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terça-feira, abril 23, 2024

O Estado Novo criou oficialmente o Campo de Concentração do Tarrafal há 88 anos

Muro exterior do Campo do Tarrafal
   
A Colónia Penal do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criada pelo governo português do Estado Novo ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26.539, de 23 de abril de 1936.
Em 18 de outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam participantes do 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande (37) e alguns dos marinheiros que tinham participado na Revolta dos Marinheiros, ocorrida a bordo de navios de guerra no Tejo, em 8 de setembro daquele ano de 1936.
O Campo do Tarrafal, ou Campo de Concentração do Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.
O Estado Novo, sob a capa da reorganização dos estabelecimentos prisionais, ao criar este campo pretende atingir dois objetivos ligados entre si: afastar da metrópole presos problemáticos, e, através das deliberadas más condições de encarceramento, enviar um sinal de que a repressão dos contestatários será levada ao extremo.
Esta visão está claramente definida nos primeiros parágrafos do Decreto-Lei, ao afirmar que serve para receber os presos políticos e sociais, sobre quem recai o dever de cumprir o desterro, aqueles que internados em outros estabelecimentos prisionais se mostram refratários à disciplina e ainda os elementos perniciosos para outros reclusos. Este diploma abrange também os condenados a pena maior por crimes praticados com fins políticos, os presos preventivos, e, por fim, os presos por crime de rebelião.
Foram trinta e sete os prisioneiros políticos que morreram no Tarrafal; os seus corpos só depois do 25 de abril puderam voltar à pátria.
   

quarta-feira, janeiro 17, 2024

Os Vidreiros da Marinha Grande revoltaram-se há noventa anos...!

Posto da GNR
Posto da GNR - Armas apreendidas aos revoltosos 
 
      Estação dos CTT sob ocupação militar
Estação dos C.T.T. sob ocupação militar
 
Em 1934 a estabilidade do Estado Novo Português, e a sua Constituição de 1933 que, em moldes fascistas e corporativos, estabelece sindicatos verticais, vai ser contestada de uma forma dramática na Marinha Grande.
Preparado inicialmente como uma greve, as ações previstas para o dia 18 de janeiro nos centros fabris de Silves, Barreiro e na Marinha Grande, foram ações descoordenadas e mal preparadas, que condenaram ao fracasso a contestação que os anarco-sindicalistas, até à altura a principal força a representar o operariado português, queriam transformar num grande braço de ferro com o Estado Novo, e abrir caminho para a ascensão do PCP como principal força de contestação junto da população trabalhadora
Contudo, na Marinha Grande este dia viria ter características únicas. À semelhança do que sucedeu em outros lugares, a contestação seguiu o padrão habitual, com a paragem das fábricas, manifestações de rua, cortes de comunicações, mas rapidamente evoluiu para algo maior: a instituição de um Soviete numa clara afirmação de oposição, e de tentativa de derrube do regime.
Operários, sobretudo da indústria vidreira, elegem um conselho operário que toma o poder e governa a Marinha Grande durante algumas horas. Entre as primeiras ações do Soviete conta-se a prisão do destacamento da GNR e a tomada da estação dos correios.
Todas estas ações são realizadas com grande serenidade, e sem derramamento de sangue. Os revoltosos, sem um plano de ação prévio, acabam por levar a família do comandante do posto da GNR para uma pensão, e os guardas são entregues à custódia do administrador da fábrica de vidro estatal. Nos correios, o chefe da estação pede para falar com a família, e é levado a casa onde usa o telefone para alertar as autoridades.
Uma vez alertadas, as autoridades militares fazem avançar para a Marinha Grande um contingente para repor a ordem pública, que chega na madrugada seguinte, pondo fim ao Soviete.
Ao contrário da ação dos revoltosos, a repressão movida pelo Estado Novo foi implacável, com perseguições ferozes, despedimentos, julgamentos fantoche que terminaram em pesadas penas, nomeadamente com o envio para o degredo nas colónias, e em particular para o campo do Tarrafal.
 
12
Alguns vidreiros presos no Tarrafal
  
Dos 152 primeiros presos enviados para o Tarrafal, 37 tinham participado na revoltada dos vidreiros de 18 de janeiro de 1934, entre os quais António Guerra, que liderou a ocupação da Estação dos Correios, e que, condenado a 20 anos de degredo, viria a morrer no Tarrafal, em 1948.
    
in Wikipédia (imagens daqui)

domingo, abril 23, 2023

O Estado Novo criou o Campo de Concentração do Tarrafal há 87 anos

Muro exterior do Campo do Tarrafal
   
A Colónia Penal do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criada pelo Governo português do Estado Novo ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26.539, de 23 de abril de 1936.
Em 18 de outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam participantes do 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande (37) e alguns dos marinheiros que tinham participado na Revolta dos Marinheiros, ocorrida a bordo de navios de guerra no Tejo, em 8 de setembro daquele ano de 1936.
O Campo do Tarrafal, ou Campo de Concentração do Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.
O Estado Novo, sob a capa da reorganização dos estabelecimentos prisionais, ao criar este campo pretende atingir dois objetivos ligados entre si: afastar da metrópole presos problemáticos, e, através das deliberadas más condições de encarceramento, enviar um sinal de que a repressão dos contestatários será levada ao extremo.
Esta visão está claramente definida nos primeiros parágrafos do Decreto-Lei, ao afirmar que serve para receber os presos políticos e sociais, sobre quem recai o dever de cumprir o desterro, aqueles que internados em outros estabelecimentos prisionais se mostram refratários à disciplina e ainda os elementos perniciosos para outros reclusos. Este diploma abrange também os condenados a pena maior por crimes praticados com fins políticos, os presos preventivos, e, por fim, os presos por crime de rebelião.
Foram 37 os prisioneiros políticos que morreram no Tarrafal; os seus corpos só depois do 25 de abril puderam voltar à pátria.
   

quarta-feira, janeiro 18, 2023

Os Vidreiros da Marinha Grande revoltaram-se há 89 anos

Posto da GNR
Posto da GNR - Armas apreendidas aos revoltosos
     
Em 1934 a estabilidade do Estado Novo Português, e a sua Constituição de 1933 que, em moldes fascistas e corporativos, estabelece sindicatos verticais, vai ser contestada de uma forma dramática na Marinha Grande.
Preparado inicialmente como uma greve, as ações previstas para o dia 18 de janeiro nos centros fabris de Silves, Barreiro e na Marinha Grande, foram ações descoordenadas e mal preparadas, que condenaram ao fracasso a contestação que os anarco-sindicalistas, até à altura a principal força a representar o operariado português, queriam transformar num grande braço de ferro com o Estado Novo, e abrir caminho para a ascensão do PCP como principal força de contestação junto da população trabalhadora
Contudo, na Marinha Grande este dia viria ter características únicas. À semelhança do que sucedeu em outros lugares, a contestação seguiu o padrão habitual, com a paragem das fábricas, manifestações de rua, cortes de comunicações, mas rapidamente evoluiu para algo maior: a instituição de um Soviete numa clara afirmação de oposição, e de tentativa de derrube do regime.
Operários, sobretudo da indústria vidreira, elegem um conselho operário que toma o poder e governa a Marinha Grande durante algumas horas. Entre as primeiras ações do Soviete conta-se a prisão do destacamento da GNR e a tomada da estação dos correios.
Todas estas ações são realizadas com grande serenidade e sem derramamento de sangue. Os revoltosos, sem um plano de ação prévio, acabam por levar a família do comandante do posto da GNR para uma pensão, e os guardas são entregues à custódia do administrador da fábrica de vidro estatal. Nos correios, o chefe da estação pede para falar com a família, e é levado a casa onde usa o telefone para alertar as autoridades.
Uma vez alertadas, as autoridades militares fazem avançar para a Marinha Grande um contingente para repor a ordem pública, que chega na madrugada seguinte, pondo fim ao Soviete.
Ao contrário da ação dos revoltosos, a repressão movida pelo Estado Novo foi implacável, com perseguições ferozes, despedimentos, julgamentos fantoche que terminaram em pesadas penas, nomeadamente com o envio para o degredo nas colónias, e em particular para o campo do Tarrafal.
 
12
Alguns vidreiros presos no Tarrafal
  
Dos 152 primeiros presos enviados para o Tarrafal, 37 tinham participado na revoltada dos vidreiros de 18 de janeiro de 1934, entre os quais António Guerra, que liderou a ocupação da Estação dos Correios, e que, condenado a 20 anos de degredo, viria a morrer no Tarrafal, em 1948.
    
in Wikipédia (imagens daqui)

sábado, abril 23, 2022

O Campo de Concentração do Tarrafal foi instituído há 86 anos

Muro exterior do Campo do Tarrafal
   
A Colónia Penal do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criada pelo Governo português do Estado Novo ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de abril de 1936.
Em 18 de outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam participantes do 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande (37) e alguns dos marinheiros que tinham participado na Revolta dos Marinheiros, ocorrida a bordo de navios de guerra no Tejo, em 8 de setembro daquele ano de 1936.
O Campo do Tarrafal, ou Campo de Concentração do Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.
O Estado Novo, sob a capa da reorganização dos estabelecimentos prisionais, ao criar este campo pretende atingir dois objetivos ligados entre si: afastar da metrópole presos problemáticos, e, através das deliberadas más condições de encarceramento, enviar um sinal de que a repressão dos contestatários será levada ao extremo.
Esta visão está claramente definida nos primeiros parágrafos do Decreto-Lei n.º 26 539, ao afirmar que serve para receber os presos políticos e sociais, sobre quem recai o dever de cumprir o desterro, aqueles que internados em outros estabelecimentos prisionais se mostram refratários à disciplina e ainda os elementos perniciosos para outros reclusos. Este diploma abrange também os condenados a pena maior por crimes praticados com fins políticos, os presos preventivos, e, por fim, os presos por crime de rebelião.
Foram 37 os prisioneiros políticos que morreram no Tarrafal; os seus corpos só depois do 25 de abril puderam voltar à pátria.
   

terça-feira, janeiro 18, 2022

Os Vidreiros da Marinha Grande revoltaram-se há 88 anos

Posto da GNR
Posto da GNR - Armas apreendidas aos revoltosos
     
Em 1934 a estabilidade do Estado Novo Português, e a sua Constituição de 1933 que, em moldes fascistas e corporativos, estabelece sindicatos verticais, vai ser contestada de uma forma dramática na Marinha Grande.
Preparado inicialmente como uma greve, as acções previstas para o dia 18 de janeiro nos centros fabris de Silves, Barreiro e na Marinha Grande, foram acções descoordenadas e mal preparadas, que condenaram ao fracasso a contestação que os anarco-sindicalistas, até à altura a principal força a representar o operariado português, queriam transformar num grande braço de ferro com o Estado Novo, e abrir caminho para a ascensão do PCP como principal força de contestação junto da população trabalhadora
Contudo, na Marinha Grande este dia viria ter características únicas. À semelhança do que sucedeu em outros lugares, a contestação seguiu o padrão habitual, com a paragem das fábricas, manifestações de rua, cortes de comunicações, mas rapidamente evoluiu para algo maior: a instituição de um Soviete numa clara afirmação de oposição, e de tentativa de derrube do regime.
Operários, sobretudo da indústria vidreira, elegem um conselho operário que toma o poder e governa a Marinha Grande durante algumas horas. Entre as primeiras acções do Soviete conta-se a prisão do destacamento da GNR e a tomada da estação dos correios.
Todas estas acções são realizadas com grande serenidade, e sem derramamento de sangue. Os revoltosos, sem um plano de acção prévio, acabam por levar a família do comandante do posto da GNR para uma pensão, e os guardas são entregues à custódia do administrador da fábrica de vidro estatal. Nos correios, o chefe da estação pede para falar com a família, e é levado a casa onde usa o telefone para alertar as autoridades.
Uma vez alertadas, as autoridades militares fazem avançar para a Marinha Grande um contingente para repor a ordem pública, que chega na madrugada seguinte, pondo fim ao Soviete.
Ao contrário da acção dos revoltosos, a repressão movida pelo Estado Novo foi implacável, com perseguições ferozes, despedimentos, julgamentos fantoche que terminaram em pesadas penas, nomeadamente com o envio para o degredo nas colónias, e em particular para o campo do Tarrafal.
 
12
Alguns vidreiros presos no Tarrafal
  
Dos 152 primeiros presos enviados para o Tarrafal, 37 tinham participado na revoltada dos vidreiros de 18 de janeiro de 1934, entre os quais António Guerra, que liderou a ocupação da Estação dos Correios, e que, condenado a 20 anos de degredo, viria a morrer no Tarrafal em 1948.
    
in Wikipédia (imagens daqui)

sexta-feira, abril 23, 2021

O Decreto-Lei que criou o Campo de Concentração do Tarrafal foi publicado há 85 anos

Muro exterior do Campo do Tarrafal
   
A Colónia Penal do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criada pelo Governo português do Estado Novo ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de abril de 1936.
Em 18 de outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam participantes do 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande (37) e alguns dos marinheiros que tinham participado na Revolta dos Marinheiros ocorrida a bordo de navios de guerra no Tejo em 8 de setembro daquele ano de 1936.
O Campo do Tarrafal, ou Campo de Concentração do Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.
O Estado Novo, sob a capa da reorganização dos estabelecimentos prisionais, ao criar este campo pretende atingir dois objectivos ligados entre si: afastar da metrópole presos problemáticos, e, através das deliberadas más condições de encarceramento, enviar um sinal de que a repressão dos contestatários será levada ao extremo.
Esta visão está claramente definida nos primeiros parágrafos do Decreto-Lei n.º 26 539, ao afirmar que serve para receber os presos políticos e sociais, sobre quem recai o dever de cumprir o desterro, aqueles que internados em outros estabelecimentos prisionais se mostram refractários à disciplina e ainda os elementos perniciosos para outros reclusos. Este diploma abrange também os condenados a pena maior por crimes praticados com fins políticos, os presos preventivos, e, por fim, os presos por crime de rebelião.
Foram 37 os prisioneiros políticos que morreram no Tarrafal; os seus corpos só depois do 25 de abril puderam voltar à pátria.
   

segunda-feira, janeiro 18, 2021

Os Vidreiros da Marinha Grande revoltaram-se há 87 anos

Posto da GNR
Posto da GNR - Armas apreendidas aos revoltosos 
 
   
Em 1934 a estabilidade do Estado Novo Português, e a sua Constituição de 1933 que, em moldes fascistas e corporativos, estabelece sindicatos verticais, vai ser contestada de uma forma dramática na Marinha Grande.
Preparado inicialmente como uma greve, as acções previstas para o dia 18 de janeiro nos centros fabris de Silves, Barreiro e na Marinha Grande, foram acções descoordenadas e mal preparadas, que condenaram ao fracasso a contestação que os anarco-sindicalistas, até à altura a principal força a representar o operariado português, queriam transformar num grande braço de ferro com o Estado Novo, e abrir caminho para a ascensão do PCP como principal força de contestação junto da população trabalhadora
Contudo, na Marinha Grande este dia viria ter características únicas. À semelhança do que sucedeu em outros lugares, a contestação seguiu o padrão habitual, com a paragem das fábricas, manifestações de rua, cortes de comunicações, mas rapidamente evoluiu para algo maior: a instituição de um Soviete numa clara afirmação de oposição, e de tentativa de derrube do regime.
Operários, sobretudo da indústria vidreira, elegem um conselho operário que toma o poder e governa a Marinha Grande durante algumas horas. Entre as primeiras acções do Soviete conta-se a prisão do destacamento da GNR e a tomada da estação dos correios.
Todas estas acções são realizadas com grande serenidade, e sem derramamento de sangue. Os revoltosos, sem um plano de acção prévio, acabam por levar a família do comandante do posto da GNR para uma pensão, e os guardas são entregues à custódia do administrador da fábrica de vidro estatal. Nos correios, o chefe da estação pede para falar com a família, e é levado a casa onde usa o telefone para alertar as autoridades.
Uma vez alertadas, as autoridades militares fazem avançar para a Marinha Grande um contingente para repor a ordem pública, que chega na madrugada seguinte, pondo fim ao Soviete.
Ao contrário da acção dos revoltosos, a repressão movida pelo Estado Novo foi implacável, com perseguições ferozes, despedimentos, julgamentos fantoche que terminaram em pesadas penas, nomeadamente com o envio para o degredo nas colónias, e em particular para o campo do Tarrafal.
 
12
Alguns vidreiros presos no Tarrafal
  
Dos 152 primeiros presos enviados para o Tarrafal, 37 tinham participado na revoltada dos vidreiros de 18 de janeiro de 1934, entre os quais António Guerra, que liderou a ocupação da Estação dos Correios, e que, condenado a 20 anos de degredo, viria a morrer no Tarrafal em 1948.
 
in Wikipédia (imagens daqui)

sexta-feira, janeiro 18, 2019

Os Vidreiros da Marinha Grande revoltaram-se há 85 anos

Posto da GNR
Posto da GNR - Armas apreendidas aos revoltosos
 Estação dos CTT sob ocupação militar
Estação dos C.T.T. sob ocupação militar
   
Em 1934 a estabilidade do Estado Novo Português, e a sua Constituição de 1933 que, em moldes fascistas e corporativos, estabelece sindicatos verticais, vai ser contestada de uma forma dramática na Marinha Grande.
Preparado inicialmente como uma greve, as acções previstas para o dia 18 de janeiro nos centros fabris de Silves, Barreiro e na Marinha Grande, foram acções descoordenadas e mal preparadas, que condenaram ao fracasso a contestação que os anarco-sindicalistas, até à altura a principal força a representar o operariado português, queriam transformar num grande braço de ferro com o Estado Novo, e abrir caminho para a ascensão do PCP como principal força de contestação junto da população trabalhadora
Contudo, na Marinha Grande este dia viria ter características únicas. À semelhança do que sucedeu em outros lugares, a contestação seguiu o padrão habitual, com a paragem das fábricas, manifestações de rua, cortes de comunicações, mas rapidamente evoluiu para algo maior: a instituição de um Soviete numa clara afirmação de oposição, e de tentativa de derrube do regime.
Operários, sobretudo da indústria vidreira, elegem um conselho operário que toma o poder e governa a Marinha Grande durante algumas horas. Entre as primeiras acções do Soviete conta-se a prisão do destacamento da GNR e a tomada da estação dos correios.
Todas estas acções são realizadas com grande serenidade, e sem derramamento de sangue. Os revoltosos, sem um plano de acção prévio, acabam por levar a família do comandante do posto da GNR para uma pensão, e os guardas são entregues à custódia do administrador da fábrica de vidro estatal. Nos correios, o chefe da estação pede para falar com a família, e é levado a casa onde usa o telefone para alertar as autoridades.
Uma vez alertadas, as autoridades militares fazem avançar para a Marinha Grande um contingente para repor a ordem pública, que chega na madrugada seguinte, pondo fim ao Soviete.
Ao contrário da acção dos revoltosos, a repressão movida pelo Estado Novo foi implacável, com perseguições ferozes, despedimentos, julgamentos fantoche que terminaram em pesadas penas, nomeadamente com o envio para o degredo nas colónias, e em particular para o campo do Tarrafal.
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Alguns vidreiros presos e imagem do campo do Tarrafal

Dos 152 primeiros presos enviados para o Tarrafal, 37 tinham participado na revoltada dos vidreiros de 18 de janeiro de 1934, entre os quais António Guerra, que liderou a ocupação da Estação dos Correios, e que, condenado a 20 anos de degredo, viria a morrer no Tarrafal em 1948.
1718
António Costa, que morreu no Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, em 22 de setembro de 1937
     
in Wikipédia (imagens daqui)

sábado, janeiro 18, 2014

Há 80 anos os Vidreiros da Marinha Grande tomaram o poder durante algumas horas

Posto da GNR
Posto da GNR - Armas apreendidas aos revoltosos
 Estação dos CTT sob ocupação militar
Estação dos C.T.T. sob ocupação militar

Em 1934 a estabilidade do Estado Novo Português, e a sua Constituição de 1933 que, em moldes fascistas e corporativos, estabelece sindicatos verticais, vai ser contestada de uma forma dramática na Marinha Grande.
Preparado inicialmente como uma greve, as acções previstas para o dia 18 de janeiro nos centros fabris de Silves, Barreiro e na Marinha Grande, foram acções descoordenadas e mal preparadas, que condenaram ao fracasso a contestação que os anarco-sindicalistas, até à altura a principal força a representar o operariado português, queriam transformar num grande braço de ferro com o Estado Novo, e abrir caminho para a ascensão do PCP como principal força de contestação junto da população trabalhadora
Contudo, na Marinha Grande este dia viria ter características únicas. À semelhança do que sucedeu em outros lugares, a contestação seguiu o padrão habitual, com a paragem das fábricas, manifestações de rua, cortes de comunicações, mas rapidamente evoluiu para algo maior: a instituição de um Soviete numa clara afirmação de oposição, e de tentativa de derrube do regime.
Operários, sobretudo da indústria vidreira, elegem um conselho operário que toma o poder e governa a Marinha Grande durante algumas horas. Entre as primeiras acções do Soviete conta-se a prisão do destacamento da GNR e a tomada da estação dos correios.
Todas estas acções são realizadas com grande serenidade, e sem derramamento de sangue. Os revoltosos, sem um plano de acção prévio, acabam por levar a família do comandante do posto da GNR para uma pensão, e os guardas são entregues à custódia do administrador da fábrica de vidro estatal. Nos correios, o chefe da estação pede para falar com a família, e é levado a casa onde usa o telefone para alertar as autoridades.
Uma vez alertadas, as autoridades militares fazem avançar para a Marinha Grande um contingente para repor a ordem pública, que chega na madrugada seguinte, pondo fim ao Soviete.
Ao contrário da acção dos revoltosos, a repressão movida pelo Estado Novo foi implacável, com perseguições ferozes, despedimentos, julgamentos fantoche que terminaram em pesadas penas, nomeadamente com o envio para o degredo nas colónias, e em particular para o campo do Tarrafal.

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Alguns vidreiros presos e imagem do campo do Tarrafal

Dos 152 primeiros presos enviados para o Tarrafal, 37 tinham participado na revoltada dos vidreiros de 18 de janeiro de 1934, entre os quais António Guerra, que liderou a ocupação da Estação dos Correios, e que, condenado a 20 anos de degredo, viria a morrer no Tarrafal em 1948.

1718
António Costa, que morreu no Campo de Concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, em 22 de setembro de 1937

in Wikipédia (imagens daqui)

segunda-feira, abril 23, 2012

O Decreto-Lei que criou o Campo de Concentração do Tarrafal foi publicado há 76 anos

Muro exterior do Campo do Tarrafal

A Colónia Penal do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago (Cabo Verde), foi criada pelo Governo português do Estado Novo ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de abril de 1936.
Em 18 de Outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam participantes do 18 de janeiro de 1934 na Marinha Grande (37) e alguns dos marinheiros que tinham participado na Revolta dos Marinheiros ocorrida a bordo de navios de guerra no Tejo em 8 de setembro daquele ano de 1936.
O Campo do Tarrafal, ou Campo de Concentração do Tarrafal, como ficou conhecido, começou a funcionar em 29 de outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros.
O Estado Novo, sob a capa da reorganização dos estabelecimentos prisionais, ao criar este campo pretende atingir dois objectivos ligados entre si: afastar da metrópole presos problemáticos, e, através das deliberadas más condições de encarceramento, enviar um sinal de que a repressão dos contestatários será levada ao extremo.
Esta visão está claramente definida nos primeiros parágrafos do Decreto-Lei n.º 26 539, ao afirmar que serve para receber os presos políticos e sociais, sobre quem recai o dever de cumprir o desterro, aqueles que internados em outros estabelecimentos prisionais se mostram refractários à disciplina e ainda os elementos perniciosos para outros reclusos. Este diploma abrange também os condenados a pena maior por crimes praticados com fins políticos, os presos preventivos, e, por fim, os presos por crime de rebelião.
Foram 37 os prisioneiros políticos que morreram no Tarrafal; os seus corpos só depois do 25 de abril puderam voltar à pátria.

quinta-feira, setembro 22, 2011

1º Passeio de Bicicleta da Valorlis (Leiria - Marinha Grande)


Valorlis convida a rodar pela reciclagem

A Valorlis – Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos, S.A., no âmbito da campanha “Os Amigos do Vidrão”, que pretende sensibilizar para a correcta deposição das embalagens de vidro para posterior reciclagem, desafia toda a população a participar no 1º Passeio de Bicicleta da Valorlis, dedicado ao vidro e à reciclagem.

O passeio de bicicleta está marcado para o dia 25 de setembro de 2011 com início na Valorlis (no novo Ecocentro) às 09.00 horas e terá como destino a Marinha Grande, cidade do vidro.
O passeio é dirigido a toda a população, para todas as idades, contando com dois percursos fáceis e acessíveis, um mais curto de apenas 10 km e um percurso de 30 km.
No final do passeio, que será na Valorlis, haverá animação para as crianças e convívio com caldo verde para todos os participantes.

Sobre a importância da sensibilização para a reciclagem do vidro, Miguel Aranda da Silva, administrador-delegado da Valorlis, explica que, «embora tenha sido um material cuja recolha teve grande crescimento no início, tem agora uma evolução mais lenta, exigindo um maior esforço de sensibilização dos munícipes». «Depois de estarmos nas escolas com os concursos “As Vidas do Vidro” e “Ciclo do Vidro”, a nossa aposta de sensibilização recai agora nos adultos, ao tentar juntar as famílias num passeio de bicicleta divertido em que o mote é a reciclagem”, justifica Miguel Aranda da Silva.

As inscrições podem ser realizadas para o e-mail da Valorlis (valorlis@valorlis.pt) ou por telefone (244 575 540) e terão o valor simbólico de três embalagens de vidro, que cada participante deverá depositar no ecoponto que estará no local de partida no dia do passeio.

O 1º Passeio de Bicicleta da Valorlis tem a organização do Palco da Aventura, contando com o apoio da Câmara Municipal da Marinha Grande e com a colaboração da fábrica Santos Barosa.


Para quaisquer informações adicionais:

Telefone: 244 575 540 

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

A nova Associação Astronómica promove workshop na Marinha Grande



Workshop – Iniciação à Astronomia – Março 2011

Realiza-se já no próximo dia 12 de Março de 2011, o primeiro Workshop de Iniciação à Astronomia de 2011 a ser efectuada este ano.
Este workshop terá lugar na Marinha Grande (Leiria) e decorrerá ao inicio da tarde. Começa às 14.00 horas com uma primeira parte de vertente teórica, com uma linguagem básica e acessível a todos, e onde onde os participantes terão acesso a muitos equipamentos para experimentar nas suas próprias mãos. A segunda parte, a parte mais prática, terá inicio após um interregno de duas horas para se lanchar ou jantar. Por volta das 20.00 horas e durante a noite dentro, terá início então a sessão nocturna, de observação astronómica.

O programa será o seguinte:
  • 14:00 – Recepção dos participantes
  • 14:30 – Inicio
    • As Coordenadas Celestes e Orientação
    • Binóculos e Observação
    • Telescópios, Tipos e Utilização
    • A Potência dos Telescópios
    • As Oculares e as Lentes Barlow
    • Filtros, para que servem
    • Montagens, Tipos e sua Utilização
    • Buscadores
    • Limpeza e Manutenção de Equipamentos
    • Observação, dicas úteis
  • 18:00 – Intervalo
  • 20:00 – Inicio da Sessão Nocturna
    • Apoio à montagem, alinhamento e preparação dos equipamentos às observações
    • Passeio pelo céu à descoberta das constelações
    • Exploração à Lua e suas crateras
    • Observação guiada a objectos do céu profundo (galáxias, enxames e nebulosas)
  • ~00:00 – Sessão sem hora de fim definido

Inscrições

Os preços das inscrições são os seguintes:
  • Sócios Ad-Astra –  20 Euros
  • Não sócios Ad-Astra – 25 Euros
Notas Importantes:
  • A realização do Workshop estará dependente de um numero mínimo de participantes.
  • A sessão nocturna está limitada às condições atmosféricas desse dia.
  • Caso não seja possível realizar a sessão nocturna por falta de condições atmosféricas, a sessão será agendada para data do Workshop seguinte ou em outra noite a divulgar. Este reagendamento não terá quaisquer custos adicionais.

    sábado, maio 08, 2010

    Colóquio sobre Alterações Climáticas na Marinha Grande



    A OikosAssociação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria, vai realizar, no dia 27 de Maio de 2010 (quinta-feira), às 21.00 horas, na Biblioteca Municipal da Marinha Grande, um colóquio subordinado ao tema "Alterações Climáticas".

    Divulga o evento e comparece...

    quinta-feira, abril 08, 2010

    Conferência - Litoral: Problemas e Potencialidades

    A Oikos - Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria vai realizar, nos dias 16 e 17 de Abril de 2010, na Galeria Municipal da Marinha Grande, a Conferência "Litoral: Problemas e Potencialidades" cujo programa e cartaz colocámos neste post.


    Tem um excelente programa, com nomes conhecidos, conteúdos muito actuais, uma saída de campo e, sobretudo, é de graça... É pena não ser toda ao fim-de-semana, pois há quem trabalhe à sexta (eu, por acaso, tenho o dia todo com aulas e no sábado estou de serviço nos Regionais de Xadrez do Desporto Escolar, que se realizam nesses mesmos dias na Marinha Grande...).

    Se puderes, participa e divulga...!


    (Clicar para aumentar)


    NOTA: os dados principais da Conferência, para quem quiser ler ou imprimir:

    OBJECTIVOS
    • Compreender a importância dos recursos do litoral, analisar as suas potencialidades e fragilidades, detectar disfunções no seu uso em geral e na região em particular;
    • Reflectir sobre a importância dos recursos do litoral e conhecer, analisar e divulgar as políticas e estratégias para o seu uso sustentado;
    • Discutir os instrumentos de planeamento e gestão do litoral, buscando uma maior responsabilização dos beneficiários e a recuperação dos ecossistemas que lhe estão associados;
    • Promover a cooperação entre entidades públicas e privadas na definição de novos modelos de desenvolvimento e estratégias de abordagem à problemática da conservação dos recursos associados ao litoral;
    • Sensibilizar e incentivar todos os agentes (poderes central, regional e local, agentes económicos, ONGA's e outras ONG's, estabelecimentos de todos os graus de ensino e população em geral) para as temáticas em análise, sua relevância estratégica, económica, social e ambiental.
    PROGRAMA

    Dia 16 de Abril, Sexta-Feira

    MANHÃ
    09.00 - Entrega de documentação
    09.30 - SESSÃO DE ABERTURA
    • Presidente da Oikos
    • Presidente da C. M. Marinha Grande
    • Governador Civil do Distrito de Leiria
    • Secretário de Estado do Ambiente

    10.00 - PAINEL A: CARACTERIZAÇÃO E PROBLEMAS DO LITORAL
    “Litoral: Espelho da Sociedade - Mudam-se os Tempos Mudam-se as Vontades” - Alveirinho Dias (CIMA - Centro de Investigação Marinha e Ambiental)
    “Litoral Regional - Um Retrato Ambiental” - Mário Oliveira (OIKOS)

    Intervalo para café

    “Cetáceos no Litoral de Alcobaça: Dos Arrojamentos à Investigação” - Sofia Quaresma (Câmara Municipal de Alcobaça)
    “Os Sistemas de Informação Aplicados à Gestão do Litoral” - António Mota Lopes (Instituto Geográfico Português)

    12.30 - DEBATE
    Moderador: Jorge Dinis (FCT - Universidade de Coimbra)


    TARDE

    14.30 - PAINEL B: POLÍTICAS, ESTRATÉGIAS E POTENCIALIDADES

    “Estratégia Nacional para a Gestão Integrada da Zona Costeira” - Paulo Machado (Instituto Nacional da Água)
    “Litoral e Áreas Protegidas” - Teresa Leonardo (Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade)
    “Os Desafios do Turismo na Zona Costeira” - José Carlos Ferreira (FCT - Universidade Nova de Lisboa)

    Intervalo para café

    “Avaliação Ambiental Estratégica para a Gestão do Litoral: O Caso de Estudo de Tróia” - João Joanaz de Melo (FCT - Universidade Nova de Lisboa)
    “Litoral de Gaia - Problemas e suas potencialidades” - Henrique Nepomuceno (Parque Biológico de Gaia)

    DEBATE
    Moderador: Nuno Carvalho (Oikos)


    Dia 17 de Abril, Sábado

    09.00 / 13.00 - SAÍDA DE CAMPO