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segunda-feira, junho 10, 2024

Gaudí morreu há 98 anos...

   
Antoni Gaudí i Cornet (Reus ou Riudoms, 25 de junho de 1852 - Barcelona, 10 de junho de 1926) foi um famoso arquiteto catalão e figura de ponta do modernismo catalão. As obras de Gaudi revelam um estilo único e individual e estão em sua maioria na cidade de Barcelona.
Grande parte da obra de Gaudi é marcada pelas suas grandes paixões: arquitetura, natureza e religião. Gaudi dedicava atenção aos mais ínfimos detalhes de cada uma das suas obras, incorporando nelas uma série de ofícios que dominava: cerâmica, vitral, ferro forjado e marcenaria. Introduziu novas técnicas no tratamento de materiais, como o trencadís, realizado com base em fragmentos cerâmicos.
Depois de vários anos sob influência do neogótico e de técnicas orientais, Gaudi tornou-se parte do movimento modernista catalão, que atingiu o seu apogeu durante o final do século XIX e início do século XX. O conjunto da sua obra transcende o próprio movimento, culminando num estilo orgânico único inspirado na natureza. Gaudi raramente desenhava projetos detalhados, preferindo a criação de maquetes e modelava os detalhes à medida que os concebia.
A obra de Gaudi é amplamente reconhecida internacionalmente e objeto de inúmeros estudos, sendo apreciada não só por arquitetos como pelo público em geral. A sua obra-prima, a inacabada Sagrada Família, é um dos monumentos mais visitados de Espanha. Entre 1984 e 2005, sete das suas obras foram classificadas como Património Mundial pela UNESCO. A devoção católica de Gaudi intensificou-se ao longo da sua vida e a sua obra é rica no imaginário religioso, o que levou que fosse proposta a sua beatificação.
   
Vida e obra
Os seus primeiros trabalhos possuem claras influências da arquitetura gótica (refletindo o revivalismo do século XIX) e da arquitetura catalã tradicional. Nos primeiros anos de sua carreira, Gaudí foi fortemente influenciado pelo arquiteto francês Eugene Viollet-le-Duc, responsável em seu país por promover o retorno às formas góticas da arquitetura.
Com o tempo, entretanto, passou a adotar uma linguagem escultórica bastante pessoal, projetando edifícios com formas fantásticas e estruturas complexas. Algumas das suas obras-primas, mais notavelmente o Templo Expiatório da Sagrada Família possuem um poder quase alucinatório.
Gaudí é conhecido por fazer extenso uso do arco parabólico catenário, uma das formas mais comuns na natureza. Para tanto, possuía um método de trabalho incomum para a época, utilizando-se de modelos tridimensionais em escala moldados pela gravidade (Gaudí usava correntes metálicas presas pelas extremidades: quando elas ficavam estáveis, ele copiava a forma e reproduzia-as ao contrário, formando suas conhecidas cúpulas catenárias). Também se utilizou da técnica catalã tradicional do trencadis, que consiste de usar peças cerâmicas quebradas para compor superfícies.
Os seus primeiros trabalhos possuem claras influências da arquitetura gótica (refletindo o revivalismo do século XIX) e da arquitetura catalã tradicional. Nos primeiros anos de sua carreira, Gaudí foi fortemente influenciado pelo arquiteto francês Eugene Viollet-le-Duc, responsável em seu país por promover o retorno às formas góticas da arquitetura.
   
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Em Barcelona a sua arquitetura assume foros de exceção, num ambiente essencialmente funcionalista de uma cidade de desenvolvimento industrial. Gaudí deixou-se influenciar por inúmeras tendências, não tendo nunca dedicado a sua arquitetura à cópia de um estilo determinado. Uma das mais fortes influências que recebeu foi a de Viollet-le-Duc através de quem conheceu parte do seu estilo gótico inspirador. Morreu aos 73 anos, vítima de atropelamento por um elétrico, no ano de 1926, numa avenida de Barcelona. Encontra-se sepultado no Templo Expiatório da Sagrada Família, Barcelona, Espanha.


Casa Milà (La Pedrera)
   
A Sagrada Família, igreja católica inacabada, considerada a obra-prima de Gaudí
    

Gala, esposa e musa de Dalí, morreu há 42 anos...

La Madonna de Port Lligat 
 
Gala Eluard Dalí (Kazán, 7 de septiembre de 1894,  - Portlligat, 10 de junio de 1982) fue musa de varios artistas y la mujer de Salvador Dalí. Su nombre de nacimiento fue Elena Dimitrievna Diakonova.

Nació en una familia de intelectuales de Kazán (Rusia) y vivió durante un breve período de tiempo en Pokrovskoie. En 1913 fue internada, por culpa de la tuberculosis, en un sanatorio de Clavadel (Suiza). Tenía 19 años y, durante aquella época, conoció al que sería su primer marido: Paul Éluard, con el que tiempo después se trasladó a París y con el que tuvo una hija llamada Cécile. Fue iniciada en el surrealismo por Salvador Dalí y fue musa de Louis Aragon, Marx Ernst o André Breton, el ideólogo del surrealismo que más tarde la despreció.
El matrimonio viajó, junto a unos amigos, a Cadaqués (Gerona) y conocieron a Dalí. A pesar de que él era once años menor que ella, ambos se enamoraron e iniciaron una polémica relación. Se casaron en 1932 y, poco después, ella fue sometida a una histerectomía. Después de la operación, Dalí y Gala volvieron a casarse. Esta vez por el rito católico en el Santuario de los Ángeles (Gerona). Fue la musa de Dalí, quién solía decir que ella fue «la única que lo salvó de la locura y de una muerte temprana». Más allá de su genialidad, Dalí era un hombre problemático, inseguro y desorganizado y fue Gala quien actuó como su agente e intermediaria entre el genio y el mundo real. Al dedicarse a dichos menesteres, la mujer hirió muchas sensibilidades y fue acusada de materialista. Tuvo también numerosas relaciones extramatrimoniales, a las que Dalí nunca se opuso. Tal vez porque estaba fascinado por el morbo del candaulismo, una parafilia similar al voyeurismo. Fue una mecenas para jóvenes artistas y en sus últimos años hacía regalos caros a quien se asociaba con ella. Ganó para sí misma la posición más elevada en el panteón de Dalí. Es con frecuencia el objeto del trabajo pictórico de Dalí: en su obra, Gala adopta distintos roles, como el de virgen cristiana en la pintura La Virgen de Port Lligat. Las numerosas pinturas que hizo Dalí de ella muestran el profundo amor que le profesaba. Algunas de éstas son ejemplos sobresalientes de la representación de modelos femeninos de mediana edad en la pintura occidental.

Murió en Port Lligat en 1982 y fue trasladada al castillo de Púbol (Bajo Ampurdán), que Dalí había comprado para ella con la intención de ser embalsamada y enterrada en una de las dos criptas que preparó durante las obras de restauración. Ambas criptas fueron deliberadamente construidas una junto a la otra. Allí se trasladó el genio para pasar sus últimos años de vida y no separarse de su musa, deseando ocupar la cripta vacía al lado de Gala, algo que finalmente no ocurrió.
 

quinta-feira, junho 06, 2024

Velázquez nasceu há 425 anos

Auto retrato de Diego Velázquez
      
Diego Rodrigues da Silva y Velázquez (Sevilha, 6 de junho de 1599 - Madrid, 6 de agosto de 1660) foi um pintor espanhol e principal artista da corte do Rei Filipe IV de Espanha. Era um artista individualista do período barroco contemporâneo, importante como um retratista. Além de inúmeras interpretações de cenas de significado histórico e cultural, pintou inúmeros retratos da família real espanhola, outras notáveis figuras europeias e plebeus, culminando na produção de sua obra-prima, Las Meninas (1656).
Desde o primeiro quarto do século XIX, a obra de Velázquez foi um modelo para os pintores realistas e impressionistas, em especial Édouard Manet que chegou a afirmar que Velázquez era o "pintor dos pintores". Desde essa época, os artistas mais modernos, incluindo os espanhóis Pablo Picasso e Salvador Dalí, bem como o pintor anglo-irlandês Francis Bacon, que homenageou Velázquez recriando várias de suas obras mais famosas.
A grande maioria dos seus quadros estão no Museu do Prado.

Filho de um advogado nobre, de ascendência portuguesa (os seus avós paternos eram do Porto, João Rodrigues da Silva, Velázquez ficou com o apelido do avô paterno que, em 1581, deixou Portugal (era originário do Porto) para instalar-se, com a sua esposa, em Sevilha, onde Diego nasceu a 6 de junho de 1599 e foi batizado. Eventualmente nasceu no dia anterior ao do seu batismo, ou seja, 5 de junho de 1599. A sua mãe era de origem sevilhana e ele era o mais velho de oito irmãos, pertencendo a sua família à pequena fidalguia da cidade. Foi um artista tecnicamente formidável, e na opinião de muitos críticos de arte, insuperável pintor de retratos.
   
      
As Meninas - 1656
    

quarta-feira, junho 05, 2024

Federico García Lorca nasceu há 126 anos...

     
Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 - Granada, 19 de agosto de 1936) foi um poeta e dramaturgo espanhol, e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola devido ao seus alinhamentos políticos com a República Espanhola e por ser abertamente homossexual.
     
Biografia
Nascido numa pequena localidade da Andaluzia, García Lorca ingressou na Faculdade de Direito de Granada em 1914 e, cinco anos depois, transferiu-se para Madrid, onde ficou amigo de artistas como Luis Buñuel e Salvador Dali e publicou os seus primeiros poemas.
Grande parte dos seus primeiros trabalhos baseiam-se em temas relativos à Andaluzia (Impressões e Paisagens, 1918), à música e ao folclore regionais (Poemas do Canto Fundo, 1921-1922) e aos ciganos (Romancero Gitano, 1928).
Concluído o curso, foi para os Estados Unidos e para Cuba, período de seus poemas surrealistas, manifestando seu desprezo pelo modus vivendi americano. Expressou o seu horror com a brutalidade da civilização mecanizada nas chocantes imagens de Poeta em Nova Iorque, publicado em 1940.
Voltando à Espanha, criou um grupo de teatro chamado La Barraca. Não ocultava as suas ideias socialistas e, com fortes tendências homossexuais, foi certamente um dos alvos mais visados pelo conservadorismo espanhol, que ensaiava a tomada do poder, dando início a uma das mais sangrentas guerras fratricidas do século XX.
Intimidado, Lorca regressou a Granada, na Andaluzia, na esperança de encontrar ali um refúgio. Contudo, teve a sua prisão determinada por um deputado, sob o argumento (que se tornou célebre...) de que ele seria "mais perigoso com a caneta do que outros com o revólver".
Assim, num dia de agosto de 1936, sem julgamento, o grande poeta foi executado com um tiro na nuca pelos nacionalistas, e seu corpo foi enterrado num local desconhecido da Serra Nevada. Segundo algumas versões, ele teria sido fuzilado de costas, em alusão à sua homossexualidade. A sua caneta e voz calava-se, mas a Poesia nascia para a eternidade - e o crime teve repercussão em todo o mundo, despertando por todas as partes um sentimento de que o que ocorria na Espanha dizia respeito a todo o planeta. Foi um prenúncio da Segunda Guerra Mundial.
    
Federico depois da morte
Assim como muitos artistas - e a obra Guernica, de Pablo Picasso -, durante o longo regime ditatorial do Generalíssimo Franco, as suas obras foram proibidas na Espanha.
Com o fim do regime, e o regresso do país à democracia, finalmente  sua terra natal veio a render-lhe homenagens, sendo hoje considerado o maior autor espanhol desde Miguel de Cervantes. Lorca tornou-se o mais notável numa constelação de poetas surgidos durante a guerra, conhecida como "geração de 27", alinhando-se entre os maiores poetas do século XX. Foi ainda um excelente pintor, compositor precoce e pianista. A sua música reflete-se no ritmo e sonoridade da sua obra poética. Como dramaturgo, Lorca fez incursões no drama histórico e na farsa antes de obter sucesso com a tragédia. As três tragédias rurais que localizou na sua Andaluzia, as Bodas de Sangue (1933), Yerma (1934) e A Casa de Bernarda Alba (1936) asseguraram-lhe a sua posição como grande dramaturgo.
  


   

 

GACELA DEL AMOR DESESPERADO

 

La noche no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
aunque un sol de alacranes me coma la sien.
Pero tú vendrás
con la lengua quemada por la lluvia de sal.

El día no quiere venir
para que tú no vengas
ni yo pueda ir.

Pero yo iré
entregando a los sapos mi mordido clavel.
Pero tú vendrás
por las turbias cloacas de la oscuridad.

Ni la noche ni el día quieren venir
para que por ti muera
y tú mueras por mí.

quinta-feira, maio 30, 2024

São Fernando III de Leão e Castela morreu há 772 anos

   

Fernando III de Leão e Castela, o Santo (Zamora, agosto de 1201 - Sevilha, 30 de maio de 1252) foi rei de Castela desde 1217, rei de Leão desde 1230, e Conde de Aumale por casamento desde 1235, até à sua morte.
Uniu definitivamente os reinos de Leão e Castela e consolidou a Reconquista, deixando por conquistar apenas o reino tributário de Granada. Foi canonizado em 1671, sendo conhecido também como São Fernando.
  
   
Rei de Castela

Fernando era filho de Afonso IX de Leão e de Berengária, infanta e rainha de Castela. Nasceu no Mosteiro de Valparaíso em Peleas de Arriba (Zamora) em Agosto de 1201. Em 1204 o casamento dos seus pais foi anulado pelo papa Inocêncio III por motivos de consanguinidade, e Berengária levou os filhos para a corte de Castela.

Após a morte do seu tio Henrique I de Castela (1204-1217), com apenas 13 anos de idade, só tinham sobrevivido algumas irmãs de Henrique. Berengária, que tinha sido regente do irmão de 1214 a 1217, foi aclamada rainha de Castela somente um mês após a morte deste. Mas logo após ser coroada abdicou em favor do seu filho varão mais velho, Fernando, então apenas com 16 anos.

O pai de Fernando, o rei Afonso IX de Leão, que outrora fora casado com Berengária de Castela e tivera o matrimónio anulado em 1204 devido à relação de parentesco, ambicionava ser rei de Castela por ser neto de Afonso VII de Leão e Castela. Apoiado pela poderosa família Lara e outros nobres descontentes, proclamou guerra aberta a Castela.

Berengária passou então a conselheira do rei. Ajudou a subjugar os nobres rebeldes e depois combinou o casamento (celebrado no final de Novembro de 1219 ou 1220 no Real Mosteiro de San Zoilo em Carrión de los Condes, Palência) de Fernando com uma esposa digna do jovem monarca, e de uma família politicamente útil. A escolhida foi Isabel de Hohenstaufen, conhecida em Castela como Beatriz da Suábia (1202-1235), filha de Irene Angelina de Constantinopla e de Filipe, duque da Suábia, rei da Germânia e rei dos Romanos, neta do imperador germânico Frederico Barba Ruiva.

Depois de vencer os nobres rebeldes, o conflito com Leão acabou por ser resolvido com umas tréguas tratadas pelo rei Afonso IX e a sua antiga esposa

 

União do trono de Leão com Castela

Em 1230, o monarca de Leão faleceu. Tinha deserdado Fernando e, no seu testamento, legado o reino às infantas Sancha e Dulce, filhas do seu primeiro casamento com a sua prima Teresa, infanta de Portugal.

Fernando e a rainha-mãe ambicionavam obter a coroa de Leão e voltar unir os dois reinos, separados em 1157 com a morte de Afonso VII de Leão e Castela. Para tal, reuniram-se na cidade portuguesa de Valença as duas mulheres de Afonso IX de Leão, Teresa de Portugal e Berengária de Castela, com as infantas Sancha e Dulce, para selarem um acordo, assinado em Benavente e que ficaria conhecido como a Concórdia de Benavente.

Sancha e Dulce renunciaram à coroa de Leão, em troca de uma renda de 30 mil maravedis e outros privilégios. Pelo Tratado das Tercerias, a união pessoal das duas coroas foi restaurada definitivamente na pessoa do rei Fernando III, o Santo, e na dos seus sucessores, passando Castela a deter a hegemonia na Hispânia.

Com a morte de Beatriz da Suábia em 1235, Fernando casou-se pela segunda vez em 1237 com Joana d'Aumale, condessa de Ponthieu (1210-1279), filha de Maria de Belleme, senhora de Ponthieu, e de Simão Dammartin, conde de Aumale

 

Reconquista e santidade

Fernando recuperou o esforço castelhano de reconquista. Tomou grande parte de Al-Andalus, o equivalente à moderna região autónoma da Andaluzia, exceto os reinos de Granada e Niebla. Desde 1219 combinou as ações diplomáticas com intervenções bélicas, aproveitando as discórdias existentes entre as taifas para submeter os pequenos reinos ao seu poder.

As suas maiores conquistas terão sido Baeza (1227), Úbeda (1233), Córdova (1236), Múrcia (1241), Jaén (1246) e Sevilha (1248). Em 1244, pelo Tratado de Almizra, repartiu as novas terras conquistadas entre as ordens militares, o clero e a nobreza, o que deu lugar mais tarde à formação dos latifúndios da região.

Depois da tomada de Córdova, o Santo ordenou a adoção do Liber Iudiciorum (Direito Visigótico) pelos seus cidadãos, e mandou traduzi-lo, mesmo que com alguns erros, para castelhano, constituindo aquilo a que se viria designar de Fuero Juzgo. Também ajudou a desenvolver a Universidade de Salamanca e fundou a atual Catedral de Burgos

Foi um patrono das novas ordens de frades, que diferiam dos monges por terem um maior envolvimento com o mundo secular, em detrimento do isolamento dos últimos em mosteiros. Enquanto que os Beneditinos, Cistercienses e Cluniacenses já tinham participado ativamente da Reconquista cristã, Fernando III introduziu os Dominicanos, Franciscanos, Trinitarianos e Mercedários na Andaluzia.

Apesar de ter determinado assim o futuro da religião na região, que viria a perseguir o rito visigótico ou moçárabe e os não-cristãos, teria encorajado a convivência dos seus súbditos de diferentes fés, que teria a sua expressão máxima na capital cultural de Toledo.

No entanto, importa contextualizar esta convivência no seu local e época. Não se tratava de um convívio intercultural à luz da moral dos dias de hoje. Havia discriminação racial e religiosa. Uma curiosa expressão da língua portuguesa nasceu durante este período: dar às de Vila Diogo, que significa fugir. A explicação desta expressão não é uma verdade histórica indiscutível, mas reflete um pouco do pensamento e do preconceito anti-semita da época.

A tradição conta que Fernando III concedeu o direito de os judeus de Villadiego não serem perseguidos. Havia, no entanto, uma contrapartida: tinham que usar calças (os cristãos usavam calções) para garantirem os seus privilégios. Os judeus de Burgos ou de Toledo não tinham tais privilégios e, logo que perseguidos, abandonavam tudo o que tinham e fugiam para Villadiego (por aportuguesamento Vila Diogo, daí a expressão linguística "dar às de Vila Diogo", que significa "fugir", ainda usada em Portugal). Nesta localidade, eram-lhes oferecidas calças para escaparem aos perseguidores, mas com um preço: eram forçados a pagar um tributo aos judeus locais.

Fernando faleceu em Sevilha a 30 de maio de 1252, com 51 anos. Estava na companhia dos seus filhos tidos com Beatriz (exceto Berengária e Sancho), dos três filhos do seu segundo casamento e ainda da sua segunda esposa, Joana d'Aumalle.

O seu corpo foi sepultado na catedral da cidade (antiga Grande Mesquita, que antes de ser mesquita era uma Basílica Cristã, antes da invasão dos mouros), e o seu túmulo foi inscrito em quatro línguas diferentes: castelhano, latim, árabe e hebraico. O seu coração foi enterrado no Monte Calvário de Jerusalém, pela sua forte devoção a Cristo.

São Fernando foi o primeiro rei espanhol a ser canonizado, em 1671 pelo papa Clemente X. É o padroeiro de vários locais do antigo império colonial espanhol, e de Sevilha, onde sua efígie está incluída tanto no escudo da cidade e da província, como do Sevilha Futebol Clube. Desde a criação em 1819 da diocese de San Cristóbal de La Laguna, também chamada diocese de Tenerife (Ilhas Canárias), São Fernando é o co-patrono dos mesmos e da catedral diocesana por Bula do Papa Pio VII. Isto porque esta diocese é dependente da Arquidiocese de Sevilha, cuja capital tem por patrono. São Fernando é também o padroeiro da Universidade de La Laguna, uma vez que esta instituição foi fundada sob o nome de Universidade Literária de São Fernando.

  

quarta-feira, maio 29, 2024

Hoje é dia de recordar o criador de Platero...

Monumento a Platero en Moguer

 

Platero es pequeño, peludo, suave; tan blando por fuera, que se diría todo de algodón, que no lleva huesos. Sólo los espejos de azabache de sus ojos son duros cual dos escarabajos de cristal negro. Lo dejo suelto y se va al prado y acaricia tibiamente con su hocico, rozándolas apenas, las florecillas rosas, celestes y gualdas... Lo llamo dulcemente: ¿Platero?, y viene a mí con un trotecillo alegre, que parece que se ríe, en no sé qué cascabeleo ideal...

 

in Platero y yo (1917) - Juan Ramón Jiménez

Isaac Albéniz nasceu há 164 anos...

   

Isaac Albéniz (Camprodón, 29 de maio de 1860 - Cambo-les-Bains, 18 de maio de 1909) foi um compositor, pianista e dramaturgo espanhol.


   
Como uma criança que era excecionalmente talentosa no piano, apresentou-se pela primeira vez publicamente em Barcelona, com quatro anos. Dois anos depois a sua mãe levou-o para Paris, onde, durante nove meses, ele estudou com Antoine François Marmontel, um famoso professor de piano no Conservatório de Paris. Tentou inscrever-se no Conservatório, mas foi-lhe negada a admissão, porque era muito jovem. Ao regressar a Espanha, deu vários concertos e publicou a sua primeira composição, Marcha Militar.
Em 1868 a família mudou-se para Madrid , onde começou a estudar na Escola Nacional de Música y Declamación (atualmente Conservatório Real de Música). O menino pianista inspirou grandes elogios e foi aclamado como o maior prodígio na Espanha, sendo muitas vezes comparado a Mozart. Logo, porém, Albéniz tornou-se inquieto e impaciente com os seus estudos. Insatisfeito com a sua situação, ele rebelou-se e começou por fugir de casa. Provavelmente, com doze anos, ele fugiu para a Argentina como clandestino num navio. Enquanto esteva lá, disse ter ganhado a uma vida tocando em bares até que foi capaz de organizar uma série de concertos que rendeu um montante considerável de dinheiro - o suficiente para lhe permitir viajar a Cuba, Porto Rico e Estados Unidos. Segundo Gilbert Chase e outros, uma vez em Nova York, Albéniz, vivendo quase como indigente, teve que trabalhar como porteiro de cais. Estes mesmos escritores afirmam que Albéniz também tocava piano, atraindo a atenção por brincar com as costas dos dedos, enquanto estava longe do piano! "Com este truque, ele ganhou dinheiro suficiente para viajar até San Francisco, e para pagar o seu caminho de volta à Europa".
Mais tarde, naquele mesmo ano, com a ajuda do conde Guillermo Morphy, secretário particular do Rei Alfonso XII, Albéniz obteve uma bolsa de estudos para estudar no Conservatório de Bruxelas, onde, em 1879, ele ganhou o primeiro prémio de desempenho no piano. A sua maior ambição no momento, porém, foi estudar com Franz Liszt. Assim, aos vinte anos, ele deixou Bruxelas rumo a Budapeste, a fim de cumprir o seu sonho.
Albéniz, ao que parece, viajou todo o caminho até a capital húngara, apenas para descobrir que Liszt não estava na residência no país naquele momento.
Ao descobrir que Liszt não estava disponível, Albéniz regressou a Madrid, onde ele passou os dois anos seguintes, dando concertos e turnês pelas principais cidades da Espanha. Foi por volta de nessa época que ele compôs as suas primeiras obras para o teatro musical, três Zarzuelas, uma dos quais, Cantalones de Gracia, foi bem recebido pela imprensa de Madrid.
O ano de 1883 foi um importante ponto na vida de Albéniz. Depois de uma turnê sul-americana, ele estabeleceu-se em Barcelona, onde conheceu Felipe Pedrell (1841-1922), que é às vezes descrito como o pai da música espanhola. Pedrell foi um professor, compositor e musicólogo que tinha feito uma quantidade considerável de pesquisa sobre a música espanhola antiga. Um fervoroso nacionalista, que era "a sua convicção de que os compositores espanhóis devem escrever música em espanhol", ou seja, "música enraizada na cultura espanhola", adquirindo a sua expressão e técnicas de canções folclóricas e danças nacionais. As ideias de Pedrell provocaram uma profunda impressão em Albéniz, que até este ponto, composto quase exclusivamente no estilo europeu de salão da época. Ou seja, ele passou a compor peças mais curtas, para piano, simples, ao estilo de Schubert, Chopin e Brahms. O outro acontecimento importante de 1883 foi o seu casamento com uma das suas alunas, Rosita Jordana.
Em 1885 o casal mudou-se para Madrid, onde Albéniz rapidamente se estabeleceu como um professor de piano e intérprete virtuoso do mais alto nível. O seu estilo era tão impressionante que foi muitas vezes comparada ao de Liszt e Anton Rubinstein, dois dos mais famosos pianistas do século XIX. A sua carreira como pianista atingiu o seu pico durante os anos de 1889-92, quando ele visitou a Grã-Bretanha, Alemanha, Áustria, Bélgica e França. O seu maior sucesso surgiu em Londres, onde ele deu vários recitais, o primeiro dos quais foi no Teatro do Príncipe de Gales (Prince's Hall), em 12 de junho de 1889. Este foi seguido por apresentações em St. James Hall, Steinway Hall e no Palácio de Cristal.
No meio de toda esta atividade, Albéniz compôs uma quantidade considerável de músicas em uma variedade de estilos, por exemplo, o Anciennes Suites, três suites de danças neo-barrocas datadas de cerca de 1886; Deseo: Estudio de concierto, op. 40, um concerto com o estilo de Liszt; Chopinesque, o primeiro concerto de piano, Concierto fantastico, Op. 40. Mas o mais importante, foi durante essa época que ele começou a produzir música instrumental que mostrou a influência cultural espanhola. Peças como a Suite Española, Op. 47 (Granada, Cataluña, Sevilla e Cuba), Seis Danzas Españolas, e Rapsodia española, Op.70 para piano e orquestra, foram todas compostas por volta de 1886-87. Bermeja Torre (Op. 92, No. 12), que foi incluído no programa do referido Prince's Hall, foi escrito em 1889.
Albéniz passou os anos de 1890 até 1893 principalmente em Londres, onde o seu interesse em escrever para o teatro musical foi reacendido. Além de compor música para piano e regularmente dar concertos em Londres e outras grandes cidades europeias, ele escreveu algumas operetas e canções de sucesso que levou para ele ser nomeado temporariamente principal compositor e maestro do Teatro do Príncipe de Gales.
Tempos depois, frustrado e com a saúde debilitada, Albéniz virou as costas à escrita para o teatro lírico e retornou à tarefa solitária de compor música de piano. Entre 1905 e 1909, ele produziu a sua obra-prima, a Iberia, um conjunto de doze peças para piano, impressas em quatro livros, trabalho de sofisticação notável e bastante dificuldade técnica, essas "doze novas impressões" - como são chamados no subtítulo - constituem uma síntese imaginativa espanhola (isto é, na maior parte da tradição andaluza), de estilo romântico, influenciado por Liszt, Dukas e D 'Indy.
Em março de 1909, quase incapacitado por doença, mudou-se, com a sua família, de Nice (onde tinham vivido desde 1903), para Cambo-les-Bains, nos Pirenéus franceses. Lá morreu, no dia 18 de maio de 1909. O seu corpo foi levado para o Barcelona e sepultado no Cemitério de Montjuïc, em Barcelona. Isaac Albéniz é sempre descrito como tendo sido um homem bom e generoso, com senso de humor, um extrovertido que era amado e respeitado por todos.
 

 


Juan Ramón Jiménez morreu há 66 anos...

  
Juan Ramón Jiménez Mantecón (Moguer, 23 de dezembro de 1881 - San Juan, 29 de maio de 1958) foi um poeta espanhol. Pela sua oposição ao regime franquista foi obrigado a exilar-se nos Estados Unidos, no ano de 1936 . Recebeu o Nobel de Literatura de 1956.
A sua obra teria grande influência sobre a poesia de vanguarda espanhola, a chamada geração de 1927, a qual incluía Federico Garcia Lorca e Rafael Alberti.
 

Ainda que mais velho que os poetas de 1927 e pertencente a uma geração anterior de poetas, Jiménez uniu-se aos autores da dita vanguarda espanhola, sendo considerado um mestre de muitos deles, como Jorge Guillén.

A sua obra começa oficialmente em 1908 com influências de Gustavo Adolfo Bécquer, do Simbolismo francês, do Decadentismo de Walter Pater e do Modernismo castelhano de Rubén Darío; a sua obra mais popular desta fase, na Espanha, no entanto, é "Platero y yo", de 1914, um livro de poesia em prosa.

A partir de 1916, Jiménez passa por uma mudança na sua produção poética, sofrendo influência de poetas de língua inglesa, como William Blake, Emily Dickinson, Yeats e Shelley, se unindo a um grupo de pensadores e artistas espanhóis que é classificado como "Novecentismo", uma geração pré-vanguardista. Desta fase, o livro mais importante e inovador é "Diario de un poeta recién-casado", de 1916, aquele que na sua obra o aproximaria da vanguarda de língua espanhola. A partir de 1919, com "Piedra y cielo" o poeta passa a explorar o tema da criação poética como atividade, o poema como uma obra de arte e o poeta como um deus-criador de um universo novo, ideias centrais do criacionismo de Vicente Huidobro.

A partir de 1937, o poeta entra em uma nova fase, com seu exílio, na qual se torna místico e passa a buscar por Deus, um período que culmina com a morte de sua esposa, depressão profunda do autor e a sua morte, três anos após a da esposa.

Encontra-se sepultado no Cemitério de Jesus, Moguer, Andaluzia na Espanha.
     

 
El amor en el mar

El hombre,
con el hombre,
en cuanto que hombre.
Con dedos de mujer, digo:
Teresa, Juan, mostradme el camino.
Porque soy un hombre,
entre hombres,
con más hombres,
y más y más hombres.

Silvia me acompaña.
Y me sigue allá a donde voy.
Porque es un hombre.
Y el hombre, con el hombre,
y con muchos más hombres,
llega a ser hombre.

El hombre.

 

   

Juan Ramón Jiménez

quinta-feira, maio 23, 2024

Mónica Naranjo celebra hoje cinquenta anos...!


 

En su discografía podemos encontrar estilos tan diversos como la samba, la batucada, el requiem o el dance electrónico. Con su disco Palabra de Mujer, vendió más de dos millones y medio de copias en su primer año y logrando hacerse con el disco de diamante, convirtiéndose en uno de los discos más vendidos de la historia de la música española. Según acreditan los Productores de Música de España (Promusicae), cuenta con 1 480 000 álbumes certificados como solista en España.​ A lo largo de su carrera musical se le estiman unas ventas de más de 8 millones de discos en todo el mundo.
Entre sus premios y reconocimientos musicales destacan sus tres World Music Awards, lo que la convierte en la cantante española femenina con más premios en esta categoría.​ 
   
(...)
 
A pesar de no definirse abiertamente bisexual, Mónica Naranjo ha reconocido públicamente haber tenido relaciones sexuales lésbicas ocasionales, además, es una activista internacional por los derechos de la comunidad LGBT.
      

 


segunda-feira, maio 20, 2024

Cristóvão Colombo morreu há 518 anos...

    
Cristóvão Colombo (República de Génova, 1451 - Valladolid, 20 de maio de 1506) foi um navegador e explorador genovês, responsável por liderar a frota que alcançou o continente americano em 12 de outubro de 1492, sob as ordens dos Reis Católicos de Espanha, no chamado descobrimento da América. Empreendeu a sua viagem através do Oceano Atlântico com o objetivo de atingir a Índia, tendo na realidade descoberto as ilhas das Caraíbas (Antilhas) e, mais tarde, a costa do Golfo do México na América Central.
   

 

        OS COLOMBOS

  

Outros haverão de ter

O que houvermos de perder.

Outros poderão achar

O que, no nosso encontrar,

Foi achado, ou não achado,

Segundo o destino dado.

  

Mas o que a eles não toca

É a Magia que evoca

O Longe e faz dele história.

E por isso a sua glória

É justa auréola dada

Por uma luz emprestada.

 

in Mensagem (1934) - Fernando Pessoa

sexta-feira, maio 17, 2024

Afonso XIII da Espanha nasceu, já rei, há 138 anos

  
Afonso XIII da Espanha (nome completo: Alfonso León Fernando María Jaime Isidro Pascual Antonio de Borbon y Habsburgo-Lorena; Madrid, 17 de maio de 1886 - Roma, 28 de fevereiro de 1941) foi rei de Espanha entre 1886 e 1931.
Alfonso foi filho póstumo do rei Afonso XII de Espanha e de Maria Cristina de Habsburgo-Lorena. Foi proclamado rei na altura do seu nascimento e a sua mãe foi a regente durante a sua menoridade. Em 1902, ao completar 16 anos, foi declarado maior de idade e assumiu as funções de chefe de estado.
O seu reinado foi manchado pela queda do império colonial espanhol, por grandes levantamentos populares que levaram à ditadura de Primo de Rivera, e culminou com a proclamação da Segunda República Espanhola, a 14 de abril de 1931, e com o exílio do Rei.

No entanto, durante a Primeira Guerra Mundial, Afonso XIII organizou, como Rei de um país neutro, uma valiosa iniciativa, que permitiu pôr em contacto os prisioneiros de guerra de ambas as partes com as suas famílias.

Brasão de Afonso XIII de Espanha
 

Afonso XIII faleceu a 28 de fevereiro de 1941, no Grand Hotel de Roma, devido a uma angina de peito.

Quando morreu, o governo espanhol decretou três dias de luto nacional. O seu funeral foi realizado em 3 de março de 1941 em Roma na igreja de Santa Maria degli Angeli, mas foi sepultado na igreja de Santa Maria in Monserrato, a igreja nacional espanhola em Roma, junto dos túmulos do Papa Calisto III e Papa Alexandre VI. Em janeiro de 1980, o seu neto, o rei Juan Carlos I, ordenou a sua transladação para o Panteón de los Reyes, no Mosteiro do Escorial, em Espanha, onde foi realizada uma salva de armas de 21 tiros para o homenagear.   
 

segunda-feira, maio 13, 2024

Teresa Berganza morreu há dois anos...

 

Teresa Berganza (Madrid, 16 de marzo de 1933 - San Lorenzo de El Escorial, 13 de mayo de 2022) fue una cantante de ópera española, asociada frecuentemente con personajes de óperas de Rossini, Mozart y Bizet, admirada por su técnica, musicalidad y presencia en escena.
  



domingo, maio 12, 2024

Saudades de Antonio Vega...

Música para recordar um cantor...

Antonio Vega, dos Nacha Pop, morreu há quinze anos...

    
Antonio Vega Tallés (Madrid, 16 de diciembre de 1957 - Majadahonda, Madrid, 12 de mayo de 2009)​ fue un compositor y cantante español. En 1978 formó junto a su primo Nacho García Vega el grupo Nacha Pop, originado en otra banda, Uhu Helicopter, de la que provenían ambos. Su disco de presentación se editó en 1980, separándose el grupo en 1988 tras una exitosa carrera con seis álbumes de estudio y uno en directo. Vega comenzó entonces su carrera como solista, en la que editaría cinco discos de estudio, un álbum en directo y un recopilatorio de colaboraciones con otros artistas.
Antonio Vega ha sido considerado uno de los compositores fundamentales del pop español desde la llegada de la democracia.​ El intimismo de sus canciones y su sensibilidad le ganaron la admiración de crítica y público.
     
(...) 
     
Antonio Vega tenía desde los ochenta graves problemas debido a su drogodependencia, un hecho que con el tiempo había dejado de ser un secreto para el público, debido a su deterioro físico, para convertirse en un componente más de su aura de cantante maldito.
El 20 de abril de 2009 fue ingresado en el Hospital Puerta de Hierro de Madrid debido a una neumonía aguda que le obligó a suspender su gira.​ Falleció el 12 de mayo siguiente, a los 51 años de edad, a consecuencia de un cáncer de pulmón que le habían diagnosticado meses antes.
    

 


sábado, maio 11, 2024

O Sismo de Lorca, na Espanha, em que morreram 9 pessoas, foi há treze anos...

Estado da Igreja de Santiago, após o sismo
   
O Sismo de Lorca de 2011 foi um sismo moderado (magnitude 5,1 Mw) que causou 9 mortes e grandes danos no sul da Espanha. Com hipocentro a uma profundidade de 1 km e epicentro próximo de Lorca, ocorreu às 18.47 horas locais (16.47 UTC) em 11 de maio de 2011, provocando o pânico entre a população e forçando muitos a deixar as residências. Foi precedido por um sismo de magnitude 4,4 (Mw), que provocou danos em estruturas na região. A Torre Espolón do castelo de Lorca foi danificada. Três pessoas morreram ao ser atingidas por uma cornija. Nas primeiras horas já havia 9 mortes confirmadas e dezenas de feridos. Foi o pior sismo na região desde 1956 e, na noite de 11 para 12 de maio, cerca de dez mil pessoas dormiram ao relento, com receio das réplicas.
Não é a primeira vez que a cidade é afetada por um sismo de grandes proporções. Lorca, situada na Comunidade de Múrcia, na área do Levante, a de maior incidência sísmica no país, já sofreu dois grandes sismos na sua história, em 1647 e 1818.
Apesar de ser menos forte que o sismo da Península Ibérica de 2007, sem vítimas nem danos, por seu epicentro se localizar em terra e a pouca profundidade do hipocentro explicam a devastação atingida.
  
 Esquema dos efeitos dos sismos de Lorca em 2011
Punto.svg Epicentro dos sismos Estrella irregular.svg Área com edifícios danificados Aiga toiletsq men.svg Pessoas falecidas
   
Danos do sismo
Foi confirmado que 80% das infraestruturas estavam danificadas, das quais 14% não seria possível  aceder durante vários dias.
O alcaide de Lorca (Francisco Jódar Alonso) confirmou que este sismo causou uma das maiores catástrofes para o património, com 33 edifícios históricos afetados, entre eles o Castelo de Lorca.
   
 

O sismo de Lorca (e abalo premonitório), registados pelo Geofone de Évora