quinta-feira, agosto 22, 2024

O Brasil entrou na II Guerra Mundial há 82 anos


O Brasil, embora, na época, estivesse sendo comandado por um regime ditatorial favorável ao modelo fascista (o Estado Novo getulista) dos Países do Eixo, acabou participando da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) junto dos adversários destes, os Países Aliados. Em fevereiro de 1942, submarinos alemães e italianos iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico em represália à adesão do Brasil aos compromissos da Carta do Atlântico (que previa o alinhamento automático com qualquer nação do continente americano que fosse atacada por uma potência extracontinental), o que tornava sua neutralidade apenas teórica.

Durante o ano de 1942, em meio a incentivos económicos e pressão diplomática, os americanos instalaram bases aeronavais ao longo da costa Norte-Nordeste brasileira. Após meses do torpedeamento de navios mercantes brasileiros (21 submarinos alemães e dois italianos foram responsáveis pelo afundamento de 36 navios mercantes brasileiros, causando 1.691 náufragos e 1.074 mortes, o que foi o principal motivo que conduziu à declaração de guerra do Brasil à Alemanha e Itália) o povo vai às ruas e o Governo Brasileiro declara guerra à Alemanha nazi e à Itália fascista, em agosto de 1942.

Sendo, na época, um país com uma população maioritariamente analfabeta, vivendo no campo, com uma economia com foco principal voltado para exportação de commodities, uma política internacional tradicionalmente isolacionista com eventuais alinhamentos automáticos contra "perturbadores da ordem e do comércio internacionais", sem uma infraestrutura industrial-médico-educacional que pudesse servir de sustentação material e humana ao esforço de guerra que aquele conflito exigia, o Brasil não apenas se viu impedido de seguir uma linha de ação autónoma no conflito como encontrou dificuldades em assumir mesmo um modesto papel. A Força Expedicionária Brasileira, por exemplo, teve sua formação definida na Conferência do Potengi, logo após a Conferência de Casablanca, mas sua criação foi protelada por um ano, após a declaração de guerra.

Por fim, o seu envio para a frente de batalha foi iniciado somente em julho de 1944, quase dois anos após a declaração, tendo sido enviados cerca de 25.000 homens, de um total inicial previsto de 100.000. Mesmo com problemas na preparação e no envio, já na Itália, treinada e equipada pelos americanos, a Força Expedicionária Brasileira cumpriu as principais missões que lhe foram atribuídas pelo comando aliado. 

   

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A União Nacional dos Estudantes (UNE) organizou passeatas nas principais cidades brasileiras, exigindo a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados. Nessas passeatas era comum que alguns estudantes aparecessem fantasiados de Hitler, com o objetivo de ridicularizar o ditador nazi. Tais passeatas acabaram recebendo uma grande adesão popular, não só de estudantes universitários, mas de outros setores da população, os quais também exigiam a guerra. Foi o que bastou para forçar o relutante governo de Getúlio Vargas a entrar na guerra. Em 22 de agosto, após uma reunião ministerial, o Brasil declarava "estado de beligerância" à Alemanha nazi e à Itália fascista, formalizada através do Decreto-Lei nº 10.508, expedido no dia 31 daquele mês. 

   

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