Mostrar mensagens com a etiqueta sismos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta sismos. Mostrar todas as mensagens

domingo, maio 12, 2024

Acontece de tudo ao nosso satélite natural...

A Lua está a encolher (e isso é um problema)

 

 

Ao longo das últimas centenas de milhões de anos, a Lua encolheu mais de 45 metros de circunferência. 

À semelhança de uma uva que enruga quando encolhe até se tornar numa passa, a Lua também está a desenvolver pregas à medida que encolhe.

A diferença é que, ao contrário da pele flexível da fruta, a superfície deste corpo celeste é frágil, provocando a formação de falhas onde as secções da crosta se empurram umas contra as outras.

Recentemente, uma equipa de cientistas encontrou provas de que esta contínua contração da Lua causou uma deformação da superfície na sua região polar sul - incluindo em áreas que a NASA propôs para aterragens tripuladas da Artemis III.

Dado que a formação de falhas causada pelo encolhimento é frequentemente acompanhada por atividade sísmica, estas localizações podem representar um perigo para os futuros esforços de exploração humana.

O comunicado da equipa explica que os cientistas relacionaram um grupo de falhas da região polar sul da Lua com um dos mais poderosos sismos lunares registados pelos sismómetros da Apollo, há mais de 50 anos.

Utilizando modelos para simular a estabilidade dos declives da superfície na região, a equipa descobriu que algumas áreas eram particularmente vulneráveis a deslizamentos de terra provocados por abalos sísmicos.

“A nossa análise sugere que os sismos lunares superficiais capazes de produzir fortes abalos no solo na região polar sul são possíveis devido a eventos de deslizamento em falhas existentes ou à formação de novas falhas de impulso”, referiu Thomas R. Watters, do Centro de Estudos da Terra e do Planeta do Museu Nacional do Ar e do Espaço.

“A distribuição global de falhas de impulso jovens, o seu potencial de atividade e o potencial de formação de novas falhas de impulso devido à contração em curso devem ser considerados no planeamento da localização e estabilidade de postos avançados permanentes na Lua”, acrescentou o investigador.

Os terramotos lunares superficiais acontecem perto da superfície da Lua, apenas a uma centena de quilómetros de profundidade. Semelhantes aos terramotos na Terra, os terramotos lunares superficiais são causados por falhas no interior da Lua e podem ser suficientemente fortes para danificar edifícios, equipamento e outras estruturas.

Contudo, ao contrário dos terramotos com os quais estamos familiarizados, que tendem a durar apenas alguns segundos ou minutos, os terramotos lunares superficiais podem durar horas. Isto significa que os sismos lunares podem devastar hipotéticas povoações humanas na Lua.

O artigo científico, com as mais recentes descobertas, foi publicado no The Planetary Science Journal.

 

in ZAP

quinta-feira, abril 25, 2024

Notícia a prepósito de uma pergunta que os meus alunos me fazem recorrentemente sobre sismos...

Os concertos de Taylor Swift causam sismos. A ciência descobriu porquê

 

Taylor Swift durante a digressão Eras

 

Se acha que Taylor Swift é um fenómeno, ainda não viu nada: no ano passado, os concertos da cantora geraram uma atividade sísmica equivalente a um terremoto de magnitude 2,3 em Seattle.

Nesta quinta (18), um novo artigo mostrou o que acontece exatamente. A razão não é a música, mas sim os pulos dos 70 mil fãs reunidos.

Os sismólogos do California Institute of Technology in Pasadena em Inglewood implantaram sensores sísmicos dentro de um estádio da Califórnia para investigar um outro concerto e recolher dados da rede regional de monitorização sísmica.

Com o uso de um sensor de movimento dentro do estádio, a equipa percebeu que a agitação mais forte ocorreu entre II e III na Escala de Intensidade Mercalli.

Essa Escala de Intensidade Mercalli é usada para avaliar os efeitos de um terremoto em uma determinada área. Ao contrário da Escala Richter, que mede a magnitude do terremoto, foca-se nos efeitos percebidos pelas pessoas, estruturas e no ambiente em geral.

Além disso, com base nos sismogramas, os sismólogos conseguiram determinar a energia liberada pelos espetadores e usaram isso para calcular uma magnitude equivalente para cada música. A maior foi de 0,85.

 

Músicas mais “terremotos” de Taylor Swift

Então o grupo percebeu que cada tremor normalmente tinha uma frequência sísmica sincronizada com a batida da música.

E o curioso é que os dados também revelaram quais músicas de Taylor Swift desencadearam os sinais sísmicos mais intensos: Shake It Off, You Belong with Me e Love Story.

O estudo também fez uma comparação com outros concertos como Metallica, Morgan Wallen e Beyoncé. Para isso, os investigadores também colocaram sensores sísmicos perto do estádio. Mas veja só: os concertos de Swift tiveram os sinais sísmicos mais intensos.

Mas o que justifica este terramoto Swift que não se estende a outros artistas? Na verdade, não há muito o que dizer sobre. Os cientistas suspeitam que as diferenças se dão através do quão “dançante” a música é.

O artigo descreve que o concerto de Beyoncé teve sons em que os espetadores “balançavam em vez de pular”. Da mesma forma, os movimentos dos fãs dos Metallica não produziram vibrações constantes e repetitivas como as feitas pelos swifties.

 

in ZAP

quinta-feira, novembro 23, 2023

Um sismo em Irpinia (Itália) provocou milhares de mortes há 43 anos...

  
The 1980 Irpinia earthquake (Italian: Terremoto dell'Irpinia) took place in Southern Italy on November 23 with a moment magnitude of 6.9 and a maximum Mercalli intensity of X (Extreme). The shock was centered on the village of Conza and left at least 2,483 people dead, at least 7,700 injured, and 250,000 homeless. 

 

Event

The quake struck at 18:34 UTC (19:34 local). The first jolt was followed by 90 aftershocks. There were three main shocks, each with epicenters in a different place, within 80 seconds. The largest shock registered a peak acceleration of 0.38g, with 10 seconds of motion greater than 0.1g. The three main shocks combined produced 70 seconds of shaking greater than 0.01g. Thus the shaking was severe and lasted a long time. Towns in the province of Avellino were hit the hardest. In Sant'Angelo dei Lombardi, 300 died, including 27 children in an orphanage, and eighty percent of the town was destroyed. One hundred were killed in Balvano when a medieval church collapsed during Sunday services. The towns of Lioni, Conza di Campania (near the epicenter), and Teora were destroyed, and dozens of structures in Naples were levelled, including a 10-story apartment building. Damage was spread over more than 26,000 km², including Naples and Salerno.

   

Rebuilding

The Italian government spent 59 trillion lire on reconstruction, while other nations sent contributions. West Germany contributed 32 million United States dollars (USD) and the United States US$70 million.

However, in the early nineties a major corruption scandal emerged. Of the billions of lire that were earmarked for aid to the victims and rebuilding, the largest part disappeared from the earthquake reconstruction funds in the 1980s. Of the $40 billion spent on earthquake reconstruction, an estimated $20 billion went to create an entirely new social class of millionaires in the region, $6.4 billion went to the Camorra, whereas another $4 billion went to politicians in bribes. Only the remaining $9.6 billion, a quarter of the total amount, was actually spent on people's needs.

The criminal Camorra entered the construction industry after the quake.

   

quarta-feira, novembro 23, 2022

Há 42 anos um sismo em Irpinia provocou milhares de mortes

  
The 1980 Irpinia earthquake (Italian: Terremoto dell'Irpinia) took place in Southern Italy on November 23 with a moment magnitude of 6.9 and a maximum Mercalli intensity of X (Extreme). The shock was centered on the village of Conza and left at least 2,483 people dead, at least 7,700 injured, and 250,000 homeless. 

 

Event

The quake struck at 18:34 UTC (19:34 local). The first jolt was followed by 90 aftershocks. There were three main shocks, each with epicenters in a different place, within 80 seconds. The largest shock registered a peak acceleration of 0.38g, with 10 seconds of motion greater than 0.1g. The three main shocks combined produced 70 seconds of shaking greater than 0.01g. Thus the shaking was severe and lasted a long time. Towns in the province of Avellino were hit the hardest. In Sant'Angelo dei Lombardi, 300 died, including 27 children in an orphanage, and eighty percent of the town was destroyed. One hundred were killed in Balvano when a medieval church collapsed during Sunday services. The towns of Lioni, Conza di Campania (near the epicenter), and Teora were destroyed, and dozens of structures in Naples were levelled, including a 10-story apartment building. Damage was spread over more than 26,000 km², including Naples and Salerno.

   

Rebuilding

The Italian government spent 59 trillion lire on reconstruction, while other nations sent contributions. West Germany contributed 32 million United States dollars (USD) and the United States US$70 million.

However, in the early nineties a major corruption scandal emerged. Of the billions of lire that were earmarked for aid to the victims and rebuilding, the largest part disappeared from the earthquake reconstruction funds in the 1980s. Of the $40 billion spent on earthquake reconstruction, an estimated $20 billion went to create an entirely new social class of millionaires in the region, $6.4 billion went to the Camorra, whereas another $4 billion went to politicians in bribes. Only the remaining $9.6 billion, a quarter of the total amount, was actually spent on people's needs.

The criminal Camorra entered the construction industry after the quake.

   

terça-feira, novembro 23, 2021

O sismo de Irpinia provocou milhares de mortes em Itália há 41 anos

  
The 1980 Irpinia earthquake (Italian: Terremoto dell'Irpinia) took place in Southern Italy on November 23 with a moment magnitude of 6.9 and a maximum Mercalli intensity of X (Extreme). The shock was centered on the village of Conza and left at least 2,483 people dead, at least 7,700 injured, and 250,000 homeless. 

 

Event

The quake struck at 18:34 UTC (19:34 local). The first jolt was followed by 90 aftershocks. There were three main shocks, each with epicenters in a different place, within 80 seconds. The largest shock registered a peak acceleration of 0.38g, with 10 seconds of motion greater than 0.1g. The three main shocks combined produced 70 seconds of shaking greater than 0.01g. Thus the shaking was severe and lasted a long time. Towns in the province of Avellino were hit the hardest. In Sant'Angelo dei Lombardi, 300 died, including 27 children in an orphanage, and eighty percent of the town was destroyed. One hundred were killed in Balvano when a medieval church collapsed during Sunday services. The towns of Lioni, Conza di Campania (near the epicenter), and Teora were destroyed, and dozens of structures in Naples were levelled, including a 10-story apartment building. Damage was spread over more than 26,000 km², including Naples and Salerno.

   

Rebuilding

The Italian government spent 59 trillion lire on reconstruction, while other nations sent contributions. West Germany contributed 32 million United States dollars (USD) and the United States US$70 million.

However, in the early nineties a major corruption scandal emerged. Of the billions of lire that were earmarked for aid to the victims and rebuilding, the largest part disappeared from the earthquake reconstruction funds in the 1980s. Of the $40 billion spent on earthquake reconstruction, an estimated $20 billion went to create an entirely new social class of millionaires in the region, $6.4 billion went to the Camorra, whereas another $4 billion went to politicians in bribes. Only the remaining $9.6 billion, a quarter of the total amount, was actually spent on people's needs.

The criminal Camorra entered the construction industry after the quake.

   

segunda-feira, novembro 23, 2020

Há quarenta anos um sismo provocou milhares de mortes em Itália


The 1980 Irpinia earthquake (Italian: Terremoto dell'Irpinia) took place in Southern Italy on November 23 with a moment magnitude of 6.9 and a maximum Mercalli intensity of X (Extreme). The shock was centered on the village of Conza and left at least 2,483 people dead, at least 7,700 injured, and 250,000 homeless. 

 

Event

The quake struck at 18:34 UTC (19:34 local). The first jolt was followed by 90 aftershocks. There were three main shocks, each with epicenters in a different place, within 80 seconds. The largest shock registered a peak acceleration of 0.38g, with 10 seconds of motion greater than 0.1g. The three main shocks combined produced 70 seconds of shaking greater than 0.01g. Thus the shaking was severe and lasted a long time. Towns in the province of Avellino were hit the hardest. In Sant'Angelo dei Lombardi, 300 died, including 27 children in an orphanage, and eighty percent of the town was destroyed. One hundred were killed in Balvano when a medieval church collapsed during Sunday services. The towns of Lioni, Conza di Campania (near the epicenter), and Teora were destroyed, and dozens of structures in Naples were levelled, including a 10-story apartment building. Damage was spread over more than 26,000 km², including Naples and Salerno.

  

Rebuilding

The Italian government spent 59 trillion lire on reconstruction, while other nations sent contributions. West Germany contributed 32 million United States dollars (USD) and the United States US$70 million.

However, in the early nineties a major corruption scandal emerged. Of the billions of lire that were earmarked for aid to the victims and rebuilding, the largest part disappeared from the earthquake reconstruction funds in the 1980s. Of the $40 billion spent on earthquake reconstruction, an estimated $20 billion went to create an entirely new social class of millionaires in the region, $6.4 billion went to the Camorra, whereas another $4 billion went to politicians in bribes. Only the remaining $9.6 billion, a quarter of the total amount, was actually spent on people's needs.

The criminal Camorra entered the construction industry after the quake.

 

in Wikipédia

quinta-feira, outubro 17, 2013

Arqueologia e tafonomia numa estranha notícia sobre seres humanos, incêndios e um sismo

Como quatro cérebros cozidos há 4000 anos chegaram até nós

Um dos cérebros fossilizados com 4000 anos

Cérebros encontrados na escavação

Um dos esqueletos encontrados na escavação

Casa onde se descobriram os cérebros

Condições únicas de mumificação permitiram a preservação de quatro cérebros humanos na região da Anatólia, na Turquia.

Nos últimos oito anos, escavações – que antecederam a exploração de carvão que a empresa Seyitömer Lignite quer fazer no monte Seyitömer Höyük, na região de Kütahya, na Turquia – puseram a descoberto cinco milénios de história da humanidade, cerca de 17 mil artefactos e, agora, quatro cérebros humanos cozidos. O estudo destes cérebros cozidos e bem conservados foi publicado online na revista Homo – Journal of Comparative Human Biology.
O monte, de 23,5 metros de altura, que corresponde a uma zona de habitação ancestral com 150 metros quadrado, mostra sinais de um sismo ocorrido na Idade do Bronze, que terá levado à queda de casas e consequente incêndio, deixando subterradas e carbonizadas pelo menos seis pessoas. Os seus esqueletos foram encontrados no interior de uma casa, rodeados por outros objectos também carbonizados. Mas o que mais impressionou os cientistas foram os cérebros dentro de quatro dos crânios, com 4.000 anos.
Noticiada pela revista britânica Newscientist, esta foi uma descoberta extremamente rara porque os tecidos do cérebro são os que se decompõem mais rapidamente após a morte. A mumificação natural, responsável pela fraca deterioração dos tecidos dos cadáveres, ocorre em condições específicas, como temperaturas muito baixas (como nos glaciares), ambiente seco (como no deserto) e condições ácidas ou com baixa concentração de oxigénio (como nas turfeiras).
Para a conservação destes cérebros contribuíram vários factores. Logo após a morte dos indivíduos, o incêndio e as altas temperaturas originadas fizeram com que os cérebros fossem cozidos nos próprios fluídos cerebrais. Para além disso, o incêndio consumiu todo o oxigénio e a humidade presente no espaço, criando mais uma condição para a conservação dos cérebros.
Depois de subterrados, contaram com o próprio solo para manterem a integridade. O boro (elemento químico) é um repelente natural de insectos e bactérias e era utilizado nas mumificações no Egipto. O potássio, magnésio e alumínio, elementos químicos responsáveis por tornarem o solo alcalino (pH alto), promovem a saponificação, formação da “cera dos cadáveres” que preservou o formato dos tecidos cerebrais.
No cérebro em melhor estado de preservação, que será exposto num museu, a equipa de cientistas, liderada por Meriç Altinöz, do Departamento de Biologia Molecular e Genética da Universidade de Halic, na Turquia, já fez uma tomografia axial computorizada (TAC). Neste exame, identificaram-se todas as regiões cerebrais. Pela observação directa detectaram-se também algumas perturbações nos lobos frontais desse cérebro.
  
Para uma história das doenças neurológicas
Noutros dois cérebros foram sujeitos à observação microscópica de “fatias” dos seus tecidos e à análise dos componentes biológicos (como gorduras) ou de elementos químicos (também analisados no solo do local), comparando-os com os de outros cérebros mumificados e com cérebros actuais.
Vários metais pesados (como mercúrio e alumínio) foram encontrados tanto no cérebro como nos ossos e dentes, e também no solo, mostrando que, para além da contaminação que possa ter existido devido aos cadáveres estarem subterrados, houve incorporação desses elementos durante a vida dos indivíduos, sinal de uma actividade profissional que implicava, por exemplo, a exploração mineira e a exposição aos elementos presentes nos solos daquela região.
Salvo temporariamente da exploração mineira, espera-se que este local arqueológico, escavado pela equipa de Nejat Bilgen, do Departamento de Arqueologia da Universidade Dumlupinar, também na Turquia, traga contributos para a história da região da Anatólia. E não só.
“Os cérebros de Seyitömer contribuíram com mais informação sobre novas formas de tafonomia (estudo de organismos em decomposição ao longo do tempo e como fossilizaram) nos tecidos humanos”, conclui a equipa de Meriç Altinöz, no artigo científico. Num comentário à descoberta na revista Newscientist, Frank Rühli, da Universidade de Zurique (na Suíça), que não fez parte do estudo, destacou, por sua vez, como é importante verificar se nos crânios encontrados em escavações arqueológicas ainda restaram tecidos cerebrais. “Se quisermos saber mais sobre a história das doenças neurológicas, temos de ter tecidos como estes”, acrescentou.