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terça-feira, junho 04, 2024

O Milagre de Dunquerque acabou há 84 anos...

Evacuação das Tropas Aliadas

   
A Evacuação de Dunquerque, Milagre de Dunquerque ou Operação Dínamo, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial. Quase trezentos e quarenta mil soldados aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho, da cidade francesa de Dunquerque até a cidade inglesa de Dover; um desastre decorrente da invasão da França pela forças nazis em 10 de maio de 1940, que avançou rapidamente devido a falta de efetiva resistência aliada.
Comandada pelo vice-almirante Bertram Ramsay, a intenção inicial era evacuar cerca de 45 mil homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas, em breve, o objetivo foi alterado para resgatar 120 mil homens em cinco dias.
Os exércitos britânicos, francês e belga, desdobrados ao longo de uma frente de 250 km, curvados para dentro do Canal da Mancha, estavam cercados pelos alemães. E as tropas, exaustas, empurradas constantemente para trás pelo Panzers inimigos, apertavam nervosamente os fuzis e esperavam em silencioso terror. A retirada era inevitável. De facto, na manhã de 26 de maio de 1940, Anthony Eden, Ministro da Guerra, havia autorizado um recuo geral para a costa, mas o General John Vereker, 6º Visconde de Gort, o franco e vigoroso Comandante-chefe da Força Expedicionária Britânica, na França, tinha as suas dúvidas.
A perspetiva da derrota viera com surpreendente e terrível rapidez. Durante oito meses, muitos dos 390.000 homens do exército de Lord Gort tinham desfrutado de uma boa vida. Iludidos de que a Linha Maginot, com seus 400 km para o sul, era inexpugnável, haviam construído 400 casamatas de concreto armado, cavado trincheiras e fossos antitanques nos moldes semelhantes àqueles da Primeira Guerra Mundial, à espera dos alemães. Subitamente, em 10 de maio, dez divisões blindadas alemãs e 117 divisões de infantaria irromperam pela neutra Holanda, esmagando suas defesas, sucedendo-se o mesmo com a Bélgica e com o Luxemburgo, também neutros. Pouco depois sete divisões rompiam as linhas do exército francês em Sedan, atravessando facilmente as florestas e as colinas das Ardenas.
Os ingleses acorreram em socorro, atravessando a Bélgica com a expectativa de realização de grandes feitos, porém a campanha revelou-se um pesadelo e a posição aliada se tornou insustentável.
A partir da ordem de Sir Eden, originou-se um deslocamento de tropas sem precedentes até então. Milhares de soldados, sob fogo cerrado das divisões alemães, deslocaram-se ao longo desta linha em direção ao mar. A retirada de um número tão grande de soldados e equipamentos era, por si só, uma tarefa monumental, sob ataque pesado do inimigo então era algo que se mostrava surreal. Acompanhando a esta movimentação estava a temível Luftwaffe em todo seu esplendor, que praticamente sem resistência no ar, bombardeava sem pudor nenhum as tropas em retirada.


Cenas do resgate em Dunquerque
  
O erro
A retirada só foi efetivada devido a um erro estratégico, cuja motivação é desconhecida, sendo até hoje um mistério para os historiadores da Segunda Guerra Mundial.
A evacuação, mesmo de uma pequena parte da Força Expedicionária Britânica, constituiria um fato surpreendente, pois Dunquerque só se manteve graças a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã. Em 23 de maio, quando seus tanques já se encontravam a 20 Km de Dunquerque, o então General Gerd von Rundstedt, baixou um ordem : "Deter-se na linha do Canal A e instalar-se".
Ao contrário dos audazes comandantes das divisões Panzers, como Rommel, o prudente Rundstedt, de 65 anos, não aceitava o novo conceito no emprego de tanques. Mais uma vez durante a Campanha das Ardenas, ele havia ordenado várias paradas, com receio de que as Divisões Blindadas se distanciassem muito das tropas de infantaria, que viriam logo atrás, para apoio e consolidação do terreno. Somado a isto, seu entendimento era de que a planície pantanosa do Flandres não era propícia ao emprego de blindados, o que poderia atolar os Panzers e prejudicar o plano original, que era a ação sobre o coração da França.
Em 28 de maio, além das embarcações a ajudar na operação, foram chamados mais dez contratorpedeiros que tentaram naquela manhã uma nova operação de resgate. Vários milhares acabaram por ser resgatados, embora os contratorpedeiros não puderam se aproximar o necessário da praia. Outras operações de resgate no resto do dia 28 tiveram mais sucesso, tendo resgatado mais 16 000 homens, mas as operações aéreas alemãs aumentaram e várias embarcações foram afundadas ou bastante danificadas, incluindo nove contratorpedeiros. Durante a Operação Dínamo, a RAF perdeu 177 aviões e a Luftwaffe 132, sobre Dunquerque.
Em 29 de maio, a divisão panzer alemã que se aproximava parou em Dunquerque, deixando assim o resto da batalha para a infantaria e força aérea. Na tarde do dia 30, um outro grande grupo de embarcações menores conseguiu resgatar 30 mil homens. No dia 31 de maio, as forças aliadas estavam comprimidas num espaço de 5 km desde De Panne, Bray-Dunes a Dunquerque; nesse dia mais de 68 mil soldados foram evacuados, e outros 10 mil, durante a noite. Em 1 de junho, outros 65 mil foram resgatados e as operações continuaram até 4 de junho.
Um total de cinco nações fizeram parte da evacuação de Dunquerque: Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos e Polónia.
   
Data Tropas evacuadas das praias Tropas evacuadas do Porto de Dunquerque Total
27 - 7.669 7.669
28 5.930 11.874 17.804
29 13.752 33.558 47.310
30 29.512 24.311 53.823
31 22.942 45.072 68.014
1 17.348 47.081 64.429
2 6.695 19.561 26.256
3 1.870 24.876 26.746
4 622 25.553 26.175
Totail 98.780 239.446 338.226
    

domingo, junho 04, 2023

O Milagre de Dunquerque ficou terminado há 83 anos...

Evacuação das Tropas Aliadas

   
Evacuação de Dunquerque, Milagre de Dunquerque ou Operação Dínamo, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial. Quase trezentos e quarenta mil soldados aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho, da cidade francesa de Dunquerque até a cidade inglesa de Dover. Um desastre decorrente da invasão da França pela forças nazis em 10 de maio de 1940, que avançou rapidamente devido a falta de efetiva resistência aliada.
Comandada pelo vice-almirante Bertram Ramsay, a intenção inicial era evacuar cerca de 45 mil homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas, em breve, o objetivo foi alterado para resgatar 120 mil homens em cinco dias.
Os exércitos britânicos, francês e belga, desdobrados ao longo de uma frente de 250 km, curvados para dentro do Canal da Mancha, estavam cercados pelos alemães. E as tropas, exaustas, empurradas constantemente para trás pelo Panzers inimigos, apertavam nervosamente os fuzis e esperavam em silencioso terror. A retirada era inevitável. De facto, na manhã de 26 de maio de 1940, Anthony Eden, Ministro da Guerra, havia autorizado um recuo geral para a costa, mas o General John Vereker, 6º Visconde de Gort, o franco e vigoroso Comandante-chefe da Força Expedicionária Brtitânica, na França, tinha suas dúvidas.
A perspetiva da derrota viera com surpreendente e terrível rapidez. Durante oito meses, muitos dos 390.000 homens do exército de Lord Gort tinham desfrutado de uma boa vida. Iludidos de que a Linha Maginot, com seus 400 km para o sul, era inexpugnável, haviam construído 400 casamatas de concreto armado, cavado trincheiras e fossos antitanques nos moldes semelhantes àqueles da Primeira Guerra Mundial, à espera dos alemães. Subitamente, em 10 de maio, dez divisões blindadas alemãs e 117 divisões de infantaria irromperam pela neutra Holanda, esmagando suas defesas, sucedendo-se o mesmo com a Bélgica e com o Luxemburgo, também neutros. Pouco depois sete divisões rompiam as linhas do exército francês em Sedan, atravessando facilmente as florestas e as colinas das Ardenas.
Os ingleses acorreram em socorro, atravessando a Bélgica com a expectativa de realização de grandes feitos, porém a campanha revelou-se um pesadelo e a posição aliada se tornou insustentável.
A partir da ordem de Sir Eden, originou-se um deslocamento de tropas sem precedentes até então. Milhares de soldados, sob fogo cerrado das divisões alemães, deslocaram-se ao longo desta linha em direção ao mar. A retirada de um número tão grande de soldados e equipamentos era, por si só, uma tarefa monumental, sob ataque pesado do inimigo então era algo que se mostrava surreal. Acompanhando a esta movimentação estava a temível Luftwaffe em todo seu esplendor, que praticamente sem resistência no ar, bombardeava sem pudor nenhum as tropas em retirada.


Cenas do resgate em Dunquerque
  
O erro
A retirada só foi efetivada devido a um erro estratégico, cuja motivação é desconhecida, sendo até hoje um mistério para os historiadores da Segunda Guerra Mundial.
A evacuação, mesmo de uma pequena parte da Força Expedicionária Britânica, constituiria um fato surpreendente, pois Dunquerque só se manteve graças a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã. Em 23 de maio, quando seus tanques já se encontravam a 20 Km de Dunquerque, o então General Gerd von Rundstedt, baixou um ordem : "Deter-se na linha do Canal A e instalar-se".
Ao contrário dos audazes comandantes das divisões Panzers, como Rommel, o prudente Rundstedt, de 65 anos, não aceitava o novo conceito no emprego de tanques. Mais uma vez durante a Campanha das Ardenas, ele havia ordenado várias paradas, com receio de que as Divisões Blindadas se distanciassem muito das tropas de infantaria, que viriam logo atrás, para apoio e consolidação do terreno. Somado a isto, seu entendimento era de que a planície pantanosa do Flandres não era propícia ao emprego de blindados, o que poderia atolar os Panzers e prejudicar o plano original, que era a ação sobre o coração da França.
Em 28 de maio, além das embarcações a ajudar na operação, foram chamados mais dez contratorpedeiros que tentaram naquela manhã uma nova operação de resgate. Vários milhares acabaram por ser resgatados, embora os contratorpedeiros não puderam se aproximar o necessário da praia. Outras operações de resgate no resto do dia 28 tiveram mais sucesso, tendo resgatado mais 16 000 homens, mas as operações aéreas alemãs aumentaram e várias embarcações foram afundadas ou bastante danificadas, incluindo nove contratorpedeiros. Durante a Operação Dínamo, a RAF perdeu 177 aviões e a Luftwaffe 132, sobre Dunquerque.
Em 29 de maio, a divisão panzer alemã que se aproximava parou em Dunquerque, deixando assim o resto da batalha para a infantaria e força aérea. Na tarde do dia 30, um outro grande grupo de embarcações menores conseguiu resgatar 30 mil homens. No dia 31 de maio, as forças aliadas estavam comprimidas num espaço de 5 km desde De Panne, Bray-Dunes a Dunquerque; nesse dia mais de 68 mil soldados foram evacuados, e outros 10 mil, durante a noite. Em 1 de junho, outros 65 000 foram resgatados e as operações continuaram até 4 de junho.
Um total de cinco nações fizeram parte da evacuação de Dunquerque: Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos e Polónia.
   
Data Tropas evacuadas das praias Tropas evacuadas do Porto de Dunquerque Total
27 - 7.669 7.669
28 5.930 11.874 17.804
29 13.752 33.558 47.310
30 29.512 24.311 53.823
31 22.942 45.072 68.014
1 17.348 47.081 64.429
2 6.695 19.561 26.256
3 1.870 24.876 26.746
4 622 25.553 26.175
Totais 98.780 239.446 338.226
    

sábado, junho 04, 2022

O Milagre de Dunquerque terminou há 82 anos...

Ondas de Evacuação das Tropas Aliadas
   
Evacuação de Dunquerque, Milagre de Dunquerque ou Operação Dínamo, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial. Quase trezentos e quarenta mil soldados aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho, da cidade francesa de Dunquerque até a cidade inglesa de Dover. Um desastre decorrente da invasão da França pela forças nazis em 10 de maio de 1940, que avançou rapidamente devido a falta de efetiva resistência aliada.
Comandada pelo vice-almirante Bertram Ramsay, a intenção inicial era evacuar cerca de 45 mil homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas, em breve, o objectivo foi alterado para resgatar 120 mil homens em cinco dias.
Os exércitos britânicos, francês e belga, desdobrados ao longo de uma frente de 250 km, curvados para dentro do Canal da Mancha, estavam cercados pelos alemães. E as tropas, exaustas, empurradas constantemente para trás pelo Panzers inimigos, apertavam nervosamente os fuzis e esperavam em silencioso terror. A retirada era inevitável. De facto, na manhã de 26 de maio de 1940, Anthony Eden, Ministro da Guerra, havia autorizado um recuo geral para a costa, mas o General John Vereker, 6º Visconde de Gort, o franco e vigoroso Comandante-chefe da Força Expedicionária Brtitânica, na França, tinha suas dúvidas.
A perspectiva da derrota viera com surpreendente e terrível rapidez. Durante oito meses, muitos dos 390.000 homens do exército de Lord Gort tinham desfrutado de uma boa vida. Iludidos de que a Linha Maginot, com seus 400 km para o sul, era inexpugnável, haviam construído 400 casamatas de concreto armado, cavado trincheiras e fossos antitanques nos moldes semelhantes àqueles da Primeira Guerra Mundial, à espera dos alemães. Subitamente, em 10 de maio, dez divisões blindadas alemãs e 117 divisões de infantaria irromperam pela neutra Holanda, esmagando suas defesas, sucedendo-se o mesmo com a Bélgica e com o Luxemburgo, também neutros. Pouco depois sete divisões rompiam as linhas do exército francês em Sedan, atravessando facilmente as florestas e as colinas das Ardenas.
Os ingleses acorreram em socorro, atravessando a Bélgica com a expectativa de realização de grandes feitos, porém a campanha se revelou um pesadelo e a posição aliada se tornou insustentável.
A partir da ordem de Sir Eden, originou-se um deslocamento de tropas sem precedentes até então. Milhares de soldados, sob fogo cerrado das divisões alemães, deslocaram-se ao longo desta linha em diração ao mar. A retirada de um número tão grande de soldados e equipamentos era, por si só, uma tarefa monumental, sob ataque pesado do inimigo então era algo que se mostrava surreal. Acompanhando a esta movimentação estava a temível Luftwaffe em todo seu esplendor, que praticamente sem resistência no ar, bombardeava sem pudor nenhum as tropas em retirada.

Cenas do resgate em Dunquerque
  
O erro
A retirada só foi efetivada devido a um erro estratégico, cuja motivação é desconhecida, sendo até hoje um mistério para os historiadores da Segunda Guerra Mundial.
A evacuação, mesmo de uma pequena parte da Força Expedicionária Britânica, constituiria um fato surpreendente, pois Dunquerque só se manteve graças a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã. Em 23 de maio, quando seus tanques já se encontravam a 20 Km de Dunquerque, o então General Gerd von Rundstedt, baixou um ordem : "Deter-se na linha do Canal A e instalar-se".
Ao contrário dos audazes comandantes das divisões Panzers, como Rommel, o prudente Rundstedt, de 65 anos, não aceitava o novo conceito no emprego de tanques. Mais uma vez durante a Campanha das Ardenas, ele havia ordenado várias paradas, com receio de que as Divisões Blindadas se distanciassem muito das tropas de infantaria, que viriam logo atrás, para apoio e consolidação do terreno. Somado a isto, seu entendimento era de que a planície pantanosa do Flandres não era propícia ao emprego de blindados, o que poderia atolar os Panzers e prejudicar o plano original, que era a ação sobre o coração da França.
Em 28 de maio, além das embarcações a ajudar na operação, foram chamados mais dez contratorpedeiros que tentaram naquela manhã uma nova operação de resgate. Vários milhares acabaram por ser resgatados, embora os contratorpedeiros não puderam se aproximar o necessário da praia. Outras operações de resgate no resto do dia 28 tiveram mais sucesso, tendo resgatado mais 16 000 homens, mas as operações aéreas alemãs aumentaram e várias embarcações foram afundadas ou bastante danificadas, incluindo nove contratorpedeiros. Durante a Operação Dínamo, a RAF perdeu 177 aviões e a Luftwaffe 132, sobre Dunquerque.
Em 29 de maio, a divisão panzer alemã que se aproximava parou em Dunquerque, deixando assim o resto da batalha para a infantaria e força aérea. Na tarde do dia 30, um outro grande grupo de embarcações menores conseguiu resgatar 30 mil homens. No dia 31 de maio, as forças aliadas estavam comprimidas num espaço de 5 km desde De Panne, Bray-Dunes a Dunquerque; nesse dia mais de 68 mil soldados foram evacuados, e outros 10 mil, durante a noite. Em 1 de junho, outros 65 000 foram resgatados e as operações continuaram até 4 de junho.
Um total de cinco nações fizeram parte da evacuação de Dunquerque: Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos e Polónia.
   
Data Tropas evacuadas das praias Tropas evacuadas do Porto de Dunquerque Total
27 - 7.669 7.669
28 5.930 11.874 17.804
29 13.752 33.558 47.310
30 29.512 24.311 53.823
31 22.942 45.072 68.014
1 17.348 47.081 64.429
2 6.695 19.561 26.256
3 1.870 24.876 26.746
4 622 25.553 26.175
Totais 98.780 239.446 338.226
    

sexta-feira, junho 04, 2021

O Milagre de Dunquerque terminou há 81 anos

Ondas de Evacuação das Tropas Aliadas
   
Evacuação de Dunquerque, Milagre de Dunquerque ou Operação Dínamo, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial. Quase trezentos e quarenta mil soldados aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho, da cidade francesa de Dunquerque até a cidade inglesa de Dover. Um desastre decorrente da invasão da França pela forças nazis em 10 de maio de 1940, que avançou rapidamente devido a falta de efetiva resistência aliada.
Comandada pelo vice-almirante Bertram Ramsay, a intenção inicial era evacuar cerca de 45 mil homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas, em breve, o objectivo foi alterado para resgatar 120 mil homens em cinco dias.
Os exércitos britânicos, francês e belga, desdobrados ao longo de uma frente de 250 km, curvados para dentro do Canal da Mancha, estavam cercados pelos alemães. E as tropas, exaustas, empurradas constantemente para trás pelo Panzers inimigos, apertavam nervosamente os fuzis e esperavam em silencioso terror. A retirada era inevitável. De facto, na manhã de 26 de maio de 1940, Anthony Eden, Ministro da Guerra, havia autorizado um recuo geral para a costa, mas o General John Vereker, 6º Visconde de Gort, o franco e vigoroso Comandante-chefe da Força Expedicionária Brtitânica, na França, tinha suas dúvidas.
A perspectiva da derrota viera com surpreendente e terrível rapidez. Durante oito meses, muitos dos 390.000 homens do exército de Lord Gort tinham desfrutado de uma boa vida. Iludidos de que a Linha Maginot, com seus 400 km para o sul, era inexpugnável, haviam construído 400 casamatas de concreto armado, cavado trincheiras e fossos antitanques nos moldes semelhantes àqueles da Primeira Guerra Mundial, à espera dos alemães. Subitamente, em 10 de maio, dez divisões blindadas alemãs e 117 divisões de infantaria irromperam pela neutra Holanda, esmagando suas defesas, sucedendo-se o mesmo com a Bélgica e com o Luxemburgo, também neutros. Pouco depois sete divisões rompiam as linhas do exército francês em Sedan, atravessando facilmente as florestas e as colinas das Ardenas.
Os ingleses acorreram em socorro, atravessando a Bélgica com a expectativa de realização de grandes feitos, porém a campanha se revelou um pesadelo e a posição aliada se tornou insustentável.
A partir da ordem de Sir Eden, originou-se um deslocamento de tropas sem precedentes até então. Milhares de soldados, sob fogo cerrado das divisões alemães, deslocaram-se ao longo desta linha em diração ao mar. A retirada de um número tão grande de soldados e equipamentos era, por si só, uma tarefa monumental, sob ataque pesado do inimigo então era algo que se mostrava surreal. Acompanhando a esta movimentação estava a temível Luftwaffe em todo seu esplendor, que praticamente sem resistência no ar, bombardeava sem pudor nenhum as tropas em retirada.

Cenas do resgate em Dunquerque
  
O erro
A retirada só foi efetivada devido a um erro estratégico, cuja motivação é desconhecida, sendo até hoje um mistério para os historiadores da Segunda Guerra Mundial.
A evacuação, mesmo de uma pequena parte da Força Expedicionária Britânica, constituiria um fato surpreendente, pois Dunquerque só se manteve graças a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã. Em 23 de maio, quando seus tanques já se encontravam a 20 Km de Dunquerque, o então General Gerd von Rundstedt, baixou um ordem : "Deter-se na linha do Canal A e instalar-se".
Ao contrário dos audazes comandantes das divisões Panzers, como Rommel, o prudente Rundstedt, de 65 anos, não aceitava o novo conceito no emprego de tanques. Mais uma vez durante a Campanha das Ardenas, ele havia ordenado várias paradas, com receio de que as Divisões Blindadas se distanciassem muito das tropas de infantaria, que viriam logo atrás, para apoio e consolidação do terreno. Somado a isto, seu entendimento era de que a planície pantanosa do Flandres não era propícia ao emprego de blindados, o que poderia atolar os Panzers e prejudicar o plano original, que era a ação sobre o coração da França.
Em 28 de maio, além das embarcações a ajudar na operação, foram chamados mais dez contratorpedeiros que tentaram naquela manhã uma nova operação de resgate. Vários milhares acabaram por ser resgatados, embora os contratorpedeiros não puderam se aproximar o necessário da praia. Outras operações de resgate no resto do dia 28 tiveram mais sucesso, tendo resgatado mais 16 000 homens, mas as operações aéreas alemãs aumentaram e várias embarcações foram afundadas ou bastante danificadas, incluindo nove contratorpedeiros. Durante a Operação Dínamo, a RAF perdeu 177 aviões e a Luftwaffe 132, sobre Dunquerque.
Em 29 de maio, a divisão panzer alemã que se aproximava parou em Dunquerque, deixando assim o resto da batalha para a infantaria e força aérea. Na tarde do dia 30, um outro grande grupo de embarcações menores conseguiu resgatar 30 mil homens. No dia 31 de maio, as forças aliadas estavam comprimidas num espaço de 5 km desde De Panne, Bray-Dunes a Dunquerque; nesse dia mais de 68 mil soldados foram evacuados, e outros 10 mil, durante a noite. Em 1 de junho, outros 65 000 foram resgatados e as operações continuaram até 4 de junho.
Um total de cinco nações fizeram parte da evacuação de Dunquerque: Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos e Polónia.
   
Data Tropas evacuadas das praias Tropas evacuadas do Porto de Dunquerque Total
27 maio - 7.669 7.669
28 maio 5.930 11.874 17.804
29 maio 13.752 33.558 47.310
30 maio 29.512 24.311 53.823
31 maio 22.942 45.072 68.014
1 junho 17.348 47.081 64.429
2 junho 6.695 19.561 26.256
3 junho 1.870 24.876 26.746
4 junho 622 25.553 26.175
Totais 98.780 239.446 338.226
    

segunda-feira, junho 17, 2013

Heinz Guderian, um dos inspiradores da Blitzkrieg, nasceu há 125 anos

Heinz Wilhelm Guderian (Kulm, 17 de junho de 1888 - Schwangau, 14 de maio de 1954) foi teórico militar e inovador general do Exército Alemão durante a Segunda Guerra Mundial. As forças Panzer germânicas cresceram e lutaram de acordo com as suas teorias, a mais conhecida delas publicada no livro "Achtung - Panzer"!, que é a base daquilo a que os estrategas militares chamaram de Blitzkrieg. Ocupou os postos de "Comandante dos Corpos Panzer", "Comandante do Exército Panzer", "Inspetor Geral das Tropas Blindadas", "Chefe do Staff do Exército", "General das Tropas Panzer", em julho de 1940 e a "Generaloberst".

Nasceu em Kulm, Prússia Ocidental (atual Chełmno, na Polónia). Estudou na Escola de Cadetes de Karlsruhe e na Gross-Lichterfelde, perto de Berlim. A sua primeira unidade de comando foi o 10º Batalhão de Caçadores Hanoverianos (Hanôver), em Bitche. Em 1912, em Koblenz, fez um curso de um ano sobre comunicações, tema pelo qual demonstrou grande interesse. Participou da Primeira Guerra Mundial na Batalha de Verdun. Após a guerra seguiu a carreira ocupando diversos cargos no exército. Após esta fase, fez um longo trabalho de estudo sobre a influência da utilização de unidades motorizadas nas táticas militares que começam a utilizar este meio.
Ao contrário de muitos teóricos da época conseguiu definir o conceito do emprego prático de unidades blindadas. Em 1931, foi promovido a tenente-coronel (Oberstleutnant), tornando-se inspetor das unidades motorizadas. Dois anos mais tarde, em uma reunião com Adolf Hitler, conseguiu demonstrar seus estudos e teorias sobre a utilização de blindados em ações agressivas de ataque. A partir daí encontrou em Hitler um forte aliado no conceito da utilização de tanques.
Escreveu em 1936 o manual de emprego das forças de tanques Panzer alemãs, Achtung - Panzer!(Atenção - Panzer!), constituídas principalmente pela cavalaria, artilharia e aviação, utilizando estes meios em simultâneo.
Como comandante de divisões Panzer, no início da Segunda Guerra Mundial, conseguiu aprimorar as suas teorias, tais como as falhas na logística de reabastecimento, da qual estas ações eram tão dependentes (de combustível, munições e serviços de manutenção).
Após o início da Operação Barbarossa (invasão da União Soviética), foi promovido a Generaloberst (coronel-general), sendo-lhe concedidas as "folhas de carvalho".
Foi capturado pelos norte-americanos em maio de 1945, mas não foi julgado em Nuremberga, sendo libertado em 1948.
Foi apelidado pelos subordinados de "Heinz, o veloz". Era estimado de forma unânime entre as tropas que comandava, porém, o mesmo não acontecia com os seus superiores. Militar de opinião forte, com carácter forte e violento, era um dos poucos que discutia com veemência e abertamente com Hitler e não hesitava em abandonar o comando quando entendia que este não tinha o apoio necessário. Apesar de suas divergências, Hitler chamava-o constantemente para comandos onde a situação era desesperadora.
Foi sem dúvida um dos melhores comandantes de tanques da sua época. Após a guerra, relatou suas campanhas e vivências no livro "Líder Panzer". É considerado o patrono das Divisões Panzer alemãs.
O seu filho, também Heinz Guderian, serviu como oficial na 116.ª Divisão Panzer do exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial e, mais tarde, com a criação do Exército da República Federal Alemã, ocupou vários cargos de direção no mesmo e também na NATO.

segunda-feira, junho 04, 2012

O Milagre de Dunquerque acabou há 72 anos

Ondas de Evacuação das Tropas Aliadas

Evacuação de Dunquerque, Milagre de Dunquerque ou Operação Dínamo, foi uma notável operação militar da Segunda Guerra Mundial. Quase trezentos e quarenta mil soldados aliados foram evacuados sob intenso bombardeio, entre 26 de maio e 4 de junho, da cidade francesa de Dunquerque até a cidade inglesa de Dover. Um desastre decorrente da invasão da França pela forças nazis em 10 de maio de 1940, que avançou rapidamente devido a falta de efetiva resistência aliada.
Comandada pelo vice-almirante Bertram Ramsay, a intenção inicial era evacuar cerca de 45 mil homens da Força Expedicionária Britânica em dois dias, mas, em breve, o objectivo foi alterado para resgatar 120 mil homens em cinco dias.
Os exércitos britânicos, francês e belga, desdobrados ao longo de uma frente de 250 km, curvados para dentro do Canal da Mancha, estavam cercados pelos alemães. E as tropas, exaustas, empurradas constantemente para trás pelo Panzers inimigos, apertavam nervosamente os fuzis e esperavam em silencioso terror. A retirada era inevitável. De facto, na manhã de 26 de maio de 1940, Anthony Eden, Ministro da Guerra, havia autorizado um recuo geral para a costa, mas o General John Vereker, 6º Visconde de Gort, o franco e vigoroso Comandante-chefe da Força Expedicionária Brtitânica, na França, tinha suas dúvidas.
A perspectiva da derrota viera com surpreendente e terrível rapidez. Durante oito meses, muitos dos 390.000 homens do exército de Lord Gort tinham desfrutado de uma boa vida. Iludidos de que a Linha Maginot, com seus 400 km para o sul, era inexpugnável, haviam construído 400 casamatas de concreto armado, cavado trincheiras e fossos antitanques nos moldes semelhantes àqueles da Primeira Guerra Mundial, à espera dos alemães. Subitamente, em 10 de maio, dez divisões blindadas alemãs e 117 divisões de infantaria irromperam pela neutra Holanda, esmagando suas defesas, sucedendo-se o mesmo com a Bélgica e com o Luxemburgo, também neutros. Pouco depois sete divisões rompiam as linhas do exército francês em Sedan, atravessando facilmente as florestas e as colinas das Ardenas.
Os ingleses acorreram em socorro, atravessando a Bélgica com a expectativa de realização de grandes feitos, porém a campanha se revelou um pesadelo e a posição aliada se tornou insustentável.
A partir da ordem de Sir Eden, originou-se um deslocamento de tropas sem precedentes até então. Milhares de soldados, sob fogo cerrado das divisões alemães, deslocaram-se ao longo desta linha em diração ao mar. A retirada de um número tão grande de soldados e equipamentos era, por si só, uma tarefa monumental, sob ataque pesado do inimigo então era algo que se mostrava surreal. Acompanhando a esta movimentação estava a temível Luftwaffe em todo seu esplendor, que praticamente sem resistência no ar, bombardeava sem pudor nenhum as tropas em retirada.

Cenas do resgate em Dunquerque

O erro
A retirada só foi efetivada devido a um erro estratégico, cuja motivação é desconhecida, sendo até hoje um mistério para os historiadores da Segunda Guerra Mundial.
A evacuação, mesmo de uma pequena parte da Força Expedicionária Britânica, constituiria um fato surpreendente, pois Dunquerque só se manteve graças a uma inexplicável reviravolta na estratégia alemã. Em 23 de maio, quando seus tanques já se encontravam a 20 Km de Dunquerque, o então General Gerd von Rundstedt, baixou um ordem : "Deter-se na linha do Canal A e instalar-se".
Ao contrário dos audazes comandantes das divisões Panzers, como Rommel, o prudente Rundstedt, de 65 anos, não aceitava o novo conceito no emprego de tanques. Mais uma vez durante a Campanha das Ardenas, ele havia ordenado várias paradas, com receio de que as Divisões Blindadas se distanciassem muito das tropas de infantaria, que viriam logo atrás, para apoio e consolidação do terreno. Somado a isto, seu entendimento era de que a planície pantanosa do Flandres não era propícia ao emprego de blindados, o que poderia atolar os Panzers e prejudicar o plano original, que era a ação sobre o coração da França.
Em 28 de maio, além das embarcações a ajudar na operação, foram chamados mais dez contratorpedeiros que tentaram naquela manhã uma nova operação de resgate. Vários milhares acabaram por ser resgatados, embora os contratorpedeiros não puderam se aproximar o necessário da praia. Outras operações de resgate no resto do dia 28 tiveram mais sucesso, tendo resgatado mais 16 000 homens, mas as operações aéreas alemãs aumentaram e várias embarcações foram afundadas ou bastante danificadas, incluindo nove contratorpedeiros. Durante a Operação Dínamo, a RAF perdeu 177 aviões e a Luftwaffe 132, sobre Dunquerque.
Em 29 de maio, a divisão panzer alemã que se aproximava parou em Dunquerque, deixando assim o resto da batalha para a infantaria e força aérea. Na tarde do dia 30, um outro grande grupo de embarcações menores conseguiu resgatar 30 mil homens. No dia 31 de maio, as forças aliadas estavam comprimidas num espaço de 5 km desde De Panne, Bray-Dunes a Dunquerque; nesse dia mais de 68 mil soldados foram evacuados, e outros 10 mil, durante a noite. Em 1 de junho, outros 65 000 foram resgatados e as operações continuaram até 4 de junho.
Um total de cinco nações fizeram parte da evacuação de Dunquerque: Reino Unido, França, Bélgica, Países Baixos e Polónia.

Data Tropas evacuadas das praias Tropas evacuadas do Porto de Dunquerque Total
27 maio - 7.669 7.669
28 maio 5.930 11.874 17.804
29 maio 13.752 33.558 47.310
30 maio 29.512 24.311 53.823
31 maio 22.942 45.072 68.014
1 junho 17.348 47.081 64.429
2 junho 6.695 19.561 26.256
3 junho 1.870 24.876 26.746
4 junho 622 25.553 26.175
Totais 98.780 239.446 338.226