O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas.
Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Olga Maria Elisabeth Friederike Schwarzkopf nasceu em Jarotsching, na província de Posen, na Prússia (atual Polónia), filha de Friedrich Schwarzkopf e de sua esposa Elisabeth, née Fröhling. Schwarzkopf mostrou um interesse em música desde cedo. Sua primeira aparição em uma ópera foi em 1928, como Eurydice na produção escolar de Orfeo ed Euridice em 1928, em Magdeburg, Alemanha. Em 1937, Schwarzkopf começou os seus estudos musicais na Berlink Hochschule für Musik, mas com a sugestão do barítono Karl Schmitt-Walter, ela trocou de professores e começou a trabalhar com a aclamada soprano coloratura Maria Ivogün e com seu marido, o pianista Michael Raucheisen. Ivogün comentou sobre sua nova aluna: "Notável, minha criança!".
Início
Em 1933, logo após os nazis
tomarem o poder, o pai de Elisabeth Schwarzkopf, o diretor de uma
escola local, foi demitido de seu cargo pelas novas autoridades
nazis. Ele também foi banido de qualquer outro posto de professor.
Antes da demissão de seu pai, Schwarzkopf havia tentado ingressar
num curso de medicina, com apenas 17 anos de idade; mas com a demissão, não foi aceite na universidade e começou, posteriormente, os seus
estudos na Universidade de Artes de Berlim (em alemão, Berlin Hochschule für Musik). Schwarzkopf fez sua a estreia profissional na Ópera Alemã de Berlim (então chamada de Deutsches Opernhaus) em 15 de abril de 1938, no segundo ato da ópera Parsifal de Richard Wagner. Em 1940 Schwarzkopf foi premiada com um contrato com a casa, com a condição de que ingressasse no Partido Nazi (uma decisão que levou ao boicote de seus espetáculos nos Estados Unidos por vários anos).
Schwarzkopf fez a sua estreia oficial no Royal Opera House em 16 de janeiro de 1948, como Pamina em Die Zauberflöte de Mozart, uma performance cantada em inglês e no La Scala em 19 de junho de 1950 cantando a Missa Solemnis de Ludwig van Beethoven.
A associação da soprano com a casa de ópera milanesa começou na década
de 50, dando a ela a oportunidade de cantar diversas vezes na casa,
com diversos papéis diferentes, como Mélisande em Pelléas et Mélisande (Claude Debussy), Jole em Eracle (Georg Friedrich Händel), Marguerite em Faust (Charles Gounod), Elsa em Lohengrin (Richard Wagner), entre tanta outras personagens. Em 11 de setembro de 1951, ela apareceu na casa como Anne Trulove na première mundial da ópera The Rake's Progress de Igor Stravinsky. Schwarzkopf fez a sua estreia nos Estados Unidos em 20 de setembro de 1955 com a Ópera de São Francisco como Marschallin, e a sua estreia no Metropolitan Opera House ocorreu dia 19 de dezembro de 1964, também como Marschallin.
Em março de 1946, Schwarzkopf foi convidada para uma audição por
Walter Legge, um influente produtor de uma gravadora britânica e
fundador da Orquestra Philharmonia. Legge a convidou para cantar o liedWer rief dich denn? de Hugo Wolf
e impressionado, ela assinou um contrato exclusivo com a EMI. Eles
então começaram uma parceria e Legge consequentemente tornou-se
empresário e companheiro de Schwarzkopf. Eles se casaram dia 19 de
outubro de 1953 em Epsom, Surrey. Schwarzkopf adquiriu cidadania
britânica graças ao seu casamento. Na década de 60, Schwarzkopf
concentrou-se em cinco exclusivas personagens: Donna Elvira, Condessa
Almaviva, Fiordiligi, Condessa Madeleine e Marschallin. Ela também foi
bem recebida como Alice Ford em Falstaff do italiano Giuseppe Verdi.
A última performance operística de Schwarzkopf foi como Marschallin dia 31 de dezembro de 1971, no teatro La Monnaie em Bruxelas. Nos próximos sete anos, ela devotou-se aos recitais de Lied.
No dia 17 de março de 1979, Walter Legge sofreu um grave ataque do
coração. Ele não atendeu ao pedido do médico para que descansasse, e foi
ao último recital de Schwarzkopf, dois dias depois em Zurique. Três dias depois ele morreu.
Após a retirada dos palcos , Schwarzkopf lecionou em todo o mundo, nomeadamente na Escola Juilliard em Nova Iorque. Após passar alguns anos na Suíça, ela fez do país a sua residência. Ela foi feita Doutora em Música pela Universidade de Cambridge em 1976 e tornou-se Dama Comendadora da Ordem do Império Britânico em 1992.
Schwarzkopf morreu dormindo durante a noite de 2-3 de agosto de 2006 na sua casa em Schruns, Vorarlberg, Áustria, aos 90 anos. Imediatamente seguida pela sua morte, uma lenda urbana apareceu: que ela era tia do general do exército americano Norman Schwarzkopf. Esse mito foi publicado em diversos obituários. No tanto, era filha única e nunca teve sobrinhos.
Maria Callas (Nova Iorque, 2 de dezembro de 1923 - Paris, 16 de setembro de 1977) foi uma cantora lírica americana de ascendênciagrega, considerada a maior celebridade da Ópera no século XX e a maior soprano e cantora
de todos os tempos. Apesar de também famosa pela sua vida pessoal, o
seu legado mais duradouro deve-se ao impulso a um novo estilo de atuação
nas produções operáticas, à raridade e diferença do seu tipo de voz e
ao resgate de óperas há muito esquecidas do bel canto, estreladas por ela.
Biografia
Nascida Maria Cecilia Sofia Anna Kalogeropoulou, Callas era filha de imigrantes gregos e, devido a dificuldades económicas, teve que regressar à Grécia, com a sua mãe, em 1937. Estudou canto no Conservatório de Atenas, com a soprano coloraturaElvira de Hidalgo.
Callas começou a despontar no cenário lírico em 1948, com uma interpretação bastante notável para a protagonista da ópera Norma, de Bellini, em Florença.
Todavia, sua carreira só viria a projetar-se à escala mundial no ano
seguinte, quando a cantora surpreendeu crítica e público ao alternar, na
mesma semana, récitas de I Puritani, de Bellini, e Die Walküre, de Wagner. Ela preparara o papel de Elvira
para a primeira ópera em apenas dois dias, a convite de Serafin, para
substituir quem realmente faria aquele papel. Para se ter ideia do seu
feito, é o mesmo que pedir para Birgit Nilsson, famosa soprano
dramático para cantar Violetta em La Traviata, e como Callas não teve
tempo para aprender o libretto completo, apenas a música, tanto que o
ponto lhe soprou o texto.
A partir dos anos 1950, Callas começou a apresentar-se regularmente nas mais importantes casas de espetáculo dedicadas à ópera, tais como La Scala, Covent Garden e Metropolitan.
São os seus anos áureos e, ao lado de sua fama como cantora
internacional, também vai sua fama de temperamental, muitas vezes
excessivamente por causa do seu perfecionismo. Famosa foi a sua
rivalidade com Renata Tebaldi
e as disputas públicas, através de declarações para jornais, que
várias vezes lhe renderam a primeira página, assim como seus triunfos
operáticos. Era uma figura extremamente pública e contribuiu para
reacender o estrelato da ópera e dos seus intérpretes. Alguns críticos
inclusive afirmam que até nas gravadoras havia uma divisão, para acirrar
as disputas entre Callas e Tebaldi, e para influenciar as comparações
entre gravações feitas por Tebaldi ao lado do tenor Del Monaco, e
Callas ao lado de Di Stefano. A sua voz começou a apresentar sinais de
declínio no final dessa década, e a cantora diminuiu consideravelmente
as suas participações em montagens de óperas completas, limitando sua
carreira a recitais e noites de gala e terminando por abandonar os
palcos em 1965. O seu abandono deveu-se em grande parte ao desequilíbrio emocional da cantora, que ao conhecer o magnata gregoAristóteles Onassis,
dedica-se integralmente ao seu amado, afirmando ter começado ali sua
vida de verdade. Foi quando ela parou de ensaiar, adiou e cancelou
apresentações, se tornou figura constante em noites de festa, bebendo
inclusive, coisas que contribuíram para o declínio de sua voz e o fim da
carreira. Em 1964, encorajada pelo cineastaitalianoFranco Zefirelli, volta aos palcos em sua maior criação, Tosca, no Convent Garden, tendo como seu parceiro o amigo de longa data Tito Gobbi. Essa versão da Tosca está disponível em DVD (apenas o segundo ato) e em CD (completa) e entrou para a história do mundo operático. A sua última apresentação em uma ópera completa foi como Norma,
em Paris, no ano de 1965, e, devido à sua saúde vocal debilitada, não
aguentou até ao fim, desmaiando ao cair da cortina no fim da terceira
parte.
No início dos anos 70 passou a dedicar-se ao ensino de música na Juilliard School. Em 1974, entretanto, retornou aos palcos, para realizar uma série de concertos pela Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente ao lado do tenorGiuseppe di Stefano.
Com sucesso no público, o programa foi todavia massacrado pela crítica
especializada. A voz já não era a mesma, mas o que mantinha o público
firme nas apresentações era o amor. A sua atuação foi prejudicada, pois
uma vez que tinha que fazer muito mais esforço para manter a afinação, a
entrega à interpretação não foi tão subtil como no passado.
Cantou em público pela última vez, a 11 de novembro de 1974, no Japão.
Onassis, então casado com Mrs. Kennedy, tem sérios problemas de saúde e
vem a falecer. Callas começa agora um período de isolamento e, afastada
do mundo, passa a viver na Avenue Georges Mandel, em Paris, com a
companhia da governanta, Bruna, e do motorista, Ferruccio. Um possível
regresso é ensaiado e preparada pelo cineastaFranco Zefirelli,
mas Callas não tem mais a segurança do passado, pois faltava-lhe a
vontade. Tenta realmente outras funções, como professora, diretora
artística, mestre de coral, mas nada a satisfazia. Não sabia sequer
como deslocar um coro. Começa a impor exigências absurdas para que
aconteçam as apresentações. Essa é agora sua maneira de dizer não,
exigindo o impossível. Uma gravação da Traviata, com o tenor em
ascensão Luciano Pavarotti
é estudada, mas o projeto logo é abandonado por Maria. Amigos ainda a
visitam com frequência. Giulini (maestro), o crítico John Ardoin, mas
Callas ja está "morta" há muito tempo, e, em 16 de setembro de 1977, ela
simplesmente deixa de existir, pouco antes de completar 54 anos, no
seu apartamento em Paris, por causa de um ataque cardíaco.
As suas cinzas foram atiradas ao Mar Egeu, como era a sua vontade.
Vida pessoal
Maria Callas foi a mais controversa e possivelmente a mais dedicada
intérprete lírica. Com uma voz de considerável alcance, Callas encantou
nos teatros mundiais de maior destaque. Esta intérprete, senhora de
raros dotes vocais e interpretativos, revolucionou o mundo da Ópera,
trazendo-a novamente às origens. Para Maria Callas a expressão vocal era
primordial, em detrimento dos exageros vocais injustificados - tudo na
Ópera tem que fazer sentido visando a dar ao público algo que o mova,
algo credível.
Esta foi a mais destacada e famosa cantora lírica, e fez jus à sua
fama, pois interpretou várias dezenas de Óperas de diversíssimos
estilos. Callas perpetuou-se em papéis como Medea, Norma, Tosca, Violetta, Lucia, Gioconda, Amina, entre outros, continuando, nestes papéis, a não existir nenhuma artista que lhe faça sombra.
Um dos aspectos que certamente contribuiu para a lenda que se formou em
torno de Maria Callas diz respeito à sua conturbada vida pessoal. Dona
de um temperamento forte, que parecia a correlação perfeita para a
intensa carga dramática com que costumava abordar as suas personagens no
palco, tornou-se famosa por indispor-se com maestros e colegas em
nome de suas crenças estéticas.
Em 1958, após ter abandonado uma récita de Norma na Ópera de Roma
doente, foi fortemente atacada pela imprensa italiana, que julgou que a
soprano queria ofender o presidente italiano, presente na plateia. O
escândalo comprometeu a sua carreira na Itália e, no mesmo ano, entrou
em disputa com Antonio Ghiringhelli, responsável pelo La Scala, que não mais a queria no teatro. Somente voltou a apresentar-se no La Scala em 1960, na ópera Poliuto de Donizetti; ainda em 1958, foi sumariamente demitida do Metropolitan por Rudolf Bing, que desejava que ela alternasse apresentações de La Traviata e Macbeth, óperas de Verdi
com exigências vocais muito distintas para a soprano. À exigência de
Bing, Callas, numa réplica célebre, respondeu que a sua voz não era um
elevador.
Em 1959, rompeu um casamento de dez anos com seu empresário, G. B.
Meneghini, muito mais velho do que ela. Manteve, em seguida, uma tórrida
relação com o milionário grego Aristoteles Onassis, com quem não foi feliz e que rendeu variado material para jornais tabloides sensacionalistas.
Trabalhava intensamente e em mais de uma ocasião subiu aos palcos
contra a recomendação dos seus médicos. Com uma forte constipação,
escapou em 2 de janeiro de 1958 da Ópera de Roma pela porta dos fundos após um primeiro ato sofrível de Norma, de Bellini, numa récita prestigiada pelo então presidente da Itália, Giovanni Gronchi, o que gerou o escândalo acima referido. Em 29 de maio de 1965,
ao concluir a primeira cena do segundo ato de Norma, Callas desfaleceu
e a apresentação foi interrompida. Depois disso, ela só cantaria em
ópera mais uma vez, numa última apresentação de Tosca no Covent Garden de Londres, ao lado de Tito Gobbi.
Poucos sopranos podem rivalizar com Callas no que diz respeito à
capacidade de despertar reações intensas entre seus admiradores e
detratores. Elevada à categoria de "mito" e conhecida mesmo fora do
círculo de amantes de ópera,
ela criou em torno de si uma legião de entusiastas capazes de defender
a todo custo os méritos da cantora. Apesar da mútua amizade, as
disputas entre seus fãs e os de Renata Tebaldi tornaram-se célebres, chegando mesmo em alguns casos às vias de facto.
Apesar destas características, Callas entrou para a história da ópera
por suas inigualáveis habilidades cénicas. Levando à perfeição a
habilidade de alterar a "cor" da voz com o objetivo de expressar
emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as
minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era
possível imprimir dramatismo mesmo em papéis que exigiam grande
virtuosismo vocal por parte do intérprete - o que usualmente
significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em
detrimento da cena.
Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma
revolução sem precedentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas
seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os
aspetos cénicos das montagens. Em particular, é claramente percetível
desde a segunda metade do século XX
uma tendência entre os cantores em favor da valorização de sua
formação dramática e de sua figura cénica - que se traduz, por exemplo,
na constante preocupação em manter a forma física. Em última análise,
esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de
sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser
considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.
Victoria de los Ángeles López García (Barcelona, 1 de noviembre de 1923 – Barcelona, 15 de enero de 2005) fue una soprano española.
(...)
Modelo de la antidiva, huyó de las alharacas inherentes a su profesión. Hay una anécdota que refleja perfectamente el carácter de Victoria y muestra el aprecio que suscitaba allá adonde iba: una vez, la gran Renata Tebaldi tuvo que abandonar el Met e ir a Italia, ya que había muerto su madre. Era Navidad y Rudolf Bing, gerente del teatro neoyorquino, le suplicó que sustituyera a la de Pésaro en La Traviata. Victoria accedió y Bing, agradecido, hizo venir de Viena nada menos que a los Niños Cantores para que le dedicaran unos villancicos, lo que hicieron en medio de la ovación de un público entregado.
Aclamada en el escenario y maltratada por la vida, Victoria de los
Ángeles tuvo que lidiar con tragedias reales que supo asumir y superar
trasladándolas a su expresión vocal. Estuvo casada con Enrique Magriñá, con el que tuvo dos hijos. El mayor falleció unos años antes que ella. El segundo padece el síndrome de Down. Alejada del mundanal ruido por decisión propia, no se volvió a tener noticias de ella hasta el 15 de enero del 2005, cuando, víctima de una bronquitis, se iba para siempre, a los 81 años, una de las más grandes voces del siglo XX.
Maria Callas (Nova Iorque, 2 de dezembro de 1923 - Paris, 16 de setembro de 1977) foi uma cantora lírica americana de ascendênciagrega, considerada a maior celebridade da Ópera no século XX e a maior soprano e cantora
de todos os tempos. Apesar de também famosa pela sua vida pessoal, o
seu legado mais duradouro deve-se ao impulso a um novo estilo de atuação
nas produções operáticas, à raridade e diferença do seu tipo de voz e
ao resgate de óperas há muito esquecidas do bel canto, estreladas por ela.
Biografia
Nascida Maria Cecilia Sofia Anna Kalogeropoulou, Callas era filha de imigrantes gregos e, devido a dificuldades económicas, teve que regressar à Grécia, com a sua mãe, em 1937. Estudou canto no Conservatório de Atenas, com a soprano coloraturaElvira de Hidalgo.
Callas começou a despontar no cenário lírico em 1948, com uma interpretação bastante notável para a protagonista da ópera Norma, de Bellini, em Florença.
Todavia, sua carreira só viria a projetar-se à escala mundial no ano
seguinte, quando a cantora surpreendeu crítica e público ao alternar, na
mesma semana, récitas de I Puritani, de Bellini, e Die Walküre, de Wagner. Ela preparara o papel de Elvira
para a primeira ópera em apenas dois dias, a convite de Serafin, para
substituir quem realmente faria aquele papel. Para se ter ideia do seu
feito, é o mesmo que pedir para Birgit Nilsson, famosa soprano
dramático para cantar Violetta em La Traviata, e como Callas não teve
tempo para aprender o libretto completo, apenas a música, tanto que o
ponto lhe soprou o texto.
A partir dos anos 1950, Callas começou a apresentar-se regularmente nas mais importantes casas de espetáculo dedicadas à ópera, tais como La Scala, Covent Garden e Metropolitan.
São os seus anos áureos e, ao lado de sua fama como cantora
internacional, também vai sua fama de temperamental, muitas vezes
excessivamente por causa do seu perfecionismo. Famosa foi a sua
rivalidade com Renata Tebaldi
e as disputas públicas, através de declarações para jornais, que
várias vezes lhe renderam a primeira página, assim como seus triunfos
operáticos. Era uma figura extremamente pública e contribuiu para
reacender o estrelato da ópera e dos seus intérpretes. Alguns críticos
inclusive afirmam que até nas gravadoras havia uma divisão, para acirrar
as disputas entre Callas e Tebaldi, e para influenciar as comparações
entre gravações feitas por Tebaldi ao lado do tenor Del Monaco, e
Callas ao lado de Di Stefano. A sua voz começou a apresentar sinais de
declínio no final dessa década, e a cantora diminuiu consideravelmente
as suas participações em montagens de óperas completas, limitando sua
carreira a recitais e noites de gala e terminando por abandonar os
palcos em 1965. O seu abandono deveu-se em grande parte ao desequilíbrio emocional da cantora, que ao conhecer o magnata gregoAristóteles Onassis,
dedica-se integralmente ao seu amado, afirmando ter começado ali sua
vida de verdade. Foi quando ela parou de ensaiar, adiou e cancelou
apresentações, se tornou figura constante em noites de festa, bebendo
inclusive, coisas que contribuíram para o declínio de sua voz e o fim da
carreira. Em 1964, encorajada pelo cineastaitalianoFranco Zefirelli, volta aos palcos em sua maior criação, Tosca, no Convent Garden, tendo como seu parceiro o amigo de longa data Tito Gobbi. Essa versão da Tosca está disponível em DVD (apenas o segundo ato) e em CD (completa) e entrou para a história do mundo operático. A sua última apresentação em uma ópera completa foi como Norma,
em Paris, no ano de 1965, e, devido à sua saúde vocal debilitada, não
aguentou até ao fim, desmaiando ao cair da cortina no fim da terceira
parte.
No início dos anos 70 passou a dedicar-se ao ensino de música na Juilliard School. Em 1974, entretanto, retornou aos palcos, para realizar uma série de concertos pela Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente ao lado do tenorGiuseppe di Stefano.
Com sucesso no público, o programa foi todavia massacrado pela crítica
especializada. A voz já não era a mesma, mas o que mantinha o público
firme nas apresentações era o amor. A sua atuação foi prejudicada, pois
uma vez que tinha que fazer muito mais esforço para manter a afinação, a
entrega à interpretação não foi tão subtil como no passado.
Cantou em público pela última vez, a 11 de novembro de 1974, no Japão.
Onassis, então casado com Mrs. Kennedy, tem sérios problemas de saúde e
vem a falecer. Callas começa agora um período de isolamento e, afastada
do mundo, passa a viver na Avenue Georges Mandel, em Paris, com a
companhia da governanta, Bruna, e do motorista, Ferruccio. Um possível
regresso é ensaiado e preparada pelo cineastaFranco Zefirelli,
mas Callas não tem mais a segurança do passado, pois faltava-lhe a
vontade. Tenta realmente outras funções, como professora, diretora
artística, mestre de coral, mas nada a satisfazia. Não sabia sequer
como deslocar um coro. Começa a impor exigências absurdas para que
aconteçam as apresentações. Essa é agora sua maneira de dizer não,
exigindo o impossível. Uma gravação da Traviata, com o tenor em
ascensão Luciano Pavarotti
é estudada, mas o projeto logo é abandonado por Maria. Amigos ainda a
visitam com frequência. Giulini (maestro), o crítico John Ardoin, mas
Callas ja está "morta" há muito tempo, e, em 16 de setembro de 1977, ela
simplesmente deixa de existir, pouco antes de completar 54 anos, no
seu apartamento em Paris, por causa de um ataque cardíaco.
As suas cinzas foram atiradas ao Mar Egeu, como era a sua vontade.
Vida pessoal
Maria Callas foi a mais controversa e possivelmente a mais dedicada
intérprete lírica. Com uma voz de considerável alcance, Callas encantou
nos teatros mundiais de maior destaque. Esta intérprete, senhora de
raros dotes vocais e interpretativos, revolucionou o mundo da Ópera,
trazendo-a novamente às origens. Para Maria Callas a expressão vocal era
primordial, em detrimento dos exageros vocais injustificados - tudo na
Ópera tem que fazer sentido visando a dar ao público algo que o mova,
algo credível.
Esta foi a mais destacada e famosa cantora lírica, e fez jus à sua
fama, pois interpretou várias dezenas de Óperas de diversíssimos
estilos. Callas perpetuou-se em papéis como Medea, Norma, Tosca, Violetta, Lucia, Gioconda, Amina, entre outros, continuando, nestes papéis, a não existir nenhuma artista que lhe faça sombra.
Um dos aspectos que certamente contribuiu para a lenda que se formou em
torno de Maria Callas diz respeito à sua conturbada vida pessoal. Dona
de um temperamento forte, que parecia a correlação perfeita para a
intensa carga dramática com que costumava abordar as suas personagens no
palco, tornou-se famosa por indispor-se com maestros e colegas em
nome de suas crenças estéticas.
Em 1958, após ter abandonado uma récita de Norma na Ópera de Roma
doente, foi fortemente atacada pela imprensa italiana, que julgou que a
soprano queria ofender o presidente italiano, presente na plateia. O
escândalo comprometeu a sua carreira na Itália e, no mesmo ano, entrou
em disputa com Antonio Ghiringhelli, responsável pelo La Scala, que não mais a queria no teatro. Somente voltou a apresentar-se no La Scala em 1960, na ópera Poliuto de Donizetti; ainda em 1958, foi sumariamente demitida do Metropolitan por Rudolf Bing, que desejava que ela alternasse apresentações de La Traviata e Macbeth, óperas de Verdi
com exigências vocais muito distintas para a soprano. À exigência de
Bing, Callas, numa réplica célebre, respondeu que a sua voz não era um
elevador.
Em 1959, rompeu um casamento de dez anos com seu empresário, G. B.
Meneghini, muito mais velho do que ela. Manteve, em seguida, uma tórrida
relação com o milionário grego Aristoteles Onassis, com quem não foi feliz e que rendeu variado material para jornais tabloides sensacionalistas.
Trabalhava intensamente e em mais de uma ocasião subiu aos palcos
contra a recomendação dos seus médicos. Com uma forte constipação,
escapou em 2 de janeiro de 1958 da Ópera de Roma pela porta dos fundos após um primeiro ato sofrível de Norma, de Bellini, numa récita prestigiada pelo então presidente da Itália, Giovanni Gronchi, o que gerou o escândalo acima referido. Em 29 de maio de 1965,
ao concluir a primeira cena do segundo ato de Norma, Callas desfaleceu
e a apresentação foi interrompida. Depois disso, ela só cantaria em
ópera mais uma vez, numa última apresentação de Tosca no Covent Garden de Londres, ao lado de Tito Gobbi.
Poucos sopranos podem rivalizar com Callas no que diz respeito à
capacidade de despertar reações intensas entre seus admiradores e
detratores. Elevada à categoria de "mito" e conhecida mesmo fora do
círculo de amantes de ópera,
ela criou em torno de si uma legião de entusiastas capazes de defender
a todo custo os méritos da cantora. Apesar da mútua amizade, as
disputas entre seus fãs e os de Renata Tebaldi tornaram-se célebres, chegando mesmo em alguns casos às vias de facto.
Apesar destas características, Callas entrou para a história da ópera
por suas inigualáveis habilidades cénicas. Levando à perfeição a
habilidade de alterar a "cor" da voz com o objetivo de expressar
emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as
minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era
possível imprimir dramatismo mesmo em papéis que exigiam grande
virtuosismo vocal por parte do intérprete - o que usualmente
significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em
detrimento da cena.
Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma
revolução sem precedentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas
seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os
aspetos cénicos das montagens. Em particular, é claramente percetível
desde a segunda metade do século XX
uma tendência entre os cantores em favor da valorização de sua
formação dramática e de sua figura cénica - que se traduz, por exemplo,
na constante preocupação em manter a forma física. Em última análise,
esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de
sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser
considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.
Nos últimos anos raramente tem atuado em óperas, embora fosse vista com frequência em recitais e concertos. Em agosto de 2009, o jornal The Daily Telegraph de Londres relatou que deixaria de cantar óperas, que requerem uma disciplina exaustiva. A sua última apresentação operística foi em abril de 2010, na Ópera de Colónia, onde cantou "Marschallin" de Der Rosenkavalier (Richard Strauss).
Maria Callas (Nova Iorque, 2 de dezembro de 1923 - Paris, 16 de setembro de 1977) foi uma cantora lírica americana de ascendênciagrega, considerada a maior celebridade da Ópera no século XX e a maior soprano e cantora
de todos os tempos. Apesar de também famosa pela sua vida pessoal, o
seu legado mais duradouro deve-se ao impulso a um novo estilo de atuação
nas produções operáticas, à raridade e diferença do seu tipo de voz e
ao resgate de óperas há muito esquecidas do bel canto, estreladas por ela.
Biografia
Nascida Maria Cecilia Sofia Anna Kalogeropoulou, Callas era filha de imigrantes gregos e, devido a dificuldades económicas, teve que regressar à Grécia, com a sua mãe, em 1937. Estudou canto no Conservatório de Atenas, com a soprano coloraturaElvira de Hidalgo.
Callas começou a despontar no cenário lírico em 1948, com uma interpretação bastante notável para a protagonista da ópera Norma, de Bellini, em Florença.
Todavia, sua carreira só viria a projetar-se à escala mundial no ano
seguinte, quando a cantora surpreendeu crítica e público ao alternar, na
mesma semana, récitas de I Puritani, de Bellini, e Die Walküre, de Wagner. Ela preparara o papel de Elvira
para a primeira ópera em apenas dois dias, a convite de Serafin, para
substituir quem realmente faria aquele papel. Para se ter ideia do seu
feito, é o mesmo que pedir para Birgit Nilsson, famosa soprano
dramático para cantar Violetta em La Traviata, e como Callas não teve
tempo para aprender o libretto completo, apenas a música, tanto que o
ponto lhe soprou o texto.
A partir dos anos 1950, Callas começou a apresentar-se regularmente nas mais importantes casas de espetáculo dedicadas à ópera, tais como La Scala, Covent Garden e Metropolitan.
São os seus anos áureos e, ao lado de sua fama como cantora
internacional, também vai sua fama de temperamental, muitas vezes
excessivamente por causa do seu perfecionismo. Famosa foi a sua
rivalidade com Renata Tebaldi
e as disputas públicas, através de declarações para jornais, que
várias vezes lhe renderam a primeira página, assim como seus triunfos
operáticos. Era uma figura extremamente pública e contribuiu para
reacender o estrelato da ópera e dos seus intérpretes. Alguns críticos
inclusive afirmam que até nas gravadoras havia uma divisão, para acirrar
as disputas entre Callas e Tebaldi, e para influenciar as comparações
entre gravações feitas por Tebaldi ao lado do tenor Del Monaco, e
Callas ao lado de Di Stefano. A sua voz começou a apresentar sinais de
declínio no final dessa década, e a cantora diminuiu consideravelmente
as suas participações em montagens de óperas completas, limitando sua
carreira a recitais e noites de gala e terminando por abandonar os
palcos em 1965. O seu abandono deveu-se em grande parte ao desequilíbrio emocional da cantora, que ao conhecer o magnata gregoAristóteles Onassis,
dedica-se integralmente ao seu amado, afirmando ter começado ali sua
vida de verdade. Foi quando ela parou de ensaiar, adiou e cancelou
apresentações, se tornou figura constante em noites de festa, bebendo
inclusive, coisas que contribuíram para o declínio de sua voz e o fim da
carreira. Em 1964, encorajada pelo cineastaitalianoFranco Zefirelli, volta aos palcos em sua maior criação, Tosca, no Convent Garden, tendo como seu parceiro o amigo de longa data Tito Gobbi. Essa versão da Tosca está disponível em DVD (apenas o segundo ato) e em CD (completa) e entrou para a história do mundo operático. A sua última apresentação em uma ópera completa foi como Norma,
em Paris, no ano de 1965, e, devido à sua saúde vocal debilitada, não
aguentou até ao fim, desmaiando ao cair da cortina no fim da terceira
parte.
No início dos anos 70 passou a dedicar-se ao ensino de música na Juilliard School. Em 1974, entretanto, retornou aos palcos, para realizar uma série de concertos pela Europa, Estados Unidos e Extremo Oriente ao lado do tenorGiuseppe di Stefano.
Com sucesso no público, o programa foi todavia massacrado pela crítica
especializada. A voz já não era a mesma, mas o que mantinha o público
firme nas apresentações era o amor. A sua atuação foi prejudicada, pois
uma vez que tinha que fazer muito mais esforço para manter a afinação, a
entrega à interpretação não foi tão subtil como no passado.
Cantou em público pela última vez, a 11 de novembro de 1974, no Japão.
Onassis, então casado com Mrs. Kennedy, tem sérios problemas de saúde e
vem a falecer. Callas começa agora um período de isolamento e, afastada
do mundo, passa a viver na Avenue Georges Mandel, em Paris, com a
companhia da governanta, Bruna, e do motorista, Ferruccio. Um possível
regresso é ensaiado e preparada pelo cineastaFranco Zefirelli,
mas Callas não tem mais a segurança do passado, pois faltava-lhe a
vontade. Tenta realmente outras funções, como professora, diretora
artística, mestre de coral, mas nada a satisfazia. Não sabia sequer
como deslocar um coro. Começa a impor exigências absurdas para que
aconteçam as apresentações. Essa é agora sua maneira de dizer não,
exigindo o impossível. Uma gravação da Traviata, com o tenor em
ascensão Luciano Pavarotti
é estudada, mas o projeto logo é abandonado por Maria. Amigos ainda a
visitam com frequência. Giulini (maestro), o crítico John Ardoin, mas
Callas ja está "morta" há muito tempo, e, em 16 de setembro de 1977, ela
simplesmente deixa de existir, pouco antes de completar 54 anos, no
seu apartamento em Paris, por causa de um ataque cardíaco.
As suas cinzas foram atiradas ao Mar Egeu, como era a sua vontade.
Vida pessoal
Maria Callas foi a mais controversa e possivelmente a mais dedicada
intérprete lírica. Com uma voz de considerável alcance, Callas encantou
nos teatros mundiais de maior destaque. Esta intérprete, senhora de
raros dotes vocais e interpretativos, revolucionou o mundo da Ópera,
trazendo-a novamente às origens. Para Maria Callas a expressão vocal era
primordial, em detrimento dos exageros vocais injustificados - tudo na
Ópera tem que fazer sentido visando a dar ao público algo que o mova,
algo credível.
Esta foi a mais destacada e famosa cantora lírica, e fez jus à sua
fama, pois interpretou várias dezenas de Óperas de diversíssimos
estilos. Callas perpetuou-se em papéis como Medea, Norma, Tosca, Violetta, Lucia, Gioconda, Amina, entre outros, continuando, nestes papéis, a não existir nenhuma artista que lhe faça sombra.
Um dos aspectos que certamente contribuiu para a lenda que se formou em
torno de Maria Callas diz respeito à sua conturbada vida pessoal. Dona
de um temperamento forte, que parecia a correlação perfeita para a
intensa carga dramática com que costumava abordar as suas personagens no
palco, tornou-se famosa por indispor-se com maestros e colegas em
nome de suas crenças estéticas.
Em 1958, após ter abandonado uma récita de Norma na Ópera de Roma
doente, foi fortemente atacada pela imprensa italiana, que julgou que a
soprano queria ofender o presidente italiano, presente na plateia. O
escândalo comprometeu a sua carreira na Itália e, no mesmo ano, entrou
em disputa com Antonio Ghiringhelli, responsável pelo La Scala, que não mais a queria no teatro. Somente voltou a apresentar-se no La Scala em 1960, na ópera Poliuto de Donizetti; ainda em 1958, foi sumariamente demitida do Metropolitan por Rudolf Bing, que desejava que ela alternasse apresentações de La Traviata e Macbeth, óperas de Verdi
com exigências vocais muito distintas para a soprano. À exigência de
Bing, Callas, numa réplica célebre, respondeu que a sua voz não era um
elevador.
Em 1959, rompeu um casamento de dez anos com seu empresário, G. B.
Meneghini, muito mais velho do que ela. Manteve, em seguida, uma tórrida
relação com o milionário grego Aristoteles Onassis, com quem não foi feliz e que rendeu variado material para jornais tabloides sensacionalistas.
Trabalhava intensamente e em mais de uma ocasião subiu aos palcos
contra a recomendação dos seus médicos. Com uma forte constipação,
escapou em 2 de janeiro de 1958 da Ópera de Roma pela porta dos fundos após um primeiro ato sofrível de Norma, de Bellini, numa récita prestigiada pelo então presidente da Itália, Giovanni Gronchi, o que gerou o escândalo acima referido. Em 29 de maio de 1965,
ao concluir a primeira cena do segundo ato de Norma, Callas desfaleceu
e a apresentação foi interrompida. Depois disso, ela só cantaria em
ópera mais uma vez, numa última apresentação de Tosca no Covent Garden de Londres, ao lado de Tito Gobbi.
Poucos sopranos podem rivalizar com Callas no que diz respeito à
capacidade de despertar reações intensas entre seus admiradores e
detratores. Elevada à categoria de "mito" e conhecida mesmo fora do
círculo de amantes de ópera,
ela criou em torno de si uma legião de entusiastas capazes de defender
a todo custo os méritos da cantora. Apesar da mútua amizade, as
disputas entre seus fãs e os de Renata Tebaldi tornaram-se célebres, chegando mesmo em alguns casos às vias de facto.
Apesar destas características, Callas entrou para a história da ópera
por suas inigualáveis habilidades cénicas. Levando à perfeição a
habilidade de alterar a "cor" da voz com o objetivo de expressar
emoções, e explorando cada oportunidade de representar no palco as
minúcias psicológicas de suas personagens, Callas mostrou que era
possível imprimir dramatismo mesmo em papéis que exigiam grande
virtuosismo vocal por parte do intérprete - o que usualmente
significava, entre as grandes divas da época, privilegiar o canto em
detrimento da cena.
Muitos consideram que seu estilo de interpretação imprimiu uma
revolução sem precedentes na ópera. Segundo este ponto de vista, Callas
seria tributária da importância que assumiram contemporaneamente os
aspetos cénicos das montagens. Em particular, é claramente percetível
desde a segunda metade do século XX
uma tendência entre os cantores em favor da valorização de sua
formação dramática e de sua figura cénica - que se traduz, por exemplo,
na constante preocupação em manter a forma física. Em última análise,
esta tendência foi responsável pelo surgimento de toda uma geração de
sopranos que, graças às suas habilidades de palco, poderiam ser
considerados legítimos herdeiros de Callas, tais como Joan Sutherland ou Renata Scotto.