quinta-feira, junho 13, 2024

O poeta Joaquim Manuel Magalhães faz hoje 79 anos

(imagem daqui)

 

Joaquim Manuel Correia de Magalhães (Peso da Régua, 13 de junho de 1945) é um poeta, ensaísta e professor catedrático na Faculdade de Letras de Lisboa.

Doutorou-se em 1979 com uma tese principal sobre "A Consequência da Literatura e do Real na Poesia de Dylan Thomas" e uma segunda tese sobre Frank O'Hara. A sua prova de Agregação consistiu numa proposta de estudo sobre a poesia inglesa posterior a 1945 e sobre «The Waste Land» de T. S. Eliot. (A sua tese de licenciatura foi sobre E. E. Cummings). Co-dirigiu a revista "As Escadas Não Têm Degraus" (1989), organizou a edição da "Obra Poética" de Ruy Belo, da "Antologia Poética" de Ruy Cinatti e de uma antologia de João Miguel Fernandes Jorge. Tem publicadas traduções de Anna Akhmatova (1992), Yorgos Seferis (1993) e Konstandinos Kavafis (2005), bem como vários volumes de poetas espanhóis contemporâneos, tanto traduzidos como, maioritariamente, anotados.

Autor de obras (iniciadas em 1974) de poesia, reuniu essa obra poética em 2010 no volume «Um Toldo Vermelho». Em 2014 seguiu-se uma 2ª edição, com novas alterações, intitulada com o mesmo nome. Um volume de «derivas», sobretudo em prosa, «Do Corvo a Santa Maria», foi publicado em 1993. Acerca de poesia, publicou os seguintes volumes: «Os dois crepúsculos» (1981); «Dylan Thomas» (1982); «Um pouco da morte» (1989); «Rima Pobre» (1999).

Extraordinariamente versátil e límpida, a poesia de Joaquim Manuel Magalhães impõe-se, segundo David Mourão Ferreira, "de livro para livro, pela convocação de inúmeros aspectos do mundo natural e do mundo social, através de um discurso que estabelece, entre ambos, os mais inesperados nexos de cumplicidade ou recíprocos processos de rejeição, em que "figuras" como a lítotes, a antífrase, a alusão e a catacrese desempenham papéis preponderantes, em contextos só talvez aparentemente regidos pelos princípios de uma livre associação de imagens ou de um suposto automatismo verbal (…)"

 

in Wikipédia

 

Era como estar só

 

Era como estar só. Mas
estar só e feliz.
A varanda envidraçada,
o cheiro do café, um ramo
chamado pelo sono.
Sombras de sol batiam
no chão de madeira velha.
Restos de água da noite
brilhavam nos vidros
os primeiros insectos.
A maresia das aves costeiras
lanceoladas de luz.
Os olhos pousavam à espera
de te voltar a ter.



Joaquim Manuel Magalhães 

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