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sábado, abril 01, 2017

O cometa Hale-Bopp atingiu o seu periélio há vinte anos

O cometa Hale-Bopp, ou C/1995 O1, foi um dos maiores cometas observados no século XX e um dos mais brilhantes da segunda metade do século XX. Pôde ser contemplado a olho nu durante 18 meses, quase o dobro do tempo do grande cometa de 1811.
Foi descoberto a 23 de julho de 1995 a uma grande distância do Sol, criando-se desde logo uma grande expectativa de que este seria um cometa muito brilhante quando passasse perto da Terra. O brilho de um cometa é algo muito difícil de prever com exactidão, mas o Hale-Bopp superou todas as expectativas quando atingiu o periélio a 1 de abril de 1997. Foi denominado de Grande Cometa de 1997.
A sua passagem deu origem a algumas preocupações e receio por parte da população, uma vez não eram observados cometas com estas características há várias décadas. Surgiram inclusive rumores de que uma grande nave extraterrestre estaria no seu encalço, o que levou a um suicídio em massa entre os seguidores da seita Heaven's Gate.


Em astronomia, o periélio, que vem de peri (à volta, perto) e hélio (Sol), é o ponto da órbita de um corpo, seja ele planeta, planeta anão, asteroide ou cometa, que está mais próximo do Sol. Quando um corpo se encontra no periélio, ele tem a maior velocidade de translação de toda a sua órbita. Quando o corpo em questão estiver a orbitar qualquer outro objeto celeste que não o Sol, utiliza-se o nome genérico periastro para identificar esse ponto.

domingo, março 26, 2017

Há vinte anos deu-se o suicídio coletivo do Heaven's Gate

Heaven's Gate foi o nome de uma seita/religião OVNI americana liderada por Marshall Applewhite e Bonnie Nettles. Em 26 de março de 1997, quando o cometa Hale-Bopp estava no seu brilho máximo, a polícia encontrou os corpos de 39 de seus membros, que haviam cometido suicídio coletivo.

História
Em 1972, Marshall Applewhite conheceu Bonnie Nettles, uma enfermeira com interesse em teosofia e profecias e ambos tornaram-se amigos íntimos. Logo após, ele afirmou ter sentido que eles já se conheciam por um longo tempo e concluiu que eles haviam se conhecido em uma vida anterior. Ela disse a ele que o encontro dos dois já fora previsto por alienígenas, assim o persuadindo a acreditar que ele havia recebido uma tarefa divina.

Applewhite e Nettles estudaram a vida de São Francisco de Assis e leram todas as obras de autores como Helena Blavatsky, R. D. Laing e Richard Bach. Eles mantinham uma cópia da Bíblia do Rei Jaime com eles e estudaram várias passagens do Novo Testamento, focando nos ensinamentos sobre cristologia, ascetismo e escatologia. Applewhite também costumava ler livros de ficção científica, incluindo as obras de Robert A. Heinlein e Arthur C. Clarke. Em junho de 1974, as crenças de Applewhite e Nettles se solidificaram em algo uniforme. Eles concluíram que haviam sido escolhidos para cumprir profecias bíblicas e que haviam recebido mentes de nível superior às de outras pessoas. Eles escreveram um panfleto que descrevia a reencarnação de Jesus, como um texano, descrito em referência a Applewhite. Adiante, eles concluíram ser as duas testemunhas descritas no livro de Apocalipse e ocasionalmente visitaram igrejas ou outros grupos espirituais para falar de suas identidades, sempre referindo a si mesmos como "Os Dois", ou "A Dupla OVNI". Eles acreditavam que faleceriam e então restaurados à vida, à frente de outros e transportados para uma nave espacial. Este evento, o qual fora chamado de "a Demonstração", seria a prova concreta de todas as suas afirmativas. Para seu desânimo, essas ideias receberam uma recepção negativa.

Eventualmente, Applewhite e Nettles decidiram contactar extraterrestres e procuraram seguidores que pensassem da mesma forma. Eles publicaram propaganda para encontros, onde recrutaram discípulos, os quais chamavam de "tripulantes". Durante estes eventos, eles afirmavam representar seres de outro planeta, o Próximo Nível, que procuravam participantes para uma experiência. Eles também afirmavam que aqueles que concordassem em participar da experiência, ascenderiam a um nível evolucionário ainda maior.

Applewhite e Nettles usaram uma variedades de pseudónimos com o passar dos anos, como "Bo e Peep" e "Do e Ti". Assim como os fundadores, o grupo antes antes de adoptar o nome Heaven's Gate teve outros nomes, sendo anteriormente conhecidos como a "Metamorfose Humana Individual" e o mesmo se reinventou e mudou de nome várias vezes, além de contar com uma boa variedade de métodos de recrutamento. Applewhite acreditava que ele era um descendente direto de Jesus, o que significava que ele estava a um nível acima dos outros humanos.

Crenças
Todos os "tripulantes" da Heaven's Gate acreditavam que o planeta Terra estava prestes a ser reciclado (limpo, renovado e rejuvenescido) e o único meio de sobreviver, era deixando-o imediatamente. Enquanto o grupo anteriormente era contra o suicídio, eles redefiniram o sentido de "suicídio" no seu próprio contexto para significar "passar para o Próximo Nível quando estiver recebendo uma hipótese" e acreditavam que os seus corpos "humanos" eram apenas recipientes para ajudá-los na sua jornada. Numa conversa, quando se referiam a uma pessoa ou ao corpo de uma pessoa, eles usavam a palavra "veículo".

Adeptos da seita adicionavam os nomes que adotaram antes do nome de nascimento aos nomes próprios, isso os definia como "filhos do Próximo Nível" e foi mencionado no último vídeo de Applewhite, filmado entre 19 e 20 de março de 1997, alguns dias antes dos suicídios.

Eles acreditavam que "para se qualificar para ser um membro do Próximo Nível, os humanos deveriam se livrar de qualquer coisa que os vinculassem ao planeta". Isso significava que todos os membros deveriam desistir de todas as suas características humanas, como as suas famílias, amigos, sexualidade, individualidade, empregos, dinheiro e posses.

Estes básicos de crenças do grupo se mantiveram consistentes com o passar dos anos; no entanto, os "detalhes da suas ideologias eram flexíveis o suficiente para passar por modificações." Há exemplos do grupo adicionando ou mudando suas crenças com o passar do tempo, como modificar a forma de que uma pessoa poderia aceder ao Próximo Nível, mudando a forma de como eles se descreviam, colocando mais ênfase na ideia de Satanás e adicionando vários outros conceitos New Age.

Um conceito de crença New Age que Applewhite e Nettles adotaram era a hipótese do astronauta ancião. O termo "astronauta ancião" é usado para se referir a várias formas do conceito de que "ovináutas" visitaram o nosso planta em um passado distante. Applewhite e Nettles adotaram esse conceito e adaptaram a crença de que "alienígenas plantaram as sementes da humanidade atual há milhões de anos atrás e estariam voltando para colher o resultado do seu trabalho em forma de indivíduos evoluídos espiritualmente que ficariam à frente dos futuros cosmonautas. Apenas alguns  indivíduos selecionados da humanidade seriam escolhidos para ascender até este nível. O resto seria deixado a morrer na atmosfera tóxica de um mundo corrupto. Apenas os indivíduos que decidissem participar da Heaven's Gate, seguissem as crenças de Applewhite e Nettle e fizessem os sacrifícios requeridos para que se tornassem membros, seria permitido para deixar o sofrimento humano.

Estrutura
Membros desistiram de suas posses materiais e viveram uma vida livre de muitas indulgências. Eles viviam muito próximos e tudo era compartilhado em comunidade. Oito dos membros do sexo masculino do grupo, incluindo Applewhite, passaram voluntariamente por um processo de castração no México, a fim de manter o seu estilo de vida livre de sexualidade.

A Heaven's Gate obtinha lucros desenvolvendo websites profissionais para clientes pagantes sob o nome de "Fonte Maior".

Suicídio em massa e legado
Nos dias 19 e 20 de março, Marshall Applewhite filmou-se a si mesmo falando sobre suicídio em massa e afirmou que "este seria o único meio de evacuar esta Terra". Após afirmar que uma nave espacial estava a seguir o cometa Hale–Bopp, Applewhite persuadiu 38 membros a cometer suicídio, assim suas almas poderiam subir a bordo. Applewhite afirmou que após as suas mortes, um objeto voador não identificado (OVNI) tomaria as suas almas para outro "nível de existência acima do humano", o qual ele descreveu ser ambos físico e espiritual. Isto e outras crenças baseadas em OVNIs mantidas pelo grupo levou a alguns observadores a caracterizar o grupo como algum tipo de religião OVNI. Em outubro de 1996, o grupo comprou seguros de abdução alienígena para cobrir a vida de cinquenta membros pelo o custo de $10.000.

Em seguida, o grupo alugou uma mansão de aproximadamente 850 m², localizada em 18341 Colina Norte (mais tarde com o nome trocado para Paseo Victoria) numa comunidade fechada de casas na área do Rancho Santa Fe, em San Diego, de Sam Koutchesfahani, pagando a quantia de $7.000 por mês em dinheiro. Trinta e oito membros do Heaven's Gate, mais o líder Applewhite, foram encontrados mortos na casa no dia 26 de março de 1997. No calor da primavera Californiana, muitos dos corpos já estavam a decompor-se quando foram descobertos e, logo, os corpos foram cremados.

Eles tomaram fenobarbital misturado com sumo de maçã e vodka. Adicionamente, eles tinham sacolas plásticas nas suas cabeças após ingerir a mistura, a fim de induzir a asfixia. As autoridades encontraram os corpos estirados nos seus próprios beliches, faces e tórax cobertos por um pedaço de tecido roxo. Cada membro carregava uma nota de cinco dólares e três moedas de vinte e cinco centavos em seus bolsos: a nota de cinco dólares era para cobrir multas de ociosidade enquanto os membros estavam ausentes de seus trabalhos, enquanto as moedas seriam para fazer ligações telefónicas. Eles mantiveram isso nos bolsos no momento da morte como forma de humor negro. Todos os 39 estavam vestidos com camisas pretas, calças de ginástica, ténis novos da marca Nike e autocolantes nos ombros com a frase "Heaven's Gate Away Team" (uma espécie de referência à série Star Trek). Os adeptos, com idades entre 26 e 72 anos, devem ter morrido em três grupos, durante três dias consecutivos, com os participantes restantes limpando tudo após a morte dos grupos anteriores. Quinze membros faleceram no dia 24 de março, mais quinze no dia 25 de março e nove no dia 26. O líder Applewhite foi o antepenúltimo membro a falecer; duas mulheres continuaram após a sua morte e foram as únicas encontradas sem sacolas plásticas nas cabeças. Entre os mortos, estava Thomas Nichols, irmão da atriz Nichelle Nichols, que é conhecida pelo o seu papel de Uhura na série original de televisão Star Trek.

Apenas um dos membros do grupo, Rio DiAngelo/Richard Ford, não cometeu suicídio. Ele filmou toda a mansão em Rancho Santa Fe; no entanto, a fita não foi mostrada à polícia até 2002, cinco anos após o evento.

A morte em massa do grupo Heaven's Gate foi divulgada amplamente nos media como exemplo de suicídio em massa.

Dois ex-membros do Heaven's Gate, Wayne Cooke e Charlie Humphreys, mais tarde cometeram suicídio de forma similar. Humphreys sobreviveu a um pacto suicida com Cooke, em maio de 1997, mas acabou se matando em fevereiro de 1998.

segunda-feira, agosto 12, 2013

As Perseidas são (sobretudo) na próxima noite (de 2ª para 3ª)

Uma perseida sobre o fundo da Via Láctea

As Perseidas são uma prolífica chuva de meteoros associada ao cometa Swift-Tuttle. São assim denominadas devido ao ponto do céu de onde parecem vir, o radiante, localizado na constelação de Perseu. As chuvas de meteoros ocorrem quando a Terra atravessa um rasto de meteoros. Neste caso o rasto é denominado de nuvem Perseida e estende-se ao longo órbita do cometa Swift-Tuttle. A nuvem consiste em partículas ejectadas pelo cometa durante a sua passagem perto do Sol. A maior parte do material presente na nuvem actualmente, tem aproximadamente 1.000 anos. No entanto, existe um filamento relativamente recente de poeiras neste rasto proveniente da passagem do cometa em 1862. Em 1992 (o cometa Swift-Tuttle dá uma volta completa em torno do Sol a cada 130 anos) a nuvem que dá origem às Perseidas foi reabastecida, tendo nos últimos anos havido algumas chuvas de meteoros bastante boas. Como a Terra, nessa noite, viaja pelo espaço em direção à constelação de Perseu, as estrelas cadentes parecem provir desse ponto (chamado de radiante) para aonde a Terra se dirige; marcando (e prolongando essa linha) num mapa celeste, as estrelas cadentes perseidas ir-se-ião cruzar no radiante.

Observação
O fenómeno é visível anualmente a partir de meados de julho, registrando-se a maior atividade entre os dias 8 e 14 de agosto, ocorrendo o seu pico por volta do dia 12. Durante o pico, a taxa de estrelas cadentes pode ultrapassar as 60 por hora. Podem ser observadas ao longo de todo o plano celeste, mas devido à trajectória da órbita do cometa Swift-Tuttle, são observáveis essencialmente no Hemisfério Norte.
A famosa chuva de estrelas das Perseidas tem sido observada ao longo dos últimos 2.000 anos, com a primeira descrição conhecida deste fenômeno registrada no Extremo Oriente no ano 36. Na Europa recém cristianizada, as Perseidas tornaram-se conhecidas como Lágrimas de São Lourenço.
De forma a viver esta experiência ao máximo, a chuva deverá ser observada numa noite limpa e sem lua, a partir de um ponto afastado das grandes concentrações urbanas, onde o céu não se encontre afectado pela poluição luminosa. As Perseidas possuem um pico relativamente grande, pelo que o fenómeno pode ser observado ao longo de várias noites. Em qualquer uma destas, a actividade começa lentamente ao anoitecer, aumentando subitamente por volta das 23h, quando o radiante atinge uma posição celeste relativamente elevada. A taxa de meteoros aumenta de forma contínua ao longo da noite, atingindo o pico pouco antes do amanhecer, aproximadamente 1½ a 2 horas antes do nascer do sol.

Previsão para 2013
De entre as três chuvas de meteoros mais fortes previstas para este ano, apenas as Perseidas desfrutarão de um céu sem Lua perto no seu pico, previsto para entre os dias 12 e 13 de agosto. Observações recentes do IMO encontraram para 2013 o máximo entre os dias 12 de agosto, às 13.15 horas e no 13 de agosto, às 01.45 horas, UT. Picos adicionais não estão previstos para este ano.


NOTA: este ano não irei observar o fenómeno (há anos em que o faço em Leiria, na Senhora do Monte, perto de Cortes). É fácil de observar - basta olhar, sem telescópio, para uma vasta zona de NE do céu, à volta da constelação de Perseu (que fica por baixo da Cassiopeia, uma constelação bem visível, com forma de M ou W, entre as 00.30 e 03.00 horas). Aqui fica um mapa do céu com o radiante desta chuva de estrelas:

(imagem daqui - clicar para aumentar)

terça-feira, julho 23, 2013

O mais brilhante cometa do século XX foi descoberto há 18 anos

Hale-Bopp, ou C/1995 O1, foi um dos maiores cometas observados no século XX e um dos mais brilhantes da segunda metade do século XX. Pôde ser contemplado a olho nu durante 18 meses, quase o dobro do tempo do grande cometa de 1811.
Foi descoberto a 23 de julho de 1995 a uma grande distância do Sol, criando-se desde logo uma grande expectativa de que este seria um cometa muito brilhante quando passasse perto da Terra. O brilho de um cometa é algo muito difícil de prever com exactidão, mas o Hale-Bopp superou todas as expectativas quando atingiu o periélio a 1 de abril de 1997. Foi denominado o Grande Cometa de 1997.
A sua passagem deu origem a alguma preocupação e receio por parte da população, uma vez não eram observados cometas com estas características havia várias décadas. Surgiram inclusive rumores de que uma grande nave extraterrestre estaria no seu encalço, o que levou a um suicídio em massa entre os seguidores da seita Heaven's Gate.

O cometa ganhou estatuto de grande cometa no início do ano de 1997

O cometa foi descoberto por dois observadores independentes, Alan Hale e Thomas Bopp, ambos nos EUA.
Alan Hale passara centenas de horas procurando novos cometas sem sucesso. Realizava uma busca sistemática por cometas conhecidos em Cloudcroft, Novo México, quando, no dia 23 de julho de 1995, descobriu um objecto brilhando a uma magnitude de 10,5, perto do enxame globular Messier 70, na constelação de Sagittarius, pouco depois da meia-noite. Hale, numa primeira análise, certificou-se que não existiria nenhum objecto de céu profundo perto de M70, tendo depois consultado um directório de cometas conhecidos, levando-o à conclusão de que nenhum objecto conhecido estaria nesta parte do céu. Uma vez confirmado que o objecto estava em movimento em relação às estrelas de fundo, enviou um e-mail para o Central Bureau for Astronomical Telegrams, a entidade responsável pela divulgação e confirmação de descobertas astronómicas.
Por sua vez, Thomas Bopp não possuía telescópio próprio. Durante uma confraternização com amigos, enquanto observava o céu com o telescópio de um deles, deparou-se com um objecto que parecia não estar catalogado nos seus atlas celestes. Quando confirmou que não existiam outros objectos de céu profundo nas proximidades de M70, contactou o Central Bureau for Astronomical Telegrams por telegrama. Na manhã seguinte, confirmou-se realmente tratar-se de um novo cometa, nomeado de Hale-Bopp, com a designação C/1995 O1. A descoberta foi anunciada pela Circular IAU 6187 da União Astronómica Internacional.

quinta-feira, julho 04, 2013

Há oito anos a sonda Deep Impact chocou propositadamente contra um cometa

Deep Impact.jpg
 Concepção artística mostra a Deep Impact e a Impactor ao fundo

Inspirando-se no filme americano Impacto Profundo, a NASA chamou de Deep Impact esta sonda espacial. O objetivo da missão não tripulada norte-americana Deep Impact ou Impacto Profundo da NASA, sob os cuidados do Laboratório de Jato-propulsão - JPL, foi o de lançar um impactador contra o cometa 9P/Tempel 1 ou simplesmente Tempel 1 que circula entre as órbitas de Marte e Júpiter, observar a explosão e dela analisar os componentes químicos e físicos internos do cometa.
A sonda Deep Impact foi lançada em 12 de janeiro de 2005 pelo foguete Delta II (modelo 2925), do Cabo Canaveral, Estados Unidos. O impacto da sonda com o cometa ocorreu em 4 de julho de 2005.
O cometa escolhido pertence a uma classe de cometas que são comuns do sistema solar e o impacto não deverá causar uma significativa mudança na trajetória do cometa.


The spacecraft consists of two main sections, the 370-kg (815-lb) copper-core "Smart Impactor" that impacted the comet, and the "Flyby" section, which imaged the comet from a safe distance during the encounter with Tempel 1.
The Flyby spacecraft is about 3.2 meters (10.5 ft) long, 1.7 meters (5.6 ft) wide and 2.3 meters (7.5 ft) high. It includes two solar panels, a debris shield, and several science instruments for imaging, infrared spectroscopy, and optical navigation to its destination near the comet. The spacecraft also carried two cameras, the High Resolution Imager (HRI), and the Medium Resolution Imager (MRI). The HRI is an imaging device that combines a visible-light camera with a filter wheel, and an imaging infrared spectrometer called the "Spectral Imaging Module" or SIM that operates on a spectral band from 1.05 to 4.8 micrometres. It has been optimized for observing the comet's nucleus. The MRI is the backup device, and was used primarily for navigation during the final 10-day approach. It also has a filter wheel, with a slightly different set of filters.
The Impactor section of the spacecraft contains an instrument that is optically identical to the MRI, called the Impactor Targeting Sensor (ITS), but without the filter wheel. Its dual purpose was to sense the Impactor's trajectory, which could then be adjusted up to four times between release and impact, and to image the comet from close range. As the Impactor neared the comet's surface, this camera took high-resolution pictures of the nucleus (as good as 0.2 metre [7.9 in] per pixel) that were transmitted in real-time to the Flyby spacecraft before it and the Impactor were destroyed. The final image taken by the impactor was snapped only 3.7 seconds before impact.
The impactor's payload, dubbed the "Cratering Mass", was 100% copper (impactor 49% copper by mass) to reduce debris interfering with scientific measurements of the impact. Since copper was not expected to be found on a comet, scientists could eliminate copper from the spectrometer reading. Instead of using explosives, it was also cheaper to use copper as the payload.
The name of the mission is shared with the 1998 Deep Impact film, in which a comet strikes the Earth. This is coincidental, however, as the scientists behind the mission and the creators of the film devised the name independently of each other at around the same time.

Filme (gif animado) do High Resolution Imager (HRI) na sonda Deep Impact do impacto

domingo, junho 30, 2013

O Evento de Tunguska foi há 105 anos

Árvores caídas após a explosão (foto tirada durante a expedição de Kulik, em 1927)

O Evento de Tunguska foi uma queda de um objeto celeste que aconteceu em uma região da Sibéria próxima ao rio Podkamennaya Tunguska em 30 de junho de 1908. A queda provocou uma grande explosão, devastando uma área de milhares de quilómetros quadrados. A ausência de uma cratera e de evidências diretas do objeto que teria causado a explosão levou a uma grande quantidade de teorias especulativas sobre a causa do evento. Apesar de ainda ser assunto de debate, segundo os estudos mais recentes a destruição provavelmente foi causada pelo deslocamento de ar subsequente a uma explosão de um meteorito ou fragmento de cometa a uma altitude de 5 a 10 km na atmosfera, devido ao atrito da reentrada. Diferentes estudos resultaram em estimativas para o tamanho do objeto variando em torno de algumas dezenas de metros.
Estima-se que a energia da explosão está entre 5 megatons e 30 megatons de TNT, com 10–15 megatons sendo o mais provável. Isso é aproximadamente igual a 1000 vezes a bomba lançada em Hiroshima na segunda guerra mundial e aproximadamente um terço da Bomba Csar, a mais poderosa arma nuclear já detonada. A explosão teria sido suficiente para destruir uma grande área metropolitana. A explosão derrubou cerca de 80 milhões de árvores em uma área e 2150 quilômetros quadrados e estima-se que tenha provocado um terremoto de 5 graus na escala Richter.
Apesar de ser considerado o maior impacto terrestre na história recente da Terra, impactos de intensidade similar em regiões remotas teriam passado despercebidos antes do advento do monitoramento global por satélite nas décadas de 1960 e 70.

Localização aproximada do evento de Tunguska, na Sibéria

A natureza do objeto que se chocou com a terra, meteoróide ou cometária, foi objeto de pesquisa ao longo do século XX e ainda é assunto de debate. Em 1930, o astrónomo F. J. W. Whipple sugeriu que o impacto teria sido com um pequeno cometa, um objeto composto primariamente de poeira e gelo, que teria sido completamente vaporizado na atmosfera, não deixando traços óbvios. Essa hipótese recebeu suporte a partir da observação de brilhos noturnos no céu da Europa por muitas noites após o evento, que poderiam ser explicados pela luz do sol refletida no gelo e poeira dispersada pela cauda do cometa na alta atmosfera.
Em 1978, o astrónomo Lubor Kresák sugeriu que o corpo fosse um fragmento do cometa Encke, responsável pela chuva de meteoros anual conhecida como beta taurídeos. O evento coincidiu com um pico de atividade dessa chuva de meteoros e a trajetória estimada para o objeto que causou a explosão de Tunguska é consistente com o que seria esperado de um fragmento desse cometa. Sabe-se que objetos dessa natureza explodem com frequência na alta atmosfera. Tais explosões são observadas por satélites militares há décadas.
Em 1983, o astrónomo Zdeněk Sekanina publicou artigos criticando a hipótese cometária. Ele apontou que um corpo composto de material cometário seguindo a trajetória observada teria sido desintegrado em grandes altitudes, enquanto é sabido que o objeto de Tunguska atingiu a baixa atmosfera antes de desintegrar. Sekanina argumentou que as evidências conhecidas apontavam para um objeto denso, feito de rocha, provavelmente um fragmento de asteroide. Essa hipótese foi ainda suportada em 2001, quando Farinella, Foschini, et al. divulgaram seu estudo sugerindo que a trajetória do objeto é consistente com uma origem no cinturão de asteroides.
Proponentes da teoria cometária sugeriram que o objeto poderia ser um cometa extinto com um manto rochoso que o teria protegido até atingir a baixa atmosfera.
A principal dificuldade com a hipótese do asteroide é que um objeto rochoso teria produzido uma grande cratera num impacto tão energético, e nenhuma cratera foi encontrada. Hipóteses foram feitas, e posteriormente corroboradas por modelos de Christopher Chyba e outros pesquisadores, de que é possível que a passagem do asteroide pela atmosfera teria provocado pressões e temperaturas tão altas que ele tenha sido completamente desintegrado, a energia do impacto toda liberada na atmosfera e o material espalhado na alta atmosfera explicaria a luminosidade noturna observada na Europa.
Durante os anos 1990, pesquisadores italianos extraíram resina das árvores recolhidas na área do impacto e encontraram altas taxas de materiais commumente encontrados em asteroides e raramente encontrados em cometas.

terça-feira, março 12, 2013

Se a meteorologia o permitir, há um cometa visível ao pôr do Sol...

Um cometa de Primavera pode ser visto a oeste após o pôr do Sol

O Pan-STARRS foi visto primeiro no Hemisfério Sul, em locais como a Austrália. A cauda mostra o material volátil a libertar-se do seu núcleo


Até ao final de Março, o Pan-STARRS vai aparecer acima do horizonte, durante o lusco-fusco. O cometa foi descoberto em 2011, já fez a aproximação máxima ao Sol. Ainda não há certezas sobre o seu futuro

Primeiro asteroides, agora cometas. O ano de 2013 ainda vai no terceiro mês, mas já nos obrigou a pensar nas potenciais ameaças que podem vir do céu, depois de um meteorito ter caído na Rússia em Fevereiro. Mas o cometa Pan-STARRS C/2011 L4 não é ameaça. É antes um espectáculo celestial raro que pode ser observado nos próximos dias a olho nu, logo após o pôr do Sol, em direcção a oeste, bem longe das luzes das cidades.

"Quem está em Portugal continental, terá de olhar em direcção a oeste", diz o astrónomo Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa. "O cometa está muito baixo, próximo do horizonte", explica ao PÚBLICO.

As estimativas dos cientistas dizem que a passagem de cometas suficientemente perto de nós para podermos olhar para o céu e vê-los sem ajuda de binóculos ou telescópios só acontece de dez em dez anos. Mas as probabilidades não controlam a natureza e só neste ano haverá não um, mas dois cometas para serem vistos sem intermediários.

"Talvez já se tenha ouvido falar no cometa ISON, que se pode tornar num cometa espectacular visível a olho nu no Outono", disse Amy Mainzer, investigadora principal do projecto Neowise do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA. "Mas com as condições certas não será preciso esperar pelo ISON. Dentro de alguns dias o cometa Pan-STARRS vai aparecer nos céus do Hemisfério Norte logo a seguir ao pôr do Sol", disse a cientista na semana passada, numa notícia da agência espacial dos Estados Unidos.

Serão precisas as condições certas para a observação: céu sem nuvens e despoluído de luzes eléctricas. Rui Agostinho refere que como o cometa vai ficar muito próximo de horizonte, as luzes da cidade vão dificultar muito a visualização. O melhor será ir para o campo, para um local com uma boa panorâmica para oeste ou então ficar na costa, longe das urbes. De dia para dia o cometa será cada vez mais ténue e menos brilhante por já se estar a distanciar do Sol. Daqui a um mês, o espectáculo passará a ser quase impraticável e podemos despedir-nos do Pan-STARRS.

"Tendo em conta a previsão meteorológica, os melhores dias para tentar vislumbrar o cometa Pan-STARRS em Portugal Continental parecem ser entre quarta e sexta-feira (de 13/03 a 15/03)", refere um comunicado do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, que adianta ainda que "nos arquipélagos dos Açores e da Madeira, o mau tempo não deve dar oportunidade para ver este cometa".

O cometa foi descoberto a 8 de julho de 2011 pelo Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System, o programa de rastreio celeste feito em Haleakala, Maui, no Havai, por um telescópio de 1,8 metros de diâmetro. Desde aí já foram feitas mais de 1300 observações à sua órbita. A 5 de Março, passou a 164 milhões de quilómetros de distância da Terra e no domingo fez a aproximação máxima ao Sol, ficou a apenas 45 milhões de quilómetros de distância do Sol (Mercúrio, quando se aproxima mais do Sol, fica a 46 milhões de quilómetros). Nesse dia atingiu a visibilidade máxima.

Os cometas são enormes pedaços de gelo provenientes das regiões distantes do Sistema Solar. Quando se aproximam do Sol, dá-se a sublimação do gelo e são geradas uma pequena atmosfera de gás que envolve o núcleo do cometa e uma cauda que pode chegar a ter centenas de milhões de quilómetros.

É esta cauda que os torna tão especiais de serem observados. O Pan-STARRS começou por ser visto no Hemisfério Sul, em locais como a Austrália. Só depois, com o continuar da sua trajectória é que passou a ser observado a norte do equador.

Ainda não há certezas absolutas sobre o futuro deste cometa. "Com uma órbita aberta ele pode escapar do Sistema Solar e acabará por ser capturado por outra estrela", explica Rui Agostinho.

Quem não conseguir observar a passagem do Pan-STARRS terá de esperar alguns meses pelo próximo cometa ISON para voltar a ter a oportunidade de desfrutar as possibilidades do nosso céu de 2013.

in Público - ler notícia

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Sobre a queda do meteorito na Rússia na passada 6ª

Cientistas encontram fragmentos do meteorito da Rússia

Meteorito principal continua por encontrar no fundo de um lago, mas dezenas de partículas foram recuperadas por investigadores da Universidade dos Urais.


Fragmentos do meteorito que causou 1500 feridos na Rússia

Cientistas russos recuperaram vários fragmentos do meteoro russo que se desintegrou sexta-feira sobre a região de Cheliabinsk, 1800 quilómetros a Leste de Moscovo, deixando quase 1500 feridos.
No domingo, o Governo russo suspendera as buscas para encontrar um meteorito que caiu sobre um lago congelado, recortando um círculo perfeito de vários metros de diâmetro sobre o gelo. A Universidade dos Urais, no entanto, enviou para a região uma equipa de investigadores, que recuperou cerca de meia centena de pequenos meteoritos. Fotos divulgadas pela universidade mostram uma série de pequenos fragmentos, o maior dos quais parece ter o diâmetro de um dedo.
“Confirmamos que as partículas de uma substância encontrada pela nossa expedição perto do lago de Tchebarkoul têm a composição de um meteorito”, disse Viktor Grokhovski, investigador da Universidade dos Urais e membro da Academia Russa de Ciências, citado pela agência AFP.
Segundo os cientistas, as partículas encontradas serão fragmentos de um meteorito maior que terá caído no lago de Tchebakoul. Mergulhadores tentaram encontrá-lo, mas a operação foi abandonada, dada a existência de uma camada de um metro e meio de lodo no fundo.
Meteorito é a designação que se dá aos fragmentos de um meteoro – um corpo celeste quando entra na atmosfera ­– que chegam ao solo. O meteoro da Rússia teria 17 metros de diâmetro e 10.000 toneladas de massa quando entrou na atmosfera, desintegrando-se num rasto incandescente devido ao atrito com o ar.
Ondas de choque, provocadas sobretudo pela explosão sónica durante a desaceleração do meteoro até ao limite da velocidade do som, provocaram danos em milhares de edifícios, sobretudo vidros partidos.
O último balanço do Ministério da Saúde russo fala em 1.491 feridos, dos quais 311 são crianças. Ainda há 46 pessoas hospitalizadas.
Na região de Cheliabinsk, equipas de emergência continuam a trabalhar para reparar os estragos, sobretudo pela substituição de vidros partidos. As temperaturas na região nesta altura do ano chegam perto dos 20 graus Celsius negativos.

in Público - ler notícia


NOTA: houve algumas asneiradas publicadas e ditas pelos media nos últimos dias sobre este assunto (os conceitos de asteróide, cometa, meteoroide, meteoro, bólide e meteorito sofreram tratos de polé e dificilmente resistiram...) que merecem a nossa atenção. Assim, em primeiro lugar, ao contrário de certas pessoas que esperam ansiosas o fim do mundo (depois do flop do 21.12.2012, tudo é bom para anunciar a destruição da Humanidade e da Terra...) este fenómeno é normal e aconteceu no passado e acontecerá no futuro muitas vezes. Depois, a passagem do asteroide 2012 DA14 na mesma data foi meramente fortuita. Finalmente, o asteroide e o cometa são pequenos astros com composição diferente (os primeiros rochosos e dando origem à maioria dos meteoritos caídos na Terra e os segundos são pequenas bolas de gelo sujo, com poeiras e, possivelmente, compostos orgânicos, sendo bons exemplos da composição da nebulosa que deu origem ao Sol e às estrelas suas irmãs). Para terminar, meteoroide é um pequeno astro que está no espaço, meteoro é o mesmo astro quando atravessa a atmosfera terrestre (deixando um rasto de luz, e por vezes, barulho e fumo, chamando-se bólide se é muito brilhante) e meteorito é a rocha que sobreviveu à queda do espaço e atinge a terra, dando-nos muitas pistas sobre o Sistema Solar e a sua formação. Esperemos ainda que os governos invistam mais na pesquisa de asteróides e cometas que possam chocar contra a Terra, para que este evento (ou o de Tunguska, também ocorrido na Rússia, passando este ano 105 anos sobre a sua ocorrência) pois fica provado que é dinheiro bem empregue.