Evolução da Operação Barbarossa
O objetivo inicial da Operação Barbarossa era uma rápida tomada da parte europeia da
União Soviética a oeste da linha que liga as cidades de
Arkhangelsk a
Astrakhan, chamada de
linha A-A, na Diretiva nº 21 de
Adolf Hitler. Até o final do mês de janeiro de 1942, o avanço alemão foi paralisado pelo
Exército Vermelho. Embora não tenha alcançado o objetivo desejado de uma conquista total do território inimigo e a vitória sobre este, as tropas alemãs haviam conseguido tomar as mais importantes áreas económicas do território soviético, concentradas principalmente na
Ucrânia. Apesar destes sucessos alcançados, os alemães não conseguiram formar novamente uma força ofensiva que chegasse até Moscovo.
Com a falha da Operação Barbarossa, foi aberta uma nova frente na Segunda Guerra, a
Frente Oriental, onde foram concentradas mais forças do que em qualquer outro teatro de guerra da história, sendo assim, ficou inevitável que neste fronte ocorressem algumas das maiores batalhas, baixas e atrocidades, trazendo o horror para as forças alemães e soviéticas que ali se enfrentavam, influenciando decisivamente no curso da guerra e da história do
século XX.
Antecedentes
As atitudes do líder soviético
Estaline deram as justificativas para a invasão alemã e a necessidade de uma vitória. Nos anos
30, Estaline havia ordenado que milhões de cidadãos (incluindo muitos oficiais do exército soviético, competentes em questões militares) fossem eliminados, no que ficou conhecido como
Grande Purga. Foi feito um apelo pela propaganda alemã de que os soviéticos planeavam atacá-los.
O ditador
nazi Adolf Hitler deixara claro a seus generais que desejava terminar a questão soviética antes do rigoroso inverno russo – em outras palavras, a campanha deveria ser rápida e fulminante, onde a
Luftwaffe deveria eliminar e paralisar a Força Aérea Russa na maior extensão possível, apoiando o avanço do
Exército Alemão. Como havia ocorrido na
Blitzkrieg, na Polónia e no Benelux e França, os pilotos de
Göring fariam ataques preventivos contra as forças inimigas, buscando alcançar a superioridade aérea que permitisse a eles utilizar os bombardeiros e caças para cortar as linhas de suprimentos e comunicação, isolando as tropas soviéticas que estivessem no fronte.
Mas, na véspera da invasão, o ditador italiano
Benito Mussolini pediu ajuda a Hitler, pois havia tentado invadir a
Grécia através da
Albânia, que havia conquistado em
1939, e, não apenas não havia dominado a Grécia, como estavam em vias de perder a Albânia para os gregos. Hitler enviou ajuda, e dominou quase toda a região dos
Balcãs. E isso atrasou a Operação Barbarossa em algumas semanas, atraso que se mostrou decisivo, pois logo veio o temido inverno russo.
Três grandes grupos de exércitos foram formados: o
Norte, encarregado de ocupar a
Lituânia e
Letónia rumo a
Leninegrado (atualmente
São Petersburgo), recebendo o apoio da recém formada
Luftflotte 1 sob comando do general
Alfred Keller, contando com 480 aeronaves; o
Centro, que visava um ataque frontal à capital,
Moscovo, com o apoio da
Luftflotte 2, sob o comando de
Albert Kesselring, contando com 1.080 aeronaves e o
Sul, destinado a ocupar os vastos campos de
trigo da
Ucrânia e, por fim, o
petróleo do
Cáucaso, recebendo o apoio da
Luftflotte 4 comandada pelo
GeneralAlexander Lohr, com uma força de 690 aviões.
Imagem de um campo de batalha na Ucrânia
Primeiras vitórias nazis
Às 03.15 da madrugada do domingo de
22 de junho de
1941, cerca de 4 mil veículos blindados e 180 divisões formadas por mais de 3,5 milhões de soldados do
Eixo irromperam sobre as defesas soviéticas. Por ar, a
Luftwaffe atacou as bases inimigas que havia detectado dias antes com aeronaves de reconhecimento, tendo assim alcançado um grande sucesso ao destruir cerca de 1.800 aeronaves soviéticas, somente no primeiro dia de invasão, e, até ao dia
29 de junho, este número já havia chegado a 4000 aeronaves destruídas, sendo 2500 destas destruídas pela
Luftflotte 2, sofrendo uma perda de somente 150 aeronaves.
A mobilização do
Exército Vermelho para tentar deter o avanço alemão não foi capaz de deter o ímpeto do ataque; centenas de milhares de soldados foram envolvidos em combate pelos alemães. Cidades como
Minsk e
Kiev foram cercadas em poucos dias. Em agosto de
1941, os alemães haviam aprisionado meio milhão de soldados soviéticos, e pelo menos outras 89 divisões (cerca de 1,8 milhão de soldados) teriam o mesmo destino antes de dezembro.
Estaline e a terra arrasada
Nos primeiros dias do ataque, o líder
soviético Josef Estaline permaneceu isolado, sem emitir comunicados. O facto de a Alemanha tê-lo traído o perturbava-o. Em
3 de julho de
1941, Estaline transmitiu o comunicado dito da
terra arrasada: cidades, casas e plantações deveriam ser destruídos ou queimados, para privar os invasores dos seus recursos. O povo soviético deveria abandonar toda e qualquer complacência com os alemães.
Embora relativamente eficiente, no sentido de reanimar a população desesperada pela ofensiva alemã e por usar a linguagem típica do camponês russo, os ecos da transmissão não foram unânimes. Em parte por seu regime e pelas dificuldades originadas pelas reformas económicas que ele implantara tão drasticamente.
Assim sendo, em muitas aldeias da
Ucrânia,
Lituânia,
Letónia e
Estónia – estas três últimas eram estados independentes antes de serem anexadas por Estaline em
1940 – os invasores
alemães foram recebidos como "libertadores".
O General Inverno
Em novembro de
1941, os alemães já tinham conquistado uma área quatro vezes maior que a
Grã-Bretanha. O cerco a
Leningrado (atualmente
São Petersburgo) começara, e perduraria por três anos.
Moscovo , queestava a apenas algumas semanas de marcha, quando os primeiros flocos de
neve começaram a cair, prejudicando o avanço alemão, uma vez que as tropas alemãs não estavam preparadas para o rigoroso inverno russo.
Cerca de 250 mil soldados da
Wehrmacht pereceram ao enfrentar, além dos russos, temperaturas abaixo de dez graus negativos. Ambos os lados lutaram bravamente, nas mais duras condições. Vale ressaltar que o nome da cidade de
Estalinegrado era uma homenagem a
Josef Estaline, o que tornava maior o seu valor para os alemães, caso fosse tomada.
Outra consequência do rigoroso inverno foi que as armas e veículos alemães paravam de funcionar com temperaturas tão baixas, o que retardava ainda mais o avanço. O
"General Inverno" outra vez se impunha, como já havia feito contra
Napoleão Bonaparte, em
1812. Nas áreas conquistadas, o inverno atuou também contra as tropas russas, pois os alemães encontravam-se abrigados. Deve-se ressaltar, portanto, que o inverno tornou as condições terríveis para ambos os exércitos.
Unidade alemã utilizando cavalos, na região de Kursk, na União Soviética
A defesa de Moscovo
Com o fulminante avanço alemão sobre a capital da
União Soviética, instalou-se o desespero entre os moscovitas. Muitos fugiram, entre eles muitos dirigentes do
Partido Comunista da União Soviética. Mas
Estaline permaneceu – numa tentativa de reerguer o moral do povo. Entregou a hercúlea tarefa de defender a cidade ao seu mais experimentado e competente general,
Georgy Jukov. Tão truculento e resoluto quanto seu líder, ele reorganizou o
Exército Vermelho e fê-lo desfechar um gigantesco contra-ataque sobre as tropas alemãs. Em janeiro de
1942, os russos já tinham forçado a
Wehrmacht a recuar cerca de 200 quilómetros, salvando a capital.
Por fim, Hitler mudou de ideias, instigando um ataque ao
Cáucaso, que levaria os alemães a uma derrota flagrante em
Estalinegrado e à reversão da ofensiva na frente oriental. Os soviéticos ainda teriam de trilhar um longo caminho para expulsar o invasor de sua pátria.