas Américas (ou do chamado Novo Mundo) e no Hemisfério Sul, bem como o primeiro pontífice não nascido na Europa em mais de 1.200 anos (o último havia sido o sírio Gregório III, morto em 741) e o primeiro Papa a utilizar o nome de Francisco. Tornou-se arcebispo de Buenos Aires em 28 de fevereiro de 1998 e foi elevado ao cardinalato em 21 de fevereiro de 2001 - véspera da festa da Cátedra de São Pedro - com o título de Cardeal-presbítero de São Roberto Belarmino, por São João Paulo II. Foi eleito papa em 13 de março de 2013.

Ao longo de sua vida pública, o Papa Francisco destacou-se por sua humildade, preocupação com os pobres e compromisso com o diálogo inter-religioso. Francisco teve uma abordagem menos formal ao papado do que seus antecessores, tendo escolhido residir na casa de hóspedes Domus Sanctae Marthae, em vez de nos aposentos papais do Palácio Apostólico usados por papas anteriores. Ele sustentava que a Igreja deveria ser mais aberta e acolhedora. Ele não apoiava o capitalismo definido "selvagem", o marxismo ou as versões marxistas da teologia da libertação. Francisco manteve as visões tradicionais da Igreja em relação ao aborto, casamento, ordenação de mulheres e celibato clerical. Opunha-se ao consumismo e apoiava a ação sobre as mudanças climáticas, foco de seu papado com a promulgação da encíclica Laudato si'.

Na diplomacia internacional, ajudou a restaurar temporariamente as relações diplomáticas completas entre os Estados Unidos e Cuba e apoiou a causa dos refugiados durante as crises migratórias da Europa e da América Central. Desde 2018, foi um oponente vocal do neonacionalismo. Seu papado deu ênfase ao combate de abusos sexuais por membros do clero católico, tornando obrigatórias as denúncias e responsabilizando quem as omite.

  

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Brasão do papa Francisco
  

segunda-feira, dezembro 15, 2025

D. José Tolentino Mendonça, cardeal e poeta, comemora hoje sessenta anos...!


José Tolentino Calaça Mendonça
, mais conhecido por José Tolentino de Mendonça (Machico, Madeira, 15 de dezembro de 1965) é um cardeal, poeta e teólogo português.

Atualmente é prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, na Cúria Romana. No dia 5 de outubro de 2019 foi elevado a Cardeal pelo Papa Francisco durante o Consistório Ordinário Público de 2019.

Teólogo e professor universitário, José Tolentino de Mendonça é também considerado uma das vozes mais originais da literatura portuguesa contemporânea e reconhecido como um eminente intelectual católico. A sua obra inclui poesia, ensaios e peças de teatro assinados como José Tolentino Mendonça.
 
Foi distinguido com o Prémio Pessoa em 2023.


A casa onde às vezes regresso é tão distante

A casa onde às vezes regresso é tão distante
da que deixei pela manhã
no mundo
a água tomou o lugar de tudo
reúno baldes, estes vasos guardados
mas chove sem parar há muitos anos

Durmo no mar, durmo ao lado do meu pai
uma viagem se deu
entre as mãos e o furor
uma viagem se deu: a noite abate-se fechada
sobre o corpo

Tivesse ainda tempo e entregava-te
o coração
  

in
A Que Distância Deixaste o Coração (1998) - José Tolentino Mendonça

domingo, dezembro 14, 2025

Poesia para recordar um santo poeta espanhol...

 (imagem daqui)

  

  
S. João da Cruz


Um santo e um poeta de mãos dadas!
Um a negar o outro, e sempre unidos…
Um no céu das vivências sublimadas,
Outro a penar no inferno dos sentidos…

Ah, Castela, Castela, mãe de terra e luz!
Que singular jornada,
À sombra de uma cruz
Tão leve e tão pesada!

A alma já liberta por ascese;
O corpo preso ainda a cada verso;
E o gosto de ser homem, preservado
Na totalidade
Contraditória.
O Carmelo subido e recordado…
A paz da eternidade
Sem possível sossego na memória.

  
   
in
Poemas Ibéricos - Miguel Torga

São João da Cruz morreu há 434 anos...

   
São João da Cruz, fundador da Ordem dos Carmelitas Descalços (em espanhol: Juan de la Cruz; 1542, Fontiveros, ÁvilaÚbeda, Jaén, 14 de dezembro de 1591) foi um místico, sacerdote e frade carmelita espanhol venerado como santo pelos católicos. Nascido em Fontiveros, em Castela a Velha, foi um dos mais importantes expoentes da Contra-Reforma.
Grande reformador da Ordem Carmelita, é considerado, juntamente com Santa Teresa de Ávila, o fundador dos Carmelitas Descalços. João também é conhecido por suas obras literárias e tanto sua poesia quanto suas investigações sobre o crescimento da alma são consideradas o ápice da literatura mística e se destacam entre as grandes obras da literatura espanhola.
João da Cruz foi canonizado em 1726 por Bento XIII e é um dos Doutores da Igreja Católica.
   
  
 
Noche oscura del alma
  
  
En una noche escura,
con ansias en amores inflamada,
¡oh dichosa ventura!,
salí sin ser notada,
estando ya mi casa sosegada.
 
A escuras y segura
por la secreta escala, disfrazada,
¡oh dichosa ventura!,
a escuras y en celada,
estando ya mi casa sosegada.
 
En la noche dichosa,
en secreto, que nadie me veía
ni yo miraba cosa,
sin otra luz y guía
sino la que en el corazón ardía.
  
Aquesta me guiaba
más cierto que la luz del mediodía,
adonde me esperaba
quien yo bien me sabía,
en parte donde nadie parecía.
  
¡Oh noche, que guiaste;
oh noche amable más que el alborada;
oh noche que juntaste
Amado con amada,
amada, con el Amado transformada!
  
En mi pecho florido,
que entero para él solo se guardaba,
allí quedó dormido,
y yo le regalaba
y el ventalle de cedros aire daba.
  
El aire del almena,
cuando yo sus cabellos esparcía,
con su mano serena
en mi cuello hería
y todos mis sentidos suspendía.
  
Quedéme y olvidéme,
el rostro recliné sobre el Amado;
cesó todo y dejéme,
dejando mi cuidado
entre las azucenas olvidado.

  

  
San Juan de la Cruz

sábado, dezembro 13, 2025

O Concílio de Trento começou há 480 anos

 
O Concílio de Trento, realizado de 13 de dezembro de 1545 a 4 de dezembro de 1563, foi o 19º concílio ecuménico da Igreja Católica. Foi convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade da e a disciplina eclesiástica, no contexto da Reforma da Igreja Católica e da reação à divisão então vivida na Europa devido à Reforma Protestante, razão pela qual é denominado também de Concílio da Contra-reforma. O Concílio foi realizado na cidade de Trento, no antigo Principado Episcopal de Trento, região do Tirol italiano.

O Concílio de Trento, atrasado e interrompido várias vezes por divergências políticas ou religiosas, foi um conselho de uma grande reforma, uma personificação dos ideais da Contrarreforma. Mais de 300 anos se passaram até ao Conselho Ecuménico seguinte. Ao anunciar o Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII afirmou que os preceitos do Concílio de Trento continuam nos dias modernos, uma posição que foi reafirmada pelo Papa Paulo VI.

O Concílio de Trento foi o concílio ecuménico mais longo da História da Igreja Católica. Foi também o concílio que "emitiu o maior número de decretos dogmáticos e reformas, e produziu os resultados mais benéficos", duradouros e profundos "sobre a fé e a disciplina da Igreja".

Para opor-se ao protestantismo, o concílio emitiu numerosos decretos disciplinares e especificou claramente as doutrinas católico‐romanas quanto à salvação, os sete sacramentos (como por exemplo, confirmou a presença de Cristo na Eucaristia), o Cânone de Trento (reafirmou como autêntica a Vulgata) e a Tradição, a doutrina da graça e do pecado original, a justificação, a liturgia e o valor e importância da Missa (unificou o ritual da missa de rito romano, abolindo as variações locais, instituindo a chamada "Missa Tridentina"), o celibato clerical, a hierarquia católica, o culto dos santos, das relíquias e das imagens, as indulgências e a natureza da Igreja. Regulou ainda as obrigações dos bispos.

Foram criados seminários nas dioceses como centros de formação sacerdotal e confirmou-se a superioridade do Papa sobre qualquer concílio ecuménico. Foi instituído o "Index Librorum Prohibitorum", um novo Breviário (o Breviário Romano) e um novo Catecismo (o Catecismo Romano). Foi reorganizada também a Inquisição.

Celebrou-se em três períodos:

  • 1º Período (1545-1548) - Celebraram-se dez sessões, promulgando-se os decretos sobre a Sagrada Escritura e Tradição, o pecado original, a justificação e os sete sacramentos em geral e vários decretos de reforma disciplinar;
  • 2º Período (1551-1552) - Celebraram-se seis sessões, continuando a promulgar-se, simultaneamente, decretos de reforma e doutrinais ainda sobre sacramentos, particularmente sobre a Eucaristia (nomeadamente sobre a questão da transubstanciação), a penitência, e a extrema-unção. A guerra entre Carlos V e os príncipes protestantes constituiu um perigo para os padres conciliares de Trento;
  • 3º Período (1562-1563) - Convocado pelo Papa Pio IV, foi presidido pelos legados cardeais Ercole Gonzaga, Seripando, Osio, Simonetta e Sittico. Estiveram ainda no concílio os cardeais Cristoforo Madruzzo, bispo de Trento e Carlos Guise. O Papa enviou os núncios Commendone e Delfino aos príncipes protestantes do império reunidos em Naumburgo, e Martinengo à Inglaterra para convidar os protestantes a virem ao concílio. Neste período realizaram-se nove sessões, em que se promulgaram importantes decretos doutrinais, mas sobretudo decretos eficazes para a reforma da Igreja. Assinaram as suas atas 217 padres oriundos de 15 nações.

Os decretos tridentinos e os diplomas emanados do concílio foram as principais fontes do direito eclesiástico durante os 4 séculos seguintes, até à promulgação do Código de Direito Canónico em 1917.

"No Concílio, nenhum consenso foi possível, este acabou apenas por reafirmar os princípios católicos, condenando o protestantismo. Entretanto, algumas medidas moralizadoras começaram a ser tomadas, como a proibição da venda de indulgências e a criação de escolas para a formação de eclesiásticos.
   

Hoje é dia de Santa Luzia...

    

Santa Lúcia de Siracusa283 - † 304), mais conhecida simplesmente por Santa Luzia (santa de luz), segundo a tradição da Igreja Católica, foi uma jovem siciliana, nascida numa família rica de Siracusa, venerada pelos católicos como virgem e mártir cristã, que, segundo se conta, morreu por volta de 304 durante as perseguições de Diocleciano.
Na antiguidade cristã, juntamente com Santa Cecília, Santa Águeda e Santa Inês, a veneração a Santa Lúcia foi das mais populares e, como as primeiras, tinha ofício próprio. Chegou a ter vinte templos em Roma nomeados em sua memória.
O episódio da cegueira, ao qual a iconografia a representa, deverá estar ligado ao seu nome Luzia (Lúcia) derivado de lux (= luz), elemento indissolúvel ao sentido da vista, mas também à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural. Por este motivo Dante Alighieri, na Divina Comédia, atribui-lhe a função de graça iluminadora.
É assim a padroeira dos oftalmologistas e daqueles que têm problemas de visão.
A sua festa é celebrada simbolicamente a 13 de dezembro, possivelmente doze dias antes do Natal, para indicar ao cristão a necessidade de preparação espiritual e sua iluminação correspondente para essa importante data que se avizinha.

    

O sepultamento de Santa Luzia, Caravaggio

     
 

terça-feira, dezembro 09, 2025

Nossa Senhora de Guadalupe apareceu a São Juan Diego há 494 anos...

 
Nossa Senhora de Guadalupe (em espanhol: Nuestra Señora de Guadalupe, em náuatle: Tonantzin Coatlaxopeuh) ou Virgem de Guadalupe é a denominação de uma aparição mariana da Igreja Católica de origem mexicana, cuja imagem tem como seu principal local de culto a Basílica de Guadalupe, localizada no sopé do monte Tepeyac, ao norte da Cidade do México.

De acordo com a tradição oral mexicana, e segundo textos de documentos históricos do Vaticano e outros encontrados ao redor do mundo em diferentes arquivos, acredita-se que a Virgem Maria, apareceu em quatro ocasiões ao índio são Juan Diego Cuauhtlatoatzin no monte Tepeyac, e numa quinta ocasião a Juan Bernardino, tio de Juan Diego. O relato guadalupano conhecido como Nican Mopohua narra que, na primeira aparição, a Virgem ordenou a Juan Diego que se apresentasse diante do bispo do México, Juan de Zumárraga. Juan Diego, na última aparição da Virgem, e por ordem desta, levou no seu ayate algumas flores que cortou no Tepeyac. Juan Diego desdobrou a sua tilma diante do bispo Juan de Zumárraga, deixando a descobrir a imagem da Virgem Maria, morena e com traços mestiços. 

   

 
Segundo o Nican Mopohua, as mariofanias aconteceram no ano de 1531, ocorrendo pela última vez em 12 de dezembro do mesmo ano. A fonte mais importante que as relatou foi o próprio Juan Diego que contou tudo o que havia acontecido. Posteriormente esta tradição oral foi recolhida num escrito no idioma náuatle mas escrita com caracteres latinos (técnica que nenhum espanhol sabia fazer e que só muito raramente usavam os indígenas); este escrito é chamado de Nican Mopohua, e é atribuído ao indígena Antonio Valeriano (1522-1605). Posteriormente em 1648 foi publicado o livro Imagen de la Virgen María Madre de Dios de Guadalupe (título traduzido para o português como: Imagem da Virgem Maria Mãe de Deus de Guadalupe) pelo presbítero Miguel Sánchez, contribuindo para recompilar tudo o que se sabia na época sobre a devoção guadalupana. Segundo diversos investigadores, o culto guadalupano é uma das crenças mais historicamente apegadas ao atual México e parte da sua identidade, e tem estado presente com o desenvolvimento do país, desde o século XVI, dentro de seus processos sociais mais importantes, como na Independência do México, na Reforma, na Revolução Mexicana e na sociedade mexicana atual, onde conta com milhões de fiéis, e que alguns deles professam o guadalupanismo sem serem necessariamente católicos.
  
(...) 
  
Retrato de São Juan Diego
    
Os relatos oficiais católicos afirmam que a Virgem Maria apareceu primeiro quatro vezes a Juan Diego e, mais uma vez, ao seu tio Juan Bernardino. De acordo com esses relatos, a primeira aparição aconteceu na manhã do dia 9 de dezembro de 1531, quando o camponês, nativo mexicano, Juan Diego Cuauhtlatoatzin, teve a visão de uma senhora num lugar chamado colina de Tepeyac (que futuramente passaria a fazer parte da Vila de Guadalupe, um subúrbio da Cidade do México). Falando a Juan Diego na sua língua nativa natal (a língua do império asteca, o náuatle), a mulher identificou-se como sendo a Virgem Maria, "Mãe do Verdadeiro Deus", e pediu que uma igreja fosse construída naquele local, em sua honra. 
 

segunda-feira, dezembro 08, 2025

O Concílio Vaticano II teve a última sessão há sessenta anos...

  

O Concílio Vaticano II (CVII), XXI Concílio Ecuménico da Igreja Católica, foi convocado no dia 25 de dezembro de 1961, através da bula papal "Humanae salutis", pelo Papa João XXIII. Este mesmo Papa inaugurou-o, a ritmo extraordinário, no dia 11 de outubro de 1962. O Concílio, realizado em 4 sessões, só terminou no dia 8 de dezembro de 1965, já sob o papado de Paulo VI.
Nestas quatro sessões, mais de 2.000 prelados convocados de todo o planeta discutiram e regulamentaram vários temas da Igreja Católica. As suas decisões estão expressas nas 4 constituições, 9 decretos e 3 declarações elaboradas e aprovadas pelo Concílio. Apesar da sua boa intenção em tentar atualizar a Igreja, os resultados deste Concílio, para alguns estudiosos, ainda não foram totalmente entendidos nos dias de hoje, enfrentando por isso vários problemas que perduram. Para muitos estudiosos, é esperado que os jovens teólogos dessa época, que participaram do Concílio, salvaguardem a sua natureza; depois de João XXIII, todos os Papas que lhe sucederam, até Bento XVI, inclusive, participaram do Concílio ou como padres conciliares (ou prelados) ou como consultores teológicos (ou peritos).
  
(...)
  
Todos os concílios católicos são nomeados segundo o local onde se deu o concílio episcopal. A numeração indica a quantidade de concílios que se deram em tal localidade. Vaticano II portanto, indica que o concílio ocorreu na cidade-Estado do Vaticano, e o número dois indica que foi o segundo concílio realizado nesta localidade.
 
(...)
 

Os católicos tradicionalistas acusam o Concílio de, em vez de trazer uma lufada de ar fresco para Igreja, ser uma das causas principais da atual "crise na Igreja", que é caracterizado, como por exemplo, na "corrupção da fé e dos costumes", no declínio do número das vocações sacerdotais e de católicos praticantes e na perda de influência da Igreja no mundo ocidental. Sobre esta mesma crise eclesial, alguns teólogos modernistas, como Andrés Torres Queiruga (que nega a ressurreição real de Cristo) alegam que a sua causa principal "é a infidelidade ao Concílio Vaticano II e o medo das reformas exigidas".

O Papa João Paulo II, em 1995, afirma que não há rutura:

Em 2000, João Paulo II afirmou também que:

Em 2005, o Papa Bento XVI defendeu também a mesma ideia do seu predecessor, dizendo que:

 
  

Hoje é o dia da Rainha e Padroeira de Portugal...!

"Inmaculada Concepción", pintura de 1667 de Juan Antonio de Frías y Escalante 

Nossa Senhora da Conceição, Rainha e Padroeira de Portugal e de todos os povos de língua portuguesa

 

A Imaculada Conceição é, segundo o dogma católico, a conceção da Virgem Maria sem mancha (em latim, macula ) do pecado original. O dogma diz que, desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi preservada por Deus, da falta de graça santificante que aflige a humanidade, porque ela estava cheia de graça divina. Também professa que a Virgem Maria viveu uma vida completamente livre de pecado.

A festa da Imaculada Conceição, comemorada a 8 de dezembro, foi definida como uma festa universal em 28 de fevereiro de 1476 pelo Papa Sisto IV.
  
in Wikipédia
   
Interior do Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
    
O Santuário de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa é também conhecido por Solar da Padroeira, por nele se encontrar a imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Portugal.
A igreja, que é simultaneamente Matriz de Vila Viçosa, fica situada dentro dos muros medievais do castelo da vila, não se podendo porém precisar a data exata da sua fundação, sendo que a existência da matriz é já assinalada na época medieval. O edifício atual resulta da reforma levada a cabo em 1569, reinando D. Sebastião, sendo um amplo templo de três naves, onde o mármore regional predomina como material utilizado na construção.
   
História
Segundo a tradição, a imagem da padroeira terá sido oferecida pelo Condestável do Reino, D.Nuno Álvares Pereira, que a terá adquirido em Inglaterra.
A mesma imagem teve a honra de, por provisão régia de D. João IV, referendada em cortes gerais, ter sido proclamada Padroeira de Portugal, em 25 de março de 1646. A partir de então não mais os monarcas portuguesas da Dinastia de Bragança voltaram a colocar a coroa real na cabeça.
A notável imagem, em pedra de Ançã, encontra-se no altar-mor da igreja, estando tradicionalmente coberta por ricas vestimentas (muitas delas oferecidas pelas Rainhas e demais damas da Casa Real).
Ainda em 6 de fevereiro de 1818 o Rei D. João VI concedeu nova benesse ao Santuário, erigindo-o cabeça da nova Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, agradecendo à Padroeira a resistência nacional às invasões francesas.
Neste Santuário nacional estão sediadas as antigas Confrarias de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e dos Escravos de Nossa Senhora da Conceição.
O Papa João Paulo II visitou este Santuário durante a sua primeira visita a Portugal, em 14 de maio de 1982.
   
Importância
Há uma grande peregrinação anual ao Santuário de Vila Viçosa que se celebra todos anos a 8 de dezembro, dia da solenidade da Imaculada Conceição, Padroeira Principal de Portugal. Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa foi também declarada padroeira da Arquidiocese de Évora.
   

sábado, dezembro 06, 2025

Hoje é dia de São Nicolau...


São Nicolau de Mira, dito Taumaturgo, também conhecido como São Nicolau de Bari, é o santo padroeiro da Rússia, Grécia e da Noruega. É o patrono dos guardas noturnos na Arménia e dos acólitos na cidade de Bari, na Itália, onde estariam sepultados os seus restos mortais.

O dia 6 de dezembro do ano de 350 é a data da morte de São Nicolau de Mira na Turquia, um bispo que ficou conhecido por sua caridade e afinidade com as crianças. Devido à sua imensa generosidade e aos milagres que lhe foram atribuídos, foi canonizado pela Igreja Católica e tornou-se um símbolo ligado diretamente ao nascimento do Menino Jesus. São Nicolau é considerado um dos santos mais conhecidos da cristandade.

É aceite que São Nicolau, seja proveniente de Patara, na Ásia Menor (Turquia), onde teria nascido na segunda metade do século III, e falecido no dia 6 de dezembro de 350. Sob o reinado de Diocleciano, Nicolau foi encarcerado por recusar-se a negar sua fé em Jesus Cristo. Após a subida ao poder de Constantino, Nicolau volta a enfrentar oposição, desta vez da própria Igreja. Diante de um debate com outros líderes eclesiásticos, Nicolau levanta-se e esbofeteia um de seus antagonistas, o heresiarca Ário. Isso o impede de permanecer como um líder da Igreja. Nicolau, porém, não se dá por vencido e permanece atuante, prestando auxílio a crianças e outros necessitados.


A ele foram atribuídos vários milagres, sendo daí proveniente sua popularidade em toda a Europa e sua designação como protetor dos marinheiros e comerciantes, santo casamenteiro e, principalmente, amigo das crianças. De São Nicolau, bispo de Mira (Lícia) no século IV, há um grande número de relatos e histórias, mas é difícil distinguir o que é autêntico e o que são lendas, que germinaram sobre este santo, cuja imagem foi tardiamente relacionada e transformada no ícone do Natal, chamado de Pai Natal, um velhinho corado de barba branca, trazendo nas costas um saco cheio de presentes. Nos Estados Unidos e Canadá e na maior parte dos países anglófonos é conhecido como Santa Claus, Father Christmas ou St. Nicholas.

É tido como acolhedor com os pobres e principalmente com as crianças carentes, se preocupando com a educação e a moral tanto das crianças como de suas mães. 

Algumas Igrejas Ortodoxas, como a Igreja Ortodoxa Russa, honram-no com a celebração litúrgica do último domingo do ano no calendário juliano. Os cristãos de ritos copta católicos e ortodoxos e de rito bizantino dedicam-lhe grande relevância e a celebração de sua vida pastoral tem grande destaque. Os calendários católico romano e bizantino celebram o seu dia como sendo a 6 de dezembro.

A sua devoção difundiu-se na Europa quando as suas relíquias, roubadas de Mira por 62 soldados de Bari, e trazidas a salvo subtraindo-as aos invasores turcos, foram colocadas com grandes honras na catedral de Bari a 9 de maio de 1087. As relíquias eram precedidas pela fama do suposto "taumaturgo" ("fazedor de milagres") e pelas diversas lendas que cercavam sua figura, proporcionando o aumento sua fama.

Conta-se que teria conseguido converter hereges que, querendo saquear a sua igreja, lá encontrando hóstias consagradas, e, ao tocá-las, elas viraram pão. A mais famosa destas lendas conta que uma família muito pobre não tinha como custear o "dote" para casar as suas filhas. O bispo Nicolau, à noite, jogou um saco de moedas de ouro e prata para ajudar a pagar o referido "dote". A São Nicolau é atribuído o dom de ressuscitar crianças na sua região (Mira), hoje a localidade de Demre na Turquia. Muitas são as histórias sobre supostas aparições suas; a mais famosa foi no Natal de 1583, na Espanha, quando atendendo às orações de algumas senhoras, teria auxiliado para que nenhum pobre deixasse de receber o seu pão bento. Os pobres, ao serem perguntados sobre a quem lhes teria dado alimento em meio a um "tão pesado inverno", estes teriam dito que foram socorridos por "um senhor de feições muito serenas e mãos firmes".

São estas lendas religiosas e a sua iconização, que fazem Nicolau de Mira ser muito conhecido, mas são também a razão de não se ter uma visão clara sobre a vida do mesmo. São Nicolau é igualmente padroeiro dos estudantes.

Em honra de São Nicolau, padroeiro dos estudantes, realizam-se em Guimarães as Festas Nicolinas, uma das mais antigas celebrações académicas do Mundo, que têm início no dia 29 de novembro e têm como seu dia mais importante precisamente o dia 6 de dezembro (antigo dia dedicado a São Nicolau, por ser o dia do seu falecimento), em que se realizam as Maçãzinhas, número nicolino claramente inspirado na lenda de São Nicolau que salvou as filhas de um estalajadeiro.

O culto de São Nicolau é próprio dos países da Europa Central, conhecendo também a sua implantação na Península Ibérica.

São Nicolau é igualmente padroeiro dos estudantes.

E nessa condição tem culto em Guimarães, Portugal. Pelo menos desde 1664 (ano da construção da Capela de São Nicolau) que existem indícios da realização das festas em sua honra, pelos estudantes daquela cidade, também chamados de nicolinos. Estudantes que pouco mais tarde, em 1691, aprovaram os estatutos da Irmandade de São Nicolau.

Na atualidade, realizam-se em Guimarães as Festas Nicolinas, uma das mais antigas celebrações académicas de Portugal, que têm início no dia 29 de novembro e têm como seu dia mais importante, precisamente o dia 6 de dezembro (antigo dia dedicado a São Nicolau, por ser o dia do seu falecimento), em que se realizam as Maçãzinhas.

   

quinta-feira, dezembro 04, 2025

O Papa Paulo VI promulgou a constituição Sacrosanctum Concilium há 62 anos

        
A constituição Sacrosanctum Concilium sobre a liturgia católica é uma das quatro constituições apostólicas emanadas do Concílio Vaticano II. Indica modificações no culto católico, visando aumentar a participação dos laicos na liturgia da Igreja. Foi o primeiro documento emitido pelo Concílio e o único, dentre aqueles preparados pela Cúria Romana, a ter sido aprovado.

A sua votação e aprovação final teve o seguinte resultado: 2.151 votantes; 2.147 placet; 4 non placet.

Sacrosanctum Concilium foi promulgada pelo papa Paulo VI no dia 4 de dezembro de 1963, no final da segunda sessão conciliar. 

 

Principais ideias

Esta constituição centra-se em torno da Liturgia, que é analisada pelos padres conciliares sob "uma tríplice dimensão teológica, eclesial e pastoral: a liturgia é obra da redenção em ato, celebração hierárquica e ao mesmo tempo comunitária, expressão de culto universal, que envolve toda a criação". Os padres conciliares descrevem ainda a Liturgia como "a primeira e necessária fonte onde os fiéis hão-de beber o espírito genuinamente cristão".

Logo, o Concílio pretende renovar a Liturgia, para que "todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação nas celebrações litúrgicas", visto que esta participação é, "por força do Batismo, um direito e um dever do povo cristão, «raça escolhida, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido» (1 Ped. 2,9; cfr. 2, 4-5)".

 

Principais consequências

Após o Concílio, apesar de nem sempre em conformidade com ele, efetuou-se, dentro de poucos anos, uma grande renovação na Liturgia. Entre estas reformas, destaca-se obviamente vários aspetos: a reorganização e simplificação da missa de rito romano; o uso predominante da língua vernacular nas celebrações litúrgicas; a posição do padre em relação ao altar (depois das reformas, maioritariamente o padre passou a celebrar a Missa de frente para as pessoas e atrás do altar); a assembleia reunida para ouvir a Missa passou a ter um papel mais ativo no serviço, através do canto, da leitura da Palavra de Deus, do ofertório e das suas respostas às orações iniciadas pelo padre; a escrita de novas músicas litúrgicas, com influências da música popular; uma maior ênfase na Liturgia da Palavra; e a clarificação do simbolismo.

Estas reformas litúrgicas foram acolhidas pela maioria dos católicos "de forma entusiástica". Mas, apesar disso, existe ainda "uma pequena minoria" que continua "a achar as mudanças difíceis de aceitar".

 

quarta-feira, dezembro 03, 2025

São Francisco Xavier morreu há 473 anos...

Francisco Xavier - retrato japonês do período Nanban
     
São Francisco Xavier, nascido Francisco de Jasso Azpilicueta Atondo y Aznáres, (Xavier, 7 de abril de 1506 - Sanchoão, 3 de dezembro de 1552) foi um missionário católico do padroado português e apóstolo navarro, pioneiro e cofundador da Companhia de Jesus. A Igreja Católica Romana considera que terá convertido mais pessoas ao cristianismo do que qualquer outro missionário, desde São Paulo, merecendo o epíteto de "Apóstolo do Oriente". Exerceu a sua atividade missionária no Oriente, especialmente na Índia Portuguesa e no Japão. É o padroeiro dos missionários, da Diocese de Registro (São Paulo - Brasil), também um dos padroeiros da Diocese de Macau e e co-patrono de Navarra, juntamente com São Firmino de Amiens.
Foi beatificado, com o nome de Francisco de Xavier, pelo Papa Paulo V, a 25 de outubro de 1619, e canonizado, pelo Papa Gregório XV, a 12 de março de 1622, em simultâneo com Inácio de Loyola.
      

domingo, novembro 30, 2025

Hoje celebrou-se o dia de Santo André, primeiro apóstolo e irmão de Simão Pedro...

Martírio de Santo André - Rubens (1638)

   

Santo André ou Santo André Apóstolo (Betsaida, Galileia, século I a.C., - Patras, 60 d.C.), conhecido na tradição ortodoxa como Protocletos (o "primeiro [a ser] chamado"), é um apóstolo cristão, irmão de São Pedro. O nome "André" (do grego "ανδρεία", andreía, "hombridade" ou "coragem"), como diversos outros nomes gregos, parece ter sido comum entre os judeus dos séculos III ou II a.C. Não se tem registo de qualquer nome hebraico ou aramaico seu.

De acordo com Hipólito de Roma, ele pregou na Trácia e sua presença em Bizâncio também é mencionada no apócrifo "Atos de André", escrito no século II. Esta diocese se desenvolverá e acabará por se tornar o Patriarcado de Constantinopla. André é, por isso, considerado como o seu fundador.
    
Evangelhos

O Novo Testamento regista que Santo André era irmão de S. Pedro, do que se pode concluir que ele também era filho de Jonas, ou João (Mateus 16:17; João 1:42). Nasceu em Betsaida, às margens do Mar da Galileia (João 1:44). Tanto ele quanto seu irmão Pedro eram pescadores, por profissão, e segundo a tradição, Jesus os teria chamado para serem seus discípulos, dizendo que faria deles "pescadores de homens". André também teria ocupado a mesma casa que Jesus, no início da vida pública deste, em Cafarnaum (Marcos 1:21-29).

O Evangelho segundo João conta que André era um discípulo de João Batista, cujo testemunho levou o próprio André e João, o Evangelista, a seguirem Jesus (João 1:35-40). André imediatamente reconheceu Jesus como o Messias, e apressou-se a apresentá-lo ao seu irmão (João 1:41). A partir daí os dois irmãos tornaram-se discípulos fiéis de Jesus. Numa ocasião posterior, antes da derradeira chamada ao apostolado, passaram a ser companheiros mais íntimos e abandonaram todos os seus pertences para seguir Jesus.

André é mencionado nos evangelhos como estando presente em diversas ocasiões de importância, como um dos discípulos mais próximos de Jesus (Marcos 13:3; João 6:8, João 12:22); os Atos dos Apóstolos apenas o mencionam uma única vez (Atos 1:13). 

  

 Padres da Igreja

Eusébio de Cesareia, citando Orígenes, conta que André pregou na Ásia Menor e na Cítia, ao longo do mar Negro, chegando até o rio Volga e Kiev - daí que se tenha tornado padroeiro da Roménia e da Rússia. De acordo com a tradição, teria fundado a sede de Bizâncio (Constantinopla), em 38, e instaurado Estácio como bispo. Esta diocese viria posteriormente a transformar-se no Patriarcado de Constantinopla, do qual André é reconhecido como santo padroeiro.

André teria sofrido o martírio através da crucificação, em Patras (Patrae), na Acaia. Embora os textos mais antigos, como os Atos de André, mencionados por Gregório de Tours, descrevem que ele teria sido atado, e não pregado, a uma cruz latina, desenvolveu-se uma tradição de que André teria sido crucificado numa cruz do tipo conhecido como Crux decussata ("cruz em forma de 'x'"), comummente conhecida como "cruz de Santo André", e que isto teria sido feito a pedido dele próprio, que se julgava indigno de ser crucificado no mesmo tipo de cruz que havia sido usada para crucificar Cristo. A iconografia familiar de seu martírio, que mostra o apóstolo atado à cruz em forma de 'X', não parece ter sido padronizada até ao fim da Idade Média.
  
 
Macla em cruz de Santo André