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terça-feira, novembro 18, 2025

Erik Nordenskiold, mineralogista e explorador sueco-finlandês, nasceu há 193 anos

      
Adolf Erik Nordenskiöld (Helsínquia, 18 de novembro de 1832 - Dalby, Suécia, 12 de agosto de 1901) foi um mineralogista, geólogo e explorador polar sueco-finlandês.
Parece ter sido o primeiro explorador marítimo que atravessou a Passagem do Nordeste, ligando o oceano Atlântico ao oceano Pacífico, ao longo da costa da Sibéria.
Partindo de Karlskrona na Suécia em 1878, navegou rumo ao norte da Noruega, virando depois a leste em direção à Sibéria, onde dobrou o cabo Cheliuskin. Em seguida, rumou ao Alasca, alcançando Port Clarence, para depois rumar ao Japão, atingindo Yokohama em 1879. O regresso à Suécia foi feito pelo Canal do Suez.
   
  

quarta-feira, novembro 05, 2025

Franz Xaver von Wulfen - o jesuíta que era botânico, físico, matemático, alpinista e mineralogista - nasceu há 297 anos


   
Franz Xaver von Wulfen (Belgrado, 5 de novembro de 1728 - Klagenfurt, 16 de março de 1805) foi um padre jesuíta, botânico, físico, matemático, alpinista e mineralogista alemão. É-lhe creditada a descoberta das plantas Wulfenia carinthiaca, Saxifraga moschata e Stellaria bulbosa. Em 1845, o mineral wulfenite, de molibdato de chumbo, foi nomeado em sua homenagem por Wilhelm Karl von Haidinger.
  
  

Wulfenite specimen from the Mina Ojuela, Mapimi, Durango, Mexico
   
Wulfenite is a lead molybdate mineral with the formula PbMoO4. It can be most often found as thin tabular crystals with a bright orange-red to yellow-orange color, sometimes brown, although the color can be highly variable. In its yellow form it is sometimes called "yellow lead ore".
It crystallizes in the tetragonal system, often occurring as stubby, pyramidal or tabular crystals. It also occurs as earthy, granular masses. It is found in many localities, associated with lead ores as a secondary mineral associated with the oxidized zone of lead deposits. It is also a secondary ore of molybdenum, and is sought by collectors.
Wulfenite was first described in 1845 for an occurrence in Bad Bleiberg, Carinthia, Austria. It was named for Franz Xavier von Wulfen (1728–1805), an Austrian mineralogist.
It occurs as a secondary mineral in oxidized hydrothermal lead deposits. It occurs with cerussite, anglesite, smithsonite, hemimorphite, vanadinite, pyromorphite, mimetite, descloizite, plattnerite and various iron and manganese oxides.
A noted locality for wulfenite is the Red Cloud Mine in Arizona. Crystals are deep red in color and usually very well formed. The Los Lamentos locality in Mexico produced very thick tabular orange crystals.
   

domingo, agosto 24, 2025

Artigo um bocadinho enganoso sobre mineral de meteorito...

 Mineral encontrado em meteorito tem propriedades inéditas de condução de calor

 

Um cristal de tridimite da pedreira de Wannenköpfe, na Alemanha

 

Um material híbrido único, encontrado em meteoritos com séculos de idade e em Marte, que conduz calor de forma extraordinária, mantém condutividade térmica constante através de temperaturas variáveis - um comportamento inédito em qualquer outra substância conhecida.

O material, uma forma especial de dióxido de silício chamada tridimite, representa um avanço na compreensão de como a estrutura atómica afeta o fluxo de calor.

Ao contrário de cristais típicos, onde a condutividade térmica diminui com o aumento da temperatura, ou vidros, onde aumenta com o calor, esta substância derivada de meteorito mantém propriedades constantes de condução de calor independentemente das mudanças de temperatura.

Recentemente, uma equipa de investigadores liderada por Michele Simoncelli, professor assistente na Columbia Engineering, nos Estados Unidos, conduziu um estudo teórico, com recurso a mecânica quântica e machine learning, para tentar prever a existência deste material.

A sua equipa colaborou com investigadores do Instituto Federal Suíço de Tecnologia de Lausanne e da Universidade Sapienza de Roma para desenvolver equações que explicam o comportamento térmico de materiais com estruturas entre estados completamente cristalinos e completamente vítreos.

O estudo, cujos resultados foram apresentados num artigo publicado em julho na PNAS, baseou-se numa pesquisa conduzida anteriormente pela equipa de Simoncelli e publicada em 2019 na Nature Physics.

Durante esta pesquisa, a equipa tinha derivado uma equação unificada que permitia descrever a condutividade térmica tanto em cristais como em vidros, bem como materiais intermédios usados em termoelétricos, células solares e revestimentos de barreira térmica.

Para verificar as suas previsões teóricas, investigadores da Universidade Sorbonne em Paris obtiveram permissão especial do Museu Nacional de História Natural para testar uma amostra de tridimite recolhida de um meteorito que caiu em Steinbach, Alemanha, em 1724.

As suas experiências confirmaram as propriedades únicas do material, em temperaturas que variavam de 80 K a 380 K (-193°C a 107°C).

A estrutura atómica da tridimite meteórica situa-se precisamente entre a dos cristais ordenados e vidro desordenado, criando o seu comportamento térmico invulgar. Este fenómeno assemelha-se ao efeito invar na expansão térmica, que valeu o Prémio Nobel da Física em 1920.

A investigação tem implicações significativas para a tecnologia moderna, particularmente na produção de aço. A equipa prevê que materiais similares possam formar-se através de envelhecimento térmico em tijolos refratários usados em fornos de aço.

Como a produção de aço gera aproximadamente 1,3 kg de dióxido de carbono por kg de aço, representando cerca de 7 % das emissões de carbono dos EUA, materiais derivados da tridimite poderiam ajudar a controlar calor intenso de forma mais eficiente, potencialmente reduzindo a pegada de carbono da indústria.

 

in ZAP

quinta-feira, julho 03, 2025

Romé de l'Isle, o fundador da Cristalografia, morreu há 235 anos

  Estátua de Jean-Baptiste Romé de l'Isle na sua cidade natal, Gray (Haute-Saône)
            
Jean-Baptiste Louis Romé de l'Isle (Gray, 26 de agosto de 1736 - Paris, 3 de julho de 1790) foi um mineralogista francês,  considerado o criador da moderna cristalografia. Formulou a lei de constância dos ângulos interfaciais, no seu Tratado sobre Cristalografia (1772), baseado nas observações do geólogo Nicolaus Steno. Em 1775 foi eleito membro estrangeiro da Academia Real das Ciências da Suécia.
     

sexta-feira, junho 13, 2025

José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu há 262 anos


José Bonifácio de Andrada e Silva (Santos, 13 de junho de 1763 - Niterói, 6 de abril de 1838) foi um naturalista, estadista e poeta brasileiro. É conhecido pelo epíteto de "Patriarca da Independência" por ter sido uma pessoa decisiva para a Independência do Brasil.
Pode-se resumir brevemente a sua atuação dizendo que foi ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros de janeiro de 1822 a julho de 1823. De início, colocou-se em apoio à regência de D. Pedro de Alcântara. Proclamada a Independência, organizou a ação militar contra os focos de resistência à separação de Portugal, e comandou uma política centralizadora. Durante os debates da Assembleia Constituinte, deu-se o rompimento dele e de seus irmãos Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva com o imperador. Em 16 de julho de 1823, D. Pedro I demitiu o ministério e José Bonifácio passou à oposição. Após o fechamento da Constituinte, em 11 de novembro de 1823, José Bonifácio foi banido e exilou-se na França durante seis anos. De volta ao Brasil, e reconciliado com o imperador, assumiu a tutoria do seu filho quando Pedro I abdicou, em 1831. Permaneceu como tutor do futuro imperador até 1833, quando foi demitido pelo governo da Regência.
    
(...)
    
Em 1783, partiu do Rio de Janeiro para Portugal, matriculando-se em outubro na Universidade de Coimbra e iniciando a 30 de outubro seu curso de estudos jurídicos, acrescidos um ano mais tarde, 11 e 12 de outubro de 1784, dos de matemática e filosofia natural.
Além dos cursos, leu muito. Já poetava, e em uma ode sua surgem os nomes de Leibnitz, Newton e Descartes. Leu sobretudo Rousseau e Voltaire, mas leu também Montesquieu, Locke, Pope, Virgílio, Horácio e Camões, e se indignou contra o "mostro horrendo do despotismo". Os seus versos apelavam para as promessas da independência recém-proclamada dos Estados Unidos. Ainda estudante, cuidou de duas questões por cuja solução em vão se empenharia mais tarde: a civilização dos índios, a abolição do tráfico negreiro e da escravatura dos negros.
   
(...)
    
Cedo demonstrou vocação para as pesquisas científicas. A exploração de minas conhecia um auge considerável com o crescimento das necessidades ligadas à revolução industrial. José Bonifácio concluiu, em 16 de junho de 1787, o seu curso de Filosofia Natural e, a 5 de julho de 1788, o de Leis. Recebeu em Portugal apoio do duque de Lafões, D. João de Bragança, que, em 1780, fundara a Academia das Ciências de Lisboa e, a 8 de julho de 1789 fez, perante o Desembargo do Paço, a leitura que o habilitava a exercer os lugares da magistratura. Cinco meses antes, em 4 de março, fora admitido como sócio livre da Academia, o que lhe abrira os caminhos de uma carreira de cientista. Por temperamento, interessava-se por estudos de que resultassem em alguma utilidade, colocando a ciência a serviço do aperfeiçoamento humano. Tinha por divisa: Nisi utile est quod facimus, stulta est gloria. A sua primeira memória apresentada à Academia foi Memória sobre a Pesca das Baleias e Extração de seu Azeite: com algumas reflexões a respeito das nossas pescarias.
    
Visita à Europa
Foi comissionado, em 18 de fevereiro de 1790, para empreender, às custa do Real Erário, uma excursão científica pela Europa, para adquirir, por meio de viagens literárias e explorações filosóficas, os conhecimentos mais perfeitos de mineralogia e mais partes da filosofia e história natural.
Assim, nos meados de 1790, José Bonifácio estava em Paris na fase inicial da Revolução Francesa. Cursou, de setembro de 1790 a janeiro de 1791, os estudos de química e mineralogia e, até abril, aulas na Escola Real de Minas. Os seus biógrafos citam contactos com Lavoisier, Chaptal, Jussieu e outros. Foi eleito sócio-correspondente da Sociedade Filomática de Paris e membro da Sociedade de História Natural, para a qual escreveria uma memória sobre diamantes no Brasil, desfazendo erros. Já não era um simples estudante - começava a falar com voz de mestre. Partiu depois para aulas práticas na Saxónia, em Freiburgo, cuja Escola de Minas frequentou em 1792, recebendo dois anos mais tarde um atestado de que havia frequentado um curso completo de Orictognosia e outro de Geognosia. Ali cursou também a disciplina de siderurgia, com o professor Abraham Gottlob Werner. Percebia o atraso de Coimbra em relação a outros centros de estudo na Europa - a escola de Freiberg marcaria a sua orientação. Ali teve como amigos Alexander von Humboldt, Leopold von Buch e Del Río. Percorreu minas do Tirol, da Estíria e da Caríntia. Foi a Pavia, na Itália, ouvir lições de Alessandro Volta; em Pádua, investigou a constituição geológica dos Montes Eugâneos, escrevendo a respeito um trabalho em 1794, chamado Viagem geognóstica aos Montes Eugâneos. Onde deu completo desenvolvimento a seus estudos foi na Suécia e na Noruega, a partir de 1796, caracterizando em jazidas locais quatro espécies minerais novas (entre os quais a petalita e o diópsido) e oito variedades que se incluíam em espécies já conhecidas - a todos esses minerais descreveu pela primeira vez e deu nome.
Viajou mais de dez anos pela Europa, absorto em seus trabalhos científicos e, aos 37 anos, era um cientista conhecido e consagrado. Regressou a Portugal em setembro de 1800. Visitara, além dos países citados, a Dinamarca, a Bélgica, os Países Baixos, a Hungria, a Inglaterra e a Escócia.
        

sexta-feira, abril 18, 2025

Às vezes os diamantes servem para coisas inusitadas..

Minerais escondidos em diamantes revelam segredos do funcionamento da Terra


 

Um diamante das profundezas da Terra com impurezas


Os diamantes formados no manto inferior da Terra contêm fragmentos de minerais que estão a ajudar os cientistas a compreender o funcionamento interno do nosso planeta.

Nos diamantes, até as impurezas têm valor – é o que diz, à New Scientist, o investigador do Museu Americano de História Natural, em Nova Iorque, Nester Korolev.

Essas impurezas têm um valor inestimável devido à informação que contêm sobre os processos geológicos em curso nas profundezas da Terra. Além disso, algumas delas não se parecem sequer com nada que se tenha encontrado antes.

 “Nestas impurezas, espero que venhamos a descobrir um novo mineral“, disse Korolev, mostrando o diamante.

Este diamante em particular formou-se a cerca de 600 quilómetros abaixo da superfície, perto da fronteira entre o manto superior e o manto inferior. Isto faz com que seja um dos objetos de formação mais profundos que regressaram à superfície do planeta e às mãos dos geólogos.

Este diamante foi desenterrado de uma mina no Brasil. Sabe-se que se formou no manto inferior porque contém inclusões de um mineral de perovskite de silicato chamado davemaoite, que só ocorre a essas profundidades.

O mineral misterioso nele escondido pode revelar mais sobre as condições existentes nas profundezas do solo. Para descobrir, os geólogos enviaram um fragmento do pequeno diamante para França, onde está a ser bombardeado com poderosos raios X de sincrotrão para determinar a estrutura cristalina precisa do mineral misterioso.

Os resultados ainda não são conhecidos, mas não seria o primeiro mineral novo a ser descoberto num diamante.

Quando a resposta chegar, os investigadores poderão descobrir, por exemplo, a quantidade de água que estas placas de crosta oceânica transportam para o manto inferior. Mas isso depende da estrutura cristalina exata dos novos minerais formados quando a crosta oceânica atinge a zona de transição entre o manto superior e o inferior e é transformada pela pressão e pelo calor.

 

Caça aos minerais desconhecidos

Korolev e os seus colegas do Museu estão a utilizar estes raros diamantes para estudar diretamente o material que constitui o interior da Terra – um reino subterrâneo sobre o qual ainda sabemos surpreendentemente pouco.

Como já referido, o trabalho poderá revelar novas informações importantes, tais como a quantidade de água que é transportada para o manto inferior quando as placas da crosta rochosa da Terra são arrastadas para o interior do planeta nas zonas de subducção. Além disso, poderemos também saber como, ou se, esta água profunda influencia o comportamento das placas tectónicas da Terra.

Como escreve a New Scientist, poder-se-á também criar imagens do interior da Terra estudando o comportamento das ondas sísmicas que atravessam o planeta, enquanto as experiências de alta pressão em laboratório e os modelos de computador podem simular as condições no subsolo.

Os diamantes são o grande aliado destas investigações, porque são suficientemente fortes para manter a sua estrutura cristalina – bem como a estrutura dos minerais presos no seu interior – através das mudanças extremas de pressão e temperatura que se verificam no percurso das regiões mais profundas até à superfície.

“A forma exata como estes diamantes profundos fazem estas viagens continua a ser enigmática”, reflete Kate Kiseeva, petrologista do museu e conselheira de Korolev.

Kiseeva é fã da teoria que diz que os diamantes são transportados para cima com material em convecção no manto inferior, demorando centenas de milhões de anos a chegar às raízes rochosas dos continentes. A partir daí, podem ser projetados para a superfície através de vulcões de kimberlito profundamente enraizados.

Uma teoria alternativa é que os diamantes são transportados para a base dos kimberlitos em colunas de rocha quente e flutuante, conhecidas como plumas do manto.

 

in ZAP

segunda-feira, abril 14, 2025

Dana, criador da atual classificação dos minerais, morreu há 130 anos...

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Estudou a formação das montanhas, a atividade vulcânica e a origem e estrutura dos continentes e oceanos.
Foi laureado com a medalha Wollaston pela Sociedade Geológica de Londres em 1872 e a medalha Copley em 1877 pela Royal Society.
Em 1868 Dana batizou de andradita a granada de ferro e cálcio, em homenagem ao luso-brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva, considerado o Patriarca da Independência do Brasil e mineralogista de renome internacional.
 
Publicações
As publicações mais conhecidas de Dana foram System of Mineralogy (1837), Manual of Mineralogy (1848) e Manual of Geology (1863). Uma lista de bibliografia deste autor mostra 214 obras, entre livros e artigos, começando em 1835 com um artigo sobre a situação do Vesúvio, em 1834. O seu relatório sobre os zoófitos, sobre a geologia da área do Oceano Pacífico e sobre crustáceos, sumariando o seu trabalho realizado quando da Expedição Wilkes, apareceu a partir de 1846. Outros trabalhos incluíram Manual of Mineralogy (1848), posteriormente intitulado Manual of Mineralogy and Lithology (ed. 4, 1887); e Corals and Coral Islands (1872; ed. revista em 1890). Em 1887, Dana revisitou as ilhas do Havaí e os resultados da sua investigação foram publicados em Characteristics of Volcanoes (1890).
A obra Manual of Mineralogy, por J. D. Dana, tornou-se um livro de estudo clássico, tendo sido continuamente revisto e actualizado por uma sucessão de editores que incluíram W. E. Ford (13ª-14ª eds., 1912-1929) e Cornelius S. Hurlbut (15ª-21ª eds., 1941-1999). A 22ª edição é revista por Cornelis Klein, sob o título Manual of Mineral Science (2002).
A obra System of Mineralogy também tem sido revista, sendo que a 6ª edição foi editada pelo seu filho, Edward Salisbury Dana. A 7ª edição foi publicada em 1944 e a 8ª edição em 1997 sob o título Dana's New Mineralogy, editada por R. V. Gaines et al.
Dana publicou, entre 1856 e 1857, vários manuscritos com intuito de reconciliar as descobertas científicas com a Bíblia.
Em 1854 foi presidente da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
   

domingo, abril 06, 2025

José Bonifácio de Andrada e Silva morreu há 187 anos...

    
José Bonifácio de Andrada e Silva (Santos, 13 de junho de 1763 - Niterói, 6 de abril de 1838) foi um naturalista, estadista e poeta brasileiro. É conhecido pelo epíteto de "Patriarca da Independência" por ter sido uma pessoa decisiva para a Independência do Brasil.
Pode-se resumir brevemente a sua atuação dizendo que foi ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros de janeiro de 1822 a julho de 1823. De início, colocou-se em apoio à regência de D. Pedro de Alcântara. Proclamada a Independência, organizou a ação militar contra os focos de resistência à separação de Portugal, e comandou uma política centralizadora. Durante os debates da Assembleia Constituinte, deu-se o rompimento dele e de seus irmãos Martim Francisco Ribeiro de Andrada e Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva com o imperador. Em 16 de julho de 1823, D. Pedro I demitiu o ministério e José Bonifácio passou à oposição. Após o fechamento da Constituinte, em 11 de novembro de 1823, José Bonifácio foi banido e exilou-se na França durante seis anos. De volta ao Brasil, e reconciliado com o imperador, assumiu a tutoria do seu filho quando Pedro I abdicou, em 1831. Permaneceu como tutor do futuro imperador até 1833, quando foi demitido pelo governo da Regência.
    
(...)
    
Em 1783, partiu do Rio de Janeiro para Portugal, matriculando-se em outubro na Universidade de Coimbra e iniciando a 30 de outubro seu curso de estudos jurídicos, acrescidos um ano mais tarde, 11 e 12 de outubro de 1784, dos de matemática e filosofia natural.
Além dos cursos, leu muito. Já poetava, e numa ode sua surgem os nomes de Leibnitz, Newton e Descartes. Leu sobretudo Rousseau e Voltaire, mas leu também Montesquieu, Locke, Pope, Virgílio, Horácio e Camões, e se indignou contra o "mostro horrendo do despotismo". Os seus versos apelavam para as promessas da independência recém-proclamada dos Estados Unidos. Ainda estudante, cuidou de duas questões por cuja solução em vão se empenharia mais tarde: a civilização dos índios, a abolição do tráfico negreiro e da escravatura dos negros.
   
(...)
    
Cedo demonstrou vocação para as pesquisas científicas. A exploração de minas conhecia um auge considerável com o crescimento das necessidades ligadas à revolução industrial. José Bonifácio concluiu, em 16 de junho de 1787, o seu curso de Filosofia Natural e, a 5 de julho de 1788, o de Leis. Recebeu em Portugal apoio do duque de Lafões, D. João de Bragança, que, em 1780, fundara a Academia das Ciências de Lisboa e, a 8 de julho de 1789 fez, perante o Desembargo do Paço, a leitura que o habilitava a exercer os lugares da magistratura. Cinco meses antes, em 4 de março, fora admitido como sócio livre da Academia, o que lhe abrira os caminhos de uma carreira de cientista. Por temperamento, interessava-se por estudos de que resultassem em alguma utilidade, colocando a ciência a serviço do aperfeiçoamento humano. Tinha por divisa: Nisi utile est quod facimus, stulta est gloria. A sua primeira memória apresentada à Academia foi Memória sobre a Pesca das Baleias e Extração de seu Azeite: com algumas reflexões a respeito das nossas pescarias.
    
Visita à Europa
Foi comissionado, em 18 de fevereiro de 1790, para empreender, às custa do Real Erário, uma excursão científica pela Europa, para adquirir, por meio de viagens literárias e explorações filosóficas, os conhecimentos mais perfeitos de mineralogia e mais partes da filosofia e história natural.
Assim, nos meados de 1790, José Bonifácio estava em Paris na fase inicial da Revolução Francesa. Cursou, de setembro de 1790 a janeiro de 1791, os estudos de química e mineralogia e, até abril, aulas na Escola Real de Minas. Os seus biógrafos citam contactos com Lavoisier, Chaptal, Jussieu e outros. Foi eleito sócio-correspondente da Sociedade Filomática de Paris e membro da Sociedade de História Natural, para a qual escreveria uma memória sobre diamantes no Brasil, desfazendo erros. Já não era um simples estudante - começava a falar com voz de mestre. Partiu depois para aulas práticas na Saxónia, em Freiburgo, cuja Escola de Minas frequentou em 1792, recebendo dois anos mais tarde um atestado de que havia frequentado um curso completo de Orictognosia e outro de Geognosia. Ali cursou também a disciplina de siderurgia, com o professor Abraham Gottlob Werner. Percebia o atraso de Coimbra em relação a outros centros de estudo na Europa - a escola de Freiberg marcaria sua orientação. Ali teve como amigos Alexander von Humboldt, Leopold von Buch e Del Río. Percorreu minas do Tirol, da Estíria e da Caríntia. Foi a Pavia, na Itália, ouvir lições de Alessandro Volta; em Pádua, investigou a constituição geológica dos Montes Eugâneos, escrevendo a respeito um trabalho em 1794, chamado Viagem geognóstica aos Montes Eugâneos. Onde deu completo desenvolvimento a seus estudos foi na Suécia e na Noruega, a partir de 1796, caracterizando em jazidas locais quatro espécies minerais novas (entre os quais a petalita e o diópsido) e oito variedades que se incluíam em espécies já conhecidas - a todos esses minerais descreveu pela primeira vez e deu nome.
Viajou mais de dez anos pela Europa, absorto em seus trabalhos científicos e, aos 37 anos, era um cientista conhecido e consagrado. Regressou a Portugal em setembro de 1800. Visitara, além dos países citados, a Dinamarca, a Bélgica, os Países Baixos, a Hungria, a Inglaterra e a Escócia.
     

segunda-feira, março 31, 2025

William Lawrence Bragg nasceu há 135 anos

    
William Lawrence Bragg (Adelaide, 31 de março de 1890 - Ipswich, 1 de julho de 1971) foi um físico australiano.
Recebeu em 1915, juntamente com o seu pai William Henry Bragg, o Nobel de Física, por trabalhos na análise da estrutura cristalina através da difração de raios-X. É a pessoa mais jovem a ter sido contemplada com um prémio Nobel de Física: tinha, na época, apenas 25 anos de idade.
  
 
 

 

Modelo de Bragg em duas dimensões

Modelo de Bragg em duas dimensões: a diferença de caminho ótico entre os dois raios é , onde é a distância entre os planos considerados e , o ângulo de incidência

 

Em física do estado sólido, a Lei de Bragg está relacionada ao espalhamento de ondas que incidem em um cristal e fornece uma explicação para os efeitos difrativos observados nesta interação. Estes padrões são explicados relacionando os vetores de onda do feixe incidente e espalhado em uma rede cristalina para o caso de seu espalhamento elástico com os átomos do material.

No caso de ondas de raios X, ao atingirem um átomo, o campo elétrico da radiação provoca uma força na nuvem eletrónica acelerando as cargas livres do material (elétrões). O movimento dessas cargas re-irradia ondas que têm aproximadamente a mesma frequência, uma vez que o espalhamento não é totalmente elástico, podendo haver interações de criação e aniquilação de fonões, porém numa escala de energia muito menor. Nesse modelo, as frequências da radiação incidente e espalhada são consideradas idênticas. As ondas emergentes interferem entre si construtiva e destrutivamente, gerando padrões de difração no espaço que podem ser medidos em um filme ou detetor. O padrão de difração resultante é a base da análise difrativa, chamada difração de Bragg.

 

quarta-feira, março 12, 2025

Vladimir Vernadsky, mineralogista e geoquímico russo, nasceu há cento e sessenta e dois anos

 
Vladimir Ivanovich Vernadsky (São Petersburgo, 12 de março de 1863 - Moscovo, 6 de janeiro de 1945) foi um mineralogista e geoquímico russo, cujas ideias de noosfera foram uma contribuição fundamental para o cosmismo russo.
Foi aluno de Dmitri Mendeleiev (criador da primeira versão da tabela periódica dos elementos químicos) e de Vasily Dokuchaev, fundador da pedologia, a ciência que estuda os solos. Antecedeu em meio século a teoria de Gaia de James Lovelock, pois Vernadsky foi o primeiro a reconhecer o planeta Terra como um sistema esférico auto-regulado, onde a vida é a força geológica que forma o planeta.
É mais conhecido por seu livro A Biosfera, de 1926, no qual inadvertidamente trabalhou para popularizar o termo biosfera do geólogo vienense Eduard Suess, de 1885, formulando a hipótese de que as feições geológicas da Terra são influenciadas biologicamente. Vernadsky postulou que a influência da matéria viva torna-se cada vez mais importante com o passar do tempo, porque mais partes da Terra são incorporadas na Biosfera através de reações químicas e da energia luminosa do Sol.
Foi o fundador de diversas disciplinas científicas, incluindo a geoquímica, a biogeoquímica e a radiogeologia.
É considerado um dos mentores teóricos da Semiótica da Cultura, com a proposição da Biosfera como um mecanismo cósmico. Uma fina camada desenvolvida na superfície de um planeta, vivente da transformação de energia da luz solar em energia química. Este processo culminou na evolução das espécies que se encontram nesta categoria de metabolismo, que através da evolução desenvolveram a consciência e o pensamento dialógico. Esta consciência por sua vez, caracteriza-se por uma nova esfera que se distingue da biosfera, e pode ser chamada de logosfera (esfera dos significados) ou Noosfera.
A cultura é, segundo Vernadsky, a síntese consciente da biosfera, e tem uma função modificadora considerável sobre os elementos naturais e a transformação do todo, não podendo ser considerada apenas uma abstração superficial.
      

Alfred Lacroix, famoso vulcanólogo e mineralogista, morreu há 77 anos...

     
Alfred Antoine François Lacroix, né le à Mâcon (Saône-et-Loire) et mort le à Paris, est un minéralogiste, pétrographe et géologue, volcanologue français, professeur au Muséum national d'histoire naturelle et membre du Collège de France. Il fut secrétaire perpétuel de l'Académie des sciences pendant 34 ans.
Ce chercheur scientifique a marqué la minéralogie française. L'espèce minérale naturelle de fluorophosphate d'aluminium et de sodium monoclinique, de formule chimique NaAl(PO4)F a été dénommée en 1914 par František Slavik, la lacroixite en son honneur.

Biographie
Issu d'une famille de pharmaciens et de médecins, il s'intéresse dès le lycée à la minéralogie à travers les manuels de René Just Haüy, Pisani et Dufrénoy. Selon son propre témoignage, il a été dès sa prime enfance initié par son grand-père, collectionneur féru de minéraux et minéralogiste amateur, fin connaisseur des ressources minérales et géologiques du département du Rhône et du département de Saône-et-Loire, en particulier du Beaujolais natal.
À 18 ans, il est accepté comme membre de la Société de minéralogie de France. Après un stage de pharmacie (1881-1883), pendant lequel il continue à étudier la minéralogie, il entre à l'école de pharmacie de Paris. Les échantillons de minéraux qu'il offre au service d'Alfred Des Cloizeaux lui ouvrent les portes de son laboratoire. Dans le même temps, il assiste au cours de Ferdinand Fouqué, professeur de pétrographie au collège de France, et s'initie aux méthodes de microscopie utilisées en minéralogie. Il suit aussi les cours de Charles Friedel à la Sorbonne et de François Ernest Mallard à l'École des mines. Pendant l'été 1884, il effectue un voyage d'études en Écosse et, l'année suivante, en Norvège et en Suède. En 1887, il visite l'Italie du Nord, la Sardaigne et l'île d'Elbe. Les échantillons qu'il rapporte s'ajoutent aux collections du Muséum et du Collège de France. C'est à cette époque qu'il reçoit son diplôme de pharmacien de 1re classe. Mais il décide de se consacrer à la minéralogie.
Il devient docteur es sciences en 1889 après avoir travaillé deux années comme préparateur au Collège de France. Il voyage au Canada, en Italie, en Allemagne. Il succède à Des Cloizeaux au Muséum d'histoire naturelle. Son travail permet à ce département de minéralogie de devenir un centre de recherche de premier plan. Chargé du service de la carte géologie des Pyrénées, il y découvre la spécificité des minéraux des principales roches de surface en parcourant la montagne. Il décide de mieux présenter les minéraux silicates et titanates des roches éruptives, avant d'entreprendre une Minéralogie de la France volontairement la plus exhaustive, éditée à partir de 1892, avec l'aide et l'appui discret de quelques dizaines de scientifiques français, conscients du retard colossal de la science française depuis la fin des années 1840. Dans cet opus de longue haleine, le minéralogiste veut exposer la façon dont il comprend l'étude des minéraux, tout en commençant un bilan des recherches minéralogiques du sol.
Son intérêt pour la minéralogie issue du volcanisme et sa nomination à diverses commissions scientifiques d'observation volcanique, se déplaçant sur les sites pour comprendre les mécanismes et les formations minérales, le pousse à voyager. Il visite l'île volcanique de Théra dans l'archipel de Santorin et participe à une mission officielle à la Martinique après l'éruption de la montagne Pelée en 1902.
En 1904, il est élu membre de l'Académie des sciences, dont il devient le secrétaire perpétuel pour les sciences physiques en 1914, charge qu'il occupe pendant 34 ans. En 1906, il assiste à une éruption du Vésuve et en 1908 à celle de l'Etna. La Société géologique de Londres lui décerne la médaille Wollaston en 1917. Le rythme de ces voyages diminue, bien qu'il visite encore l'Italie (1924), l'Espagne (1926) et représente la France au congrès pan-pacifique de Tokyo en 1926. En 1936, il cesse d'enseigner, mais continue à faire de la recherche et soutient des explorateurs comme les spéléologues Norbert Casteret, Alfred Chappuis ou Émile Racovitza qui lui envoient des échantillons. Après la mort de sa femme en 1944, il continue de s'investir dans son laboratoire et c'est dans celui-ci qu'il meurt en 1948.
Ses études sont à l'origine de l'explication de la formation des dômes volcaniques et des nuées ardentes. Parmi ses principales publications se trouvent la Minéralogie de la France (et de ses colonies) (1893-1898-1904-1910-rééditions posthumes), La Montagne Pelée et ses éruptions (1904), la Minéralogie de Madagascar (1921). 
     

segunda-feira, março 10, 2025

William Henry Bragg morreu há 83 anos...

  

Em 1915 recebeu, com o seu jovem filho, William Lawrence Bragg, o Nobel de Física, pelo estudo e análise da estrutura cristalina através da difração de raios-X.

terça-feira, março 04, 2025

O mineralogista Alfredo Bensaúde nasceu há 169 anos

Busto de Alfredo Bensaúde, esculpido por António Duarte - Instituto Superior Técnico

 

Alfredo Bensaúde (Ponta Delgada, 4 de março de 1856 - Ponta Delgada, 1 de janeiro de 1941) foi um mineralogista, engenheiro e professor universitário de ciências geológicas, reformador do ensino tecnológico em Portugal no início do século XX. Foi o fundador e primeiro diretor do Instituto Superior Técnico (IST) em Lisboa.  


Biografia

Nasceu em Ponta Delgada, primeiro filho de José Bensaúde (1835-1922), importante e culto industrial açoriano de origem judaica e de Raquel Bensliman (1836-1934). Foi irmão de Joaquim Bensaude (1859-1952), destacado historiador dos Descobrimentos Portugueses e de Raul Bensaude, famoso médico em Paris.

Depois de fazer os seus estudos preparatórios em Ponta Delgada, aos 15 anos de idade foi enviado pelo pai para a Alemanha, a fim de se educar nesse país e onde prosseguiu os estudos. Começou por frequentar as classes preparatórias da Escola Técnica Superior de Hanôver, em Hanôver, passando, depois, para o curso de Engenharia na Escola de Minas de Clausthal, em Clausthal, hoje Clausthal-Zellerfeld, obtendo o grau de Engenheiro de Minas em 1878.

Permaneceu na Alemanha, prosseguindo e terminando os seus estudos na Georg-August-Universität Göttingen, em Göttingen, onde, em 1881, obteve o grau de Doutor em Filosofia na especialidade de Mineralogia. No ano seguinte, em 1882, premiou a mesma Universidade uma memória sua. A sua dissertação versa a cristalografia do mineral perovskite, então descoberto na Rússia e foi premiada e publicada pelo Governo Alemão.

A partir de 1884 fixou-se em Lisboa, sendo nomeado Professor de Mineralogia e Geologia no Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, função que exerceu seguidamente. Imbuído dos métodos práticos com que estudara na Alemanha, introduziu os métodos laboratoriais de ensino, revolucionando a forma de ensino das disciplinas que regia. Foi o introdutor em Portugal do ensino da Cristalografia e das modernas técnicas de Petrografia.

Após a Implantação da República Portuguesa, em 1910, foi convidado e confiou-lhe o Dr. Manuel de Brito Camacho, Ministro do Fomento do Governo Provisório, o encargo de instalar, dirigir e reformar o Instituto Superior Técnico, de que foi Professor e o primeiro Diretor, empreendimento que levou a cabo de maneira muito notável, tendo a oportunidade de renovar também nestas funções os métodos de ensino da Engenharia em Portugal e o pessoal docente. Dirigiu a instituição desde a sua fundação em 1911 até 1922, ano em que se retirou para Ponta Delgada, onde, aquando e devido ao falecimento de seu pai, lhe coube a missão de lhe suceder e de assumir a administração da empresa industrial que este havia fundado na ilha de São Miguel.

Residindo em Ponta Delgada, mas de onde se ausentava com frequência em visitas ao estrangeiro, manteve a sua atividade intelectual, colaborando com diversas instituições locais e dedicando-se ao estudo da mineralogia açoriana. Neste período descreveu a açorite, um mineral aparentado com o zircónio comum nas rochas vulcânicas.

Alfredo Bensaude foi admitido como Sócio Correspondente da Academia das Ciências de Lisboa em 1893 e como sócio efetivo em 1911. Em 1929 foi declarado Académico Emérito.

Publicou múltiplos artigos sobre assuntos da sua especialidade e trabalhos sobre reforma pedagógica do ensino das ciências naturais e da engenharia. Algumas das suas obras são marcos importantes no património pedagógico de Portugal, entre elas as Notas Histórico-Pedagógicas sobre o Instituto Superior Técnico (1922), onde criticou inúmeras deficiências do ensino técnico em sobre os cursos de engenharia, propondo uma reestruturação pedagógica profunda, com destaque para o aumento do número de laboratórios. Tentou provar que a associação da teoria a prática era importante até mesmo aos cursos de Arquitetura. Foi o responsável pelo surgimento das primeiras disciplinas que envolviam técnicas de desenho.

Entre os seus trabalhos, contam-se, além da Tese de Doutoramento e memória laureada pela Universidade, Relatórios sôbre vários jazigos minerais de Portugal, notícias várias sobre mineralogia, publicadas em revistas alemãs, francesas e portuguesas, uma monografia sobre o diamante na revista portuense da Sociedade Carlos Ribeiro, precursora da "Portugália", de Ricardo Severo, um estudo sobre o Ensino Tecnológico, de 1892, cujas ideias pôs em prática quando tomou a Direção do Instituto Superior Técnico: Études sur le séisme du Ribatejo du 23 Avril 1909, em colaboração com Paulo Choffat e impresso pela Comissão dos Trabalhos Geológicos de Portugal.

Paralelamente à sua atividade científica e empresarial, teve como hobby a construção e restauro de violinos. A paixão pelos violinos terá surgido quando assistiu em Hanôver à repetição das experiências de acústica do médico e físico francês Félix Savart (1791-1841). Construiu o seu primeiro violino em 1874, ano em que frequentou a oficina, em Hanover, do construtor de violinos dinamarquês Jacob Eritzoe, que fora durante muitos anos contramestre da oficina de August Riechers, em Berlin. Chegou a interromper os estudos no ano letivo de 1874/1875 para aprender a arte de construir violinos. Os seus instrumentos eram simétricos na curvatura dos tampos e no contorno da costilha, diferente dos tradicionais, aos quais aplicava verniz de composição sua, com elasticidade, transparência e brilho característicos. Entre os seus trabalhos nesta área, contam-se: Uma conceção evolucionista da música e As canções de F. Schubert, ambas de 1905.

Escreveu, ainda, a biografia de seu pai, Vida de José Bensaude, de 1936.

A 6 de novembro de 1929 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 14 de novembro de 1936 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública.

Em sua homenagem, foi criado o Museu Alfredo Bensaúde, no Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos do Instituto Superior Técnico e foi dado o seu nome à Avenida Doutor Alfredo Bensaude, em Santa Maria dos Olivais, Lisboa.

Casou com Jane Oulman Bensaude (1862-1938), autora de livros didáticos e infantis. Foi pai da bióloga Matilde Bensaude (1890-1969).