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domingo, setembro 12, 2021

O tratado que permitiu a reunificação alemã foi assinado há 31 anos

   
O Tratado sobre a Regulamentação Definitiva referente à Alemanha (em inglês: Treaty on the Final Settlement with Respect to Germany, em francês: Traité portant Règlement Définitif concernant l'Allemagne), mais habitualmente conhecido como Tratado Dois-Mais-Quatro, é o tratado de paz definitivo negociado entre a República Federal da Alemanha, a República Democrática Alemã e as quatro Potências que ocuparam a Alemanha desde o fim da Segunda Guerra Mundial na Europa: Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética.
O tratado, celebrado em Moscovo em 12 de setembro de 1990, permitiu a reunificação da Alemanha naquele mesmo ano, em 3 de outubro.
Nos termos do acordo, as Quatro Potências renunciam a todos os direitos que detinham na Alemanha, inclusive em Berlim. Dessa maneira, o país reunificado tornou-se plenamente soberano em 15 de março de 1991. As tropas soviéticas sairiam do país até o final de 1994. A Alemanha concordou em limitar as suas forças armadas a um máximo de 370 mil homens. O país também confirmou a sua renúncia à fabricação e posse de armas nucleares, biológicas e químicas, reiterando que o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares continuaria a vincular à Alemanha reunificada. Determinou-se, também, a proibição à presença de forças armadas estrangeiras e armas nucleares no território da antiga Alemanha Oriental.
Talvez a disposição mais significativa do tratado seja a renúncia, por parte da Alemanha, a todas as reivindicações referentes a territórios a leste da linha Oder-Neisse, o que implicou a aceitação, pelo país, das perdas territoriais sofridas no fim da Segunda Guerra Mundial. A Alemanha concordou, ainda, em celebrar um tratado separado com a Polónia para confirmar a fronteira comum, o que ocorreu no ano seguinte.
Embora o tratado tenha sido assinado pelas duas Alemanhas independentemente, foi ratificado pela Alemanha reunificada. 

terça-feira, agosto 17, 2021

Peter Fechter, a mais famosa vítima do Muro de Berlim, foi assassinado há 59 anos

  
Peter Fechter (Berlim, 14 de janeiro de 1944 - Berlim, 17 de agosto de 1962) era um pedreiro da Alemanha Oriental que, aos dezoito anos, se tornou uma das primeiras e provavelmente a mais famosa vítima do Muro de Berlim. Ao tentar atravessar a fronteira entre as duas Alemanhas, na rua Zimmer, foi alvejado pelas costas e morreu de hemorragia, sem que os guardas de fronteira da parte ocidental pudessem socorrê-lo.
  
Morte
Em 1962, cerca de um ano após a construção do muro, Fechter tentou fugir da Alemanha Oriental juntamente com o seu amigo Helmut Kulbeik. O plano era esconder-se numa oficina de carpintaria próxima do muro em Zimmerstrasse, aguardar uma brecha na movimentação dos soldados da fronteira e saltar de uma janela para o "corredor da morte" (a zona desmilitarizada que ficava entre o muro erguido na parte oriental e o erguido na parte ocidental, que por sua vez corriam paralelos entre si para aumentar a segurança contra invasões e fugas), correr através dele e depois escalar uma parede de dois metros, coberta de arame farpado, para enfim cair em Kreuzberg, Berlim Ocidental, perto de Checkpoint Charlie.
Quando ambos chegavam até à segunda parede os guardas avistaram-nos e dispararam imediatamente contra os dois. Kulbeik conseguiu pular para o outro lado, mas Fechter acabou baleado na pelvis enquanto escalava e diante de centenas de testemunhas. Após ser alvejado, perdeu as forças e caiu de volta ao corredor da morte, controlado pelo lado oriental, diante de um grande número de espectadores ocidentais, incluindo jornalistas. Apesar de seus gritos, ele não recebeu assistência médica do lado do Oriente e não pôde ser atendido pelas equipes médicas do lado ocidental, que não podiam aceder ao corredor. Fechter agonizou até à morte cerca de uma hora, sem nenhum tipo de assistência. As pessoas do lado oeste que pararam para ver a cena imediatamente começaram a gritar contra os guardas da fronteira, fazendo coro chamando-os de assassinos.
A falta de assistência médica no caso pode ter sido reflexo do medo mútuo. De acordo com um relatório da revista Time, um segundo-tenente dos Estados Unidos que acompanhou a cena teria recebido ordens específicas do comandante dos EUA em Berlim Ocidental para se manter firme e não invadir a área oriental. De qualquer maneira, de acordo com um relatório do patologista forense Otto Prokop, "Fechter não tinha nenhuma chance de sobrevivência. O tiro no quadril direito havia causado ferimentos internos graves." O comandante do pelotão do lado oriental, por sua vez, declarou que ficou com medo de intervir, pois três dias antes o guarda de fronteira Rudi Arnstadt havia sido baleado por um policial federal no lado ocidental e ele temia que qualquer ação que tomasse em relação ao corpo de Fechter resultasse numa reação ocidental. No entanto, uma hora após a morte de Peter Fechter,  o seu corpo foi recolhido pelo lado oriental.
Em março de 1997, dois ex-guardas da Alemanha Oriental, Rolf Friedrich e Erich Schreiber, responderam à acusação de homicídio culposo pela morte de Fechter e admitiram que dispararam contra ele. Ambos foram condenados e sentenciados a 20 e 21 meses de prisão em liberdade condicional. Devido à falta de evidências conclusivas, o tribunal não conseguiu determinar qual dos três homens armados (um dos quais já havia morrido) tinha disparado a bala fatal. 

Ele queria liberdade...

sexta-feira, agosto 13, 2021

Uma vergonha chamada Muro de Berlim foi iniciado há sessenta anos...

Grafitties sobre o Muro de Berlim em 1986

O Muro de Berlim (em alemão Berliner Mauer) era uma barreira física, construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental, separando-a da Alemanha Oriental, incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era fazia parte dos países capitalistas, encabeçados pelos Estados Unidos; e República Democrática Alemã (RDA), fazia parte dos países países socialistas, simpatizantes do regime soviético. Construído a partir da madrugada de 13 de agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental com ordens de atirar para matar (a célebre Schießbefehl ou "Ordem 101") os que tentassem escapar, o que provocou a morte a 80 pessoas identificadas, 112 ficaram feridas e milhares aprisionadas nas diversas tentativas.
   
Mapa do traçado do Muro de Berlim
  
A distinta e muito mais longa fronteira interna alemã demarcava a fronteira entre a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Ambas as fronteiras passaram a simbolizar a chamada "cortina de ferro" entre a Europa Ocidental e o Bloco de Leste.
Antes da construção do Muro, 3,5 milhões de alemães orientais tinham evitado as restrições de emigração do Leste e fugiram para a Alemanha Ocidental, muitos ao longo da fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental. Durante sua existência, entre 1961 e 1989, o Muro quase parou todos os movimentos de emigração e separou a Alemanha Oriental de Berlim Ocidental por mais de um quarto de século.
Durante uma onda revolucionária que varreu o Bloco de Leste, o governo da Alemanha Oriental anunciou a 9 de novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios civis, que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental e Berlim Ocidental. Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o Muro, juntando-se aos alemães ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração. Ao longo das semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico e por caçadores de souvenirs. Mais tarde, equipamentos industriais foram usados para remover quase o todo da estrutura. A queda do Muro de Berlim abriu o caminho para a reunificação alemã que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990. Muitos apontam este momento também como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos, está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido.
   
     
Memorial em homenagem as vítimas do muro em Berlim (1982)
   

quarta-feira, junho 30, 2021

Walter Ulbricht, o responsável pela construção do Muro de Berlim, nasceu há 128 anos

     
Walter Ulbricht (Leipzig, 30 de junho de 1893Berlim Oriental, 1 de agosto de 1973) foi um político alemão, membro do Partido Comunista da Alemanha (KPD) e depois secretário-geral do Partido Socialista Unificado (SED), que resultou da fusão, forçada pelos soviéticos, do Partido Social-Democrata da Alemanha (SDP) com o Partido Comunista da Alemanha (KDP), na República Democrática Alemã. Ocupou o cargo de Presidente do Conselho de Estado da República Democrática Alemã entre 12 de setembro de 1960 e 1 de agosto de 1973. Foi o responsável por mandar fazer o Muro de Berlim, embora dois meses antes tivesse negado tal intenção. Apoiou a intervenção soviética na Checoslováquia, durante a Primavera de Praga, mandando inclusive tropas da RDA para pôr fim ao levantamento democrático na Checoslováquia.
    
Grafitties sobre o Muro de Berlim em 1986
      

sábado, junho 26, 2021

JFK fez o seu famoso discurso em Berlim há 58 anos - Ich bin ein Berliner

    
"Ich bin ein Berliner" ("Eu sou um berlinense", em alemão) é uma citação de um discurso feito em 26 de junho de 1963 pelo presidente dos Estados Unidos à época, John F. Kennedy, em Berlim Ocidental. Na ocasião Kennedy estava enfatizando o apoio dos Estados Unidos à Alemanha Ocidental, 22 meses depois do Estado comunista da Alemanha Oriental, aliado da União Soviética, ter erguido o Muro de Berlim, como forma de impedir qualquer movimento entre as regiões orientais e ocidentais da cidade.
O discurso é considerado um dos melhores de Kennedy, e um dos momentos notáveis da Guerra Fria. Representou um grande impulso moral para os berlinenses ocidentais, que viviam num enclave situado dentro da Alemanha Oriental e temiam uma possível ocupação comunista. Falando a partir de uma plataforma erguida sobre os degraus da Rathaus Schöneberg, Kennedy disse,
Há dois mil anos, não havia frase que se dissesse com mais orgulho do que Civis Romanus sum ("Sou um Cidadão Romano"). Hoje, no mundo da liberdade, não há frase que se diga com mais orgulho que 'Ich bin ein Berliner'... Todos os homens livres, onde quer que vivam, são cidadãos de Berlim, e, portanto, como um homem livre, eu orgulho-me das palavras 'Ich bin ein Berliner'!
Alguns relatos alegam que Kennedy teria inventado a frase na última hora, bem como a ideia de dizê-la em alemão, e que teria pedido ao seu intérprete, Robert H. Lochner, que traduzisse "eu sou um berlinense" apenas ao subir as escadas da Rathaus (Prefeitura). Com a ajuda de Lochner, Kennedy praticou a frase no gabinete do então presidente da Câmara da cidade, Willy Brandt, e teria anotado uma pronúncia fonética num cartão. Um professor do Departamento de Estado americano, no entanto, escreveu em 1997 um relato sobre a visita que teria feito a Kennedy na Casa Branca algumas semanas antes da viagem a Berlim para ajudá-lo a escrever o discurso e ensinar-lhe a pronúncia correta.
O Conselheiro de Segurança Nacional, McGeorge Bundy, acreditava que o discurso tinha "passado um pouco dos limites", e os dois fizeram uma revisão do texto até que atingisse uma forma mais subtil, antes de repeti-lo na Universidade Livre, mais tarde naquele mesmo dia.
Esta mensagem de rebeldia tinha como alvo tanto os soviéticos quanto os berlinenses, e representava uma clara afirmação da política americana em meio à construção do Muro de Berlim. A cidade estava oficialmente sob ocupação conjunta das quatro potências aliadas, cada uma responsável por determinada zona. O discurso de Kennedy marcou o primeiro momento em que as autoridades americanas reconheceram que Berlim Oriental fazia parte do bloco soviético, juntamente com a metade oriental do país.
Existem diversos locais que homenageiam Kennedy em Berlim, como a Escola Alemã-Americana John F. Kennedy, e o Instituto John F. Kennedy de Estudos Norte-Americanos, na Universidade Livre de Berlim. A praça em frente à prefeitura da cidade, de onde o discurso foi feito, passou a se chamar "John-F.-Kennedy-Platz". Uma grande placa dedicada a Kennedy foi montada sobre uma coluna, na entrada do edifício, e a sala sobre sua entrada, que dá diretamente para a praça, é dedicada a Kennedy e sua visita.
O manuscrito original do discurso está armazenado na National Archives and Records Administration.
   
Placa homenageando o discurso de Kennedy, ao lado da entrada principal da Rathaus Schöneberg
     
   in Wikipédia

quinta-feira, junho 24, 2021

O bloqueio de Estaline a Berlim-Ocidental começou há 73 anos

(imagem daqui)

O Bloqueio de Berlim (de 24 de junho de 1948 a 11 de maio de 1949) tornou-se uma das maiores crises da Guerra Fria, desencadeada quando a União Soviética interrompeu o acesso ferroviário e rodoviário à cidade de Berlim Ocidental. A crise arrefeceu ao ficar claro que a URSS não agiria para impedir a ponte aérea de alimentos e outros géneros organizada e operada pelos Estados Unidos, Reino Unido e França.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, em 8 de maio de 1945, tropas soviéticas e ocidentais (americanas, britânicas e francesas) encontravam-se espalhadas pela Europa, aquelas a leste, estas a oeste, formando uma linha divisória arbitrária no centro do continente. Na Conferência de Potsdam, os aliados acordaram dividir a Alemanha derrotada em quatro zonas de ocupação (conforme os princípios previamente definidos na Conferência de Ialta), conceito também aplicado a Berlim, que foi então partilhada em quatro sectores. Como Berlim havia ficado bem no centro da zona de ocupação soviética da Alemanha (que viria a tornar-se a Alemanha Oriental), as zonas americana, britânica e francesa em Berlim encontravam-se cercadas por território ocupado pelo Exército Vermelho. Esta situação viria a ser um ponto focal das tensões que levariam à dissolução da aliança sovieto-ocidental formada na Segunda Guerra.
A URSS encerrou o bloqueio à 00h01 de 12 de maio de 1949. Contudo, a ponte aérea continuou a funcionar até 30 de setembro, pois os quatro países ocidentais preferiram criar um stock de suprimentos em Berlim Ocidental para o caso de novo bloqueio soviético.

Richard Kruspe, o guitarrista dos Rammstein, faz hoje 54 anos

 
Richard Z. Kruspe (Wittenburg, 24 de junho de 1967) é um guitarrista alemão, atual guitarrista da banda Rammstein
    
in Wikipédia

 


quarta-feira, fevereiro 10, 2021

Hoje é dia de Poesia...

 

 (imagem daqui)

  

Do rio que tudo arrasta

    
Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem

 


Bertolt Brecht  

segunda-feira, janeiro 04, 2021

Till Lindemann, o vocalista dos Rammstein, faz hoje 58 anos

Till Lindemann (Leipzig, 4 de janeiro de 1963) é o vocalista da banda alemã Rammstein. Ex-campeão da Europa de natação da antiga Alemanha Oriental (RDA) enquanto jovem, teve que abandonar o desporto devido a um rompimento muscular abdominal (cuja cicatriz pode ser vista no vídeo Live aus Berlin).
Após vários incidentes menos graves, como o ocorrido na Treptow Arena, em Berlim, a 27 de setembro de 1996, em que um objeto em chamas voou na direção da plateia, felizmente sem causar acidentes, Till dedicou-se ao estudo de técnicas de pirotecnia e formou-se como pirotécnico profissional, característica que marca os concertos do Rammstein.
As suas características mais marcantes são o timbre grave e os seus "R"s enrolados. Lindemann tem 1,92 metros de altura. O seu cabelo natural é castanho e os olhos, verdes-azulados.
Antes de ingressar nos Rammstein, Till trabalhou fazendo cestos quando morou em Schwerin e foi baterista da banda First Arsch.
Em 1986 começou a tocar bateria numa banda chamada First Arsch, também conhecida como "First Art": o jogo de palavras talvez servisse para enganar as autoridades comunistas e era uma banda punk com sede em Schwerin. Fizeram um álbum intitulado Saddle up. Till também tocou numa banda chamada Feeling B. Uma música chamada "Leid von der unruhevollen Jugend" ("Música da juventude incansável") encontra-se no álbum Hea Hoa Hoa Hoa Hea Hoa Hea (1990). Mais tarde, nos anos 90, Lindemann começou a escrever letras, possivelmente baseadas em poemas anteriores que começara a escrever.
Till é o vocalista do grupo, embora tenha sido baterista na sua banda anterior. Tem uma poderosa presença em palco. Um dos seus movimentos mais conhecidos é o de bater com o punho na sua perna ao ritmo dos riffs, da mesma maneira como fazem os ferreiros - ele também faz isso quando sente dor no joelho. Till tem um problema na rótula, que, às vezes, sai do lugar e só volta com um impacto na perna. Como Till disse numa entrevista, que pode ser vista no DVD Vídeos 1995-2012, no making-of de um dos vídeos, ele disse: "Eu tenho um problema no joelho e, quando piso mal o chão, a minha rótula sai do lugar. Quando era mais jovem, logo que eu sentia isso, batia no joelho, como faço nos shows, e esta voltava ao lugar e melhorava." Na banda é o que melhor fala inglês, apesar de ter um sotaque muito forte.
  

 


segunda-feira, novembro 09, 2020

O Muro de Berlim começou a ser derrubado há 31 anos...!

 Alemães em pé em cima do muro, em 1989

      
O Muro de Berlim começou a ser derrubado na noite de 9 de novembro de 1989, depois de 28 anos de existência. O evento é conhecido como a queda do muro. Antes da sua queda, houve grandes manifestações em que, entre outras coisas, era pedida liberdade para viajar. Além disto, houve um enorme fluxo de refugiados ao Ocidente, pelas embaixadas da RFA, principalmente em Praga e Varsóvia, e pela fronteira recém-aberta entre a Hungria e a Áustria, perto do lago de Neusiedl.
O impulso decisivo para a queda do muro foi um mal-entendido entre o governo da RDA. Na tarde do dia 9 de Novembro houve uma conferência de imprensa, transmitida ao vivo na televisão alemã-oriental. Günter Schabowski, membro do Politburo do SED, anunciou uma decisão do conselho dos ministros de abolir imediatamente e completamente as restrições de viagens ao Oeste. Esta decisão deveria ser publicada só no dia seguinte, para anteriormente informar todas as agências governamentais.
Pouco depois deste anúncio houve notícias sobre a abertura do Muro na rádio e televisão ocidental. Milhares de pessoas marcharam aos postos fronteiriços e pediram a abertura da fronteira. Nesta altura, nem as unidades militares, nem as unidades de controle de passaportes haviam sido instruídas. Por causa da força da multidão, e porque os guardas da fronteira não sabiam o que fazer, a fronteira abriu-se no posto de Bornholmer Strasse, às 23.00 horas, e mais tarde em outras partes do centro de Berlim, e na fronteira ocidental. Muitas pessoas viram a abertura da fronteira na televisão e pouco depois marcharam à fronteira. Como muitas pessoas já dormiam quando a fronteira se abriu, na manhã do dia 10 de novembro havia grandes multidões de pessoas querendo passar pela fronteira.
Os cidadãos da RDA foram recebidos com grande euforia em Berlim Ocidental. Muitas discotecas perto do Muro espontaneamente serviram cerveja gratuita, houve uma grande celebração na Rua Kurfürstendamm, e pessoas que nunca se tinham visto antes cumprimentavam-se. Cidadãos de Berlim Ocidental subiram o muro e passaram para as Portas de Brandenburgo, que até então não eram acessíveis aos ocidentais. O Bundestag interrompeu as discussões sobre o orçamento, e os deputados espontaneamente cantaram o hino nacional da Alemanha.
   

sábado, outubro 03, 2020

A reunificação da Alemanha foi há trinta anos...

   

A reunificação da Alemanha (Deutsche Wiedervereinigung, em alemão) ocorreu a 3 de outubro de 1990, quando o território da antiga República Democrática Alemã (RDA ou Alemanha Oriental) foi incorporado na República Federal da Alemanha (RFA ou Alemanha Ocidental).
Após as primeiras eleições livres na RDA, a 18 de março de 1990, as negociações entre as duas Alemanhas culminaram no Tratado de Unificação (Einigungsvertrag, celebrado a 31 de agosto de 1990), enquanto que os entendimentos entre a RDA e a RFA e as quatro potências de ocupação (Estados Unidos, França, Reino Unido e União Soviética) resultaram no chamado "Tratado Dois Mais Quatro" (celebrado em 12 de setembro de 1990), que outorgava independência plena ao Estado alemão reunificado.
A Alemanha reunificada continuaria a integrar a Comunidade Europeia (que posteriormente, passaria a ser a União Europeia) e a NATO.
O termo "reunificação" é utilizado para designar este processo, que é distinto e diferente da unificação da Alemanha, em 1871.
A reintegração das duas Alemanhas teve um alto custo económico, que gerou inflação e recessão. Um dos problemas sociais provocados pela reunificação foi a necessidade de estender a toda a população o nível de vida e poder de compra alcançado pelos habitantes do lado ocidental.
A União Democrata Cristã (CDU), de Helmut Kohl, venceu facilmente as primeiras eleições na nova Alemanha, em dezembro de 1990, mas o governo enfrentou graves problemas, como o aumento da dívida pública, o alto índice de desemprego e a atuação de grupos neonazis, cujos ataques visavam sobretudo o grande contingente de imigrantes do país.
  

sexta-feira, agosto 14, 2020

Bertolt Brecht morreu há 64 anos

  
Eugen Berthold Friedrich Brecht (Augsburgo, 10 de fevereiro de 1898 - Berlim Leste, 14 de agosto de 1956) foi um destacado dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX. Os seus trabalhos artísticos e teóricos influenciaram profundamente o teatro contemporâneo, tornando-o mundialmente conhecido a partir das apresentações de sua companhia, o Berliner Ensemble, realizadas em Paris durante os anos de 1954 e 1955.
No final dos anos 20 Brecht torna-se marxista, vivendo o intenso período das mobilizações da República de Weimar, desenvolvendo o seu teatro épico. A sua praxis é uma síntese das experiências teatrais, de Erwin Piscator e Vsevolod Emilevitch Meyerhold, do conceito de estranhamento do formalista russo Viktor Chklovski, do teatro chinês e do teatro experimental da Rússia soviética, entre os anos de 1917 a 1926. O seu trabalho como artista concentrou-se na crítica artística ao desenvolvimento das relações humanas no sistema capitalista.
   

  
Do rio que tudo arrasta

Do rio que tudo arrasta se
diz que é violento
Mas ninguém diz violentas as
margens que o comprimem

quinta-feira, agosto 13, 2020

O Muro de Berlim foi iniciado há 59 anos...

Grafitis sobre o Muro de Berlim em 1986
   
O Muro de Berlim (em alemão Berliner Mauer) era uma barreira física construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental - socialista) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental (capitalista), separando-a da Alemanha Oriental (socialista), incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e a República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas, sob jugo do regime soviético. Construído na madrugada de 13 de agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental Socialista com ordens de atirar a matar (a célebre Schießbefehl ou "Ordem 101") os que tentassem escapar, o que provocou, segundo dados do regime socialista, a morte de 80 pessoas, 112 feridos e milhares aprisionados nas diversas tentativas de fuga para o ocidente capitalista, além de separar, até sua queda, dezenas de milhares de famílias berlinenses que ficaram divididas e sem contacto algum. Os números de mortos, feridos e presos é controverso pois os dados oficiais do fechado regime socialista são contestados por diversos órgãos internacionais de Direitos Humanos.
   
Memorial em homenagem as vítimas do muro em Berlim (foto de 1982)
   

terça-feira, junho 30, 2020

Walter Ulbricht, o homem que mandou fazer o Muro de Berlim, nasceu há 127 anos

    
Walter Ulbricht (Leipzig, 30 de junho de 1893Berlim Oriental, 1 de agosto de 1973) foi um político alemão, membro do Partido Comunista da Alemanha (KPD) e depois secretário-geral do Partido Socialista Unificado (SED), que resultou da fusão, forçada pelos soviéticos, do Partido Social-Democrata da Alemanha (SDP) com o Partido Comunista da Alemanha (KDP), na República Democrática Alemã. Ocupou o cargo de Presidente do Conselho de Estado da República Democrática Alemã entre 12 de setembro de 1960 e 1 de agosto de 1973. Foi o responsável por mandar fazer o Muro de Berlim, embora dois meses antes tivesse negado tal intenção. Apoiou a intervenção soviética na Checoslováquia, durante a Primavera de Praga, mandando inclusive tropas da RDA para pôr fim ao levantamento democrático na Checoslováquia.
   
Grafitties sobre o Muro de Berlim em 1986
    

sexta-feira, junho 26, 2020

Ich bin ein Berliner - J. F. Kennedy fez o famoso discurso em Berlim há 57 anos

   
"Ich bin ein Berliner" ("Eu sou um berlinense", em alemão) é uma citação de um discurso feito em 26 de junho de 1963 pelo presidente dos Estados Unidos à época, John F. Kennedy, em Berlim Ocidental. Na ocasião Kennedy estava enfatizando o apoio dos Estados Unidos à Alemanha Ocidental, 22 meses depois do Estado comunista da Alemanha Oriental, aliado da União Soviética, ter erguido o Muro de Berlim, como forma de impedir qualquer movimento entre as regiões orientais e ocidentais da cidade.
O discurso é considerado um dos melhores de Kennedy, e um dos momentos notáveis da Guerra Fria. Representou um grande impulso moral para os berlinenses ocidentais, que viviam num enclave situado dentro da Alemanha Oriental e temiam uma possível ocupação comunista. Falando a partir de uma plataforma erguida sobre os degraus da Rathaus Schöneberg, Kennedy disse,
Há dois mil anos, não havia frase que se dissesse com mais orgulho do que Civis Romanus sum ("Sou um Cidadão Romano"). Hoje, no mundo da liberdade, não há frase que se diga com mais orgulho que 'Ich bin ein Berliner'... Todos os homens livres, onde quer que vivam, são cidadãos de Berlim, e, portanto, como um homem livre, eu orgulho-me das palavras 'Ich bin ein Berliner'!
Alguns relatos alegam que Kennedy teria inventado a frase na última hora, bem como a ideia de dizê-la em alemão, e que teria pedido ao seu intérprete, Robert H. Lochner, que traduzisse "eu sou um berlinense" apenas ao subir as escadas da Rathaus (Prefeitura). Com a ajuda de Lochner, Kennedy praticou a frase no gabinete do então presidente da Câmara da cidade, Willy Brandt, e teria anotado uma pronúncia fonética num cartão. Um professor do Departamento de Estado americano, no entanto, escreveu em 1997 um relato sobre a visita que teria feito a Kennedy na Casa Branca algumas semanas antes da viagem a Berlim para ajudá-lo a escrever o discurso e ensinar-lhe a pronúncia correta.
O Conselheiro de Segurança Nacional, McGeorge Bundy, acreditava que o discurso tinha "passado um pouco dos limites", e os dois fizeram uma revisão do texto até que atingisse uma forma mais subtil, antes de repeti-lo na Universidade Livre, mais tarde naquele mesmo dia.
Esta mensagem de rebeldia tinha como alvo tanto os soviéticos quanto os berlinenses, e representava uma clara afirmação da política americana em meio à construção do Muro de Berlim. A cidade estava oficialmente sob ocupação conjunta das quatro potências aliadas, cada uma responsável por determinada zona. O discurso de Kennedy marcou o primeiro momento em que as autoridades americanas reconheceram que Berlim Oriental fazia parte do bloco soviético, juntamente com a metade oriental do país.
Existem diversos locais que homenageiam Kennedy em Berlim, como a Escola Alemã-Americana John F. Kennedy, e o Instituto John F. Kennedy de Estudos Norte-Americanos, na Universidade Livre de Berlim. A praça em frente à prefeitura da cidade, de onde o discurso foi feito, passou a se chamar "John-F.-Kennedy-Platz". Uma grande placa dedicada a Kennedy foi montada sobre uma coluna, na entrada do edifício, e a sala sobre sua entrada, que dá diretamente para a praça, é dedicada a Kennedy e sua visita.
O manuscrito original do discurso está armazenado na National Archives and Records Administration.
   
Placa homenageando o discurso de Kennedy, ao lado da entrada principal da Rathaus Schöneberg
    
   in Wikipédia

quinta-feira, junho 25, 2020

O Bloqueio de Berlim começou há 72 anos

Berlinenses assistindo a um C-54 aterrando no Aeroporto de Tempelhof (1948)
  
O Bloqueio de Berlim (de 24 de junho de 1948 a 11 de maio de 1949) tornou-se uma das maiores crises da Guerra Fria, desencadeada quando a União Soviética interrompeu o acesso ferroviário, rodoviário e aquático à cidade de Berlim Ocidental. O seu objetivo era forçar as potências ocidentais a sair, dando assim o controle soviéticos sobre toda a cidade.
Em resposta, os aliados ocidentais organizaram uma ponte aérea de Berlim para transportar suprimentos para as pessoas em Berlim Ocidental. A Força Aérea dos Estados Unidos e os britânicos da Força Aérea Real fizeram mais de 200.000 voos em um ano, com até 4.700 toneladas diárias de suprimentos, como combustível e comida para os berlinenses.

Zonas de ocupação dos aliados da Alemanha derrotada, com a localização de Berlim
  
A divisão da Alemanha depois da Guerra
Com o término da Segunda Guerra Mundial, em 8 de maio de 1945, tropas soviéticas e ocidentais (americanas, britânicas e francesas) encontravam-se espalhadas pela Europa, aquelas a leste, estas a oeste, formando uma linha divisória arbitrária no centro do continente. Na Conferência de Potsdam, os aliados acordaram dividir a Alemanha derrotada em quatro zonas de ocupação (conforme os princípios previamente definidos na Conferência de Ialta), conceito também aplicado a Berlim, que foi então partilhada em quatro setores: francês, britânico, americano e soviético. Como Berlim havia ficado bem no centro da zona de ocupação soviética da Alemanha (que viria a tornar-se a Alemanha Oriental ou RDA), as zonas americana, britânica e francesa em Berlim encontravam-se cercadas por território ocupado pelo Exército Vermelho.
A zona soviética produzia muito dos abastecimento da Alemanha de alimentos, enquanto o território das zonas britânica e americana tinha que contar com a importação de alimentos, mesmo antes da guerra. Além disso, o líder soviético Joseph Estaline ordenou a incorporação de parte do leste da Polónia na União Soviética e para compensar a Polónia, cedeu-lhe uma grande parte da Alemanha, a leste da linha Oder-Neisse. Esta área continha grande parte das terras férteis alemãs. O governo da Alemanha ocupada foi coordenado pelas quatro potencias atraves do Conselho de Controlo Aliado (ACC).
  
Berlim
Na zona leste, as autoridades soviéticas forçaram a unificação do Partido Comunista da Alemanha com o Partido Social-Democrata da Alemanha, no Partido Socialista Unificado da Alemanha ("SED"), alegando que, de momento, ele não teria uma orientação marxista-leninista ou orientação soviética. enquanto a Administração Militar Soviética suprimiu todas as outras atividades políticas. Fábricas, equipamentos, técnicos, gestores e pessoal qualificado foram removidos para da União Soviética.
Em uma reunião de junho de 1945, Estaline disse aos líderes comunistas alemães que esperava lentamente minar a posição britânica dentro de sua zona de ocupação, que os Estados Unidos iriam retirar dentro de um ano ou dois, e que nada, então, ficaria no caminho de uma Alemanha unida sob controle comunista dentro da órbita soviética. Estaline e outros líderes disseram ao visitar delegações búlgara e jugoslava, no início de 1946, que a Alemanha devia ser soviética e comunista.
A URSS encerrou o bloqueio à 00h01 de 12 de maio de 1949. Contudo, a ponte aérea continuou a funcionar até 30 de setembro, pois os quatro países ocidentais preferiram criar um stock de suprimentos em Berlim Ocidental para o caso de novo bloqueio soviético.
Um outro factor que contribui para o bloqueio foi de que nunca houve um acordo formal garantindo o acesso ferroviário e rodoviário para Berlim através da zona soviética. No final da guerra, os líderes ocidentais se basearam na boa vontade Soviética para proporcionar-lhes um direito tácito para tal acesso. À época, os aliados ocidentais assumiram que a recusa soviética em proporcionar outros acesso para o transporte de carga, além da ferroviária, e limitada a 10 comboios por dia, era temporária, mas os soviéticos recusaram a expansão para as várias rotas adicionais que foram propostas posteriormente.
Os soviéticos também concederam apenas três corredores aéreos de acesso a Berlim, a partir de Hamburgo, Bückeburg e Frankfurt. Em 1946, os soviéticos pararam a entrega de mercadorias agrícolas de sua zona no leste da Alemanha, e o comandante americano, Lucius D. Clay, respondeu, parando a transferência de indústrias desmantelados de oeste da Alemanha para a União Soviética. Em resposta, os soviéticos começaram uma campanha de relações públicas contra a política americana, e começaram a obstruir o trabalho administrativo de todas as quatro zonas de ocupação.
Até que o inicio do bloqueio, em 1948, a Administração Truman não tinha decidido que forças americanas deviam permanecer em Berlim Ocidental, após o estabelecimento de um governo da Alemanha Ocidental, previsto para 1949.
 
Eleições de 1946 em Berlim
Berlim tornou-se rapidamente o ponto focal dos esforços de ambos, norte-americanos e soviéticos, para realinhar a Europa com as suas respectivas visões. Como Molotov observou, "O que acontece em Berlim, acontece a Alemanha, o que acontece na Alemanha, acontece a Europa".
Berlim tinha sofrido um dano enorme, a sua população pré-guerra de 4,6 milhões de pessoas fora reduzido para 2,8 milhões, mas a cidade podia produzir apenas 2% das suas necessidades alimentares. Os aliados ocidentais não foram autorizados a entrar na cidade, até dois meses após a rendição da Alemanha, durante o qual a população local sofreu tratamento brutal nas mãos do exército soviético.
Depois de um tratamento severo, emigração forçada, repressão política e o inverno particularmente difícil de 1945-1946, os alemães na zona controlada pela União Soviética eram hostis aos esforços soviéticos. As eleições locais, em meados de 1946 resultou em um voto de protesto maciço anti-comunista, especialmente no setor soviético de Berlim. Os cidadãos de Berlim esmagadoramente elegeram membros democráticos no seu conselho municipal (com uma maioria de 86%) rejeitando fortemente os candidatos comunistas.
  
Os únicos três admissíveis corredores aéreos até Berlim
  
O Bloqueio
Em 24 de junho, os soviéticos interromperam todas as comunicações rodoviárias entre as zonas não-soviéticas e Berlim e, no mesmo dia, eles pararam todos os serviços ferroviários e tráfego de barcaças dentro e fora de Berlim. Em 25 de junho, os soviéticos pararam o fornecimento de alimentos para a população civil em setores não-soviético de Berlim. Eles também cortaram a eletricidade de Berlim, usando o seu controle sobre os geradores na zona soviética.
O tráfego de superfície para as zonas não-soviéticas de Berlim foi totalmente bloqueado, deixando em aberto apenas os corredores aéreos. Os soviéticos rejeitaram os argumentos de que os direitos de ocupação nos setores não-soviético de Berlim e do uso das rotas de abastecimento durante os três anos anteriores tinha dado a Grã-Bretanha, França e Estados Unidos, um direito legal ao uso das estradas, túneis, ferrovias e canais.
Baseando-se na boa vontade soviética depois da guerra, a Grã-Bretanha, França e os Estados Unidos nunca havia negociado um acordo com os soviéticos para garantir estes direitos terrestres de acesso a Berlim através da zona soviética.
Esta situação viria a ser um ponto focal das tensões que levariam à dissolução da aliança sovieto-ocidental formada na Segunda Guerra.
A crise arrefeceu ao ficar claro que a URSS não agiria para impedir a ponte aérea de alimentos e outros géneros organizada e operada pelos Estados Unidos, Reino Unido e França.
Na primavera de 1949, o esforço era claramente um sucesso e, em abril, o transporte aéreo estava entregando mais carga do que anteriormente tinha sido transportado de trem para a cidade. O sucesso da ponte aérea de Berlim trouxe embaraço para os soviéticos que se recusaram a acreditar que poderia ser feito. O bloqueio foi levantado em maio de 1949 e resultou na criação de dois Estados alemães separados, a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e a República Democrática Alemã (Alemanha Oriental), que dividiram Berlim.
   

sábado, novembro 09, 2019

O Muro de Berlim caiu (finalmente...) há trinta anos

O Muro de Berlim (em alemão Berliner Mauer) foi uma barreira física construída pela República Democrática Alemã (Alemanha Oriental - socialista) durante a Guerra Fria, que circundava toda a Berlim Ocidental (capitalista), separando-a da Alemanha Oriental (socialista), incluindo Berlim Oriental. Este muro, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos ou partes: República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos; e a República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas sob jugo do regime soviético. Construído a partir da madrugada de 13 de agosto de 1961, dele faziam parte 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda. Este muro era patrulhado por militares da Alemanha Oriental Socialista com ordens de atirar para matar (a célebre Schießbefehl ou "Ordem 101") os que tentassem escapar, o que provocou, segundo dados do regime socialista, a morte de 80 pessoas, 112 feridos e milhares aprisionados nas diversas tentativas de fuga para o ocidente capitalista, além de separar, até sua queda, dezenas de milhares de famílias berlinenses que ficaram divididas e sem contato algum. Os números de mortos, feridos e presos é controverso pois os dados oficiais do fechado regime socialista são contestados por diversos órgãos internacionais de Direitos Humanos.
A distinta e muito mais longa fronteira interna alemã demarcava a fronteira entre a Alemanha Oriental e a Alemanha Ocidental. Ambas as fronteiras passaram a simbolizar a chamada "cortina de ferro" entre a Europa Ocidental e o Bloco de Leste.
Antes da construção do Muro, 3,5 milhões de alemães orientais tinham evitado as restrições de emigração do Leste socialista e fugiram para a Alemanha Ocidental, muitos ao longo da fronteira entre Berlim Oriental e Ocidental. Durante a sua existência, entre 1961 e 1989, o Muro quase parou todos os movimentos de emigração e separou a Alemanha Oriental de Berlim Ocidental por mais de um quarto de século.
Durante uma onda revolucionária de libertação ao comando de Moscovo que varreu o Bloco de Leste, o governo da Alemanha Oriental anunciou a 9 de novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios civis, que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental capitalista e Berlim Ocidental. Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o Muro, juntando-se aos alemães ocidentais do outro lado, numa atmosfera de celebração. Ao longo das semanas seguintes, partes do Muro foram destruídas por um público eufórico e por caçadores de souvenirs. Mais tarde, equipamentos industriais foram usados para remover quase o todo da estrutura. A queda do Muro de Berlim abriu o caminho para a reunificação alemã, que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990. Muitos apontam este momento também como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos, está marcado no chão o percurso que o muro fazia quando estava erguido.
  
Memorial em homenagem as vítimas do muro em Berlim (1982)