O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Morreu William Anders, o astronauta que tirou a primeira foto a cores da Terra
Avião que pilotava sozinho caiu nas águas ao largo das Ilhas San Juan, no estado de Washington, nos EUA.
Foto tirada por William Anders
William Anders
O antigo astronauta da missão Apollo VIII, em 1968, William Anders morreu
na sexta-feira quando o avião que pilotava sozinho caiu nas águas ao
largo das Ilhas San Juan, no estado de Washington, disse o filho.
Anders, de 90 anos, tirou a primeira imagem a cores da Terra vista do
espaço, considerada a responsável por desencadear o movimento
ambientalista global por mostrar como o planeta parecia delicado e
isolado.
O senador do Arizona e astronauta reformado da agência espacial
norte-americana NASA Mark Kelly escreveu na rede social X (antigo
Twitter): "Bill Anders mudou para sempre a nossa perspetiva do nosso
planeta e de nós próprios com a sua famosa fotografia do nascer da Terra
na Apollo 8. Inspirou-me a mim e a gerações de astronautas e
exploradores. Os meus pensamentos estão com a família e amigos".
Kennedy queria ansiosamente que os Estados Unidos liderassem a corrida espacial. Sergei Khrushchev, filho do presidente soviético, disse que Kennedy aproximou-se de seu pai, Nikita Khrushchev, duas vezes para unir esforços na exploração do espaço. Na primeira ocasião, a União Soviética
estava muito à frente em termos de tecnologia comparado aos americanos
no espaço. A primeira vez que Kennedy enunciou o objetivo de levar um
homem à Lua foi numa Sessão Conjunta do Congresso e do Senado, em 25 de maio de 1961. Na ocasião, ele disse:
Primeiro,
eu acredito que esta nação deve ter como objetivo levar um homem à Lua
e fazê-lo voltar em segurança à Terra antes do final da década. Nenhum
projeto de outro indivíduo é tão impressionante para a humanidade ou
mais importante do que a de conseguir viajar para o espaço e não vai
ser tão difícil e caro de se obter.
Na segunda abordagem a Khrushchev, o líder soviético foi
convencido dos benefícios que resultariam de compartilhar os custos e
os Estados Unidos haviam avançado muito na tecnologia espacial. Os
americanos lançaram um satélite em órbita geoestacionária e Kennedy pediu ao Congresso para aprovar um orçamento de mais de 25 mil milhões de dólares para o Programa Apollo.
O presidente soviético concordou em trabalhar em conjunto com os
norte-americanos no outono de 1963, mas Kennedy foi assassinado antes
de qualquer acordo desse tipo pudesse ser formalizado. Em 20 de julho de 1969, quase seis anos após a morte de JFK, o Programa da Apollo XI conquistou os seus objetivos e finalmente um homem pousou na lua.
Skylab designa a estação espacialnorte-americana que foi lançada para o espaço a 14 de maio de 1973, a uma altitude de 435 km, e reentrou na atmosfera, destruindo-se, prematuramente, em 1979. O nome também designa a missão Skylab I, que colocou a estação em órbita, e as três missões tripuladas, Skylab II, III e IV que foram lançadas para trabalhar na estação espacial e usavam a nave Apollo.
A Skylab era composta de cinco partes: um telescópio
(ATM); um adaptador para acoplagem múltipla (MDA); um módulo selado
(AM); uma unidade de instrumentos (IU); e um espaço de trabalho orbital
(OWS).
A missão Skylab I foi a responsável por colocar em órbita a estação/laboratório espacial Skylab. Foi uma missão não tripulada que usou o fogueteSaturno V.
Piloto militar de caça, Schirra lutou na Guerra da Coreia como líder de esquadrão e participou de mais de noventa missões, entre 51 e 52. Após a guerra, tornou-se piloto de testes, até ser escolhido pela NASA para o grupo inicial de astronautas da agência espacial.
Em 3 de outubro de 1962, ‘Wally’ Schirra foi ao espaço pela primeira vez, na nave Sigma 7, numa missão de seis órbitas em volta de Terra durante nove horas e treze minutos. Em dezembro de 1965 realizou o seu segundo voo, na Gemini VI, ao lado de Thomas Stafford, para um encontro em órbita com a Gemini VII, no que se tornou o primeiro encontro de duas naves especiais em órbita terrestre.
A sua última missão aconteceu em outubro de 1968, como comandante da Apollo 7, o primeiro voo tripulado do Programa Apollo após o incêndio da Apollo 1, quase dois anos antes no complexo de lançamento na Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, ficando no espaço onze dias em companhia dos astronautas Donn Eisele e Walter Cunningham, um voo de testes, em órbita da Terra, da nova cápsula espacial que iria à Lua nas missões posteriores.
Em maio de 2007, aos 84 anos de idade, Walter Schirra morreu de enfarte num hospital militar em La Jolla, na Califórnia, após enfrentar uma doença coronária durante algumas semanas.
O Telescópio Espacial Hubble (em inglês Hubble Space Telescope - HST) é um satélite astronómico artificial não tripulado que transporta um grande telescópio para a luz visível e infravermelha. Foi lançado pela agência espacial dos Estados Unidos - a NASA - a 24 de abril de 1990, a bordo do vaivém espacialDiscovery (missão STS-31).
Este telescópio já recebeu várias visitas espaciais da NASA para a
manutenção e para a substituição de equipamentos obsoletos ou
inoperantes.
O telescópio é a primeira missão da NASA pertencente aos Grandes Observatórios Espaciais (Great Observatories Program), consistindo numa família de quatro observatórios orbitais, cada um observando o Universo em um comprimento diferente de onda, como a luz visível, raios gama, raios-X e o infravermelho. Pela primeira vez se tornou possível ver mais longe do que as estrelas da nossa própria galáxia
e estudar estruturas do Universo até então desconhecidas ou pouco
observadas. O Hubble, de uma forma geral, deu à civilização humana uma
nova visão do universo e proporcionou um salto equivalente ao dado pela
luneta de Galileu Galilei no século XVII.
Desde a conceção original, em 1946, a iniciativa de construir um
telescópio espacial sofreu inúmeros atrasos e problemas orçamentais.
Logo após o lançamento para o espaço, o Hubble apresentou uma aberração esférica no espelho
principal, o que parecia comprometer todas as potencialidades do
telescópio. Porém, a situação foi corrigida numa missão especialmente
concebida para a reparação do equipamento, em 1993, voltando o
telescópio à operacionalidade, tornando-se numa ferramenta vital para a
astronomia. Imaginado nos anos 40, projetado e construído nos anos 70 e
80 e em funcionamento desde 1990, o Telescópio Espacial Hubble foi
batizado em homenagem de Edwin Powell Hubble, que revolucionou a Astronomia ao constatar que o Universo estava em expansão.
Uma das mais famosas imagens do Hubble, os "Pilares da Criação", mostrando a Nebulosa da Águia
A nebulosa planetária M2-9, apenas uma entre as milhares de estruturas cósmicas fascinantes reveladas pelo Hubble
A OSIRIS-APEX marcou encontro com Apophis, o “Asteroide do Caos”
A nave espacial a que se dava o nome OSIRIS-REx está numa viagem
com o objetivo de estudar o asteroide Apophis e tirar partido da sua
mais íntima passagem pela Terra em 2029, algo que não acontece desde o
início da história registada.
No final de uma viagem de longo curso, pode ser altura de levantar os
pés e de descansar um pouco - especialmente se foi uma viagem de sete
anos e 6,4 mil milhões de quilómetros para trazer à Terra uma amostra do asteroide Bennu.
Mas a OSIRIS-REx (Origins, Spectral Interpretation,
Resource Identification and Security – Regolith Explorer), a missão da
NASA que alcançou este feito em setembro, já está a caminho de um novo destino. E com um novo nome.
Quando a OSIRIS-REx deixou Bennu
em maio de 2021 com uma amostra a bordo, os seus instrumentos estavam
em ótimo estado e ainda lhe restava um-quarto do combustível.
Assim, em vez de desligar a nave depois de ter entregue a amostra, a equipa propôs enviá-la numa missão bónus ao asteroide Apophis, com chegada prevista para abril de 2029. A NASA concordou e assim nasceu a OSIRIS-APEX (Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, and Security – Apophis Explorer).
Uma oportunidade rara no asteroide Apophis
Depois de considerar vários destinos (incluindo Vénus e vários
cometas), a NASA optou por enviar a nave espacial até Apophis, um asteroide do tipo S feito de materiais de silicato e níquel-ferro - um pouco diferente de Bennu, rico em carbono e do tipo C.
A parte interessante no que toca a Apophis é a sua aproximação excecional ao nosso planeta no dia 13 de abril de 2029.
Embora Apophis não vá colidir com a Terra
durante este encontro nem num futuro previsível, a passagem de 2029
colocará o asteroide a menos de 32.000 quilómetros da superfície - mais
perto do que alguns satélites e perto o suficiente para que possa ser
visível a olho nu no hemisfério oriental.
Os cientistas estimam que asteroides do tamanho de Apophis, com cerca de 340 metros de diâmetro, só se aproximam da Terra uma vez em cada 7500 anos.
“A OSIRIS-APEX estudará Apophis imediatamente após essa passagem,
permitindo-nos ver como a sua superfície muda ao interagir com a
gravidade da Terra”, disse Amy Simon, cientista do projeto da missão, do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, em Greenbelt, estado norte-americano de Maryland.
O encontro próximo de Apophis com a Terra irá alterar a órbita do asteroide e a duração do seu dia de 30,6 horas.
O encontro também pode causar sismos e deslizamentos de terra na superfície do asteroide, que podem agitar o material e revelar o que está por baixo.
“A aproximação é uma grande experiência natural,” disse a investigadora principal da OSIRIS-APEX na Universidade do Arizona, Dani Mendoza DellaGiustina.
“Sabemos que as forças de maré e a acumulação de material em pilhas
de entulho são processos fundamentais que podem desempenhar um papel na
formação dos planetas. Podem informar como passámos de detritos no início do Sistema Solar para planetas completos”.
O asteroide Apophis representa mais do que apenas uma oportunidade
para aprender mais sobre a formação dos sistemas solares e dos planetas:
acontece que a maioria dos asteroides potencialmente perigosos conhecidos (aqueles cujas órbitas se encontram a menos de 4,6 milhões de quilómetros da Terra) são também do tipo S.
O que a equipa descobrir sobre Apophis pode informar a investigação
sobre defesa planetária, uma das principais prioridades da NASA.
Estas
imagens do asteroide Apophis foram obtidas em março de 2021 por antenas
de rádio no complexo Goldstone da DSN (Deep Space Network), na
Califórnia, e pelo GBT (Green Bank Telescope), na Virgínia Ocidental - o
asteroide estava a 17 milhões de quilómetros de distância, e cada pixel
tem uma resolução de 38,75 metros
OSIRIS-APEX: Itinerário da viagem
No dia 2 de abril de 2029 - cerca de duas semanas antes do encontro
próximo de Apophis com a Terra - as câmaras da OSIRIS-APEX começarão a
captar imagens do asteroide à medida que a nave se aproxima dele.
Durante este período, Apophis será também observado de perto por telescópios terrestres.
Para além de estudar as alterações causadas pelo encontro de Apophis
com a Terra, a nave espacial conduzirá muitas das mesmas investigações
que a OSIRIS-REx fez em Bennu, incluindo a utilização do seu conjunto de
câmaras, espetrómetros e um altímetro laser para mapear a superfície e analisar a sua composição química.
Como “encore”, a OSIRIS-APEX repetirá um dos atos mais impressionantes
da OSIRIS-REx (sem contar com a recolha de amostras), mergulhando até
menos de 5 metros da superfície do asteroide e disparando os seus
propulsores em direção à superfície.
Esta manobra irá agitar rochas e poeiras para dar aos cientistas uma espreitadela ao material que se encontra por baixo.
Embora o encontro com Apophis esteja a mais de cinco anos de distância, o próximo marco na sua viagem é a primeira de seis passagens
próximas do Sol. Estas aproximações, juntamente com três assistências
gravitacionais da Terra, colocarão a OSIRIS-APEX na rota para alcançar
Apophis em abril de 2029.
Ainda não se sabe o que a OSIRIS-APEX vai descobrir sobre Apophis,
mas se a encarnação anterior da missão é alguma indicação, está à nossa
frente ciência surpreendente. “Aprendemos muito com Bennu, mas agora
estamos armados com ainda mais perguntas para o nosso próximo alvo”,
disse Simon.
Da esquerda para a direita: Lovell, Swigert e Haise
A Apollo XIII foi a terceira missão tripulada do Projeto Apollo com destino à Lua, mas não cumpriu a missão devido a um acidente durante a viagem de ida, causado por uma explosão no módulo de serviço, que impediu a descida no satélite natural da Terra. A nave e os seus tripulantes, entretanto, conseguiram retornar à Terra, após seis dias no espaço.
“Houston, temos um problema”
A Apollo XIII foi lançada cerca de cinco meses após a Apollo XII
ter retornado da Lua. Durante os primeiros dois dias da missão a
viagem estava tranquila, desafiando os presságios dos supersticiosos
com relação ao número 13. Às nove horas da noite, hora de Houston, centro do controle da missão e da nave espacial, do dia 13 de abril, a tripulação tinha acabado de fazer uma rotineira transmissão de TV. O comandante James Lovell e o piloto do módulo lunar 'Aquarius' Fred Haise, completavam um check in do módulo e o piloto do módulo de comando Odissey 'Jack' Swigert estava-se a preparar para ver algumas estrelas através do sextante. Com 55 horas e 55 minutos de missão, todos os três astronautas ouviram e sentiram um grande barulho nas entranhas da nave.
Durante os próximos minutos, a medida que eles e os controladores de
terra faziam uma avaliação dos prováveis danos elétricos causados na nave espacial, ficou aparente que os tripulantes estavam em sérias dificuldades. Se eles quisessem sobreviver precisariam de força, oxigénio e água
suficientes para uma viagem de quatro dias em volta da Lua e de volta a
Terra, mas sem um módulo de comando saudável esses três itens de
sobrevivência não conseguiriam durar até o fim da jornada. Além de pouca
reserva destas necessidades básicas, sem força no MC eles teriam que
contar com o Sistema de Controle Ambiental do Módulo Lunar para remover o excesso de dióxido de carbono da cabine. O módulo Aquarius carregava filtros de reserva, mas a maioria deles estavam guardados no ALSEP
(o pequeno conjunto de experimentos científicos para uso na Lua,
carregado pelo ML, apenas acessíveis pelo lado de fora), completamente
fora de alcance. Simplesmente eles não tinham filtros de hidróxido de lítio
suficientes para controlar a quantidade de dióxido de carbono expelida
pelos três astronautas. E para tornar tudo mais dramático, a
tripulação estava voando numa trajetória em direção da Lua que não os
permitiria voltar a Terra sem uma boa ignição dos motores. O motor
principal, claro, era instalado na traseira do Odissey e, sem o
suprimento de força, dava no mesmo se a tripulação o tivesse deixado em Cabo Canaveral.
A
equipe do Programa Apollo tinha grande orgulho de sua capacidade e se
houvesse um jeito de improvisar e trazer a tripulação a salvo para
casa, eles encontrariam um. A medida que eles analisavam a situação –
tanto a tripulação quanto o pessoal de terra – concluíram que haviam
tido muita sorte. Mesmo sendo uma situação desesperada, o acidente
ocorreu cedo na missão, ainda na viagem de ida. Eles ainda tinham um
módulo lunar saudável e totalmente equipado. A margem de segurança podia
ser pequena, mas o módulo tinha um motor capaz de colocá-los no
caminho de volta e carregava suficiente – desde que racionados – água, oxigénio e eletricidade para os quatro dias. Também havia abundância de filtros de metal de hidróxido de lítio no avariado Módulo de Comando e apesar deles não encaixarem diretamente dentro do Sistema de Controle de Ambiente
do Módulo Lunar Aquarius – sendo de tamanho e formatos diferentes –
certamente seria encontrado um jeito de colocá-los em uso. O 'Aquarius'
havia se tornado o barco salva-vidas da tripulação.
Uma hora após o acidente, os engenheiros de voo em Centro Espacial Lyndon Johnson em Houston,
estavam ocupados calculando freneticamente trajetórias e durações de
funcionamento dos motores, imaginando novos procedimentos de navegação
e sistemas de voo, aperfeiçoando estimativas de quanto tempo
aguentaria o equipamento em estado crítico. Oxigénio era uma das
menores preocupações da Apollo XIII. O Aquarius carregava generosos
stocks, incluindo as mochilas de sobrevivência que Lovell e Haise
deveriam usar na sua primeira AEV - atividade extra-veicular
- em Fra Mauro. Para conservar seus próprios recursos físicos – e para
minimizar o dióxido de carbono expelido – a tripulação teria que fazer
o melhor possível para despender o mínimo de esforço. Todavia, era
tranquilizador saber que eles só precisariam usar metade do seu stock
de oxigénio na volta para casa. Os suprimentos de água e força eram
muito mais críticos. Uma fração importante da energia elétrica guardada nas baterias do Módulo Lunar teria que ser usada durante a ignição do motor e, se os astronautas quisessem sobreviver na viagem de volta, teriam que poupar cuidadosamente o restante. Toda a eletrónica não-essencial deveria ser desligada e aquilo prometia tornar a viagem de volta fria e húmida.
A
grande apreensão de todos era que não parecia possível manter as
baterias do Odissey carregadas até que elas fossem necessárias para a
reentrada. Sob circunstâncias normais, as células de energia
do Módulo de Serviço eram usadas para manter carregadas as baterias do
MC e, apenas nas últimas horas da missão, quando o MS houvesse feito
seu trabalho e tivesse sido ejetado no vácuo,
antes da reentrada terrestre, elas entrariam em funcionamento.
Infelizmente, o acidente havia destruído as células de energia e a menos
que fosse descoberto um meio de usar as baterias do Aquarius para
manter a carga do Odissey, a tripulação não teria meios de controlar sua
reentrada na Terra e iria morrer da mesma maneira como se tivesse se
espatifado na Lua.
Desligando
toda a eletrónica que podiam, a tripulação poupou força para os motores
mas também cortou o consumo de água. Mesmo com a ração normal de um litro por dia,
a tripulação teria bebido menos de 10% dos 150 litros de água a bordo
do Módulo Lunar. Porém, com a força desligada, praticamente todos os
150 litros eram necessários para os purificadores manterem o
equipamento vital refrigerado; então os astronautas cortaram sua ração
para 1/5 de litro, um copo de água por dia. Eles estariam sedentos quando chegassem em casa, mas ao menos tinham uma possibilidade se salvamento.
Sobrevivência
Em grande parte, a tripulação da Apollo XIII sobreviveu à sua provação
pela simples razão de terem estoques sobressalentes de artigos vitais:
força extra, água, oxigénio e até um motor
extra. É claro que se o acidente tivesse acontecido quando Lovell e
Haise estivessem na superfície lunar ou após terem retornado à órbita
com rochas, então o retorno à Terra teria sido tragicamente diferente. Mas isso era da natureza da aventura. Aceitar o desafio do Presidente John Kennedy de pousar na Lua significava a aceitação de riscos calculados.
A questão toda da sobrevivência imediata estava agora ligada a um pequeno detalhe prosaico: como ligar os filtros de limpeza do dióxido de carbono
exalado pelos astronautas dentro do Módulo Lunar, já que o bocal
destes filtros era redondo – pois o encaixe do Módulo de Comando era
assim – e o encaixe no Aquarius era quadrado. Evidentemente, esse modo seria uma improvisação e um quebra-cabeça para os cientistas no controle da missão e ela foi feita através de uma engenhosa combinação de tubos, papelão, sacos plásticos de carga e filtros de metal do Módulo de Comando, todos presos juntos por uma boa quantidade de fita isolante cinza. Como era usual sempre que a equipe da Apollo tinha que improvisar, engenheiros
e outros astronautas no solo se ocuparam inventando soluções para o
problema e testando os resultados. Um dia e meio após o acidente, as
equipes do solo haviam desenhado e construído um dispositivo de filtragem que funcionou e eles passaram as instruções por rádio para a tripulação, cuidadosamente guiando seus passos durante cerca de uma hora.
Regresso
Com o problema do dióxido de carbono resolvido, a tripulação tinha
agora uma boa chance de voltar para casa. Com os três astronautas
viajando no espaço dentro do Módulo Lunar, com a energia racionada – a temperatura ambiente nele era de 5°C - e com toda a força do Módulo de Comando – ao qual ele era acoplado - desligada para poupar energia,
a questão era se o motor funcionaria no momento que fosse necessário,
para tirá-los da órbita da Lua e colocá-los no caminho de volta. Para
voltar para casa, os astronautas deveriam fazer duas ignições no motor. A
primeira veio cinco horas depois do acidente e foi planeada para
colocá-los numa trajetória livre de retorno, uma trajetória que os traria para casa mesmo sem uma segunda ignição.
Eles ainda estavam indo em direção da Lua e não a atingiriam por quase
mais um dia, mas com a primeira queima de motor completada com
sucesso, quando eles girassem em volta da face escura, a gravidade
lunar os colocaria no caminho de casa em vez de mandá-los para as
profundezas do espaço. A segunda ignição era necessária para trazê-los
de volta antes que os suprimentos da nave acabassem. Sem ela, havia uma
grande possibilidade de que chegassem mortos. A chave da sobrevivência
era esperar que a órbita lunar os pusesse apontando para a Terra e
então o motor fosse ligado, lhes dando o impulso que os trouxesse
direto de volta, em tempo de chegarem antes de acabarem o oxigénio e a
água a bordo. A questão era se o motor do 'Aquarius' funcionaria.
Quando chegou o momento da ignição, e quando o mundo
inteiro aguardava com a respiração suspensa, o motor ligou
perfeitamente e os colocou no caminho de volta. Quando a odisseia
terminou, eles tinham feito um trabalho soberbo, voltando
para a Terra com 20% da força do ML e 10% de água restantes. Lovell
perdeu cinco quilos de peso e estavam todos cansados, famintos,
molhados, desidratados e com frio quando aterraram. Por causa da desidratação e outros fatores, Fred Haise desenvolveu uma infeção de próstata, uma febre
de 40 graus e esteve seriamente doente por duas ou três semanas após o
retorno, mas tudo isso foi de importância secundária, porque eles
tinham voltado vivos.
STS-1 was the first orbital flight of the Space Shuttle, launched on 12 April 1981, and returning to Earth 14 April. Space Shuttle Columbia orbited the earth 37 times in this 54,5 hour mission. It was the first US manned orbital space flight since the Apollo-Soyuz Test Project
on 15 July 1975. STS-1 was one of the few manned maiden test flights of
a new spacecraft system, although it was the culmination of atmospheric
testing for the Space Shuttle program.
Rover da NASA encontra possíveis sinais de fósseis em Marte
Ao assinalar o seu milésimo dia marciano no Planeta Vermelho,
o rover Perseverance da NASA completou recentemente a sua exploração do
antigo delta de um rio que contém evidências de um lago que encheu a
cratera Jezero há milhares de milhões de anos.
Até à data, o cientista de seis rodas recolheu um total de 23 amostras, revelando a história geológica desta região de Marte.
Uma amostra chamada “Lefroy Bay” contém uma grande quantidade de grãos finos de sílica, um material conhecido por preservar fósseis antigos na Terra.
Outra, “Otis Peak“, contém uma quantidade significativa de fosfato, que está frequentemente associado à vida tal como a conhecemos.
Ambas as amostras são também ricas em carbonato, que pode preservar um registo das condições ambientais de quando a rocha se formou.
As descobertas foram partilhadas na terça-feira, 12 de dezembro, na
reunião de outono da União Geofísica Americana, em São Francisco.
“Escolhemos a cratera Jezero como local de aterragem porque as
imagens de órbita mostravam um delta – uma evidência clara de que um
grande lago encheu a cratera”, disse Ken Farley investigador do Caltech e cientista do projeto Perseverance.
“Um lago é um ambiente potencialmente habitável e as rochas do delta são um ótimo ambiente para enterrar sinais de vida antiga como fósseis
no registo geológico. Depois de uma exploração minuciosa, reunimos a
história geológica da cratera, traçando a sua fase de lago e rio do
princípio ao fim”, acrescenta Farley.
Jezero formou-se a partir do impacto de um asteroide há quase 4 mil milhões de anos. Após o pouso do Perseverance em fevereiro de 2021, a equipa da missão descobriu que o chão da cratera é feito de rocha ígnea formada a partir de magma subterrâneo ou de atividade vulcânica à superfície.
Desde então, encontraram arenito e lamito, sinalizando a chegada do primeiro rio à cratera centenas de milhões de anos mais tarde.
Por cima destas rochas encontram-se lamitos ricos em sal, indicando a
presença de um lago pouco profundo que sofreu evaporação. A equipa
pensa que o lago acabou por crescer até 35 quilómetros de diâmetro e 30 metros de profundidade.
Mais tarde, a água de fluxo rápido transportou pedras do exterior de Jezero, distribuindo-as no topo do delta e noutros pontos da cratera.
“Conseguimos ver um esboço geral destes capítulos da história de
Jezero em imagens de órbita, mas foi necessário aproximarmo-nos com o
Perseverance para compreender realmente a linha temporal em pormenor”,
disse Libby Ives, pós-doutoranda no JPL da NASA no sul da Califórnia, que gere a missão.
Esta
imagem da cratera Jezero de Marte é sobreposta com dados de minerais
detetados a partir de órbita. A cor verde representa carbonatos –
minerais que se formam em ambientes aquosos com condições que podem ser
favoráveis à preservação de sinais de vida antiga. O Perseverance da
NASA está atualmente a explorar a área verde acima do leque de Jezero
(centro).
Amostras sedutoras
As amostras recolhidas pelo Perseverance têm o tamanho de um pedaço de giz
de sala de aula e são armazenadas em tubos metálicos especiais como
parte da campanha MSR (Mars Sample Return), um esforço conjunto da NASA e
da ESA.
Trazer os tubos para a Terra permitiria aos cientistas estudar as
amostras com equipamento de laboratório potente, demasiado grande para
ser levado para Marte.
Para decidir quais as amostras a recolher, o
Perseverance começa por usar uma ferramenta de abrasão para desgastar um
pedaço de uma prospetiva rocha e depois estuda a química da rocha
usando instrumentos científicos de precisão, incluindo o PIXL (Planetary
Instrument for X-ray Lithochemistry), construído pelo JPL.
Num alvo a que a equipa chama “Bills Bay“, o PIXL
detetou carbonatos – minerais que se formam em ambientes aquosos com
condições que podem ser favoráveis à preservação de moléculas orgânicas
(as moléculas orgânicas formam-se tanto por processos geológicos como
por processos biológicos).
Estas rochas também tinham sílica em abundância, um material que é excelente para preservar moléculas orgânicas, incluindo as relacionadas com a vida.
“Na Terra, esta sílica de grão fino é o que se encontra frequentemente num local que já foi arenoso“, disse Morgan Cable,
investigador do JPL e investigador principal adjunto do PIXL. “É o tipo
de ambiente onde, na Terra, os restos de vida antiga podem ser
preservados e encontrados mais tarde”.
Os instrumentos do Perseverance são capazes de detetar tanto
estruturas microscópicas, semelhantes a fósseis, como alterações
químicas que podem ter sido deixadas por micróbios antigos, mas ainda
não viram evidências de nenhuma delas.
Num outro alvo que o PIXL examinou, chamado “Ouzel Falls“,
o instrumento detetou a presença de ferro associado a fosfato. O
fosfato é um componente do ADN e das membranas celulares de toda a vida
terrestre conhecida e faz parte de uma molécula que ajuda as células a
transportar energia.
Depois de avaliar as descobertas do PIXL em cada uma destas manchas
de abrasão, a equipa enviou comandos para o rover recolher amostras de
rocha nas proximidades: “Lefroy Bay” foi recolhida junto a Bills Bay e “Otis Peak” em Ouzel Falls.
“Temos condições ideais para encontrar sinais de vida antiga,
onde encontramos carbonatos e fosfatos, que apontam para um ambiente
aquoso e habitável, bem como sílica, que é ótima para a preservação”,
disse Cable.
O trabalho do Perseverance está, naturalmente, longe de estar
terminado. A quarta campanha científica da missão vai explorar a margem
da cratera Jezero, perto da entrada do desfiladeiro onde um rio inundou o
fundo da cratera.
Foram detetados ricos depósitos de carbonato ao longo da margem, que
se destaca nas imagens orbitais como um anel dentro de uma banheira.
O projeto para a construção das duas sondas, Pioneer 10 e Pioneer 11, foi aprovado em 1969. Cedendo a múltiplas propostas durante a década de 60, os objetivos iniciais da missão foram definidos:
Explorar o meio interplanetário para além da órbita de Marte.
Investigar a natureza da cintura de asteroides do ponto de vista científico e avaliar eventuais perigos a correr em missões para os planetas exteriores.
Explorar o ambiente de Júpiter.
Após o planeamento do encontro com Saturno, muitos outros objetivos foram acrescentados:
Mapear o campo magnético de Saturno, sua intensidade, direção e estrutura.
Determinar como muitos eletrões e protões de várias energias são
distribuídas ao longo da trajetória da nave através do sistema de
Saturno.
Mapear a interação do vento solar com o sistema de Saturno.
Medir a temperatura da atmosfera de Saturno e Titã, a grande lua de Saturno.
Mapear a estrutura térmica da atmosfera de Saturno através de
observações no infravermelho acoplada com rádio de ocultação de dados.
Obter e digitalizar as imagens do sistema de Saturno em duas cores e
durante a sequência de medidas de polarimetria no encontro com o
planeta.
Sondar o sistema de anéis e atmosfera de Saturno com ondas de rádio na banda S.
Determinar com maior precisão a massa de Saturno e seus satélites
maiores por observações precisas dos efeitos de seus campos
gravitacionais sobre o movimento da nave espacial.
Como um precursor para a missão Marineer Júpiter/Saturno,
verificar o ambiente do plano do anel para descobrir onde ele pode ser
seguramente cruzado pela sonda Marineer sem graves danos.
Muitos elementos e a experiência com as sondas Pioneer 11 e 10 provou ser fundamental para as sondas Voyager 1 e Voyager 2, que obtiveram bastante sucesso nos seus objetivos e missões.
Design e estrutura
Placa Pioneer
Uma placa de ouro-alumínio foi anexada na Pioneer 11 e outra na sua sonda irmã Pioneer 10,
foram criadas no caso de uma forma de vida inteligente de outros
lugares do universo conseguirem achar ou intercetar a sonda, a placa
mostra dois humanos, um masculino e outro feminino, alem de símbolos que
mostram a localização da origem da nave, a Terra.
Controle de altitude e propulsão
A nave tinha seis propulsores de 4,5 newtons cada, eles utilizavam
hidrazina, a referência para a Terra era a estrela Canopus e dois
sensores solares.
Comunicação
A sonda espacial incluía um sistema redundante de transceptores, um ligado à antena de alto ganho, o outro para uma antena omni e uma antena de médio prazo. Cada transmissor tinha 8 watts e transmite dados em toda a banda S com 2110 MHz para o uplink da Terra e 2292 MHz para downlink para a Terra, com a Deep Space Network
a rastrear o sinal. Antes da transmissão de dados, utilizou um
codificador convolucional, uma forma de correção de erro, para evitar o
envio de dados corrompidos.
Energia elétrica
A energia para a sonda provinha de quatro RTGs SNAP-19 que estavam
posicionadas a três metros por uma antena, no lançamento a nave recolhia
155 Watts dos RTGs, quando chegou a Júpiter a potência era de 140
watts, eram necessários 100 watts para que a sonda funcionasse
corretamente.
Computador
Grande parte do cálculo para a missão na Terra foi realizada e
transmitida para a sonda, onde foi capaz de reter na memória, até cinco
comandos dos 222 possíveis entradas pelos controladores de terra. A
sonda inclui dois descodificadores de comando e uma unidade de
distribuição de comando, uma forma muito limitada de processador, para
operações diretas na nave espacial. Este sistema exige que os
operadores da missão preparem os comandos muito antes de transmiti-los
para a sonda. Uma unidade de armazenamento de dados foi incluído para
gravar até 6144 bytes
de informações recolhidas pelos instrumentos. A unidade de telemetria
digital seria então usada para preparar os dados coletados num dos
possíveis formatos dos treze antes de transmiti-lo de volta à Terra.
Em cerca de 14.000 anos ou mais, a sonda ultrapassará os limites da Nuvem de Oort, caso não aconteça nenhum dano físico que a comprometa, libertando-se definitivamente da influência solar.
Foto de Saturno feita pela Pioneer 11 a 26/08/1979
A NASA só precisa de um único cristal de gelo para encontrar vida alienígena em Encélado
Encélado é o sexto maior satélite natural de Saturno
Um simples cristal de gelo pode ser a chave para detetar vida
nos oceanos subterrâneos de corpos celestes como Europa e Encélado, as
luas de Júpiter e Saturno, respetivamente.
Europa e Encélado são luas conhecidas pelas suas ejeções periódicas
de material dos seus oceanos ocultos, o local onde esse material congela
e forma cristais de gelo.
Investigações anteriores demonstraram que pode haver vida nesses
oceanos extraterrestres. Agora, novas descobertas sugerem que há uma
tecnologia capaz de detetar os mais ínfimos vestígios de matéria
biológica.
“É surpreendente como podemos identificar bem uma célula bacteriana
nestes cristais”, disse Fabian Klenner, investigador da Universidade de
Washington e principal autor do novo estudo, em entrevista à WordsSideKick. “Mesmo que exista apenas uma pequena fração num punhado de grãos, podemos encontrá-la com estes instrumentos.”
A equipa de investigação selecionou Sphingopyxis alaskensis,
uma bactéria nativa das águas do Alasca, para simular a eventual
presença de vida nos oceanos. A escolha foi baseada na capacidade da
bactéria de prosperar em temperaturas frias e ambientes com escassez de
nutrientes.
A hipótese sugere que bactérias poderiam ser transportadas para a
superfície das luas através de bolhas formadas no subsolo dos oceanos,
ficando presas em cristais de gelo.
“Elas são extremamente pequenas, por isso são, em teoria, capazes de
caber em cristais de gelo produzidos por mundos oceânicos como Encélado
ou Europa”, referiu o investigador, em comunicado citado pelo EurekAlert.
Na experiência, descrita num artigo científico publicado na Science Advances,
os cientistas usaram um tubo muito fino para injetar água numa pequena
câmara de vácuo. As gotículas tinham 15 micrometros de diâmetro, sendo
ligeiramente maiores do que os cristais de gelo no Espaço.
Usando espectroscopia de massa – uma técnica que as
naves espaciais são capazes de realizar –, os investigadores reuniram os
espectros das partículas, isto é, uma medida dos diferentes
comprimentos de onda da luz emitida pelas partículas que pode revelar as
suas composições.
Foi assim que encontraram muitos aminoácidos e ácidos gordos, entre outros sinais que apontavam claramente para uma célula bacteriana, que sabiam já estar na amostra de água.
Os resultados mostram que, mesmo que só haja 1% de uma célula incrustado num minúsculo cristal, a sua assinatura química continua a ser visível e detetável.
A próxima missão Europa Clipper, da NASA, prevista para ser lançada
em outubro, está equipada com instrumentos capazes de detetar estes
biomateriais, nomeadamente lípidos, que são componentes cruciais das
membranas celulares.
“Com instrumentos adequados, como o Analisador de Poeira de
Superfície na sonda espacial Europa Clipper da NASA, pode ser mais fácil
do que pensávamos encontrar vida, ou vestígios dela, em luas geladas”,
salientou Frank Postberg, da Freie Universität Berlin.
Descobertas anomalias térmicas na “porta para o inferno” na Etiópia
Imagem de satélite do vulcão Erta Ale, na Etiópia, tirada a 27 dovembro de 2023, pelo OLI (Operational Land Imager) no Landsat 8
Uma recente imagem de satélite do vulcão Erta Ale mostra
anomalias que indicam que houve erupções de cones de respingos e
pequenos fluxos de lava dentro da cratera.
Erta Ale, situado na Fenda da África Oriental na Depressão de Danakil, na Etiópia, é reconhecido como o vulcão mais ativo do país.
Esta área é uma zona geologicamente única, onde três placas tectónicas
estão gradualmente a divergir, permitindo que o magma chegue à
superfície e alimente múltiplos vulcões ativos. Erta Ale, com sua
atividade vulcânica persistente, constitui uma parte significativa desta
paisagem dinâmica.
Conhecido na língua afar como a “montanha fumegante” e a “porta do inferno”,
Erta Ale é famoso pela sua cratera no topo que abriga um lago de lava
continuamente ativo. Este lago tem estado ativo desde pelo menos 1967 e
possivelmente desde 1906, escreve o SciTech Daily.
A atividade do vulcão foi captada numa imagem adquirida pelo Imageador Terrestre Operacional (OLI) do Landsat 8 a 27 de novembro de 2023. A imagem é notável pelo sinal infravermelho (vermelho) emitido pelo calor da rocha fundida.
Os satélites detetaram uma série de anomalias térmicas
no cratera do vulcão a partir de meados de setembro de 2023. De acordo
com o Programa de Vulcanismo Global, estas anomalias provavelmente
indicam erupções de cones de respingos e pequenos fluxos de lava dentro
da cratera. Devido à localização remota e em grande parte inacessível de
Erta Ale, grande parte do conhecimento científico sobre a sua atividade
deriva de observações por satélite.
Embora o topo seja conhecido pela sua atividade regular, Erta Ale
também tem fluxos de lava noutras partes da montanha. Um evento
significativo ocorreu de janeiro de 2017 a março de 2020, quando erupções de fissuras no caldeirão sudeste geraram extensos fluxos de lava basáltica.
Estes fluxos, que cobriram aproximadamente 30 quilómetros quadrados,
desceram pelas encostas do vulcão, estendendo-se para nordeste e
sudoeste, alguns dos quais são visíveis na imagem de satélite.
O estudo contínuo de Erta Ale é crucial para compreender a atividade
vulcânica da região e os potenciais impactos. A imagem, destacando as
características do vulcão e a atividade recente, foi criada por Lauren
Dauphin usando dados do satélite Landsat, uma colaboração entre a NASA e
o USGS - Serviço Geológico dos EUA.
Grissom foi o segundo norte-americano a ir ao espaço, num voo sub orbital, a bordo da cápsula espacial Liberty Bell 7, em 21 de julho de 1961. O seu voo por pouco não terminou de forma trágica, após a descida no oceano, quando a porta da cápsula se abriu, enchendo de água e afundando a nave no mar, quase matando Grisson por afogamento.
Em 1965, comandou a primeira nave com tripulação dupla dos Estados Unidos, a Gemini III, subindo ao espaço em companhia do astronauta John Young.
O seu corpo foi enterrado no Cemitério Nacional de Arlington, em Washington D.C.
e, até à atualidade, Grissom figura como sendo o astronauta
profissional norte-americano que menos tempo permaneceu no espaço: 4 horas e 52 minutos, acumulados em duas missões.
The names of the three astronauts on the Space Mirror at the Kennedy Space Center
Stars, landmarks on the Moon and Mars
Apollo astronauts frequently aligned their spacecraft inertial navigation
platforms and determined their positions relative to the Earth and
Moon by sighting sets of stars with optical instruments. As a practical
joke, the Apollo I crew named three of the stars in the Apollo catalog
after themselves and introduced them into NASA documentation. Gamma Cassiopeiae became Navi– Ivan (Gus Grissom's middle name) spelled backwards, Iota Ursae Majoris became Dnoces– "Second" spelled backwards, for Edward H. White II, and Gamma Velorum became Regor– Roger (Chaffee) spelled backwards. These names quickly stuck after
the Apollo I accident and were regularly used by later Apollo crews.
Craters on the Moon and hills on Mars are named after the three Apollo I astronauts.
O gigantesco terramoto que abalou Marte durante horas teve uma origem surpreendente
Ilustração artística de Marte, com as trajetórias das ondas sísmicas de dois tremores de terra distintos em 2021
O InSight, da NASA, captou o evento sísmico de magnitude 4,7 em 2022. Agora, cientistas descobriram a sua origem.
O enorme evento sísmico que abalou o Planeta Vermelho no ano passado – o “marsquake”
– teve uma origem inesperada, surpreendendo astrofísicos de todo o
mundo que pensavam que tinha sido desencadeado por um meteorito.
O módulo de aterragem InSight, da NASA, registou o terramoto de magnitude 4,7
no dia 4 de maio de 2022, um evento a que os cientistas chamaram de
S1222a. O seu sinal sísmico era semelhante ao de terramotos anteriores
causados por impactos de meteoritos, pelo que a equipa começou a
procurar uma cratera de impacto.
Neste novo estudo, uma equipa da Universidade de Oxford colaborou com
a Agência Espacial Europeia, a Agência Espacial Nacional Chinesa, a
Organização de Investigação Espacial Indiana e a Agência Espacial dos
Emirados Árabes Unidos na análise dos dados provenientes dos seus
próprios satélites para procurar uma cratera, uma nuvem de poeira ou
outra assinatura de um impacto de meteorito.
Como a busca foi em vão, os cientistas acreditam que o S1222a terá sido causado pela libertação de enormes forças tectónicas do interior do planeta.
Ainda assim, o indício não significa que as placas tectónicas de Marte se moveram. “Continuamos a pensar que Marte não tem atualmente nenhuma placa tectónica ativa,
por isso este evento foi provavelmente causado pela libertação de
tensões na crosta de Marte”, disse o coautor do estudo e geofísico
planetário da Universidade de Oxford, Benjamin Fernando, em comunicado.
“Estas tensões são o resultado de milhares de milhões de anos de
evolução, incluindo o arrefecimento e a contração de diferentes partes
do planeta a ritmos diferentes”, acrescentou ainda.
Embora os investigadores não compreendam totalmente porque é que
algumas partes de Marte parecem ter mais tensão do que outras, estes
resultados podem ajudá-los a investigar o assunto. “Um dia, esta
informação pode ajudar-nos a compreender onde seria seguro para os
humanos viverem em Marte.”
O artigo científico foi publicado, este mês, na Geophysical Research Letters.
S1222a foi um dos últimos eventos registados pela missão InSight da
NASA. O módulo de aterragem foi lançado em maio de 2018 e sobreviveu a
“sete minutos de terror” para aterrar em Marte, onde estudou o interior
do planeta e a sismologia durante alguns anos.
Os últimos dados da nave espacial foram recolhidos em dezembro de
2022, depois de uma acumulação de poeira nos painéis solares ter
provocado a perda de energia do instrumento.
A Mariner 10 foi uma sonda planetária integrada no Programa Mariner desenvolvido pelos Estados Unidos durante as décadas de 60 e 70. Foi a primeira sonda a utilizar a técnica de aceleração gravítica de um corpo celeste para auxílio à navegação (neste caso, utilizou a massa de Vénus para conseguir atingir Mercúrio). Foi também a primeira sonda a visitar dois planetas distintos (Vénus e Mercúrio).
Até à chegada da sonda MESSENGER a Mercúrio, a 18 de março de 2011, a Mariner 10 era a única sonda a ter visitado o planeta Mercúrio.
Foi a última missão do Programa Mariner sendo que as duas missões seguintes tiveram a sua designação alterada para Voyager.
A Missão
A Mariner 10 tinha como missão primária o estudo dos planetas Mercúrio e Vénus, em relação às suas características físicas, atmosféricas e ambientais. Estava também previsto o estudo do meio interplanetário e a avaliação de técnicas para o deslocamento nesse meio. Esta sonda foi lançada na sua missão através de um foguete Atlas-Centauro, a 3 de novembro de 1973.
Após o lançamento, a sonda foi colocada numa órbita em torno do Sol
e numa trajetória em direção a Vénus. Foram, entretanto, detetadas
algumas falhas em sistemas a bordo da sonda, nomeadamente com os
sistemas de análise de electrostática e com o sistema de aquecimento das câmaras de observação. Durante a trajetória,
um conjunto de outros problemas apresentaram-se aos controladores da
missão, com especial relevância para o funcionamento irregular da antena
de alto ganho, a câmara de navegação e o computador de comando da sonda.
A 5 de fevereiro de 1974, a Mariner 10 cruza a órbita do planeta Vénus, a uma altitude
de 5.768 km, transmitindo para a Terra as primeiras imagens detalhadas
da espessa atmosfera venusiana. A alteração da trajetória provocada
por Vénus (provocada pela redução da velocidade da sonda) coloca a
Mariner 10 na direção de Mercúrio.
A sonda cruza a órbita de Mercúrio a 29 de março
de 1974, a uma altitude de 704 km. Nesta primeira passagem,
obtiveram-se as primeiras (poucas) imagens de Mercúrio e alterou-se a
trajetória por forma a permitir mais 2 passagens adicionais - a 21 de setembro do mesmo ano, a uma altitude de 48.000 km, e a 16 de março
de 1975, a uma altitude de 327 km. Na segunda e terceira passagens,
obtiveram-se um conjunto de imagens detalhadas da superfície mas que,
devido à forma da órbita, apenas permitiram a observação de pouco menos
de metade da superfície total.
A missão manteve-se operacional até 24 de março de 1975, quando o controlo sobre os sistemas foi perdido. Hoje, a Mariner 10 permanece inativa numa órbita em torno do Sol.
Painel de fotografias de Mercúrio, 6 horas antes da primeira passagem junto ao planeta
A Sonda
A sonda Mariner 10, era constituída por um chassis octogonal com uma diagonal de 1,39 m. Ligados à estrutura, dois painéis solares com uma área de 2,5 m² forneciam toda a energia
necessária à manutenção dos sistemas e dos instrumentos. Também
conectado à estrutura octogonal, um braço de 5,8 m que suportava um magnetómetro. No topo da estrutura estava situada a antena, com 1,53 m de diâmetro e com um motor de direcionamento. A transmissão era realizada através das bandas S e X com um débito máximo de 117,6 kilobits por segundo. A propulsão era realizada através de um propulsor com 222 N de potência acoplado a um tanque esférico do combustível localizado no centro da estrutura. O peso total da sonda, no lançamento, era de 503 kg.