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segunda-feira, junho 10, 2024

A Guerra dos Seis Dias terminou há 57 anos...

Os movimentos militares de Israel durante a guerra e, em azul ardósia claro, os territórios anexados

 

A Guerra dos Seis Dias foi um conflito armado que opôs Israel a uma coligação de países árabes - Egito, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão. O crescimento da tensão entre os países árabes e Israel, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem as suas tropas. O conflito de facto iniciou-se quando a força aérea israelita lançou uma grande ofensiva contra as bases da força aérea egípcia no Sinai. Israel alegou que o Egito preparava-se para fazer guerra contra si e que o ataque era uma ação preventiva. Se os países árabes realmente estavam se mobilizando para avançar contra os israelitas ou se a sua preparação era meras medidas defensivas, ainda é assunto de debates e controvérsia até aos nossos dias.

 

quarta-feira, junho 05, 2024

A Guerra dos Seis Dias começou há 57 anos

Esquema da conquista da península do Sinai durante a Guerra dos Seis Dias
       
A Guerra dos Seis Dias foi um conflito armado que opôs Israel a uma frente de países árabes - Egito, Jordânia e Síria, apoiados pelo Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão.
O crescimento das tensões entre os países árabes e Israel, em meados de 1967, levou ambos os lados a mobilizarem as suas tropas. A Força Aérea Israelita lançou um ataque preventivo e arrasador à força aérea egípcia. Segundo Menahem Begin, "em junho de 1967, tivemos novamente uma alternativa. As concentrações do exército egípcio nas proximidades do Sinai não provam que Nasser estivesse realmente a ponto de atacar-nos. Temos que ser honestos. Nós decidimos atacá-lo." Yitzhak Rabin, chefe do Estado Maior de Israel em 1967, declarou: "Não penso que Nasser buscava uma guerra. As duas divisões que enviou ao Sinai não seriam suficientes para lançar uma guerra ofensiva. Ele sabia e nós o sabíamos."
O plano traçado pelo Estado-Maior de Israel, chefiado pelo general Moshe Dayan (1915-1981), começou a ser posto em prática às 07.45 horas da manhã do dia 5 de junho de 1967, quando caças israelitas atacaram nove aeroportos militares, aniquilando a força aérea egípcia antes que esta saísse do chão e causando danos às pistas de aterragem, inclusive com bombas de efeito retardado para dificultar as reparações. Ao mesmo tempo, forças blindadas de Israel investiam contra a Faixa de Gaza, o sul da Síria, os Montes Golã e o norte do Sinai. A Jordânia abriu fogo em Jerusalém, e a Síria interveio no conflito depois de ser atacada.
No terceiro dia de luta, todo o Sinai já estava sob o controle de Israel. Nas 72 horas seguintes, Israel impôs sua superioridade militar, ocupando também a Cisjordânia, o sector oriental de Jerusalém e os Montes Golã, na Síria.
Como resultado da guerra, aumentou o número de refugiados palestinos na Jordânia e no Egito. Síria e Egito estreitaram ainda mais as relações com a URSS, aproveitando também para renovarem seu arsenal de blindados e aviões, além de conseguirem a instalação de novos mísseis, mais perto do Canal de Suez.
   
Situação geoestratégica prévia
Nos anos seguintes à crise de Suez, a tensão entre árabes e israelitas havia aumentado perigosamente. Contribuíram para isso vários fatores, entre os quais:
1. A instalação de governos nacionalistas em países árabes (Síria e Iraque), em substituição à dominação colonial europeia. Era uma época em que o pan-arabismo (união de todos os países árabes) estava em ascensão. O Egito e a Síria uniram-se na República Árabe Unida (R.A.U.), e o presidente egípcio Gamal Abdel Nasser tentava usar a luta comum contra Israel como um fator de aglutinação dos povos árabes sob o seu comando.
2. A formação de movimentos de resistência palestinianos como a Organização de Libertação da Palestina (OLP), chefiada por Ahmed Shukairi e posteriormente por Yasser Arafat, que passaram a atuar de forma cada vez mais agressiva contra o estado judeu. A contínua repetição de episódios de confronto, principalmente ao longo da fronteira de Israel com seus vizinhos, criaram uma situação de atrito constante.
3. A Faixa de Gaza era administrada pelo Egito (R.A.U.), e a Cisjordânia era parte do território do Reino Hachemita da Jordânia, cujos governos faziam vistas grossas às ações de guerrilha da OLP e grupos menores. O Egito formalizou pactos militares de defesa mútua com a Síria, a Jordânia e o Iraque. Egito e Síria estabelecem, em 1966, um Pacto de Defesa - uma aliança militar que os comprometia reciprocamente em caso de guerra que implicasse um dos dois países.
4. Em 18 de maio de 1967, o presidente egípcio Nasser exigiu do secretário-geral das Nações Unidas, o birmanês U Thant, a retirada das Forças de Paz da ONU que faziam a separação entre os israelitas e egípcios na fronteira. O secretário-geral aceitou as exigências e determinou a retirada dos "capacetes azuis", o que possibilitou a concentração de tropas egípcias frente às tropas israelitas na fronteira.
5. Na sequência, em 22 de maio, Nasser ordenou o encerramento do Estreito de Tiran para os navios israelitas e para todos os que tivessem Israel como destino ou origem, interrompendo o fluxo comercial de Israel pelo Mar Vermelho em uma estratégia de asfixia económica.
O primeiro passo para o desencadear da guerra deu-se em 7 de abril de 1967, quando Israel lançou um ataque contra posições da artilharia árabe e bases de resistência nos Montes Golã. Durante a operação seis aviões sírios Mig foram abatidos pelos caças Mirage de Israel, que voavam baixo sobre a capital da Síria, Damasco. Esta provocação inflamou as tensões entre árabes e israelitas.
A União Soviética teria passado, através dos seus serviços secretos, informações ao governo sírio, que alertariam para um ataque em massa do exército de Israel. Embora não existam provas absolutas dessa colaboração russa, tais informações teriam ajudado a empurrar tanto a Síria quanto o Egipto para a guerra.
Contudo, o Presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser não foi perspicaz sobre uma guerra com Israel e tomou decisões que levavam a uma guerra fechada - um bloqueio para prevenir um provável ataque israelita.
Em maio de 1967, exércitos árabes começaram a juntar forças ao longo das fronteiras de Israel. Ao mesmo tempo Nasser ordenou um bloqueio no Golfo de Aqaba. Enviou tropas para o Deserto do Sinai e pediu aos Capacetes Azuis da ONU para partirem.
Em resposta a esta ação e ao apoio soviético, o exército israelita foi mobilizado. Egito, Síria e Jordânia declararam estado de emergência. Em 22 de maio Nasser fechou o estreito de Tiran aos barcos de Israel, isolando a cidade portuária de Eilat. Três dias mais tarde o exército do Egito moveu-se para junto das fronteiras com Israel. Em 30 de maio, a Jordânia juntou-se ao Pacto Egito-Síria, formando o Pacto de Defesa Árabe. Durante este período, a imprensa árabe teve um papel vital para a abertura das hostilidades. Jornais e rádios passavam constantemente propaganda contra Israel.
Em 4 de junho de 1967, Israel estava cercado por forças árabes que eram muito mais numerosas do que as suas e seu plano de invasão parecia condenado ao fracasso, até o Mossad pensar numa solução, a guerra era iminente.
   
Militares israelitas ao lado de uma aeronave árabe destruída, 1967
    
Os seis dias de guerra
Diante da ação árabe iminente, antes da invasão começar, o governo e os líderes militares de Israel implementaram uma estratégia para furar o bloqueio militar imposto pelos árabes. Logo depois das 08.45 horas do dia 5 de junho lançaram um ataque aéreo contra as forças árabes. Este ataque aéreo, com o nome de código 'Moked', foi desenhado para destruir a Força Aérea do Egito enquanto estava no solo. Em três horas, a maioria dos aviões e bases estava destruída. Os caças israelitas operavam continuamente apenas voltando para se reabastecer de combustível e armamento em apenas sete minutos. Neste primeiro dia, os árabes perderam mais de 400 aviões; Israel perdeu 20. Esses ataques aéreos deram a Israel a hipótese de destroçar de forma desigual as forças de defesa árabes. A ideia inicial era somente deixar inoperante a base aérea egípcia, inviabilizando qualquer descolagem de aviões militares, onde obtiveram êxito.
De seguida, as forças terrestres de Israel deslocaram-se para a Península do Sinai e Faixa de Gaza onde cercaram as unidades egípcias.
A guerra não era longe da frente leste de Israel. O primeiro-ministro de Israel, Levi Eshkol, enviou uma mensagem ao rei Hussein da Jordânia: "Não empreenderemos ações contra a Jordânia, a menos que seu país nos ataque". Mas na manhã do 2º dia, Nasser telefonou a Hussein, encorajando-o a lutar. Ele disse a Hussein que o Egito tinha saído vitorioso no combate da manhã - um engano de Nasser que provocou uma derrota esmagadora da Jordânia, mas que conseguiu impedir que Israel tomasse Amã.
No mesmo dia, às 11.00 horas, tropas da Jordânia atacaram Israel a partir de Jerusalém, com morteiros e artilharia. Com o controle total dos céus, as forças israelitas em terra estavam livres para invadir o Egito e a Jordânia. Por causa disto, os reforços árabes que foram enviados tiveram sérios contratempos, o que permitiu que os israelitas tomassem grande parte da cidade dos jordanos em apenas 24 horas.
No terceiro dia da guerra, 7 de junho, as forças jordanas foram empurradas para a Cisjordânia, atravessando o rio Jordão. Israel tinha anexada toda a Cisjordânia e Jerusalém, entrando e reunificando a cidade.
A ONU, sob pressão americana, inicia apelo e negociações com os países árabes envolvidos já prevendo um super re-armamento desses países pelos soviéticos, face as perdas havidas, além da possível entrada de mais países muçulmanos nessa guerra, podendo a situação ficar desproporcional e incontrolável. Felizmente conseguiu-se de inicio um acordo de cessar-fogo entre Israel e a Jordânia que entra em vigor nessa tarde. Após o cessar-fogo, o grande contingente de tropas e tanques de Israel foi dirigido contra as forças do Egito no Deserto do Sinai e Faixa de Gaza. As Forças de Defesa de Israel atacaram com três divisões de tanques, páraquedistas e infantaria.
Conscientes de que a guerra somente poderia durar poucos dias face aos apelos da ONU, onde era essencial uma vitória rápida e domínio de territórios limítrofes, apesar de poder haver uma reação, os israelitas concentraram todo o seu poder através das linhas egípcias no Deserto do Sinai.
Em 8 de junho, os israelitas começam o seu ataque no Deserto do Sinai e, sob a liderança do General Ariel Sharon, empurraram os egípcios para o Canal do Suez. No final do dia, as Tzahal alcançaram o canal e a sua artilharia continuou a batalha ao longo da linha de frente, enquanto a força aérea atacava as forças egípcias, que, em retirada, tentavam recuar utilizando as poucas estradas não controladas. No final do dia os israelitas controlavam toda a Península do Sinai e em seguida o Egito, por intervenção da ONU, aceitou um cessar-fogo com Israel.
Às primeiras horas do mesmo dia 8 de junho, Israel bombardeou acidentalmente o navio de guerra americano USS Liberty, ao largo da costa de Israel, que havia sido confundido com um barco de tropas árabes. 34 americanos morreram. Isso obrigou Israel a anteceder a sua aceitação dos acordos de cessar fogo pela ONU que resultaria em poucos dias.
Com o Sinai sob controle, Israel começa o assalto às posições sírias nos Montes Golã, no dia 9 de junho. Foi uma ofensiva difícil devido às bem entrincheiradas forças sírias e ao terreno acidentado. Israel envia uma brigada blindada para as linhas da frente, enquanto a infantaria atacava as posições sírias, e ganha o controle das colinas, hoje divididas com tropas sírias e da ONU.
Às 18.30 horas do dia 10 de junho, a Síria retirou-se da ofensiva face ao apelo da ONU e foi assinado o armistício, apesar dos soviéticos iniciarem um re-armamento ao estado sírio.
Era o fim da guerra nos campos de batalha e início da guerra burocrática nas dependências da ONU, como tais países o assinaram. Mas alguns resultados se estenderam por anos posteriores.
   

Os movimentos militares de Israel durante a guerra e, em azul claro, os territórios anexados como consequência do conflito
   
Consequências
A Guerra dos Seis Dias foi uma derrota para os Estados Árabes, que perderam mais de metade do seu equipamento militar. A Força Aérea da Jordânia foi completamente destruída. Os árabes sofreram 18.000 baixas, enquanto do lado de Israel houve 766.
No dia seguinte à conquista da Península do Sinai, o Presidente Nasser do Egipto resignou do cargo, por causa da derrota (embora depois voltasse atrás na sua decisão). Contudo, esta derrota não mudou a atitude dos Estados Árabes em relação a Israel. Em agosto de 1967, líderes árabes reuniram-se em Cartum e anunciaram uma mensagem de compromisso para o mundo: não às negociações diplomáticas e reconhecimento do Estado de Israel, que lhes havia causado um grande prejuízo. Tal guerra amplificou muito a aversão do mundo islâmico relativamente ao estado israelita, até em países que nunca tiveram atrito com ele, que acabaram por cortar relações em definitivo com este, como praticamente todos os países árabes (tal como Irão e Iraque), além do uso da religião islâmica na luta contra Israel.
Quanto a Israel, teve resultados consideráveis como consequência da guerra. As fronteiras sob controle eram agora maiores e incluíam os Montes Golã (com controle dividido com os sírios), a Cisjordânia ("Margem Ocidental") e a Península do Sinai com controle dividido com os egípcios. O controle de Jerusalém foi de considerável importância para o povo judeu, por causa do valor histórico e religioso, já que a cidade foi judaica até há quase 2000 anos atrás, quando os romanos expulsaram os judeus. Depois, com o passar dos séculos, Jerusalém esteve quase sempre sob o controle de grandes Impérios, como o Bizantino, o Otomano e o Britânico, sendo que, apenas após a guerra, voltaria totalmente ao controle de um estado judeu.
Por causa da guerra iniciou-se a fuga dos palestinianos das suas casas. Como resultado, aumentou o número de refugiados na Jordânia, EAU e demais países fronteiriços, principalmente o Líbano. O conflito criou 350.000 refugiados, que foram rejeitados por alguns estados árabes vizinhos. Tais refugiados tem constantemente atacado isoladamente e de forma localizada o estado de Israel, desde a Cisjordânia, Faixa de Gaza e ate do sul do Líbano.
          

sábado, junho 01, 2024

Israel executou o nazi Adolf Eichmann há sessenta e dois anos...

No julgamento em 1961
 
Otto Adolf Eichmann (Solingen, 19 de março de 1906 – Ramla, 1 de junho de 1962) foi um SS-Obersturmbannführer (tenente-coronel) nazi e um dos principais organizadores do Holocausto. Eichmann foi designado pelo SS-Obergruppenführer (general/tenente-general) Reinhard Heydrich para gerir a logística das deportações em massa dos judeus para os guetos e campos de extermínio das zonas ocupadas pelos alemães na Europa de Leste durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1960, foi raptado na Argentina pela Mossad, os serviços secretos de Israel. No seguimento dum muito publicitado julgamento em Israel, foi considerado culpado de crimes de guerra e enforcado em 1962.

Depois de frequentar a escola, onde foi um aluno mediano, Eichmann trabalhou na empresa de mineração do seu pai na Áustria, para onde a família foi viver em 1914. A partir de 1927, trabalhou como técnico comercial da área do petróleo, juntando-se ao Partido Nazi e às SS em 1932. Após regressar à Alemanha em 1933, entrou para o Sicherheitsdienst (SD; Serviço de Segurança), onde foi nomeado para chefe do departamento responsável pelas questões judaicas — em particular a emigração, a qual os nazis forçaram através da violência e pressão económica. No início da guerra, em setembro de 1939, Eichmann e o seu pessoal concentraram os judeus em guetos nas grandes cidades, esperando que fossem transportados para o leste e para territórios ultramarinos. Eichmann elaborou planos para colocar os judeus em reservas, primeiramente em Nisko, no sudeste da Polónia e, mais tarde, em Madagáscar, mas nenhum deles seguiu em frente.

Quando os nazis deram início à invasão da União Soviética em 1941, a política em relação aos judeus foi alterada passando de emigração para extermínio. Para coordenar o planeamento do genocídio, Heydrich recebeu os responsáveis administrativos do regime na Conferência de Wannsee em 20 de Janeiro de 1942. Eichmann reuniu informação para Heydrich, esteve presente na reunião e preparou as minutas. Eichmann e o seu pessoal ficaram responsáveis pela deportação dos judeus para os campos de extermínio, onde as vítimas foram gaseadas. Depois da invasão alemã da Hungria em março de 1944, Eichmann supervisionou a deportação de grande parte da população judia daquele país. Muitas das vítimas foram enviadas para Auschwitz, onde entre 75 e 90 por cento foi executada à chegada. Quando os transportes cessaram, em julho de 1944, 437.000 dos 725.000 judeus húngaros tinham sido mortos. O historiador Richard J. Evans estima que entre 5,5 e 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelos nazis. Eichmann afirmou, no final da guerra, que "daria saltos na sua sepultura de tanto rir porque, sentir que tinha cinco milhões de pessoas na sua consciência, seria para ele uma fonte de extraordinária satisfação."

Depois da derrota da Alemanha em 1945, Eichmann fugiu para a Áustria. Ali viveu até 1950, mudando-se para a Argentina, usando documentos falsos. As informações recolhidas pela Mossad possibilitaram confirmar a localização de Eichmann, em 1960. Uma equipa da Mossad e agentes da Shin Bet sequestraram Eichmann e levaram-no para Israel para ser julgado por 15 crimes, incluindo crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes contra o povo judeu. Considerado culpado de muitas das acusações, foi condenado à morte e executado a 1 de junho de 1962. O julgamento foi seguido pelos meios de comunicação e serviu de inspiração para vários livros, incluindo o de Hannah Arendt, Eichmann em Jerusalém, no qual Arendt descreve Eichmann com a frase "a banalidade do mal".
 

segunda-feira, maio 20, 2024

Moshe Dayan nasceu há 109 anos...

   

Moshe Dayan (Kibbutz Degania Alef, 20 de maio de 1915 - Tel Aviv, 16 de outubro de 1981), foi responsável pelas mais importantes vitórias de Israel nas guerras contra seus vizinhos árabes, Dayan foi também um dos principais arquitetos dos acordos de paz de Camp David, os primeiros que se firmaram entre o governo de Israel e um país árabe (Egito).
Moshe Dayan nasceu em 20 de maio de 1915, em Deganya, na então Palestina. Com 14 anos iniciou a carreira militar na Haganá (guerrilha sionista) que combatia os árabes. Quando esta organização foi declarada ilegal pelos britânicos, em 1939, Dayan e outros elementos judeus foram presos, durante dois anos, pelas autoridades britânicas, liderando depois as forças judaicas da Palestina que combateram a França na Síria e no Líbano. Durante combate junto aos ingleses na Síria, contra os franceses de Vichy, em 1941, perdeu o olho esquerdo, atingido por uma bala inimiga e passou a usar uma pala, que o tornava inconfundível.
Em 1948, na luta pela independência, comandou a região militar de Jerusalém. Na chefia das forças armadas desde 1953 por cinco anos, planeou e liderou a invasão da península do Sinai, em 1956, o que lhe valeu a reputação de grande comandante militar. Dayan foi eleito para o Knesset (Parlamento) em 1959 e designado Ministro da Agricultura, no governo de David Ben-Gurion.
Em junho de 1967, já como Ministro da Defesa, comandou a vitoriosa guerra dos seis dias e passou a exercer crescente influência na política externa. O seu prestígio declinou em outubro de 1973, quando o Egito e a Síria atacaram Israel de surpresa e desencadearam a guerra do Yom Kippur.
Em 1978, sendo Ministro das Relações Exteriores do governo de Menachem Begin, tornou-se um dos arquitetos dos acordos de Camp David, assinados no ano seguinte pelo Egito e Israel. Faleceu em Tel Aviv, em 16 de outubro de 1981. A sua filha, Yael Dayan é escritora. Dayan também foi arqueólogo amador e escritor e entre os livros publicados em português está “Guerra do Sinai” (Bloch Editores).
    

terça-feira, maio 14, 2024

Israel celebra hoje 76 anos

 

Israel, oficialmente Estado de Israel, é uma república parlamentar localizada no Médio Oriente, ao longo da costa oriental do Mar Mediterrâneo. O país faz fronteira com o Líbano ao norte, com a Síria a nordeste, com a Jordânia e a Cisjordânia a leste, com o Egito e a Faixa de Gaza ao sudoeste, e com o Golfo de Aqaba, no Mar Vermelho, ao sul. Geograficamente, contém diversas características dentro de seu território relativamente pequeno. Israel é definido como um "estado judeu e democrático" nas suas Leis Básicas e é o único Estado de maioria judaica do mundo.
Após a adoção de uma resolução pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 29 de novembro de 1947, recomendando a adesão e implementação do Plano de Partilha da Palestina para substituir o Mandato Britânico, em 14 maio de 1948, David Ben-Gurion, o chefe-executivo da Organização Sionista Mundial e presidente da Agência Judaica para a Palestina, declarou o estabelecimento de um Estado Judeu em Eretz Israel, a ser conhecido como o Estado de Israel, uma entidade independente do controle britânico. As nações árabes vizinhas invadiram o recém-criado país no dia seguinte, em apoio aos árabes palestinianos. Israel, desde então, travou várias guerras com os Estados árabes circundantes, no decurso das quais ocupou os territórios da Cisjordânia, Península do Sinai, Faixa de Gaza e Montes Golã. Partes dessas áreas ocupadas, incluindo Jerusalém Oriental, foram anexadas por Israel, mas a fronteira com a vizinha Cisjordânia ainda não foi definida de forma permanente. Israel assinou tratados de paz com Egito e Jordânia, porém os esforços para solucionar o conflito israelo-palestiniano até agora não resultaram em paz.
    

sexta-feira, maio 03, 2024

Golda Meir nasceu há 126 anos

   
Golda Meir, nascida Golda Mabovitch, (Kiev, 3 de maio de 1898 - Jerusalém, 8 de dezembro de 1978) foi uma fundadora do Estado de Israel. Emigrou para a Palestina no ano de 1921, onde militou no sindicato Histadrut e no partido trabalhista Mapai. Além de primeira embaixadora israelita na extinta URSS, em 1948, foi ministra do Bem-Estar Social, ministra do Exterior, secretária-geral do Mapai e foi o quarto primeiro-ministro de Israel, entre 1969 e 1974. Conhecida pela firmeza de suas convicções, estava à frente do Estado de Israel no seu momento mais dramático: a Guerra do Yom Kippur, na qual tropas egípcias e sírias atacaram Israel, cuja população estava ocupada com as comemorações do Yom Kippur, o Dia do Perdão judaico.
   

terça-feira, abril 09, 2024

O massacre de Deir Yassin foi há 76 anos...

Comunicado do Irgun sobre o ataque
  
O massacre de Deir Yassin refere-se ao assassinato de entre 107 e 120 civis palestinianos desarmados (estimativa geralmente aceite pelos estudiosos, durante e possivelmente após a batalha), ocorrida na vila de Deir Yassin (também grafada Dayr Yasin ou Dir Yassin), nas proximidades de Jerusalém, no que então era o Mandato Britânico da Palestina, cometida pelas forças de guerrilha judaico-sionistas (Irgun e Stern Gang) entre 9 de abril e 11 de abril de 1948. Ocorreu quando as forças judaicas do Yishuv conseguiram romper o cerco a Jerusalém, durante a guerra civil que antecedeu o fim do Mandato Britânico, em maio.
Relatos contemporâneos, aparentemente originários de um dos oficiais que comandaram desde Jerusalém uma das forças irregulares envolvidas (o Irgun), Mordechai Ra'anan, davam uma estimativa inicial de 254 mortos. O número elevado de vítimas teve um impacto considerável no conflito, que já ocorria na região, ao criar pânico e se tornar uma das principais causas do êxodo palestiniano de 1948.
O massacre foi condenado universalmente na época, inclusive pelo comando do Haganá e pela Agência Judaica.
       
Selo egípcio de memória do massacre
   

terça-feira, março 26, 2024

O Egito e Israel assinaram um histórico tratado há 45 anos...

     
O Tratado de paz israelo-egípcio foi assinado em Washington, DC, Estados Unidos, em 26 de março de 1979, após os Acordos de Camp David (1978)
Os principais pontos do tratado eram o mútuo reconhecimento de ambos os países, a cessação do estado de guerra que permanecia desde a Guerra árabe-israelita de 1948, e a completa retirada por Israel de suas forças armadas e civis do resto da Península do Sinai, capturada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias (1967). O acordo também garantia a passagem livre dos navios de Israel através de Canal de Suez e o reconhecimento do Estreito de Tiran e do Golfo de Aqaba como águas internacionais.
O acordo de paz foi firmado 16 meses após a visita do presidente egípcio, Anwar Sadat, a Israel, em 1977, após uma intensa negociação. Com o acordo, o Egito tornou-se o primeiro país árabe a reconhecer oficialmente o estado de Israel.
     

quinta-feira, março 14, 2024

Israel invadiu o Líbano há 46 anos

  
A Operação Litani foi o nome da primeira ofensiva de grande envergadura efetuadas pelas Forças de Defesa de Israel durante a Guerra Civil Libanesa. As tropas israelitas invadiram o sul do Líbano em 14 de março de 1978 e chegaram até o rio Litani, com o objetivo de liquidar as bases da Organização de Libertação da Palestina no país. A partir do sul libanês, a guerrilha palestiniana costumava contra-atacar o norte de Israel, como reação à ocupação israelita da Cisjordânia e Faixa de Gaza e à dura repressão militar de Israel contra os palestinianos destas duas regiões, destinadas pela O.N.U. a um futuro estado palestiniano.
A operação teve êxito relativo do ponto de vista militar, pois as forças israelitas conseguiram expulsar a OLP do sul do Líbano momentaneamente. A ofensiva israelita matou milhares de libaneses em poucos dias de combates. Os combatentes palestinianos foram obrigados a abrigar-se ao norte do rio Litani provisoriamente, alguns meses depois, a resistência palestiniana voltaria a contra-atacar o norte de Israel.
Com os protestos do governo libanês, o Conselho de Segurança das Nações Unidas adotou as resoluções 425 e 426 que exigiram uma retirada "imediata" das tropas de Israel e criavam a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Finul). Contudo, a Finul não conseguiu desmobilizar o exército de Israel do sul do Líbano. As forças israelitas ocuparam a região 22 anos e só se retiraram em maio de 2000. Antes do recuo tático em 15 de junho de 1978, os israelitas puseram no seu lugar uma milícia libanesa aliada, o Exército do Líbano Livre, futuro Exército do Sul do Líbano, o ESL
  
(...)
  
A Operação Litani também marcou a reaproximação entre a Síria e a OLP, estremecida pela intervenção síria em favor da extrema-direita libanesa, na primavera de 1976. Mas esta aliança, como todas as forjadas no Líbano, não duraria muito. Síria e Israel mantinham um acordo tácito no Líbano desde o início da Guerra Civil Libanesa, chamada de Linhas Vermelhas, segundo as quais, as forças sírias só poderiam atuar em território libanês ao norte do rio Litani, sendo vedada a presença da aviação síria sob o céu do Líbano. O sul do rio Litani ficaria, desta forma, sob o controle israelita.
  
   

sexta-feira, março 01, 2024

Yitzhak Rabin nasceu há cento e dois anos...

    

Quinto primeiro-ministro de Israel, no cargo entre 1974 e 1977, regressou ao cargo em 1992, exercendo funções até 1995, ano em que foi assassinado. Foi também o primeiro chefe de governo a ter nascido no território que se tornaria Israel e o segundo a morrer durante o exercício do cargo, além de ser o único a ser assassinado.

Em 1994, Rabin recebeu o Prémio Nobel da Paz, juntamente com Shimon Peres e Yasser Arafat. Foi assassinado por um radical israelita, Yigal Amir, que se opunha à assinatura de Rabin dos Acordos de Oslo.
  

domingo, fevereiro 25, 2024

O Massacre do Túmulo dos Patriarcas, em Hebrom, foi há trinta anos...

 
O Massacre do Túmulo dos Patriarcas ocorreu quando Baruch Goldstein, um colono israelita e membro do movimento de extrema-direita israelita Kach, abriu fogo contra palestinianos muçulmanos desarmados que estavam a rezar dentro da Mesquita Ibrahim, no Túmulo dos Patriarcas, em Hebrom, na Cisjordânia. Aconteceu no dia 25 de fevereiro de 1994, durante os feriados religiosos, com a sobreposição do Purim judaico e Ramadão muçulmano, com 29 muçulmanos mortos e mais de 100 feridos. O ataque terminou quando Goldstein foi subjugado e espancado até à morte pelos sobreviventes.

O ataque deflagrou vários tumultos e protestos em toda a Cisjordânia e mais 19 palestinianos foram mortos pelas Forças de Defesa de Israel nas 48 horas seguintes após o massacre.

O então primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, condenou o ataque, descrevendo Goldstein como um "assassino degenerado", "uma vergonha para o sionismo e um constrangimento para o judaísmo". Depois do massacre, Rabin impôs  recolher obrigatório aos 120.000 residentes palestinianos da cidade, mas os 400 colonos judeus, em Hebron, continuaram livres para circular.

Goldstein era visto como um mártir por extremistas judeus em Hebrom e a sua sepultura tornou-se posteriormente  um local de peregrinação para os seus apoiantes.
 

terça-feira, janeiro 16, 2024

O vaivém espacial Columbia partiu, para uma trágica derradeira viagem, há vinte anos...

  

STS-107 foi a última e fatídica missão do vaivém espacial Columbia, lançada em 16 de janeiro de 2003, pela NASA. Os sete membros da tripulação foram mortos na explosão da nave durante a reentrada na atmosfera no final da missão.
A causa do acidente foi um pedaço do revestimento do tanque de combustível externo que se soltou durante o lançamento e afetou os componentes do sistema de proteção térmica na ponta da asa esquerda do Columbia.
Durante a reentrada, o calor excessivo lentamente superaqueceu o pedaço da asa sem proteção e a destruiu, deixando a nave sem controle e causando a desintegração do veículo espacial.
  

A tripulação durante a missão
  
A STS-107 foi uma missão múltipla sobre microgravidade e pesquisas científicas da Terra com diversas investigações científicas internacionais sendo realizadas durante 16 dias em órbita.
Uma das experiências, um vídeo feito para estudar a poeira atmosférica, pode ter descoberto um novo fenómeno atmosférico, chamado TIGRE, uma emissão ionosférica de cor vermelha.
A bordo do Columbia, levado pelo coronel Ilan Ramon, estava um desenho de Petr Ginz, editor-chefe da revista Vedem, que retratava como seria a Terra vista da Lua na sua imaginação, quando ele tinha 14 anos de idade e era um prisioneiro do campo de concentração nazi de Theresienstadt, durante a II Guerra Mundial.
Várias semanas após o acidente foi encontrado um recipiente contendo algumas minhocas levadas ao espaço para a realização de experiências biológicas em órbita. As mesmas estavam ainda vivas quando encontradas.
     

sábado, dezembro 09, 2023

A Intifada começou há trinta e seis anos...

  
Intifada é o nome popular das insurreições dos palestinianos de Cisjordânia contra Israel. O objetivo destes levantamentos estão sujeitos a debate: alguns setores assinalam que têm como objetivo combater a ocupação nos territórios ocupados por Israel. Estes levantamentos estão entre os aspetos que mais influenciaram o desenvolvimento do conflito israelo-palestiniano.
Ambas intifadas foram utilizadas como campanhas de resistência dos palestinianos, seguidas de represálias dos israelitas, gerando-se assim um ciclo de violência por inércia de difícil resolução.
O termo surgiu após o levantamento espontâneo que rebentou a partir de 9 de dezembro de 1987, com a população civil palestiniana a atirar pedras contra os militares israelitas. Este levantamento seria conhecido mais tarde como "Primeira Intifada" ou "guerra das pedras".
Com a recusa de Arafat em aceitar a proposta de paz de Israel, a "Segunda Intifada" palestiniana, também conhecida como a intifada de Al-Aqsa, teve início em 29 de setembro de 2000, no dia seguinte à caminhada de Ariel Sharon pela Esplanada das Mesquitas e no Monte do Templo, nas cercanias da mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém - área considerada sagrada tanto por muçulmanos quanto por judeus.
Apesar de ter surgido no contexto do conflito israelo-palestiniano, o termo foi utilizado para designar outras ocasiões:
   
   

sexta-feira, dezembro 08, 2023

Golda Meir morreu há quarenta e cinco anos...

    
Golda Meir, nascida Golda Mabovitch, (Kiev, 3 de maio de 1898 - Jerusalém, 8 de dezembro de 1978) foi uma fundadora do Estado de Israel. Emigrou para a Palestina no ano de 1921, onde militou no sindicato Histadrut e no partido trabalhista Mapai. Além de primeira embaixadora israelita na extinta URSS em 1948, foi ministra do Bem-Estar Social, ministra do Exterior, secretária-geral do Mapai e foi o quarto primeiro-ministro de Israel, entre 1969 e 1974. Conhecida pela firmeza de suas convicções, estava à frente do Estado de Israel no seu momento mais dramático: a Guerra do Yom Kippur, na qual tropas egípcias e sírias atacaram Israel, cuja população estava ocupada com as comemorações do Dia do Perdão judaico.
David Ben-Gurion certa vez disse dela: "Golda Meir é o único homem do meu gabinete".
Proveniente duma humilde família judaica, em 1906, emigra com a família para Milwaukee, Wisconsin nos EUA. Após a conclusão dos seus estudos, Golda foi, durante algum tempo, professora primária em Milwaukee e delegada da secção americana do Congresso Judaico Mundial.
Em 1917, casou com Morris Myerson, tendo emigrado em 1921 para a Palestina Britânica. Golda Meir tornou-se então membro do Kibbutz de Marnavia e, três anos mais tarde, aderiu ao Histadruth (Confederação Geral do Trabalho), passando, entre 1932 e 1934, a ser a sua representante no estrangeiro, nomeadamente nos Estados Unidos da América.
Nos anos que antecederam e durante a Segunda Guerra Mundial, Golda Meir ocupou lugares fulcrais na hierarquia política, foi chefe do departamento político da Agência Judaica (a maior autoridade na Palestina, sob administração britânica) e da Organização Mundial Sionista.
Após a Declaração de Independência do Estado de Israel em 1948, Golda Meir foi nomeada pelo primeiro-ministro, David Ben-Gurion, para o cargo de embaixadora de Israel na União Soviética, por quatro anos. Posteriormente à nomeação, entre 1949 e 1956, Golda exerceu a função de ministra do Trabalho e, na década seguinte (1956-1966), foi ministra dos Negócios Estrangeiros, bem como representante máxima da delegação israelita enviada aos Estados Unidos da América. Foi secretária-geral do movimento socialista entre 1966 e 1968.
Desde a sua fundação, o novo Estado dotou-se de instituições democráticas, tinha uma câmara única - o Knesset - e foram fundados vários partidos políticos. O partido mais representativo de todos era o Mapai (movimento socialista). Sob o impulso de Golda Meir, o Mapai, o Ahduth Haavoda (União do Trabalho) e o Rafi (Movimento de Esquerda) fundiram-se em julho de 1968, com o objetivo de formarem o Partido Trabalhista. No ano seguinte, esse novo partido uniu-se ao Mapam (Partido Operário Unificado) constituindo uma aliança eleitoral - a Maarakh (Frente Operária).
Em 1969, após a morte do Presidente Levi Eshkol, Golda Meir forma governo, sendo primeira-ministra de Israel durante cinco anos (1969-1974). Na sua primeira conferência de imprensa como primeira-ministra, bradou aos vizinhos árabes que estaria disposta a qualquer coisa pela paz, exceto o suicídio nacional. E convidou explicitamente o então presidente do Egito, Nasser, para a mesa de negociações, dizendo que iria até mesmo ao Cairo, caso necessário, para negociar devoluções de território pacificamente. Embora este tenha recusado, o seu sucessor, Sadat, atendeu ao seu pedido.
Durante esse período não acatou as resoluções da Organização das Nações Unidas, que invalidavam a anexação israelita de Jerusalém oriental e que ordenavam a retirada de Israel dos territórios árabes ocupados, em 1967, na guerra dos seis dias, por entender que, como não haveria contrapartida para impedir ataques dos palestinianos e de nações árabes, tais medidas colocariam em risco a existência do Estado de Israel.
Golda Meir aplicou uma política de medidas extremas contra membros de organizações que realizavam atentados, chegando a ordenar o assassinato dos seus lideres.
Em 6 de outubro de 1973 deu-se a quarta guerra do conflito árabe-israelita, chamada "Guerra do Yom Kippur" (os israelitas celebram nesse dia a grande data religiosa de "Yom Kippur", onde se faz jejum completo por 24 horas, daí o nome atribuído ao conflito).
No início da guerra, os israelitas foram apanhados completamente de surpresa, por acreditarem que seriam respeitados no dia mais importante do seu calendário religioso, por invasões pelo Egito e Síria.
A Síria atacou pelas Colinas do Golan, ao norte de Israel e o Egito encarregou-se da península do Sinai e do canal de Suez, ao sul do país, desencadeando assim uma guerra com duas frentes. Os ataques árabes causaram enormes perdas às forças de defesa de Israel. Porém, após três semanas, as tropas de Israel obrigaram as tropas agressoras a recuarem. Penetraram com tanques e artilharia no território sírio a precisamente 32 km da capital Damasco (que teve os seus subúrbios bombardeados) e a 100 km do Cairo, capital egípcia.
Como consequência do conflito, os países árabes, decidiram parar de exportar petróleo para os Estados Unidos e para países que apoiavam a sobrevivência de Israel, o que levou à crise do petróleo.
Em abril de 1974, Golda Meir apresenta a sua demissão, dadas as críticas à sua atuação e à do seu Ministro da Defesa, Moshe Dayan (herói da guerra dos seis dias), na Guerra do Yom Kippur, e pelos maus resultados alcançados nas eleições pelo Partido Trabalhista. Meir foi substituída pelo general Yitzhak Rabin.
A 5 de março de 1976, Golda Meir regressou ainda à cena política como dirigente do seu partido, em virtude da demissão de Meir Zarmi de secretário-geral, tendo publicado nesse mesmo ano um livro de carácter autobiográfico: A minha vida.
A 8 de dezembro de 1978, Golda Meir morreu, de cancro, em Jerusalém, com 80 anos de idade. Encontra-se sepultada no Cemitério Nacional do Monte Herzl, em Jerusalém.
   

sexta-feira, dezembro 01, 2023

David Ben-Gurion morreu há cinquenta anos...

       
David Ben-Gurion
(Płońsk, 16 de outubro de 1886 - Tel HaShomer, 1 de dezembro de 1973), judeu polaco, foi o primeiro chefe de governo de Israel. Ben-Gurion foi um líder do movimento do sionismo socialista e um dos fundadores do Partido Trabalhista (Miflêguet Haavodá), que esteve no poder em Israel ao longo das primeiras três décadas da existência do Estado.
      

quinta-feira, novembro 30, 2023

A guerra civil, ainda durante o Mandato Britânico da Palestina, começou há 76 anos

  
A guerra civil durante o Mandato da Palestina (também chamada de guerra palestino-sionista) ocorreu entre 30 de novembro de 1947 (um dia depois da aprovação, pelas Nações Unidas, do Plano de Partilha da Palestina, que marcou o fim do Mandato Britânico na região) e 14 de maio de 1948.

Este período é o primeira fase da Guerra da Palestina de 1948, durante a qual os judeus e os árabes da Palestina se confrontaram, enquanto os britânicos, que supostamente tinham a obrigação de manter a ordem e garantir a segurança da região, organizaram a sua retirada, intervindo apenas ocasionalmente.

A fase seguinte, a Guerra árabe-israelita de 1948, iniciou-se em 15 de maio de 1948, com o fim do Mandato Britânico e a criação do Estado de Israel, quando o conflito na Palestina se tornou uma guerra total entre o novo Estado judeu e os seus vizinhos árabes. 

A fase seguinte, a Guerra árabe-israelita de 1948, iniciou-se em 15 de maio de 1948, com o fim do Mandato Britânico e a criação do Estado de Israel, quando o conflito na Palestina tornou-se uma guerra total entre o novo Estado judeu e seus vizinhos árabes.

A guerra da Palestina de 1948 teve início em 30 de novembro de 1947 e perdurou até meados de 1949 na Palestina Mandatária.

A guerra é dividida em duas fases principais :

Os protagonistas e comentadores denominam esses eventos de maneiras diferentes: os palestiniana referem-se à Guerra Civil de 1947-1948 como Al-Naqba ou Al Nakba ("a catástrofe"), aludindo principalmente ao primeiro período, durante o qual os árabes foram vencidos pelas forças judaicas, e grande parte da população árabe da Palestina viveu um êxodo. Já do ponto de vista israelita, trata-se da Guerra da Independência ou Guerra da Libertação, expressão que concerne sobretudo ao segundo período, iniciado com a declaração de independência do Estado de Israel e seguida de confronto entre Israel e os Estados Árabes vizinhos.

A partir dos anos 80, após a abertura dos arquivos israelitas sobre a guerra da Palestina, o conflito foi objeto de novos estudos, realizados sobretudo pelos chamados Novos Historiadores, que reescreveram (ou, segundo os seus detratores, fabricaram) a história do conflito.

O último armistício assinado foi entre Israel e a Síria, em 20 de abril de 1949, porém nenhum acordo foi feito entre Israel e o Iraque, nem entre Israel e o Alto Comité Árabe.

A população árabe palestiniana incluía uma importante comunidade cristã, estabelecida principalmente em Haifa, Nazareth e no norte da Galileia.