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sábado, junho 01, 2024

Venceslau de Morais faleceu há 95 anos

Monumento de Venceslau de Morais em Kobe, Japão
    
Venceslau José de Sousa de Morais (Lisboa, 30 de maio de 1854 - Tokushima, 1 de julho de 1929) foi um escritor e militar da Marinha Portuguesa.
Era filho de Venceslau de Morais e de Maria Amélia Figueiredo. Oficial da marinha, completou o curso Escola Naval em 1875, tendo prestado serviço em Moçambique, Macau, Timor Português e no Japão.
Após ter frequentado a Escola Naval serviu a bordo de diversos navios da Marinha de Guerra Portuguesa. Em 1885 viaja pela primeira vez até Macau, onde se estabelece. Foi imediato da capitania do Porto de Macau e professor do Liceu de Macau desde a sua fundação em 1894. Durante a sua estadia em Macau casou com Vong-Io-Chan (Atchan), mulher de etnia chinesa de quem teve dois filhos, e estabeleceu laços de amizade com Camilo Pessanha.
Entretanto, em 1889, viajara até ao Japão, país que o encanta, e onde regressará várias vezes nos anos que se seguem no exercício das suas funções. Em 1897 visita o Japão, na companhia do Governador de Macau, sendo recebido pelo Imperador Meiji. No ano seguinte abandona Atchan e os seus dois filhos, e muda-se definitivamente para o Japão, como cônsul em Kobe.
Aí a sua vida é marcada pela sua atividade literária e jornalística, pelas suas relações amorosas com duas japonesas (Ó-Yoné Fukumoto e Ko-Haru) e pela sua crescente "japonização".
Durante os trinta anos que se seguiram Venceslau de Morais tornou-se a grande fonte de informação portuguesa sobre o oriente, partilhando as suas experiências íntimas do quotidiano japonês com os seus leitores portugueses, numa atividade paralela à de Lafcádio Hearn, o grande divulgador da cultura nipónica no mundo anglo-saxão, de quem foi contemporâneo.
Amargurado com a morte, por doença, de Ó-Yoné, Venceslau de Morais renunciou ao seu cargo consular em 1913, quando já era graduado como Tenente-coronel/Capitão de fragata, mudou-se para Tokushima, terra natal daquela. Aí viveu com Ko-Haru, sobrinha de Ó-Yoné, que viria também a falecer por doença.
Aí o seu quotidiano tornou-se crescentemente idêntico ao dos japoneses, embora tendo como pano de fundo uma crescente hostilidade destes. Cada vez mais solitário, e com a saúde minada, Venceslau de Morais viria a falecer, em Tokushima, a 1 de julho de 1929.
Venceslau de Morais foi autor de vários livros sobre assuntos ligados ao oriente, em especial sobre o Japão. Também se encontra colaboração literária da sua autoria nas revistas: Branco e Negro (1896-1898), Brasil-Portugal (1899-1914) e Serões (1901-1911).
A TAP Portugal homenageou-o ao atribuir o seu nome a uma das suas aeronaves.
      
 
 
A dor, minha constante companheira, 
Votei íntimos laços de amizade.
Se hoje encetasse a 'strada das venturas, 
Crede, talvez morresse de Saudade...

quinta-feira, maio 30, 2024

Venceslau de Morais nasceu há cento e setenta anos

Monumento de Venceslau de Morais em Kobe, Japão
    
Venceslau José de Sousa de Morais (Lisboa, 30 de maio de 1854 - Tokushima, 1 de julho de 1929) foi um escritor e militar da Marinha Portuguesa.
Era filho de Venceslau de Morais e de Maria Amélia Figueiredo. Oficial da marinha, completou o curso Escola Naval em 1875, tendo prestado serviço em Moçambique, Macau, Timor Português e no Japão.
Após ter frequentado a Escola Naval serviu a bordo de diversos navios da Marinha de Guerra Portuguesa. Em 1885 viaja pela primeira vez até Macau, onde se estabelece. Foi imediato da capitania do Porto de Macau e professor do Liceu de Macau desde a sua fundação em 1894. Durante a sua estadia em Macau casou com Vong-Io-Chan (Atchan), mulher de etnia chinesa de quem teve dois filhos, e estabeleceu laços de amizade com Camilo Pessanha.
Entretanto, em 1889, viajara até ao Japão, país que o encanta, e onde regressará várias vezes nos anos que se seguem no exercício das suas funções. Em 1897 visita o Japão, na companhia do Governador de Macau, sendo recebido pelo Imperador Meiji. No ano seguinte abandona Atchan e os seus dois filhos, e muda-se definitivamente para o Japão, como cônsul em Kobe.
Aí a sua vida é marcada pela sua atividade literária e jornalística, pelas suas relações amorosas com duas japonesas (Ó-Yoné Fukumoto e Ko-Haru) e pela sua crescente "japonização".
Durante os trinta anos que se seguiram Venceslau de Morais tornou-se a grande fonte de informação portuguesa sobre o oriente, partilhando as suas experiências íntimas do quotidiano japonês com os seus leitores portugueses, numa atividade paralela à de Lafcádio Hearn, o grande divulgador da cultura nipónica no mundo anglo-saxão, de quem foi contemporâneo.
Amargurado com a morte, por doença, de Ó-Yoné, Venceslau de Morais renunciou ao seu cargo consular em 1913, quando já era graduado como Tenente-coronel/Capitão de fragata, mudou-se para Tokushima, terra natal daquela. Aí viveu com Ko-Haru, sobrinha de Ó-Yoné, que viria também a falecer por doença.
Aí o seu quotidiano tornou-se crescentemente idêntico ao dos japoneses, embora tendo como pano de fundo uma crescente hostilidade destes. Cada vez mais solitário, e com a saúde minada, Venceslau de Morais viria a falecer, em Tokushima, a 1 de julho de 1929.
Venceslau de Morais foi autor de vários livros sobre assuntos ligados ao oriente, em especial sobre o Japão. Também se encontra colaboração literária da sua autoria nas revistas: Branco e Negro (1896-1898), Brasil-Portugal (1899-1914) e Serões (1901-1911).
A TAP Portugal homenageou-o ao atribuir o seu nome a uma das suas aeronaves.
      

quarta-feira, maio 29, 2024

Mais novidades sobre hominídeos...

Misterioso crânio com 1 milhão de anos na China pode ser da linhagem do “Homem Dragão”

 

 

Uma reconstrução de um dos crânios descobertos em Yunyang sugere que pertencerá ao último antepassado comum entre o Homo sapiens e o Homem-Dragão.

Em 1989 e 1990, dois crânios com cerca de 1 milhão de anos, pertencentes a uma espécie humana desconhecida, foram descobertos no distrito de Yunyang, na província de Hubei, na China Central.

Um terceiro crânio semelhante foi encontrado nas proximidades em 2022, mas a identidade desses fósseis continuou a ser um mistério: seriam Homo erectus ou primeiros Homo sapiens? Ou talvez estivessem relacionados à enigmática linhagem asiática do “Homem-Dragão”?

um novo estudo – que está ainda a ser revisto por pares – cientistas reconstruiram um dos crânios e fizeram a intrigante afirmação de que o indivíduo pode estar próximo do último ancestral comum entre Homo sapiens e a linhagem do Homem-Dragão.

O Homem-Dragão, cientificamente conhecido como Homo longi, é uma espécie extinta de humano arcaico, conhecida por um crânio com 146.000 anos encontrado na província chinesa de Heilongjiang. Alguns sugerem que o Homem-Dragão é a mesma espécie dos Denisovanos – a misteriosa “espécie irmã” extinta dos humanos que viveu ao lado do H. sapiens na Eurásia – embora o seu lugar exato na árvore genealógica da humanidade seja incerto.

Curiosamente, parece que o Homem-Dragão pode ter uma relação intrigante com os três crânios encontrados em Yunyang, conhecidos como o “Homem de Yunxian”.

Para chegar a essa conclusão, os investigadores reconstruíram o crânio do Homem de Yunxian, utilizando principalmente o espécime melhor preservado (Yunxian 2). Eles então estudaram a forma do crânio reconstruido para ver como ele se comparava com outros membros da família Homo.

Embora o crânio de Yunxian apresentasse uma mistura de características, muitos aspetos do seu crânio pareciam pertencer a um membro inicial da linhagem do Homem-Dragão, relata o IFLScience.

“Yunxian 2 reconstruido sugere que ele é um membro inicial da linhagem asiática do ‘Homem-Dragão’, que provavelmente inclui os Denisovanos, e é o grupo irmão da linhagem Homo sapiens. Ambas as linhagens, H. sapiens e Homem-Dragão, têm raízes profundas que se estendem além do Pleistoceno Médio, e a posição basal do crânio fóssil de Yunxian sugere que ele representa uma população próxima ao último ancestral comum das duas linhagens,” escrevem os autores do estudo.

Com cerca de 940.000 a 1,1 milhão de anos, o Homem de Yunxian é significativamente mais antigo que a linhagem do Homem-Dragão e H. sapiens. No entanto, a sua datação coincide com o tempo teórico de origem dessas duas linhagens, por volta de 1,13 milhões e 930.000 anos atrás, respetivamente.

Portanto, os investigadores ponderam que o Homem de Yunxian pode ser algo como um último ancestral comum entre a nossa espécie e o chamado Homem-Dragão da Ásia Oriental.

 

in ZAP

domingo, maio 12, 2024

Um terramoto abalou a China há dezasseis anos...

  

O sismo de Sichuan de 2008 foi um violento sismo que abalou a zona de Wenchuan, na província de Sichuan, na República Popular da China às 14.28.04, hora local, (06.28.04 GMT) em 12 de maio de 2008. O terramoto teve magnitude 8,0 na Escala de Richter, de acordo com o Centro de Pesquisas Sismológicas da China e o United States Geological Survey. O sismo foi sentido em localidades tão longínquas quanto Beijing e Xangai, onde edifícios de escritórios balançaram com o impacto, Paquistão, Tailândia, e na capital do Vietname, Hanói. A maior cidade próxima ao epicentro do terremoto é Chengdu, capital da província de Sichuan.
Estima-se que mais de 85.000 pessoas terão falecido e mais de 358.000 tenham ficado feridas devido a este sismo, enquanto as buscas continuavam. Na área de Mianzhu, perto do epicentro do sismo, e da cidade de Mianyang, houve um grande número de vítimas, assim como perto do condado de Beichuan Qiang, onde 80% das construções foram destruídas.
Uma réplica de forte intensidade ocorreu em 18 de maio às 01.08 horas locais.
O governo decretou três dias de luto nacional pelas vítimas mortais do sismo.
 
  
  
Informação oficial 
Os números oficiais de vítimas eram, a 21 de maio, de 41.353 mortes confirmadas, incluindo 40.854 só na província de Sichuan, e 274.683 feridos. O governo da República Popular da China alertou para a possibilidade de o número total de vítimas mortais poder chegar às 50.000. Havia ainda milhares de desaparecidos e aproximadamente 14.000 pessoas soterradas, em oito províncias. Foi o mais forte e mortífero sismo na China desde o sismo de Tangshan de 1976, que matou mais de 250.000 pessoas.
  
Riscos ambientais
A descoberta de milhares de toneladas de produtos químicos perigosos e as fortes chuvas agravam a ameaça representada por um lago que se formou na cidade de Tangjiashan após o terremoto, e pelas fugas de material radioativo, provocadas pelo tremor de terra de 12 de maio. A província de Sichuan é a principal base de guarda do arsenal nuclear chinês.
Cerca de 5.000 toneladas de produtos químicos, dentre os quais ácido sulfúrico e ácido clorídrico, estavam guardados em diferentes locais, a jusante do lago, e tiveram que ser transferidas para lugares seguros. As autoridades também retiraram mais de 150.000 habitantes dessas áreas, pois, segundo Alexander Densmore, sismólogo da Universidade de Durham na Grã-Bretanha, havia grande possibilidade de rutura súbita do reservatório, com inundação de extensas áreas na região. "Esses lagos, formados pelo deslizamento de terras, representam uma ameaça importante em regiões montanhosas e em vales estreitos, onde um pequeno volume de material pode provocar uma obstrução total."
Em Sichuan há um grande número de barragens hidráulicas, o que poderia significar a ocorrência de catástrofes em cadeia, se uma retenção natural transbordasse ou se uma barragem, fragilizada pelo sismo, se rompesse.
   

domingo, abril 21, 2024

Há um novo mapa geológico do nosso satélite natural...!

A new high-resolution geological map of the Moon was recently released online

 

A research team led by the Chinese Academy of Sciences has released a new high-resolution geologic map of the Moon. The map includes discoveries made in the last ten years, like an updated chronology for the age of lunar features, high-resolution mapping of the lunar surface done from orbit, and detailed chemical analysis of Moon rocks.

The first geological maps of the Moon were created during the Moon Race era from the late 1950s to mid-1970s.

To assure the safety of a manned exploration, it was necessary to know in detail the terrain and the composition of the lunar surface. A photogeologic survey was initiated from 1966 to 1968 by the Soviets, using space probes in orbit around the Moon to map its surface. Between 1959 and 1964 the Americans initiated the Ranger project, followed by the Lunar Orbiter, dedicated to the same goal. The Surveyor project also included some probes landing on the Moon. The surveys showed that there were also fairly soft and rolling terrains, where a spaceship could safely land.

When Neil Armstrong and Edwin 'Buzz' Aldrin became the first humans to geologize on the Moon in 1969, the most detailed map of the Moon was a 1:5,000,000-scale geological map published by the USGS. The new map supersedes that with a resolution of 1:2,500,000.

Since the 1990s, the lunar exploration has entered a new booming phase and nearly 20 spacecrafts have been launched to the Moon from not only the U.S. but also new agencies such as China, India, and Japan. To create the new map, the researchers digitized a number of previously released maps with varying scales and combined them thanks to RADAR and satellite images taken by China's Chang'e-5 lunar exploration mission in one globally consistent large-scale map.

The map shows 12,341 impact craters, 81 impact basins, 17 rock types, and 14 types of lunar structures, like lava flows and fault systems. The map also includes the geological discoveries made at the sampling sites of the historic 1969-1972 Apollo missions and the 2020 landing site of the Chang'e rover, where the youngest lunar rock known so far was found.

The map is downloadable as a 150 MB pdf-file from this site. The related paper "The 1:2,500,000-scale geologic map of the global Moon" is published in the journal Science Bulletin (2022).

 

in Forbes

segunda-feira, abril 15, 2024

Os protestos na Praça da Paz Celestial começaram há 35 anos

      
O Protesto na Praça da Paz Celestial (Tian'anmen) em 1989, mais conhecido como Massacre da Praça da Paz Celestial, ou ainda Massacre de 4 de junho consistiu numa série de manifestações lideradas por estudantes na República Popular da China, que ocorreram entre os dias 15 de abril e 4 de junho de 1989. O protesto recebeu o nome do lugar em que o Exército Popular de Libertação suprimiu a mobilização: a praça Tiananmen, em Pequim, capital do país. Os manifestantes (em torno de cem mil) eram oriundos de diferentes grupos, desde intelectuais que acreditavam que o governo do Partido Comunista era demasiado repressivo e corrupto, a trabalhadores da cidade, que acreditavam que as reformas económicas na China haviam sido lentas e que a inflação e o desemprego estavam dificultando suas vidas. O acontecimento que iniciou os protestos foi o falecimento de Hu Yaobang. Os protestos consistiam em marchas (caminhadas) pacíficas nas ruas de Pequim.
      

sábado, abril 13, 2024

Portugal optou por desistir de Macau há 37 anos...

  
A Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau (nome completo e oficial: Declaração Conjunta do Governo da República Portuguesa e do Governo da República Popular da China sobre a Questão de Macau), é um tratado internacional bilateral e é também chamada simplesmente de Declaração Conjunta Luso-Chinesa, foi assinado em Pequim, no dia 13 de abril de 1987, por Aníbal Cavaco Silva, na qualidade de Chefe do Governo da República Portuguesa, e por Zhao Ziyang, na qualidade de Chefe do Governo da República Popular da China.
  
Garantias
Esta Declaração Conjunta estabelece que Macau era um “território chinês sob administração portuguesa” e que a transferência de soberania de Macau para a República Popular da China (RPC) se efetuaria em 20 de dezembro de 1999. Após a transferência de soberania, Macau passaria então a ser uma Região Administrativa Especial chinesa, dotada de um alto grau de autonomia e regida por uma Lei Básica. Neste acordo bilateral, ficaram estabelecidos uma série de compromissos entre Portugal e a China para Macau, entre os quais a garantia de um elevado grau de autonomia como se viu e a conservação das especificidades da RAEM durante 50 anos, sob o princípio de "um país, dois sistemas". Isto incluiu a conservação do seu próprio sistema social, fiscal e económico-financeiro (de carácter capitalista, que difere do sistema socialista da RPC); dos direitos, dos deveres e das liberdades dos seus cidadãos; a sua própria moeda (pataca), o seu próprio sistema de controlo de imigração e de fronteiras e a sua própria polícia. Com tudo isto significando que a Declaração Conjunta continua a produzir efeitos até ao final do referido período de 50 anos, não se esgotando pois com o ato de consumação de transferência de soberania de Portugal para a RPC.
É ainda o garante também de que todos os oficiais e dirigentes políticos de Macau são habitantes permanentes de Macau, e não pessoas e oficiais do aparelho político-administrativo da República Popular da China.
Especifica ainda que o poder público seria separado, tal como na maioria dos sistemas políticos, em três poderes distintas: o executivo (Chefe do Executivo de Macau e o seu Governo), o legislativo (Assembleia Legislativa de Macau) e o judicial (Tribunais).
  

sexta-feira, abril 12, 2024

Genocídios nunca mais - o Massacre de Xangai foi há 97 anos...

   
O Massacre de Xangai de 1927, também conhecido como o Incidente de 12 de abril, foi uma purga em grande escala dos comunistas do Kuomintang (KMT), em Xangai, ordenada pelo Generalíssimo Chiang Kai-shek, a 12 de abril de 1927, durante a Expedição do Norte contra os senhores da guerra.
O Massacre de Xangai foi um dos principais acontecimentos de 1927 e assinalou a rutura entre o Kuomintang e o Partido Comunista Chinês, e marcou o início da Guerra Civil Chinesa. Este ataque contra os seus aliados comunistas, da fação do Kuomintang liderada por Chiang Kai-shek, destinou-se a expurgar os elementos de esquerda do partido e evitar o domínio pelos comunistas na República da China.
Em chinês, o incidente é chamado de "a purificação do Partido" pelo Kuomintang (KMT), enquanto o Partido Comunista da China (PCC) se lhe refere como o "Massacre de Xangai de 1927", "golpe anti-revolucionário de 12 de abril" ou "tragédia de 12 de abril". Muitos membros comunistas proeminentes do Kuomintang foram presos ou executados por Chiang numa tentativa de destruir a influência do PCC. Ao longo de várias semanas, após o incidente de 12 de abril em Xangai, ocorreram prisões e execuções de comunistas proeminentes, distribuídos por áreas da China controladas por Chiang e seus aliados, incluindo o co-fundador do Partido Comunista Chinês, Li Dazhao, em Pequim. Depois de derrotar as insurreições comunistas nas cidades, o Kuomintang tornou-se unificado sob a liderança de Chiang, e passou a derrotar as fações dos senhores da guerra e tornou-se dominante na China. Os comunistas retiraram-se para zonas rurais, construindo uma força no meio rural para a próxima fase da guerra civil chinesa.
 
Public beheading of a communist in Shanghai

domingo, abril 07, 2024

Se a moda pega...

A China inundou o mercado com painéis solares. Estão a ser usados como cercas de jardim

 

 

Os fabricantes chineses estão a provocar um excesso a nível mundial de painéis solares. Estes tornaram-se tão baratos, que algumas pessoas estão a usá-los como vedações para o seu jardim. E os norte-americanos estão preocupados…

Nos últimos anos, a produção de painéis solares por fabricantes chineses levou a um excedente significativo no mercado global, que levou a uma redução drástica  dos preços.

Este fenómeno chegou a um ponto em que os painéis solares, predominantemente produzidos na China e que representam 80% da oferta mundial, estão a ser utilizados de formas não convencionais, como vedações de jardim na Alemanha e nos Países Baixos.

A nova moda tem uma explicação simples: os painéis tornaram-se “demasiado baratos” devido a excesso de oferta, explica o Financial Times.

Tradicionalmente destinados a ser usados nos telhados, para maximizar a exposição à luz solar, o excesso de painéis solares levou os proprietários de casas nestes países a instalá-los em cercas de jardim - uma solução que acaba também por contornar os elevados custos associados às instalações em telhados.

Esta utilização inovadora dos painéis solares está a ganhar força noutras regiões, incluindo o Reino Unido, a América do Norte e a Austrália. O The Sun conta o caso de um taxista britânico que diz estar a poupar “centenas de libras na conta da eletricidade” desde que “renovou” a sua cerca.

A Agência Internacional de Energia prevê que haja uma oferta global de painéis solares de 1100 gigawatts até ao final deste ano, triplicando a procura e conduzindo a uma queda de preços estimada de 40% até 2028.

 

Estados Unidos preocupados

A questão da sobrecapacidade da China em matéria de painéis solares e o seu impacto nos mercados mundiais chamou a atenção da Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen.

Durante a sua próxima visita à China, Yellen planeia abordar os desafios colocados pelo “excesso de produção” de painéis solares, salientando a necessidade de práticas comerciais justas e os efeitos adversos da “excessiva capacidade industrial” chinesa na economia global.

A visita tem como objetivo “defender os trabalhadores e as empresas americanas”, no que o Business Insider considera ser um reflexo das preocupações com as distorções do mercado global e as desvantagens competitivas enfrentadas pelos fabricantes fora da China, incluindo os dos EUA e da Europa.

Nos últimos anos a China tem tentado diversificar a sua economia, afastando-a do conturbado sector imobiliário, com uma aposta em três “novas indústrias“: energia solar, veículos elétricos e baterias de iões de lítio. E nas três áreas, o impacto dessa aposta já se começou a sentir na economia mundial.

 

in ZAP

 

São Francisco Xavier nasceu há 518 anos

     
São Francisco Xavier, nascido Francisco de Jaso y Azpilicueta, (Xavier, 7 de abril de 1506 - Sanchoão, 3 de dezembro de 1552) foi um missionário cristão do padroado português e apóstolo navarro. Pioneiro e co-fundador da Companhia de Jesus, a Igreja Católica Romana considera que terá convertido mais pessoas ao Cristianismo do que qualquer outro missionário desde São Paulo, merecendo o epíteto de "Apóstolo do Oriente". Ele exerceu a sua atividade missionária no Oriente, especialmente na Índia e no Japão. É o padroeiro dos missionários, da Diocese de Registro (São Paulo) e também um dos padroeiros da Diocese de Macau.
    
Viagens de São Francisco Xavier
   

quarta-feira, março 27, 2024

Mais novidades sobre os dinossáurios...

Unexpected Revelation in Evolution: Fossil Feathers Show Muscle Imprints on Dinosaur, Uncovered by Laser Imaging

 The study analysed more than 1,000 foѕѕіlѕ of flying feathered dinosaurs.

 

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Laser-stimulated fluorescence (LSF) image of the early Cretaceous beaked bird Confuciusornis, showing large shoulders that powered the wing upstroke

 

Palaeontologists have previously determined that flying dinosaurs – ancestors of today’s birds – must have used shoulder muscles to рoweг their wings’ upstrokes, and сһeѕt muscles to рoweг downstrokes. However, this was based only on existing bony fossil eⱱіdeпсe and comparison with living flying creatures.

Now, Chinese University of Hong Kong (CUHK) research has finally confirmed this by finding elusive soft tissues. The findings, which include the earliest soft anatomy profiles of flying dinosaurs, are published in ргoсeedіпɡѕ of the National Academy of Sciences (PNAS).

The study analysed more than 1,000 foѕѕіɩѕ of flying feathered dinosaurs that lived in the late Jurassic and early Cretaceous periods, found in north-eastern China.

 

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Using a Laser-Stimulated Fluorescence (LSF) technique, the researchers targeted the shoulder and сһeѕt regions of the fossilised animals to study preserved soft tissue fɩіɡһt anatomy. Combining this data with ѕkeɩetаɩ reconstructions, the team validated the understanding of how the first birds took fɩіɡһt as paravian dinosaurs.

“We have a good understanding of how living birds fly, but we know much less about how early fossil birds and their closest relatives flew since their soft tissues are rarely preserved,” says lead author Michael Pittman, an assistant professor at CUHK. “By using LSF imaging, my team can now see these elusive soft tissues that were only suggested previously by fossil bones.”

“The LSF data validated the ancestral fɩіɡһt condition of flying dinosaurs, where shoulder muscles powered the wing upstroke and сһeѕt muscles powered the wing downstroke, moving the field closer to accurately reconstructing early fɩіɡһt capability,” Pittman adds.

Also included in the study was an early beaked bird, Confuciusornis which lived 125 million years ago. With their reconstruction, the scientists could tell that this ancient bird had a weakly-constructed сһeѕt and ѕtгoпɡ shoulders.

 

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“Our Confuciusornis reconstruction indicates the earliest eⱱіdeпсe of upstroke-enhanced fɩіɡһt, which is very exciting,” says joint-corresponding author Professor Xiaoli Wang from Linyi University in China’s Shandong Province.

Some early flying birds and dinosaurs are mіѕѕіпɡ a breastbone, or sternum. This ѕtгапɡe quirk of evolution has been a mystery in palaeontology.

“We used our LSF data to propose that a more weakly constructed сһeѕt in early birds like Anchiornis was behind their ɩасk of a breast bone,” says co-author Thomas G. Kaye from the Foundation for Scientific Advancement in Arizona. “They didn’t use their сһeѕt muscles enough for the sternum to be needed, so it was loѕt.”

 

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Many of the specimens displayed at the Shandong Tianyu Museum of Nature in Shandong Province. The museum is world-famous for its collection of feathered dinosaurs.

Museum Director and co-author Professor Xiaoting Zheng adds: “We are delighted that the team used data from more than 1,000 of our specimens to produce further ѕіɡпіfісапt advances in the study of flying dinosaurs. We look forward to sharing more exciting discoveries in the future.”

Scientists from Beijing’s Capital Normal University found 10 of the tiny insects in well-preserved downy feathers that — Jurassic Park-style — were trapped in plant resin some 100 million years ago.

While paleontologists had ѕᴜѕрeсted that parasites preyed on feathered dinosaurs in the Mesozoic eга, they had not been able to рɩᴜɡ an obvious gap in the fossil record.

Such small bugs are unlikely to create their own foѕѕіɩѕ, and when they do, they’re hard to ѕрot.

The Beijing team had looked through some 1,000 pieces of amber over a period of roughly five years. They noticed the lice in only two of the samples.

 

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The insects, roughly twice the width of a human hair, are somewhat different from today’s lice, with less sophisticated mouthparts.

“They look a Ьіt weігd, but they definitely have louse-y features,” Allen told Science.

It’s thought that the lice probably didn’t Ьіte their һoѕt’s skin and so wouldn’t have itched, but dаmаɡe to feathers could have bothered the dinosaurs.

“Now we know that feathered dinosaurs not only had feathers, they also had parasites - and they most likely had wауѕ they tried to ɡet rid of them,” Allen said.

 

in 2000 Daily

domingo, março 10, 2024

O Dalai Lama conseguiu fugir do Tibete há 65 anos...

    
A Revolta Tibetana de 1959 começou no dia 10 de março de 1959, quando uma revolta anti-chinesa e anti-comunista eclodiu em Lhasa, capital do Tibete, que estava sob o domínio do Partido Comunista da China desde a invasão do Tibete em 1950. Embora o principal evento, a fuga do 14º Dalai Lama Tenzin Gyatso, ocorreu em 1959, um conflito armado entre as forças da rebelião tibetana e o exército chinês começou em 1956 no Kham e regiões de Amdo, que foram submetidas a reformas sociais. A guerrilha mais tarde se espalhou para outras áreas do Tibete e durou até 1962.

O aniversário da revolta é vista por muitas pessoas e organizações de solidariedade com a causa tibetana como o Dia da Revolta Tibetana (ou Dia da Revolta Nacional Tibetana).
    
      

quarta-feira, março 06, 2024

Pearl S. Buck morreu há cinquenta e um anos...

   
Pearl Sydenstricker Buck, nascida Pearl Comfort Sydenstricker (Hillsboro, 26 de junho de 1892 - Danby, 6 de março de 1973), também conhecida por Sai Zhen Zhu, foi uma sinologista e escritora norte-americana, vencedora do Prémio Pulitzer de Ficção de 1932, tendo recebido o Nobel de Literatura em 1938.
   

Filha de pais missionários presbiterianos, aos 3 anos de idade, em 1892, foi levada pelos pais para a China, onde foi criada. Estudou em Xangai até os quinze anos, tendo um preceptor confucionista. A China a marcou sensivelmente, e evoca a cultura chinesa na maioria de suas obras.

Estudou Psicologia nos Estados Unidos, em 1910, onde se formou em 1914, para depois retornar à China com a finalidade de lecionar na Escola Presbiteriana e cuidar da mãe doente. Casou-se com um especialista americano em agricultura que lá trabalhava. A sua primeira filha nasceu deficiente mental. Viveu na China até à Guerra Civil, no fim da década de 20, quando, em 1934 foi retirada para o Japão e de lá para os Estados Unidos, nunca mais retornando à China, tendo ficado desgostosa da política chinesa após a guerra

Mestre em Literatura pela Universidade de Cornell em 1926, escreveu em 1930 Vento Leste, Vento Oeste, que obteve grande reconhecimento da crítica. Sua obra A Boa Terra, de 1931, vendeu 1,8 milhão de cópias somente no primeiro ano e, por ela, recebeu o Prémio Pulitzer de Ficção em 1932. Recebeu o Nobel de Literatura de 1938.

Escreveu mais de 110 livros e várias novelas de rádio. Era contemporânea de Sinclair Lewis e Eugene O'Neil, dois grandes escritores norte-americanos. Era tão prolífica que em 1945 escreveu cinco livros e duas novelas de rádio. Muitos de seus livros foram transformados em filmes. Seu estilo combinava prosa bíblica com a saga narrativa chinesa, cuja vida e ambiente eram constantemente presentes em suas obras. Seu tema mais recorrente era sobre o amor interracial. Seu livro A Flor Escondida tem o mesmo insight da ópera Madame Butterfly, pois a história narra os problemas de uma família japonesa cuja filha se enamora por um soldado americano. Vários de seus livros foram escritos sob o pseudónimo de John Sedges.

Amiga de Eleanor Roosevelt, advogou muito pelos direitos que deveriam ser concedidos às mulheres e pela igualdade racial, bem antes dos movimentos dos direitos civis, nos Estados Unidos. Fundou e dirigiu o "Movimento de Auxílio à China". Pearl S. Buck fez com que a China moderna se tornasse compreensível para os povos ocidentais. Morreu em 1973, aos oitenta anos. Foi sepultada em Green Hills Farm Grounds, Perkasie, Pensilvânia no Estados Unidos.

Informações recentes dão conta que, na verdade, nunca conseguiu voltar à China, porque até poucos meses antes de sua morte, o governo chinês ainda lhe negava um visto de entrada, por ela ser considerada 'agente imperialista', e a queda de Mao ocorreu em 1976. Seus livros mostram aquilo de que os próprios chineses ainda não tocam bem: a China rural, de estrutura ainda medieval, na época, o desdém pelas mulheres, a hierarquia da vida em família. Atualmente, os chineses empenham-se na sua reabilitação, tanto que na sua antiga residência, na cidade de Zhenjiang, próximo de Xangai, o governo chinês criou um museu em sua homenagem.

 

 
   

quinta-feira, fevereiro 29, 2024

Notícia sobre um fóssil interessante...

“Dragão Chinês” fossilizado com 240 milhões de anos revelado na totalidade pela primeira vez

 

 

Um trabalho de 10 anos permitiu aos paleontólogos reconstruir na totalidade o Dinocephalosaurus orientalis pela primeira vez.

Um novo estudo publicado na Earth and Environmental Science: Transactions of the Royal Society of Edinburgh relata a reconstrução pela primeira vez dos restos de um réptil marinho com 240 milhões de anos, cuja aparência lembra incrivelmente um dragão mítico chinês. Conhecido como Dinocephalosaurus orientalis, este animal de 5 metros de comprimento habitava o sudoeste da China durante o período Triássico.

Embora a espécie tenha sido identificada inicialmente em 2003, a sua aparência permanecia incerta devido aos seus restos não terem sido encontrados na totalidade. No entanto, descobertas mais recentes permitiram aos cientistas montar um único espécime, revelando pela primeira vez a magnificência da criatura em toda a sua glória, explica o IFLScience.

O espécime reconstruído baseia-se em sete exemplares, incluindo cinco restos recentemente descobertos, um dos quais está totalmente articulado. Todos foram descobertos na província de Guizhou, uma região do sul da China conhecida pelas suas descobertas paleontológicas incríveis.

Ao juntar os diversos exemplares, a equipa revelou que o D. orientalis possuía um pescoço significativamente mais longo do que se pensava anteriormente, conferindo ao animal uma aparência elegante e semelhante à de um dragão.

“Esta descoberta permite-nos ver este notável animal de pescoço longo na íntegra pela primeira vez. É mais um exemplo do mundo estranho e maravilhoso do Triássico que continua a confundir os paleontólogos,” disse num comunicado Nick Fraser, guardião de Ciências Naturais nos Museus Nacionais da Escócia.

“Estamos certos de que capturará a imaginação em todo o mundo devido à sua aparência impressionante, reminiscente do dragão chinês mítico, longo e serpenteante,” explica Fraser.

O projeto de pesquisa foi um esforço internacional envolvendo cientistas da Escócia, Alemanha, EUA e China, que estudaram os fósseis durante mais de 10 anos no Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia em Pequim.

Como indicado pelos seus membros adaptados à natação, esta espécie pré-histórica estava bem adaptada à vida oceânica. Além disso, os investigadores descobriram ossos de peixe na área do estômago de alguns espécimes, fornecendo uma visão clara de sua dieta baseada em frutos do mar.

Apesar dos seus estilos de vida aquáticos e pescoços longos, os investigadores explicam que o “dragão chinês” não estava relacionado de perto com os plesiossauros, que evoluíram cerca de 40 milhões de anos depois.

“Este notável réptil marinho é mais um exemplo dos impressionantes fósseis que continuam a ser descobertos na China”, acrescentou o Professor Robert Ellam, Editor-Chefe das Transactions e Fellow da Royal Society of Edinburgh.

 

in ZAP

quarta-feira, fevereiro 21, 2024

Nixon iniciou uma histórica visita à China há 52 anos...

 
U.S. President Richard Nixon's 1972 visit to the People's Republic of China was an important step in formally normalizing relations between the United States and China. It marked the first time a U.S. president had visited the PRC, which at that time considered the U.S. one of its foes, and the visit ended 25 years of separation between the two sides.
Before even being elected president, Nixon had talked of the need for better relations with the PRC, with which the U.S. did not maintain diplomatic relations as it recognized the government of the Republic of China on Taiwan as the government of China. Early in his first term, Nixon and National Security Adviser Henry Kissinger began sending subtle overtures hinting at warmer relations to the PRC government. After a series of these overtures by both countries, Kissinger flew on secret diplomatic missions to Beijing, where he met with Premier Zhou Enlai. On July 15, 1971, the President announced that he would visit the PRC the following year.
Occurring from February 21 to 28, 1972, the visit allowed the American public to view images of China for the first time in over two decades. Throughout the week the President and his most senior advisers engaged in substantive discussions with the PRC, including a meeting with Chairman Mao Zedong, while First Lady Pat Nixon toured schools, factories and hospitals in the city of Beijing, Shanghai and Hangzhou with the large American press corps in tow. Nixon dubbed the visit "the week that changed the world."
The repercussions of the Nixon visit were vast, and included a significant shift in the Cold War balance, putting the PRC with the U.S. against the Soviet Union. "Nixon going to China" has since become a metaphor for an unexpected or uncharacteristic action by a politician.
   
    

quinta-feira, fevereiro 08, 2024

A batalha nipo-russa de Port Arthur começou há cento e vinte anos

Desenho japonês mostrando a destruição de um navio russo
     
A Batalha de Port Arthur (8 e 9 de fevereiro de 1904) foi a batalha inicial da Guerra Russo-Japonesa. Ela começou com um ataque noturno surpresa, por um esquadrão de contratorpedeiros japoneses contra a frota russa, ancorada em Port Arthur, Manchúria, China (atual Lüshunkou), e continuou com um grande combate de superfície na manhã seguinte. A batalha não teve um final conclusivo e as escaramuças continuaram até maio de 1904. Perder em Port Arthur para os russos - e especialmente para o Czar Nicolau II - era não apenas inconcebível para o mundo em geral mas também repleto de circunstâncias terríveis para o regime Imperial russo. O povo russo, da nobreza até os servos recém-emancipados, perdeu a confiança nos militares; esta foi uma causa direta da Revolução Russa de 1905, e é mais bem lembrada do que as derrotas ainda mais desastrosas da Primeira Guerra Mundial.

Antecedentes
A Guerra Russo-Japonesa começou com um ataque preventivo pela Marinha Imperial Japonesa contra a frota do Pacífico russa baseada em Port Arthur e em Chemulpo. O plano inicial do Almirante Togo era atacar Port Arthur com a 1ª Divisão da Frota Combinada, que consistia de seis pré-encouraçados, liderados pela capitânia Mikasa e a 2ª Divisão, que consistia de cruzadores blidados. Esses navios estavam acompanhados por 15 contratorpedeiros e 20 navios menores. Na reserva, estavam os cruzadores. Com essa força grande, bem treinada e bem armada, e com o fator surpresa ao seu lado, o Almirante Togo esperava causar um grande dano para a frota russa logo após o rompimento das relações diplomáticas entre os governos japonês e russo.
Do lado russo, o Almirante Stark tinha os pré-encouraçados, auxiliados pelos cruzadores leves ou cruzadores protegidos, todos baseados sob a proteção da base naval fortificada de Port Arthur. No entanto, as defesas de Port Arthur não eram tão fortes quanto se esperava, com poucas baterias de artilharia de costa operacionais, fundos para melhorar as defesas foram desviados para as proximidades de Dalian, e a maioria dos oficias estavam celebrando numa festa organizada pelo Almirante Stark na noite de 9 de fevereiro de 1904.
Como o Almirante Togo recebeu informações falsas de espiões locais de Port Arthur de que as guarnições dos fortes que protegiam o porto estavam em alerta máximo, ele não estava disposto a arriscar os seus preciosos navios frente à artilharia russa e, por isso, reteve a sua frota principal da batalha. Ao invés disso, as forças de destroyers foi dividida em dois esquadrões de ataque, um para atacar Port Arthur e outro para atacar a base russa em Dalian.
  
O ataque noturno de 8-9 de fevereiro de 1904
Por volta das 22.30 horas de 8 de fevereiro de 1904, o esquadrão de ataque a Port Arthur de dez navios encontrou uma frota russa de patrulhamento. Os russos receberam ordem para não iniciar combate, e reportaram o contacto para o quartel-general. No entanto, como resultado do encontro, dois destroyers japoneses colidiram e recuaram, com os restantes a dispersar. Por volta de 00.28 horas de 9 fevereiro de 1904, os primeiros quatro destroyers japoneses aproximaram-se de Port Arthur sem serem observados e lançaram um ataque de torpedo contra um cruzador russo (que foi atingido, começou a arder e afundou) e o Retvizan (que teve o seu casco furado). Os outros navios japoneses tiveram menos sucesso, muitos dos torpedos caíram nas redes de torpedos, que efetivamente preveniram que a maioria dos torpedos atingissem os pontos vitais dos navios russos. Outros destroyers chegaram muito tarde para beneficiar do fator surpresa, fazendo os seus ataques individualmente, ao invés de fazer em grupo. No entanto, eles foram capazes de danificar o mais poderoso navio da frota russa, o Tsesarevich. O destroyer japonês Oboro fez o último ataque, por volta das 02.00 horas da madrugada, quando os russos estavam completamente acordados, e os seus holofotes e artilharia fizeram qualquer ataque de torpedo impossível.
Apesar das condições ideais de um ataque surpresa, os resultados foram relativamente fracos. Dos dezasseis torpedos atirados, todos, exceto três, perderam-se ou não explodiram. Mas a sorte também estava contra os russos pois dois dos três torpedos atingiram os seus melhores navios, o Retvizan e o Tsesarevich foram colocados fora de ação durante semanas, assim como o cruzeiro protegido Pallada.
  
Combate de superfície de 9 de fevereiro de 1904
Após o ataque noturno, o Almirante Togo enviou o seu subordinado, o Vice-Almirante Shigeto Dewa, com quatro cruzadores em uma missão de reconhecimento às 08.00 horas da manhã para observar a ancoragem de Port Arthur e para avaliar os danos. Às 09.00 horas, o Almirante Dewa estava perto o suficiente para ver a frota russa, através da névoa da manhã. Ele observou 12 navios de guerra e cruzadores, três ou quatro danificados. Os navios menores fora da entrada do porto pareciam estar em desordem. Dewa aproximou-se até cerca de 7 km do porto, mas, como ninguém se apercebeu da presença dos navios japoneses, ele convenceu-se que o ataque noturno paralisou com sucesso a frota russa, e enviou o relatório para o Almirante Togo.
Não sabendo que a frota russa estava pronto para a batalha, Dewa avisou o Almirante Togo que o momento era de extrema vantagem para a frota principal para um ataque rápido. Embora Togo preferisse atrair a frota russa para longe da proteção das baterias em terra, as conclusões otimistas de Dewa fizeram-no acreditar que o risco era justificado. O Almirante Togo ordenou que a Primeira Divisão atacasse o porto, com a Terceira Divisão em reserva na retaguarda.
Ao aproximarem-se de Port Arthur, os japoneses vieram ao encontro do cruzador russo Boyarin, que estava em patrulha. O Boyarin atacou o Mikasa de uma grande distância, depois virou e fugiu. Por volta de meio-dia, numa faixa de 5 milhas, o combate começou entre as frotas japonesas e russas. Os japoneses concentraram o fogo de seus canhões 12" nas baterias terrestres, enquanto usavam os seus 8" e 6" contra os navios russos. A mira era má dos dois lados, mas os japoneses danificaram severamente o Novik, Petropavlovsk, Poltava, Diana e Askold. Entretanto, logo se tornou evidente que o Almirante Dewa cometeu um erro crítico, os russos recuperaram do ataque inicial e os seus navios de batalha moveram-se. Nos primeiros cinco minutos da batalha, o Mikasa foi atingido por um escudo ricocheteador, que se queimou sobre ele, ferindo o engenheiro chefe, o tenente e cinco outros oficiais e homens.
Às 12.00 horas, o Almirante Togo decidiu dar meia volta e escapar da armadilha. Era uma manobra de alto risco, que expôs a frota às baterias terrestres russas. Apesar da artilharia pesada, os navios de guerra japoneses completaram a manobra e rapidamente retiraram-se. O Shikishima, Mikasa, Fuji e Hatsuse foram danificados, recebendo 7 tiros. Alguns tiros também foram feitos nos cruzadores do Almirante Hikonojo Kamimura, quando eles atingiam o ponto de viragem. Os russos, por sua vez, receberam cerca de 5 tiros, distribuídos entre os navios Petropavlavsk, Pobeda, Poltava, e Sevastopol. Ao mesmo tempo, o cruzador Novik chegou a 3 mil metros de distância dos cruzadores japoneses e lançou uma salva de torpedos. Todos se perderam, embora o Novik tenha recebido um tiro grave no casco, abaixo do nível da água.
    
Resultado 
Embora a batalha naval de Port Arthur não tenha resultado em grandes perdas de navios de guerra, a Marinha Imperial Japonesa tinha sido expulsa do campo de batalha pelo fogo combinado de navios russos e baterias terrestres, assim atribuindo-lhes uma pequena vitória. Os russos sofreram cerca de 150 mortes enquanto os japoneses tiveram 90. Apesar de nenhum navio se ter afundado em ambos os lados, alguns foram danificados. Entretanto, os japoneses tinham instalações de reparação e dique seco em Sasebo onde os navios foram consertados, enquanto a frota russa tinha uma capacidade muito limitada de reparação em Port Arthur.
Era óbvio que o Almirante Dewa não tinha conseguido realizar a sua missão de reconhecimento perto o suficiente, e uma vez que a má situação terrestre russa era aparente, a objeção do Almirante Togo para atacar o inimigo sob o fogo das baterias terrestres era justificado.
A declaração de guerra entre Japão e Rússia foi emitida a 10 de fevereiro de 1904, um dia depois da batalha. O ataque, realizado contra um inimigo despretensioso e não preparado em tempos de paz, foi muito comparado com a Batalha de Pearl Harbor